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Direito Penal II Livramento condicional Conceito: permite redução do tempo de prisão com a concessão abreviada e condicionada da liverdade do condenado, quando há pena privativa de liberdade, mediante atendimento de requisitos e aceitação de condições. De origem francesa, significa liberdade preparatória e visa promover a ressocialização do preso, reajustando-o a vida social testando sua regeneração. Configura parte essencial do sistema progressivo da pena de prisão, e representa a ultima etapa do cumprimento da pena privativa de liberdade, permitindo que o condenado volte ao convívio social antes da extinção da pena. O procedimento é realizado pelo juiz de execução, desde a concessão até a fiscalização e eventual revogação. O art. 83, CP prevê que o livramento é um direito subjetivo do condenado, depende do preenchimento dos pressupostos para ser concedido. Após a concessão, o condenado se submete a um período de prova, obervando determinadas condições que, se descumpridas, poderão levar à sua revogação. Requisitos: Art. 83, CP - aplicável para penas privativas de liberdade igual ou superiores a 2 anos, e na contagem desse prazo mínimo, permite-se a soma das penas aplicadas por infrações diversas, ainda que impostas por processos diferentes - Art. 84, CP. No pimeiro requisito, a pena deve ser privativa de liberdade, sendo indiferente a qualidade da pena (reclusão, detenção, prisão simples) e a gravidade da infração, dede que maior de dois anos. Quanto ao segundo requisito, nas condenações inferiores a 2 anos, poderão ser aplicados outros benefícios, ex. substituição por pena restritiva de direitos ou suspensão condicional da pena - SUSIS. Ex. Réu condenado por furto, pena 1 ano e 11 meses, reincidente específico. Neste caso, ele não poderia receber nenhum benefício citado, diante desta situação, GRECO nos oferece a seguinte posição: solicitação, por parte da defesa, por recurso que a pena seja aumentada para dois anos para que possa se tornar apto ao benefício. Crítica: nas penas de até 2 anos cabe sursis e as penas privativas de liberdade não permite observação ou readaptação do condenado. Para MIRABETE, a melhor opção seria não estabelecer um mínimo de pena para concessao do benefício, já que pode o agente não receber sursis (ex. por reincidência) e recuperar-se com o cumprimento de parte de uma pena de duração inferior a dois anos. Acreditamos que o requisito objetivo da quantidade de pena não deve ser interpretado de forma absoluta, para não desencadear desigualdades, como o ex. citado. No caso em questão, deverá ser aplicado o benefício do livramento, caso contrário estaria ele situação desigual a um sujeito tb condenado por furto a 2 anos, pois a pena é a medida de sua culpabilidade. Incisos: I - Livramento condicional Simples - cumprimento de 1/3 da pena se o condenado não for reincidente em crime doloso e tiver bons antecedentes: refere-se aos primários, condenados em crimes dolosos e com bons antecedentes. A reincídência somente exclui o apenado se for dolosa, sendo assim, os condenados por crimes culposos ou contravenções penais estão aptos. Bons antecedentes é requisito subjetivo, são fatos que demonstram mque o sujeito não é criminoso habitual, não tem outras condenações anteriores ao cumprimento da pena. OBS: lacuna ao primário em crime doloso que possua maus antecedentes, pois não se pode incluí-lo com perfeita adequação neste dispositivo, neste caso, acreditamos que a melhor resposta seja a 1 tipíficação no inciso II. II - Livramento condicional qualificado - cumprimento de + 1/2 para reincidentes em crimes dolosos ou tiver maus antecedentes. V - cumprimento de +2/3 da pena se condenado a crime hediondo/equiparado, não sendo reincidente específico. OBS: alguns autores defendem reincidencia específica como prática de crimes que tutelam o mesmo bem jurídico, desta forma o sujeito é reincidente por estupro e posteriormente é condenado por um latrocínio, poderia obter tal livramento. Outro entendimento mais adequado, admite o cometimento de outro crime hediondo/equiparado após trânsito em julgado da sentença que já tenha o