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DIREITO DE FAMÍLIA - conceito, conteúdo e objeto

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DIREITO DE FAMÍLIA 
Conceito, conteúdo e objeto 
 
A família, por ser uma instituição muito antiga, cujas formas primitivas são 
desconhecidas, vem sofrendo, ao longo dos tempos, um constante processo de 
dinamização, oriundo da ação humana, a fim de preencher as suas funções (LOTUFO, 
2002, p.19). 
A família, na concepção de Venosa (2002, p.23), é um fenômeno fundado em 
dados biológicos, psicológicos e sociológicos regulados pelo direito. 
Acrescenta Lopes (2001, p.1), que a família é uma instituição regida por um 
complexo de normas inderrogáveis e coativas pelo notório interesse cada vez maior do 
Estado em promover a mais ampla proteção. 
Como organismo social, que tem o seu fundamento na natureza e nas 
necessidades naturais da união sexual, na procriação, no amor mútuo, na assistência e na 
cooperação, que são as razões da sua existência, a família não é só no direito que tem as 
suas normas. Em nenhum outro campo, mais do que neste influem a religião, o costume e 
a moral, nos quais encontra grande parte de sua regulamentação. Antes de jurídico, ela é 
um organismo ético (RUGGIERO, 1999, p.33). 
Em seu aspecto amplo, a família representa um agrupamento de pessoas 
naturais entrelaçadas pelos liames da consanguinidade, afinidade, ou mesmo do 
parentesco civil, procedendo não apenas do vínculo matrimonial, mas ainda de uma 
convivência estável com filiação nos moldes do direito constitucional pátrio. No sentido 
estrito, a família é um agrupamento de pessoas naturais dos genitores, bem como os seus 
filhos, inclusive os adotivos, não somente mediante os laços matrimoniais, como através da 
convivência estável do concubinato com ou sem descendente (LOPES, 2001, p.5). 
Devido ao próprio processo evolutivo, a família moderna contrai-se e ganha novo 
sentido, mas não se anula como célula da sociedade. O Estado intervém para protegê-la a 
fim de fortalecer os laços naturais que unem os membros do grupo (CARBONNIER, 1986 
apud GOMES, 1999, p.2). 
Entende-se por direito de família como um conjunto de normas e princípios de 
Direito Civil destinados a manter coesos os relacionamentos humanos de ordem pessoal, 
patrimonial e assistencial, todos decorrentes do casamento, da união estável e do 
parentesco (GAMA, 2003, p.147). 
O direito de família, ramo do direito civil, é formado por um conjunto de normas 
que regulam a celebração do casamento, sua validade e os efeitos, as relações pessoais e 
econômicas da sociedade conjugal, a dissolução desta, as relações entre pais e filhos, o 
vínculo do parentesco e os institutos da tutela e da curatela (BEVILÁQUA, 1999 apud DINIZ, 
2002, p.3). 
O direito de família tem por objeto a exposição de princípios de direito que regem 
as relações de família (LAFAYETTE, 1969 apud RODRIGUES, 2001, p.3). 
De uma outra forma, o entrelaçamento das múltiplas relações, estabelecidas 
entre os componentes do grupo familiar, origina um complexo de disposições, pessoais e 
patrimoniais, que formam o objeto do direito de família (MONTEIRO, 2001, p.1). 
O artigo 226 da Constituição Federal encerra a máxima que, tradicionalmente, 
orienta o Direito Civil pátrio no que tange a família, sob diversos aspectos que a notabilizam, 
seja como fonte de obrigações e de direitos parentais, seja como célula primordial da 
legitimidade afetiva, seja, por fim, como instituto venerável no contexto da organização 
social (BELLOCCHI, 2003, p.26). 
O artigo 226, caput, da Constituição Federal defende que: “A família, base da 
sociedade, tem especial proteção do Estado” (CONSTITUIÇÃO, 1988, p.128). 
No Brasil, muito já se avançou desde a laicização do Direito. A Constituição 
Federal de 1988 considerou célula familiar a união estável entre homem e mulher ou entre 
qualquer um dos pais e seus descendentes. Foi dado o passo inicial, desvinculando a 
família do casamento (FIUZA, 2004, p.894). 
O Código Civil procura fornecer uma nova compreensão da família, adaptada ao 
novo século, visto que os princípios constitucionais e as numerosas leis complementares 
derrogaram parcialmente vários dispositivos do Código Civil de 1916. O novo estatuto 
procura estabelecer, com base na Constituição Federal de 1988, a mais completa igualdade 
jurídica dos cônjuges e dos companheiros, do homem e da mulher, além de contemplar 
também a igualdade jurídica de todos os filhos independentemente de sua origem 
(VENOSA, 2002, p.23). 
Percebe-se, então, que o novo ordenamento abandona a visão patriarcalista que 
inspirou a elaboração do Código Civil de 1916, quando o casamento era a única forma de 
constituição da família e nesta imperava a figura do marido, ficando a mulher em situação 
submissa e inferiorizada. A concepção atual é bem outra, com ampliação das formas de 
constituição do ente familiar e a consagração do princípio da igualdade de tratamento entre 
marido e mulher, assim como iguais são todos os filhos, hoje respeitados em sua dignidade 
de pessoa humana, independentemente de sua origem familiar (OLIVEIRA, 2002, p.236). 
Romperam-se os paradigmas em que a família era identificada pelo o 
casamento. A evolução dos costumes, a emancipação da mulher, o surgimento dos 
métodos contraceptivos, a própria globalização levaram à reformulação da estrutura da 
família. (CONSULEX, 2004, p.8). 
REFERÊNCIAS 
 
