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planejamento familiar e anticoncepcionais

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Módulo Saúde da Mulher | Samille Donato 
 
Planejamento familiar e contracepção 
PLANEJAMENTO FAMILIAR: 
É definido pela Lei 9263 como “conjunto de ações de regulação da fecundidade que garanta 
direitos iguais de constituição, limitação ou ↑ da prole pela mulher, pelo homem ou pelo casal”, 
ou seja, um direito sexual e reprodutivo e assegura a livre decisão da pessoa sobre ter ou não 
ter filhos, no princípio da paternidade responsável e no direito de livre escolha dos indivíduos 
e/ou casais. Não pode haver imposição sobre o uso de métodos anticoncepcionais ou sobre o 
número de filhos. Público alvo são mulheres em idade fértil. 
Sobre à anticoncepção, os serviços de saúde devem fornecer todos os métodos 
anticoncepcionais recomendados pelo MS. Os profissionais de saúde devem informar aos 
usuários sobre todas as alternativas de anticoncepção e possam participar ativamente da 
escolha do método. É fundamental que se estimule a prática da dupla proteção (prevenir IST). 
Atividades educativas + aconselhamento + atividades clínicas. Cerca de 55% das gestações 
não são planejadas e em adolescentes aumenta para 90% 
1° - ATIVIDADES EDUCATIVAS: 
Oferece à população conhecimento necessário para a escolha do melhor método contraceptivo, 
ajuda a questionar e refletir sobre temas relacionados à prática de contracepção, incluindo a 
sexualidade. As ações devem ser de preferência em grupo, anteceder a 1° consulta. 
Independente da metodologia da ação é importante que tenham um caráter participativo e 
permitam a troca de informações e experiências. O profissional de saúde deve se comunicar de 
forma simples e acessível. 
2° - ACONSELHAMENTO: 
Consiste em um processo de escuta ativa individualizada e centrada no indivíduo. Estabelecer 
confiança entre profissional de saúde e paciente, visando que o sujeito se reconheça. Deve-se 
identificar e acolher o casal ou indivíduo, entender as necessidades, dúvidas, preocupações, 
medos, relacionada ao planejamento familiar e prevenção de IST. É importante avaliar risco de 
infecção de HIV e IST. Boa relação profissional – paciente. Promover diálogo. A ideia central do 
aconselhamento é a troca. 
3° - ATIVIDADES CLÍNICAS: 
Usada para promoção, proteção e recuperação da saúde da mulher. A primeira consulta deve 
ser feita após as atividades educativas, incluindo anamnese, exame físico geral, exame 
ginecológico, orientar autoexame das mamas, investigar data da última colpocitologia oncótica. 
Faz-se escolha e análise do melhor método contraceptivo. As próximas consultas visam 
atendimento periódico para avaliar a adequação ao método, prevenir e tratar intercorrências. 
ESCOLHA DO MÉTODO ANTICONCEPCINAL: 
1° - CARACTERÍSTICA DOS MÉTODOS: 
→ Eficácia: 
 