condenado por crime hediondo/equiparado. Não importando a relação entre os bens jurídicos tutelados, qualquer cometimento de novo crime da mesma natureza impedirá a concessão - conforme NUCCI. III - comprovação de comportamento satisfatório durante a execução da pena (cárcere), conforme art. 39 da LEP, garantia que estava cumprindo a função ressocializadora da pena. Não tem comportamento satisfatório o preso que fugiu, burlou a vigilância e afastou-se do presídio, envolveu-se com tóxicos, possui corrências etc. Quem averigua essa situação é o juiz da execução que pode/deve ser alertado pelo promotor da execução. P. único: para condenados por crimes dolosos, cometidos com violência ou grave ameaça, a concessão do livramento condicional está subordinada a um prognóstico que indique que o liberado não voltará a delinquir. Satisfeito através de exame criminológico - art. 8, da LEP, que constatará as condições pessoais do condenado, que farão presumir que ele não voltará a delinquir, caso concedido o LC - vide súmula 439/STJ. Condições para o cumprimento: A principal é não voltar a delinquir. Estão previstas no - art. 132, §1 e 2º, constarão na sentença que concede o livramento e na cerimõnia do livramento. Conforme o art. 85, CP, caberá ao juiz, na sentença especificar as condições a que o candenado ficará submetido durante o período de prova, se dividindo em obrigatórias - Art. 132, §1º da LEP e, facultativas - 132, §2º. O juiz poderá impor outras condições, desde que adequadas ao fato e a personalidade do agente. Obrigatórias: não voltar a delinquir, obter ocupação lícita, comunicar periodicamente ao juiz sua ocupação e não mudar do território da comarca do juízo de execução, sem prévia autorização deste. Facultativas: não mudar de residência sem comunicação ao juiz e à autoridade incumbida da observação cautelar e de proteção, recolher-se à habitação em hora fixada e não frequentar determinados lugares. Modificação das condições? o juiz, ex officio, a requerimento do MP ou mediante representação do Conselho Penitênciário e ouvido o liberado, poderá modificar as condições especificadas na sentença, devendo o respectivo ato decisório ser lido ao liberado por autoridade ou funcionário indicado no inciso I, do art. 137, LEP, observados os incisos II e III, §§1 e 2 do art. 144, da LEP. Revogação e efeitos da revogação: há possibilidade de revogação a qualquer tempo, tendo em vista que se trata de uma antecipação da liberdade, submetida a requesitos para sua manutenção. Os artgs. 86 e 87, respectivamente, tratam da revogação obrigatória e facultativa. OBS: O art. 88, CP institui as implicações da revogação do livramento, porém deve-se tomar cuidado com a redação deste artigo, sendo melhor observar os art. 141 e 142 da LEP. Revogação obrigatória: se houver condenação a pena privativa de liberdade, em sentença irrecorrível, por 1) crime cometido durante o período de prova ou por, 2) crime, anterior a vigência do livramento, observando o art. 84, CP (e art. 86,CP). Se incorrer em 1, o período de prova não será computado - art. 142, LEP e o apenado não poderá receber novo livramento relativo à mesma condenação - se houver nova condenação, poderá sobre ela. Na hipótese 2, quando o 2 liberado é condenado de forma irrecorrível pelo cometimento de crime anterior a vigência do livramento, as consequências do livramento serão mais benéficas. Art. 84, CP - para efeito de livramento será feito a soma das penas de infrações diversas, porém calculando o mínimo de cumprimento para cada uma separadamente e somar ao final. No inciso II do art. 84, CP, há condenação de fato anterior à vigência do livramento, neste caso o liberado não descumpriu nenhuma medida imposta para a condição, por isso, o tempo de prova será contado.como manda o art. 141 da LEP. A revogação só irá acontecer,caso a soma das penas seja superior ao tempo já cumprido, podendo obter novo livramento assim que completar o valor da soma. Revogação facultativa: art. 87, CP - cabe ao juiz decidir pela revogação ou, se preferir, pela advertência ao liberado ou agravação das condições do período de prova. A primeira causa é desobediência quanto as