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FICHAMENTO PAULO LÔBO - DIREITO CIVIL

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ
ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E SOCIAIS 
CURSO DE DIREITO
DISCIPLINA: TRABALHO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA 
PROFESSORA: MSC. GEOVANA DA CONCEIÇÃO
ACADÊMICO(A): EDNA INES TIZOTTI MARTINS
FICHAMENTO 
IDENTIFICAÇÃO DA OBRA: LÔBO, Paulo. Direito civil: famílias. 4 ed. São Paulo: Saraiva, 2011.
1. FAMÍLIA BRASILEIRA: ORIGENS, REPERSONALIZAÇÃO E CONSTITUCIONALIZAÇÃO
Segundo Paulo Lôbo[footnoteRef:1] “A família sofreu profundas mudanças de funções, natureza, composição e consequentemente, de concepção”. [1: LÔBO, Paulo. Direito civil: famílias. 4 ed. São Paulo: Saraiva, 2011. p. 17.] 
Contudo Paulo Lôbo[footnoteRef:2] entende que: [2: LÔBO, Paulo. Direito civil: famílias. 2011. p. 17.] 
[...]a família atual está matrizada em paradigma que explica a sua função atual: a afetividade. Assim enquanto haver affectio haverá família, unidas por laços de liberdade e responsabilidade, e desde que consolidada na simetria, na colaboração, na comunhão de vida.
1.1. FUNÇÃO ATUAL DA FAMÍLIA. SUA EVOLUÇÃO E PERSPECTIVA
Conforme Paulo Lôbo[footnoteRef:3] “Sempre se atribuiu à família, ao longo da história, funções variadas, de acordo com a evolução que sofreu, a saber, religiosa, política, econômica e procracional”. [3: LÔBO, Paulo. Direito civil: famílias. 2011. p. 18.] 
Na mesma linha de pensamento Paulo Lôbo[footnoteRef:4] esclarece que “As funções religiosa e política praticamente não deixaram traços na família atual, mantendo apenas interesse histórico, na medida em que a rígida estrutura hierárquica foi substituída pela coordenação e comunhão de interesses e de vida”. [4: LÔBO, Paulo. Direito civil: famílias. 2011. p. 18.] 
Para Paulo Lôbo[footnoteRef:5] [5: LÔBO, Paulo. Direito civil: famílias. 2011. p. 20.] 
A realização pessoal da afetividade, no ambiente de convivência e solidariedade, é a função básica da família de nossa época. Suas antigas funções feneceram, desapareceram ou desempenharam papel secundário. Até mesmo a função procracional, com a secularização crescente do direito de família e a primazia atribuída ao afeto, deixou de ser sua finalidade precípua.
As reivindicações trazidas pela família atual é mais independência e liberdade, com o mínimo possível de interferência do Estado em sua privacidade pessoal[footnoteRef:6]. [6: LÔBO, Paulo. Direito civil: famílias. 2011. p. 20.] 
1.2. PERFIL DA FAMÍLIA COMTEMPORÂNEA
A família no Brasil, ao longo dos séculos, vem passando por inúmeras modificações, seus princípios e sua formação mudaram, não possui mais nenhuma relação com o modelo patriarcal conservador, que tinha o casamento como único meio de constituição familiar[footnoteRef:7]. [7: LÔBO, Paulo. Direito civil: famílias. 2011. p. 21.] 
Segundo Paulo Lôbo[footnoteRef:8] “A Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílios (PNAD), realizada anualmente pelo IBGE, indica uma queda progressiva no modelo de família nuclear (pai, mãe e filhos), constituída pelo casamento ou pela união estável”. [8: LÔBO, Paulo. Direito civil: famílias. 2011. p. 22.] 
1.3. REPERSONALIZAÇÃO DAS RELAÇÕES DE FAMÍLIA
Segundo Paulo Lôbo[footnoteRef:9] [9: LÔBO, Paulo. Direito civil: famílias. 2011. p. 22.] 
A família, ao converter-se em espaço de realização da afetividade humana, marca o deslocamento da função econômica-política-religiosa-procracional para essa nova função. Essas linhas de tendências enquadram-se no fenômeno jurídico-social denominado repersonalização das relações civis, que valoriza o interesse da pessoa humana mais do que suas relações patrimoniais. É a recusa da coisificação ou reitificação da pessoa, para ressaltar a sua dignidade. A família é o espaço por excelência da repersonalização do direito.
Paulo Lôbo[footnoteRef:10] complementa ainda que: [10: LÔBO, Paulo. Direito civil: famílias. 2011. p. 22.] 
Os autores sempre afirmam que o direito de família disciplina direitos de três ordens, a saber, pessoais, patrimoniais e assistenciais, ou, ainda matrimoniais, parentais e protecionistas. Sempre se afirmou, igualmente, que esses direitos e situações são plasmados em relação de caráter eminentemente pessoais, não sendo os interesses patrimoniais predominantes. Seria o direito de família o mais pessoal dos direitos civis.
Seguindo a mesma linha de pensamento Paulo Lôbo[footnoteRef:11] ainda inclui que “A repersonalização contemporânea das relações de família retoma o itinerário da afirmação da pessoa humana como objetivo central do direito”. [11: LÔBO, Paulo. Direito civil: famílias. 2011. p. 25.] 
O acontecimento da “repersonalização” das relações civis iniciou-se no Brasil com o reconhecimento dos Princípios Constitucionais dentro do Código Civil, sendo assim houve a inversão de valores buscados no código, apareceu a pessoa humana a frente das relações patrimoniais. A dignidade da pessoa humana foi levada em conta como propósito central nas junções jurídicas patrimoniais[footnoteRef:12]. [12: LÔBO, Paulo. Direito civil: famílias. 2011. p. 25.] 