Capacidade do método de evitar gestações em um período de tempo (durante 1 ano 
geralmente). O índice de Pearl divide o número de falhas em 12 meses em 100 mulheres pelo 
total de meses de exposição, o menor índice = mais efetividade. 
Efetividade → resultado do uso rotineiro, correto ou incorreto. Eficácia → resultado quando 
uso está correto. 
→ Aceitabilidade e efeitos secundários: 
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Ausência de quaisquer efeitos secundários seria o ideal. Varia de método e de organismo. A 
aceitação do método e o grau de confiança, favorece o uso correto e o sucesso do método. 
→ Disponibilidade: 
O acesso gratuito é fundamental para que o método seja realizado sem restrições. A maioria 
são fornecidos pelo SUS e é importante avaliar se o método escolhido não estiver disponível, 
analisar a condição financeira da paciente fazer uso e se pode arcar com isso. 
→ Facilidade do uso: 
Não adianta prescrever e indicar método se for complexo demais ou não seja entendido a forma 
de uso pela usuária. Portanto, a equipe de saúde deve conseguir explicar de maneira didática 
e entendível. 
→ Reversibilidade: 
O ideal é que seja possível reverter de forma completa e imediata os efeitos e que uma vez 
interrompidos, haja recuperação total da fertilidade. 
→ Proteção à IST e HIV: 
É necessário estimular a prática de dupla proteção (prevenir gravidez + IST), indicando uso de 
preservativo masculino e feminino ou associar ao uso de contracepção. É fundamental explicar 
os riscos de IST e AIDS para promover reflexão e adesão as formas de prevenção. 
CLASSIFICAÇÃO DOS MÉTODOS 
→ Métodos de 1° linha: 
Mais efetivos, uso mais fácil, eficácia de 98%, proporciona maior duração do efeito contraceptivo 
e requer um menor número de consultas de retorno. Exemplo: DIU, implantes e métodos de 
esterilização. 
→ Método de 2° linha: 
Contraceptivos hormonais sistêmicos de forma oral, injetável, intramuscular, adesivos 
transdérmicos ou anéis vaginais. Eficácia de 91 – 97% durante o 1° ano de uso. Se usar 
corretamente = taxa mais alta. 
→ Métodos de 3° linha: 
Métodos de barreira, de consciência corporal (como tabelinha). Eficácia de 80 – 90% no primeiro 
ano de uso, porém se usar corretamente, aumenta a taxa. 
→ Métodos de 4° linha: 
Formulações espermicidas, eficácia de 70 – 79% no 1° ano de uso. O coito interrompido é 
imprevisível e não é considerado método contraceptivo. 
2° - FATORES INDIVIDUAIS RELACIONADOS AO USUÁRIO DO 
MÉTODO: 
→ Critérios de elegibilidade: 
Orientam o usuário na escolha do método. Feito pela OMS, divididos em 4: 
 
 
 
 
 
Nas situações em que a usuária apresenta mais do que uma condição da categoria 3, o método 
não deve ser usado. Quando não é possível um acompanhamento rigoroso da usuária, 
recomenda-se que as condições listadas na categoria 3 sejam consideradas como método que 
não deve ser usado. Quando a/o usuária/o apresenta mais de uma condição da categoria 2, em 
geral o método deve ser considerado de última escolha e sob controle rigoroso. 
3° - MÉTODOS COMPORTAMENTAIS: 
Se baseiam na identificação do período fértil por meio de sinais e sintomas, durante o qual as 
relações sexuais devem ser evitadas. Esses métodos possuem a vantagem de serem baratos, 
naturais, sem efeitos adversos e bem aceito no quesito religioso. Porém, tem altas taxas de 
falhas visto que requer longos períodos de abstinência sexual e estão susceptíveis as 
irregularidades menstruais e IST. O período fértil pode ser observado pela curva da temperatura 
basal da paciente, características do muco cervical e duração / fisiologia do ciclo menstrual. 
→ Tabelinha ou método de Ogino-Knaus: 
A mulher deve registrar o número de dias de cada ciclo menstrual, por no mínimo 6 meses. O 
ciclo menstrual começa no 1° dia da menstruação e termina no último dia antes da menstruação 
seguinte. Caso a mulher tenha diferença de dias entre os ciclos > 10 dias, esse método NÃO 
pode ser usado! A duração da segunda fase do ciclo menstrual (pós-ovulatório) deve ser 
relativamente constante, com a ovulação ocorrendo entre 11 a 16 dias antes do início da 
próxima menstruação. 
Para determinar o tempo que se deve adotar abstinência sexual, subtrai 18 da duração do seu 
ciclo mais curto para saber o 1° dia do período fértil e subtrair 11 do ciclo mais longo que 
corresponde ao último dia do período. Para evitar gravidez se realização de coito desprotegido 
no período fértil, recorrer a anticoncepção de emergência. Benefício → Sem efeitos sistêmicos 
e favorece conhecimento da fisiologia menstrual. 
→ Método da curva de temperatura basal: 
A mulher deve observar as variações de temperatura basal para identificar o dia da ovulação. 
 