condições impostas na sentença, a segunda, condenação por crime ou contravenção em que a pena não seja privativa de liberdade (ex. multa ou restrititva de direito será facultada). Os efeitos estão no art 142 da LEP e são, 1) impedimento de novo livramento com relação à mesma pena e, 2) não computação do período de prova como de pena cumprida. Se a infração é cometida antes do período de prova, vale a regra do Art. 141 da LEP, em que tal período será computado como pena cumprida, sendo permitida, aliás, para concessão de novo livramento. Extinção da pena e prorrogação do período de prova: Ocorre pelo cumprimento de todo o período de prova, sem que haja revogação. O juiz irá de ofício, ou a requerimento do interessado, do MP ou mediante representação do Conselho Penitenciário, declarar a extinção da pena, art. 90 do CP. Caso o condenado responda por processo a crime cometido durante o benefício, o juiz deverá prorrogar o período de prova até que a sentença passe em julgado, não podendo o juiz extinguir a pena até que este processo transite em julgado, art 89 do CP. Se sentença confirma condenação, ocorre a revogação e o período de prova já cumprido não será computado como de pena cumprida. Apesar do período de prova ser prorrogado, as condições não acompanham esta dilatação. Sentença de extinção da pena - declaratória ou constitutiva: Quando o juiz de execução recebe o processo do apenado que cumpri livramento, é seu dever fiscalizar procurando por processos de qualquer gênero que possam culminar em revogação (F/O) do benefício e por possíveis processos que possam prorrogar o período de prova. Caso o juiz deixe por qualquer motivo de analisar a situação do condenado, chegando no dia da extinção da pena sem que o mesmo tenha emitido sentençã de extinção, cabe perguntar: o sujeito terá extinta mesmo sem a sentença? ou, para que a pena seja extinta, se faz obrigatória a sentença de extinção da pena? Duas respostas: para aqueles que creem que a sentenã é meramente declaratória, o apenas se veria livre mesmo sem a senteça de extinção, caso ele tivesse processos em andamento, devido a ineficácia do juiz, não poderia prorrogar o período de prova, sendo extinta a pena no ultimo dia de cumprimento. Para aqueles que veem a sentença com natureza constitutiva, a liberdade do apenado está condicionada à emissão de uma sentença. O marco decisivo da extinção da pena é o limite do período de prova e não da data da declaração pelo juiz, que não tem natureza constitutiva - art. 89/CP - o juiz não pode declarar extinta a pena enquanto o processo por crime cometido na vigência do livramento não transitar em julgado. Livramento condicional e execução provisória da sentença: existem situações em que o encarcerado cumpre prisão provisória ou cautelar, ainda aguardando o julgamento do seu recurso. Logo, poderá ser concedido o livramento àquele que ainda não goza 3 do status de condenado? Sim, tendo em mente que o sentenciado, possivelmente condenado no futuro não poderá ser prejudicado pelo simples fato de ter recorrido da decisão que o condenou ao cumprimento da pena privativa de liberdade. Se já configuram os requisitos necessários à concessão, e nao haver a demanda por parte do MP (impossibilidade de aumento da pena), poderá ser concedido ainda que não tenha transitado em julgado - Sumúla 716, STF. Competência: O juiz da execução começa a atuar depois de sentenciado, onde analisa e fiscaliza a execução da pena prevista na sentença. Nos casos que ainda não transitou, continua sendo o juiz da execução mediante a peça "guia de execução provisória" concede o livramento condicional àqueles cuja sentena ainda aguarda decisão final. Suspensão Condicional da Pena/SURSIS Conceito: instituto da política criminal que tem por objetivo a suspensão da execução da pena privativa de liberdade, evitando o cárcere do condenado não reincidente, cuja pena não é superior a dois anos (ou 4 se é maior de 70 ou enfermo), sob determinadas condições, bem como dentro de um período de prova predefinido. Art. 77 a 82 do CP - somente poderá ser concedido após transito em julgado da sentença condenatória, pois é cabível a substituição da pena