BELLOCCHI, Roberto Antônio Vallim. A constituição da república e a família. Revista 
Jurídica Consulex. Brasília: Consulex, v.7, n.161, p.26-27, 30 set. 2003. 
 
BRASIL. Código Civil (2002). 2.ed. Brasília: Câmara dos Deputados, 2002. 
 
____. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil: texto 
constitucional promulgado em 5 de outubro de 1988, com as alterações adotadas pelas 
Emendas Constitucionais nº 1/92 a 42/2003 e pelas Emendas Constitucionais de Revisão 
nº 1 a 6/94. Brasília: Senado, 2004. 
 
CONSULEX. O Modelo de familia para a nova sociedade do século XXI. Revista Jurídica 
Consulex. Brasília: Consulex, v.8, n.171, p.8-10, fev. 2004. 
 
DINIZ, Maria Helena. Curso de direito brasileiro. 18.ed. São Paulo: Ed. Saraiva, 2002. 5 
v. 
 
_______. Código civil anotado. 9. ed. São Paulo: Saraiva, 2003. 
 
FIUZA, Cesar. Direito civil: curso completo. 8.ed. Belo Horizonte: Del Rey, 2004. 
 
FIUZA, Ricardo. Um mandato dedicado ao código civil. Revista Jurídica Consulex. 
Brasília: Consulex, v.7, n.141, p.23-29, 15 jan. 2003. 
 
GAMA, Ricardo Rodrigues. Direito de família no novo código civil. Revista Forense. Rio de 
Janeiro: v.99, n.370, p.147-155, nov./dez. 2003. 
 
GOMES, Orlando.Direito de família.11.ed. Rio de Janeiro: Revista Forense, 1999. 
 
LOPES, Miguel Maria de Serpa. Curso de direito civil: direito de família. Rio de Janeiro: 
Freitas Bastos, 2001. 8 v. 
 
LOTUFO, Maria Alice Zaratin. Curso avançado de direito civil. São Paulo: Revista dos 
Tribunais, 2002. 5 v. 
 
MONTEIRO, Washington de Barros. Curso de direito civil. 36. ed. São Paulo: Saraiva, 
2001. 2 v. 
 
OLIVEIRA Euclides Benedito de. União estável: do concubinato ao casamento antes e 
depois do novo código civil. 6. ed. São Paulo: Método, 2003. 
 
OLIVEIRA, Euclides Benedito de. Direito de família no novo código civil. Revista do 
Instituto dos Advogados de São Paulo. São Paulo: Revista dos Tribunais, v.5, n.10, 
p.236-253, jul./dez. 2002. 
 
RODRIGUES, Silvio. Direito civil: direito de família. 26. ed. São Paulo: Saraiva, 2001. 6 v. 
 
_________. Direito civil: direito de família. 27. ed. São Paulo: Saraiva, 2002. 6 v. 
 
RUGGIERO, Roberto de.Instituições de direito civil. São Paulo: Bookseller, 1999. 2v. 
 
VENOSA, Silvio de Salvo. Direito civil: direito de família. 2.ed. v.6. São Paulo: Atlas, 2002. 
 
________. Direito civil: direito de família.5. ed. v.6. São Paulo: Atlas, 2005.

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