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O fato é que após a ovulação, o aumento da progesterona liberada pelo corpo lúteo atinge o 
centro termorregulador do hipotálamo, levando ao aumento da temperatura corporal em 0,2 a 
0,5 graus. Para utilizar este método, a mulher precisa verificar sua temperatura diariamente, de 
preferência com o mesmo termômetro, no mesmo local do corpo e no mesmo horário, 
preferencialmente pela manhã antes de sair da cama. O período de abstinência deveser desde 
o 1° dia do ciclo menstrual até três dias após a elevação da temperatura basal. 
Registrar a temperatura observada a cada dia do ciclo menstrual em papel quadriculado comum 
(0,5 cm = 0,1°C). Ligar os pontos referentes a cada dia, formando uma linha que vai do 1° ao 
2° ao 3° etc. Cada ciclo menstrual terá seu gráfico próprio de temperatura basal corporal. O 
período fértil termina na manhã do 4° dia em que for observada a temperatura elevada. 
Desvantagens → Nem todas as pacientes possuem esse efeito termorregulador com a 
liberação da progesterona, não formando um gráfico bifásico. Elevado período de abstinência 
sexual, necessita de muita disciplina. 
Fatores que podem alterar a temperatura → Álcool, alterações no sono, gripes, infecções, 
mudanças de ambiente, alterações de humor, refeições antes de dormir, relações sexuais na 
madrugada, etc. 
 