privativa de liberdade por pena restritiva de direitos, e somente quando tal possibilidade for inviável, poderá se optar pelo SURSIS. O início se dá com aceitação do benefício na audiência admonitória. Natureza jurídica: 1) medida política criminal para evitar o encarceramento, numa outra forma de cumprimento de pena. 2) é uma pena. 3) benefício penal ao réu, com caráter de direito público subjetivo - crítica: tal benefício é também um direito. Para o professor a primeira é a adequada, a suspensão não é pena pois está fora do art. 32, CP e a suspensão é medida a evitar a aplicação de uma privação de liberdade. Não é apenas um benefício, por possuir condições obrigatórias - medidas restritivas da liberdade do réu. É uma medida alternativa. O juiz não pode deixar de aplicar, embora o enunciado do art. diz "poderá", pois o art. 157 da LEP determina que o juiz ou tribunal, na sentença que for aplicar a pena privativa de liberdade, na situação determinada pelo seu art. 156, deverá pronunciar-se sobre a suspensão - concedendo/negando. Requisitos: Art. 77/CP - objetivos e subjetivos. Objetivos são: 1) sursis simples, condenação a pena privativa de liverdade não superior a 2 anos. No etário/humanitário, não superior a 4 anos. 2) inaplicabilidade de penas restritivas de direito (a pena restritiva é mais favorável ao réu do que o sursis, deixando este cair no esquecimento). Subjetivos: 1) não reincidente em crime doloso (se o crime anterior for doloso e a pena tiver sido de multa, isolada ou em substituição à privativa de liberdade, não impede a concessão - art. 77, §1, do CP). 2) culpabilidade, antecedentes, conduta social e personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias autorizem a concessão do benefício. Espécies: Simples: art. 78, §1º do CP. Especial: art. 78, §2º do CP - é mais favorável que o simples. Em ambos, a pena será suspensa de 2 a 4 anos // Etário/profilático: art.77, §2º do CP - cuidado, se couber o simples/especial, não será aplicado pois o tempo de prova é maior! Em ambos, a pena é suspensa de 4 a 6 anos. OBS: suspensão de 1 a 3 anos para contravenções penais - art. 11, LCP e de até 3 anos para crimes ambientais - art. 16 da lei dos crimes ambientais. 4 **A fixação feita além do minimo legal deverá ser motivada pelo magistrado, sob pena de redução pelo tribunal. Quanto às condições, ele terá larga discricionariedade para fazê-lo, levando em consideração o art. 78, §1º e §2º do CP. Revogação: No período de prova o condenado deve cumprir condições especiais e não delinquir, definido pelo juiz da condenação, não guarda relação temporal com a quantidade de pena imposta - possui uma previsão abstrata que deverá ser calculada. Obrigatória: cometimento de qualquer incidente na execução poderá levar à revogação, retornando o sujeito, ao cumprimento da pena na sua integralidade. Poderá revogar, prorrogar o período de prova ou não fazer nada. Art. 81, CP trata de causa obrigatória. Incisos: I) condenação por sentença irrecorrível, por crime doloso - se a pena for de multa, como não tem força para impedi-lo, quanto mais para revogá-lo. II) frustar, ainda que solvente, a execução da pena de multa - o não pagamento não é causa de revogação suficiente, pois haverá cobrança judicial - art. 164 da LEP, porém criar embargos para que tal cobrança seja executada sim, caso ele seja capaz de pagar. III) não efetuar, sem motivo, a reparação do dano. IV) descumprir ascondições do sursis simples. **Art. 161 da LEP: Não comparecimento, injustificado, do réu à audiência admonitória: concessão sem efeito, caso o réu intimado ou citado não compareça, em vez de revogação, o sursis perde o efeito e a pena será executada imediatamente. Facultativa: art. 81, §1 do CP: 1) descumprimento de outras condições do sursis - art. 78, §2 e 79 do CP e, 2) condenação definitiva por crime culposo ou contravenção penal - para penas privativas de liberdade ou restritivas de direito, com a devida análise dos fatos pelo juiz. Pode haver, também, situação em que o condenado está com a pena suspensa sofre uma condenação por pena privativa de liberdade ou restritiva de direitos pode não ter a condição revogada. Nem