1.4. A CONSTITUCIONALIZAÇÃO DAS FAMÍLIAS E DE SEUS FUNDAMENTOS JURÍDICOS
Para Paulo Lôbo[footnoteRef:13] “As constituições modernas, quando tratam da família, partiram sempre do modelo preferencial da entidade do matrimonio” [13: LÔBO, Paulo. Direito civil: famílias. 2011. p. 33.] 
Contudo ressalta Paulo Lôbo[footnoteRef:14] que: [14: LÔBO, Paulo. Direito civil: famílias. 2011. p. 33.] 
[...] a legislação infraconstitucional de vários países ocidentais tem avançado, desde as últimas duas décadas do século XIX, no sentido de atribuir efeitos jurídicos próprios do direito de família às demais entidades familiares. A constituição brasileira inovou, reconhecendo não apenas entidade matrimonial mas também outras duas explicitamente (a união estável e a monoparental), além de permitir a interpretação extensiva, de modo a incluir as demais entidades implícitas.
Segundo Paulo Lôbo[footnoteRef:15] [15: LÔBO, Paulo. Direito civil: famílias. 2011. p. 35.] 
A Constituição de 1988 expande a proteção do Estado à família, promovendo a mais profunda transformação de que se tem notícia, entre as constituições mais recentes de outros países. Alguns aspectos merecem ser salientados: a) a proteção do Estado alcança qualquer entidade familiar, sem restrições; b) a família, entendida como entidade, assume claramente a posição de sujeito de direitos e deveres jurídicos; c) os interesses das pessoas humanas, integrantes da família, recebem primazia sobre os interesses patrimonializantes; d) a natureza socioafetiva da filiação torna-se gênero, abrangente das espécies biológica e não biológica; e)consuma-se a igualdade entre os gêneros e entre os filhos; f)reafirma-se a liberdade de constituir, manter e extinguir entidade familiar e a liberdade de planejamento familiar, sem imposição estatal; g) a família configura-se no espaço de realização pessoal e da dignidade humana de seus membros.
O Direito de Família vem constantemente passando por alterações que se equiparam com a evolução das relações familiares, as instituições familiares foram trajadas com uma nova roupagem dentro da Constituição Federal de 1988. Essas mudanças inovadoras produzidas pela Carta Magna, no âmbito do Direito de Família, fizeram do nosso País pioneiro de grandes avanços no Direito de Família perante outras Nações[footnoteRef:16]. [16: LÔBO, Paulo. Direito civil: famílias. 2011. p. 36.] 
1.5 EVOLUÇÃO DO DIREITO DE FAMÍLIA BRASILEIRO
O poder da igreja perdurou por muito tempo dentro do direito de família, a igreja tinha total domínio sobre as relações familiares, pois o Estado era omisso aos interesses da vida particular de sua população. Fazendo com que a intervenção da religião na vida privada dos cidadãos fosse muito marcante, refletindo até hoje, em discussões entre o que é público ou privado[footnoteRef:17]. [17: LÔBO, Paulo. Direito civil: famílias. 2011. p. 41.] 
Segundo Paulo Lôbo[footnoteRef:18] “Ao longo do século XX, até à Constituição de 1988, houve a progressiva redução do “quantum despótico” no direito da família brasileira, ou dasdesigualdades que ele consagrava”. [18: LÔBO, Paulo. Direito civil: famílias. 2011. p. 43.] 
Paulo Lôbo[footnoteRef:19] endente que apenas com a Constituição de 1988: [19: LÔBO, Paulo. Direito civil: famílias. 2011. p. 43.] 
consumou-se o término da longa história de desigualdade jurídica na família brasileira. Em normas concisas e verdadeiramente revolucionárias, proclamou-se em definitivo o fim da descriminalização das entidades familiares não matrimoniais, que passaram a receber tutela idênticas as constituídas pelo casamento (caput do art. 226), a igualdade de direitos e deveres entre homens e mulheres na sociedade conjugal (§ 5º do art. 226) e na união estável (§ 3º do art. 226), a igualdade entre os filhos de qualquer origem, matrimonial ou não (§ 6º do art.227). Consolidando a igualitária e solidária da família e das pessoas que a integram [...].
1.6 DIREITO DE FAMÍLIA E RESPONSABELIDADE
Segundo Paulo Lôbo[footnoteRef:20] “A família, mais que qualquer outro organismo social, carrega consigo o compromisso com o futuro, por ser o mais importante espaço dinâmico de realização existencial da pessoa humana e de integração das gerações”. [20: LÔBO, Paulo. Direito civil: famílias. 2011. p. 45.] 
Entende Paulo Lôbo[footnoteRef:21] [21: LÔBO, Paulo. Direito civil: famílias. 2011. p. 51.] 
A paternidade e a maternidade lidam com os seres em desenvolvimento que se tornaram pessoa humana em plenitude, exigentes de formação até quando atinjam autonomia e possam assumir responsabilidades próprias, em constante devir. Não somente os pais, mas também todos que integram as relações de parentesco ou grupo familiar. Nesta linha o art. 227 da Constituição impõe a família, em sentido amplo, e bem assim à sociedade e ao Estado, deveres em relação a acriança e ao adolescente concernente à preservação da vida, à saúde, à educação familiar e escolar, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, à liberdade e à convivência familiar.
Dentre outros direitos e deveres assegurados a família estão: à legitimação dos filhos fora do casamento garantindo seus direitos e deveres; garantir ao idoso a convivência e a proteção da família assim como do Estado e da sociedade; à união estável, reconhecida como instituto familiar; à proteção da natureza, pois continuação das comunidades familiares[footnoteRef:22]. [22: LÔBO, Paulo. Direito civil: famílias. 2011. p. 52.]

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