→ Método do muco cervical ou de Billings: 
Durante o ciclo menstrual, o colo cervical sofre influência hormonal. O objetivo é observar as 
características do muco cervical sob ação estrogênica, durante período ovulatório. Nessa fase, 
o muco cervical torna-se filante, como clara de ovo, permitindo ao espermatozoide a 
sobrevivência e locomoção. Após a ovulação, sob ação progestágena o muco fica espesso e 
escasso. A mulher precisa observar as características do muco, examinando diariamente sua 
secreção. O período de abstinência vai do 1° dia de percepção do muco até o quarto dia de 
percepção máxima da umidade. Na 4ª noite após o dia Ápice, começa o período infértil. Deve 
registrar dados sobre a menstruação, as características do muco e os dias de relações sexuais, 
utilizando um gráfico ou marcação com sinais convencionais ou selos coloridos. 
Vale lembrar que o sêmen e produtos vaginais como lubrificantes e pomadas prejudicam a 
observação. 
→ Método sinto-térmico: 
O método sinto-térmico combina o método da temperatura basal com o método do muco 
cervical, associado a sinais e sintomas que podem ocorrer durante a ovulação, como sensibi-
lidade mamária, dor pélvica e mudanças de humor. Nesse caso, o período de abstinência sexual 
vai desde o 1° dia do ciclo até o 4° dia após o pico das secreções cervicais ou o 3° dia após a 
elevação da temperatura. Sendo que na ocorrência do 1° fator, deve-se o 2° para ter relação 
sexual. 
→ Método do colar: 
Utiliza-se um colar de contas para identificar os dias férteis e inférteis de cada ciclo. O colar 
começa com uma conta de cor vermelha, que sinaliza o 1° dia da menstruação. Segue-se por 
7 contas de cor marrom, que indicam o período infértil do início do ciclo. As contas de 9 a 19 
são de cor branca, para sinalizar o período fértil. A partir da 20ª até a 30ª, as contas são 
novamente de cor marrom, indicando o período infértil da 2° metade do ciclo menstrual. Após a 
30ª conta chega-se novamente à conta vermelha, que indica o 1° dia da menstruação. 
→ Coito interrompido: 
Se baseia na retirada do pênis da vagina antes da ejaculação. Requer grande atenção do 
homem durante o sexo. Além disso, mesmo incomum, o fluido seminal que precede a 
ejaculação, pode conter espermatozoides, levando a uma possível gestação indesejada; possui 
altas taxas de falha. 
→ Lactação: 
Durante o aleitamento materno ocorre alterações hormonais no eixo HHO, levando à 
anovulação. Esse método não tem custos e promove benefícios para a mãe e p/ o bebê. Não 
tem contraindicações, desde que a amamentação seja exclusiva. Porém, sabe-se que parte das 
mulheres ovulam em torno do 3° mês de pós-parto, mesmo amamentando podendo gerar risco 
de gravidez não planejada. 
4° - MÉTODOS DE BARREIRA: 
Formam barreira química ou mecânica entre espermatozoide e cavidade uterina, dificultando a 
fecundação. A eficiência varia de 2-6% e varia de acordo com o uso correto, reduz transmissão 
de IST. 
→ Preservativo masculino: 
Envoltório de látex que recobre o pênis durante o ato sexual e retém o esperma por ocasião da 
ejaculação impedindo o contato com a vagina, assim como impede que os microrganismos da 
vagina entrem em contato com o pênis ou vice-versa. Evita gravidez e IST. Taxa de falha está 
relacionada com uso incorreto. Deve ser colocado antes da penetração, após obtida a ereção 
peniana. O receptáculo existente na extremidade do preservativo deve ser apertado durante a 
colocação, retirando todo o ar do seu interior. Retirar o preservativo segurando-o pela base para 
que não haja vazamento de esperma e não deve ser reutilizado. No caso da ruptura durante o 
sexo, substituir imediatamente. Não usar lubrificantes a base de óleo e não fazer uso do 
preservativo caso apresente perda de ereção durante o intercurso sexual. Categoria 3. 
→ Preservativo feminino: 
O preservativo feminino é um tubo de poliuretano com uma extremidade fechada e a outra 
aberta, acoplado a dois anéis flexíveis também de poliuretano. O primeiro, que fica solto dentro 
do tubo, serve para ajudar na inserção e na fixação de preservativo no interior da vagina. O 
segundo anel constitui o reforço externo do preservativo que, quando corretamente colocado, 
cobre parte da vulva. O produto já vem lubrificado e deve ser usado uma única vez. Forma uma 
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barreira física entre o pênis e a vagina, servindo de receptáculo ao esperma, impedindo seu 
contato com a vagina, assim como impede que os microrganismos da vagina entrem em contato 
com o pênis ou vice-versa. 
Pode ser colocado em qualquer momento, desde que seja antes da penetração, e retirado com 
tranquilidade após o término da relação. Pode associar ao uso de lubrificantes. Pode ser 
inserido até 8h antes e não necessita de retirada imediata. 
→ Diafragma: 
O diafragma é um disco de borracha ou látex, colocado na vagina, recobrindo colo do útero para 
impedir a entrada de espermatozoides. Possui vários tamanhos, por isso, é necessária uma 
consulta com o ginecologista para ser indicado o tamanho mais adequado. Geralmente é usado 
em associação aos espermicidas, adquirindo um bom índice de efetividade. O espermicida é 
colocado no centro do dispositivo e mantido em contato com o colo do útero. Caso o ato sexual 
seja > 2 horas, o espermicida deve ser aplicado na parte superior da vagina, p/ garantir maior 
proteção. O diafragma é colocado na vagina até no máximo 1 hora antes da relação sexual, 
deve ser retirado no mínimo 6 horas depois e nunca deve ultrapassar 24 horas. Colocação 
inadequada pode resultar em falhas. 
Não deve ser usado em pacientes com infecções geniturinárias em curso, histórico de Síndrome 
do choque tóxico ou doença valvar complicada. Urinar e lavar as mãos antes de colocar o 
diafragma. A detecção de DST é motivo para suspender o uso do método. 
 
→ Espermicida: 
São substâncias em forma de tabletes de espuma, geleia ou creme que provocam a ruptura da 
membrana das células dos espermatozoides, matando-os ou retardando sua passagem pelo 
canal cervical. É recomendado o seu uso apenas em associação com outros métodos 
contraceptivos, como o diafragma. não deve ser usada com preservativos masculinos, pois 
pode aumentar o risco de contaminação pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV). 
O uso frequente de espermaticida causa irritação, fissuras e microfissuras na mucosa vaginal e 
cervical (efeito dose-tempo dependente), aumentando o risco de infecção pelo HIV e outras 
DST. 
O produto espermaticida a base de nonoxinol-9 (N-9) a 2% é o mais utilizado, porém este 
composto pode aumentar o risco de transmissão sexual do HIV e outras DST. 
 
 
5° - DISPOSITIVOS INTRAUTERINOS: 
Os DIUs, junto com o implante de etonogestrel, faz parte dos contraceptivos de longa duração. 
Consistem em um objeto de formato variável que é inserido no útero. Eles são difundidos como 
métodos contraceptivos reversíveis, possuem baixas taxas de falha e descontinuidade, poucas 
contraindicações e tem um ótimo custo-benefício. Melhor momento de colocação é durante amenstruação pois a vagina está mais pérvia. Contracepção imediata. 
→ DIU de cobre: 
O DIU-Cu é o dispositivo mais utilizado, sendo o único fornecido pelo SUS no Brasil. Formato 
de T, é feito de um fio de prata corado com cobre e pode ser eficaz de 10 - 12 anos. 
Mecanismo de ação → O DIU-Cu age por meio da indução de uma reação de corpo estranho, 
levando a inflamação, pois o cobre induz a liberação de interleucinas e citocinas que tem ação 
espermicida. Leva a mudanças bioquímicas e morfológicas no endométrio, produz modificações 
no muco cervical e altera a espermomigração e transporte do óvulo. Caso tenha fecundação, 
essa atividade inflamatória se estende ao blastocisto, deixando endométrio hostil para 
implantação. 
 
Novo estudos indicam que os DIU de cobre 
têm efeito protetor para a DIP, porque deixa 
o útero do colo hostil aos germes que 
habitam essa região. 
 Esse método também está relacionado a 
alguns efeitos adversos como aumento da 
dismenorreia e do sangramento uterino. 
Além disso, apesar de raro, existe o risco de 
perfuração uterina e expulsão do DIU. 
Melhor momento para colocação é pós-
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Além disso, apesar de raro, existe o risco de perfuração uterina e expulsão do DIU. Melhor 
momento para colocação é pós-parto e pós-aborto. 
Doença de Wilson (degeneração hepatolenticular e DIU → E uma doença hereditária que 
provoca acumulo excessivo de cobre nos órgãos, sendo muito rara. Tem como sintomas edema, 
fadiga, dor abdominal, coreia, sendo também comum o anel de Kayser-Fleishcer. O acúmulo 
de cobre do DIU + acúmulo de cobre da doença de Wilson, resulta em uma intoxicação do 
organismo. 
Efeitos colaterais do DIU → 10% das pacientes podem apresentar algum tipo de infecção por 
DIU, aquelas com risco para ITU devem ser rastreadas, a maioria das infecções é ocasionadas 
pela própria flora vaginal. Nulíparas podem ter mais sangramentos e dor. 5% das pacientes 
podem expelir o DIU no primeiro ano de uso. 
→ SIU de levonogestrel ou Mirena: 
É um dispositivo de poliuretrano em forma de T que libera 20mcg levonorgestrel por dia. Tem 
validade de cerca de 5 anos. 
Mecanismos de ação → Devido a liberação de progesterona, funciona levando a ao efeito a 
atrofia do endométrio, tornando o muco cervical espesso e dificultando a espermomigração e 
motilidade tubária. Além disso, provoca a reação inflamatória de corpo estranho, como o DIU 
de cobre. Possui o benefício de reduzir a dismenorreia e causar amenorreia em alguns casos. 
Efeitos adversos e Complicações → Algumas pacientes podem ter a cefaleia, mastalgia, 
acne, depressão, cisto ovarianos funcionais e spotting (sangramento uterino irregular). Gravidez 
ectópica, perfuração uterina, expulsão, sangramento e infecções. 
Contraindicações → As mesmas do DIU de cobre e também em mulheres com CA de mama 
atual ou prévio, tumor hepático, trombose venosa profunda ou tromboembolismo pulmonar 
atual, LES com anticorpo antifosfolipídeo positivo ou desconhecido. Além disso, não é indicado 
a continuidade do uso em pacientes que iniciaram quadro de enxaqueca com aura. 
Complicações → Gravidez ectópica, perfuração uterina, expulsão, sangramento e infecções. 
 
6° - CONTRACEPÇÃO HORMONAL: 
Os contraceptivos hormonais são métodos difundidos e eficazes. No entanto, seu índice de 
sucesso depende da paciente. 
CONTRACEPTIVOS HORMONAIS COMBINADOS (CHC) 
Possuem a combinação de um estrogênio e um progestogênio no mesmo método. Desse grupo 
fazem parte as pílulas contraceptivas de uso oral, o injetável mensal, o adesivo transdérmico e 
o anel intravaginal. Apresentam bons níveis de efetividade e continuidade. 
 
Mecanismo de ação → Inibição da ovulação. No ciclo menstrual o FSH é responsável pelo 
recrutamento e desenvolvimento folicular. Já o LH é o responsável pela ovulação. O 
componente de estrogênio dos CHC’s inibe o FSH e o progestogênio inibe o LH. Com ambos 
inibidos, não pode ocorrer recrutamento folicular, amadurecimento do folículo dominante e 
ovulação. Além disso, a progesterona presente nesses contraceptivos torna o muco cervical 
espesso, dificulta a espermomigração, reduz a motilidade tubária e tem efeito antiproliferativo 
no endométrio. Já o estrogênio estabiliza o endométrio, reduz os sangramentos e aumenta a 
produção hepática da globulina carreadora de hormônios sexuais (SHBG), reduzindo a fração 
livre de testosterona. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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→ Contraceptivos orais combinados (COC): 
O principal estrogênio utilizado é o etinilestradiol. Os COCs que possuem etinilestradiol em sua 
composição podem ser classificados pela dose estrogênica, em pílulas de alta ou baixa dose. 
As pílulas que contêm doses < 50 mcg de etinilestradiol são as de baixa dose, aquelas com > 
50mcg são as de alta dose. De acordo com o tipo de progestagênios contido, os COCs podem 
ser classificados em 1°, 2° ou 3° geração. 
1° geração → são os que possuem levonorgestrel (progestágeno) associado a 50 mcg de 
etinilestradiol. 
2° geração → contém o etinilestradiol em doses menores, associado ao levonorgestrel. 
3° geração → Se a pílula tiver desogestrel ou gestodeno associado ao progestágeno. 
Pode ser utilizado de maneira contínua ou estendida. No uso contínuo, não há interrupção das 
pílulas e no uso estendido, as pausas acontecem 3 a 4 vezes por ano, dependendo do produto. 
As pílulas devem ser iniciadas no primeiro dia do ciclo menstrual. As cartelas a depender do 
tipo esquema utilizado, indicam pausas mensais que podem variar de 4 – 7 dias. Nestes casos, 
após a primeira cartela inicia-se a segunda no 5° ou 8° dia, respectivamente. Alguns anticon-
cepcionais de 28 dias podem ser utilizados sem pausa. No caso de esquecimento, deve se 
fazer o uso da pílula esquecida mais a pílula do dia para evitar sangramento por colapso 
endometrial. Em caso de mais de um dia esquecido, deve-se utilizar um contraceptivo de 
barreira por pelo menos 7 dias para evitar gestação. 
 
→ Injetável mensal: 
Os mais utilizados são o de valerato de estradiol com enantato de noretisterona, e o cipionato 
de estradiol com acetato de medroxiprogesterona. É indicado para pacientes que possuem 
dificuldade de aderir pílula anticoncepcional. O mecanismo de ação é o mesmo que os demais 
contraceptivos combinados. O sangramento menstrual ocorre a cada três semanas após o 22° 
dia da injeção. A aplicação ocorre via intramuscular no músculo deltoide a cada 30 dias. 
→ Anel vaginal: 
Possui o formato de um anel transparente e flexível e contém 2,7 mg de etinilestradiol e 11,7 
mg de etonogestrel. Libera cerca de 15 μg de etinilestradiol/dia e 120 μg de etonogestrel/dia. 
Deve ser colocado em forma de “8” no fundo vaginal entre o 1° – 5° dia do ciclo menstrual. O 
dispositivo permanece por 3 semanas consecutivas, faz-se uma pausa de 7 dias, quando ocorre 
o sangramento e recoloca um novo dispositivo ao final da pausa. 
→ Adesivo transdérmico: 
Contém uma camada interna hormonal e uma externa resistente à água. Libera diariamente 30 
μg de EE e 150 μg de norelgestromina, que após metabolismo hepático, se transforma em 
levonorgestrel. Deve ser aplicado na pele limpa, podendo ser nas nádegas, parte externa do 
braço, abdome inferior ou região superior do dorso, evitando as mamas. 
O primeiro adesivo é aplicado no 1°dia do ciclo. Depois disso, o adesivo é trocado uma vez por 
semana, após a 3° semana é feito uma pausa, quando ocorrerá o sangramento e ao final da 
pausa um novo adesivo é colocado. Além disso, o contínuo, ou seja, sem pausas também pode 
ser utilizado. Ele fornece proteção contraceptiva mesmo após 2 dias de atraso na substituição 
do adesivo. 
 
 
CONTRACEPTIVOS APENAS DE PROGESTOGÊNIO 
Dentro desse grupo está a pílula de progesterona isolada, o injetável trimestral, o implante 
subdérmico e o SIU de levonogestrel. 
 
→ Pílula de progesterona isolada: 
Podem sercompostos por desogestrel, acetato de noretindrona e levonorgestrel. 
Minipílula → Os contraceptivos compostos por acetato de noretindrona e levonorgestrel são 
também conhecidos como minipílulas e podem ser utilizados em pacientes em aleitamento e na 
perimenopausa. Essas medicações promovem efeito contraceptivo através do espessamento 
do muco cervical e inibição da implantação do embrião no endométrio. Não possuindo efeitos 
anovulatórios. Nesse caso, o uso de minipílulas é contínuo e devem ser prescritas no puerpério 
de mulheres que amamentam seis semanas após o parto. O seu uso deve ser rigoroso, pois 
após 27 horas da injesta do último comprimido já pode perder o seu efeito. 
Risco de tromboembolismo: Maior nos adesivos, junto com complicações vasculares, 
pois induz aumento da síntese hepática de pró-coaguladores sensíveis ao estrogênio. 
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OBS: Uma contraindicação relativa ao uso de anticoncepcionais com progestágeno isolado é o 
diabetes mellitus gestacional prévio, pois está relacionado ao desenvolvimento de diabetes 
mellitus tipo 2 nos primeiros dois anos após o parto. 
 
 
 
→ Desogestrel: 
Composto por 75 μg de desogestrel e tem a capacidade de inibir a ovulação, por isso, é mais 
eficaz que as minipílulas. Além disso, torna o muco cervical espesso, dificultando a ascensão 
dos espermatozoides. Também pode ser indicado durante a amamentação e tem a vantagem 
de poder ser tomado com atraso de até 12 horas, sem comprometer a sua eficácia. 
→ Injetável trimestral: 
Utilizado em pacientes que possuem contraindicação ao uso de estrogênios. Ele bloqueia a 
ovulação através da inibição do LH, levando a alteração nas características do muco e atrofia 
endometrial. Além disso, ter amenorreia e redução da dismenorreia, TPM e CA endometrial. 
Como efeitos adversos: sangramento intermenstrual, edema, ganho de peso, acne, náuseas, 
mastalgia, cefaleia, alterações do humor e redução da densidade mineral óssea. É aplicado via 
intramuscular na nádega ou músculo deltoide a cada três meses. 
→ Implante subdérmico: 
Composto contendo progestágenos como o etonogestrel (Implanon) e o levonorgestrel 
(Norplant). O 1° tem duração de 3 anos, enquanto que o 2° dura até 5 anos. É implantado na 
parte subdérmica do antebraço, entre os bíceps e tríceps. Para ser retirado, faz pequena incisão 
sob anestesia local. O implante de levonorgestrel atua inibindo a ação do LH, impedindo a 
ovulação, leva a atrofia endometrial e alteração do muco cervical. Por não apresentar um com-
ponente estrogênico que estabiliza o endométrio, pode ocorrer como efeito adverso o spotting. 
Já o implante de levonogestrel previne a gestação por meio da ação sobre o muco cervical que 
se torna impenetrável aos espermatozoides. Está associado a cefaleia, mastalgia, acne e ganho 
de peso. Após a remoção do implante, o retorno à fertilidade é rápido, podendo variar em média 
de 1 a 18 semanas. O implante de etonogestrel tem uso seguro durante a amamentação. 
 
7° - CONTRACEPÇÃO CIRÚRGICA: 
Método considerado irreversível ou definitivo, podendo ser masculina com a vasectomia ou 
feminina com a ligadura tubária (LT). A Lei do planejamento familiar, regulamenta o seu uso no 
Brasil, sendo indicado somente nas seguintes situações: 
OBS: A progesterona reduz níveis séricos de testosterona e limita 5ª-redutase, 
isso faz com que a paciente tenha menos acne. 
Módulo Saúde da Mulher | Samille Donato 
 
1. Homens e mulheres com capacidade civil plena e maiores de 25 anos de idade OU, 
pelo menos, com dois filhos, desde que observado o prazo mínimo de 60 dias entre a 
manifestação da vontade e o ato cirúrgico. 
2. Risco à vida ou à saúde da mulher ou do futuro concepto, desde que tenha relatório 
escrito e assinado por dois médicos. 
É vedado a esterilização cirúrgica durante o parto, aborto ou até 42 dias após o parto (ou 
aborto), exceto nos casos de comprovada necessidade, como: 
1. Cesárias sucessivas anteriores (no mínimo 2); 
2. Doença de base com risco à saúde. 
Na vasectomia se faz a ligadura do ducto deferente, podendo ser realizado apenas com 
anestesia local. Na ligadura tubária realiza-se a obstrução do lúmen tubário, principalmente o 
istmo, seja com fio cirúrgico e/ou secção da trompa, eletrocoagulação ou obstrução mecânica 
com clips ou anéis. Com isso, se impede o transporte do óvulo e o encontro dos gametas 
femininos e masculinos. 
8° - CONTRACEPÇÃO DE EMERGÊNCIA: 
Método que visa prevenir uma gestação inoportuna após relação sexual. Pode ser indicada no 
ato sexual desprotegido, falha ou uso inadequado do método contraceptivo em uso ou violência 
sexual. são efetivos e seguros, apresentando poucos efeitos adversos. Com isso, reduz a 
quantidade de abortamentos inseguros e garante o planejamento familiar. O mecanismo de 
ação desses métodos varia de acordo com o período do ciclo menstrual no qual é utilizado. Se 
o uso ocorre na 1° fase do ciclo, antes do pico do LH (hormônio luteinizante), ele altera o 
desenvolvimento folicular, impedindo ou retardando a ovulação. Já quando é usado na 2° fase 
do ciclo menstrual, ou seja, após a ovulação, ele modifica as características do muco cervical, 
deixando-o mais viscoso e com isso alteração o transporte dos espermatozoides. 
Os mais utilizados são o método Yuzpe e o contraceptivo de levonogestrel isolado, ambos são 
igualmente eficazes, podendo ser utilizado até 5 dias após o ato sexual desprotegido. 
Entretanto, sua eficácia é inversamente proporcional ao tempo decorrido desde a atividade 
sexual, sendo recomendado o uso até 72 horas após o ato. Pela comodidade posológica e 
menos efeitos colaterais, o método de levonogestrel é o mais indicado. Única contraindicação 
do uso é a gravidez documentada. 
→ Método Yuzpe: 
Uso de duas doses de 100 mcg de etinilestradiol e 500 mcg de levonorgestrel, com intervalo de 
12 horas; sendo que a primeira deve tomada o mais próximo possível da atividade sexual 
desprotegida e até 72 horas depois. 
→ Contraceptivo de levonogestrel isolado: 
Ingerir o levonorgestrel na dose de 1,5 mg em dose única ou fracionada em duas tomadas, com 
intervalo de 12 horas. Sendo ambas as formas de uso igualmente eficaz. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS: 
- Assistência em planejamento familiar, manual técnico – MS – 4° ed – 2002 – DF. 
- Rotinas em ginecologia – Fernando Freitas – 6° ed et al. – 2011. 
- Ética e ginecologia – FEBRASGO. 
- Métodos anticoncepcionais reversíveis de longa duração – FEBRASGO. 
- Anticoncepcional hormonal combinado – FEBRASGO.

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