a doutrina, jurisprudência ou a lei versam sobre essa situação, tampouco se há unificação com a pena suspensa que se encontra em período probatório. O juiz poderá prorrogar até o máximo, se o benefício já começou com o máximo, o certo é revogar. Prorrogação automática do período de prova: art. 81, §2 do CP - se o condenado está sendo processado por outro crime ou contravenção, considera-se prorrogado o prazo da suspensão até o julgamento definitivo - sendo assim, é automática e obrigatória, sem necessidade de ser declarada nos autos. Não serão prorrogadas as condições, portanto, não será reconhecida extinção até oo julgamento final. Extinção da pena privativa de lliberdade: decorrido período probatório sem que tenha havido causas de revogação, está extinta a pena privativa de liberdade - art. 82/CP, e o juiz deverá declará-la. Se não o fizer, a pena estará igualmente extinta, pois o que extingue é o decurso do tempo, e não o despacho judicial. Uma vez extinta a pena, não poderá ser alterada por qqr motivo. A extinção da pena privativa de liberdade ocrre pelo cumprimento da suspensão da pena, e não pelo cumprimento da pena propriamente dita. Importante: competência do juiz da condenação, inclusive sobre a concessão e determinação das condições; cabe ao juiz da execução fiscalizar, prorrogar, revogar e extinguir a pena pelo cumprimento do sursis; no que tange á fiscalização do cumprimento, cabe ao serviço social criminal e penitenciário, e afins, que são inspecionados pelo MP e Conselho penintenciário; os direitos políticos serão suspensos durante o período de prova. OBS: nos crimes hediondos existe controvérsia, a lei 11343/06 (lei de drogas), veda expressamente a concessão do sursis 5 para tráfico - equiparado a hediondo - art. 2, caput, lei 8072/90- em seu art. 44. Ação Penal Ação penal pública: ação é o direito de pleitear do Estado uma prestação jurisdicional, sendo ela penal, referente a ocorrêcia de uma contravenção/crime - direito de punir do Estado. Pode ser ação penal pública ou ação penal de iniciativa privada, o que difere é a titularidade do direito. Na ação penal pública o titular é o MP (promotor de justiça) - art. 129, I, CF, na ação penal de iniciativa privada o titular é o ofendido ou seu representante legal. Quanto a petição inicial, no caso da pública começa através da denúncia, e na privada é queixa/queixa-crime - ambos requisitos são iguais, previstos no art. 41 do CPP. Modalidades: Condicionada - o MP precisa de autorização, pode ser a representação do ofendido e, outros crimes, que necessitam da requisição do ministro da justiça. Incondicionada - o MP não precisa de nenhuma autorização, acordo, para iniciar essa ação apenas por saber da existência da infração penal. Princípios da incondicionada: 1) p. da obrigatoriedade - o MP tendo as provas suficientes, o promotor é obrigado a denúnciar. A lei dos juizados criou um mecanismo que ameniza essa obrigação com a oferta da transação penal - exceção. 2) p da indisponibilidade - iniciado o processo, deve ir até o fim, não pode desistir. Pode até pedir a absolvição do réu. 3) p. da oficialidade - a titulidade desta ação foi atribuida a um órgão oficial. 4) p. da intranscendência - somente pode ser processado criminalmente, o autor da infração penal. Princípios da condicionada à: I) representação do ofendido - ex. crime de ameaça, lesão corporal leve/culposa. O prazo é de 6 meses a contar do conhecimento da autoria - prazo penal, conta o dia do começo e exclui o dia do final. A representação não tem forma prevista em lei, por escrito ou oralmente. Em caso de morte, segue a ordem do CADI - cônjuge, ascendente, descendete e irmãos. A vítima pode se retratar da representação até o oferecimento da denúncia - exceção: lei maria da penha, só pode se retratar na presença do juiz antes do recebimento da denúncia. II) requisição do minstro da justiça: contra honra do presidente da república ou chefe de governo estrangeiro. O prazo inexiste, pode ser feita enquanto o crime não prescrever. O código de processo penal não disse nada sobre a retratação, a jurisprudência diz que é irretratável, portanto, se inicia-da, segue. Nos crimes sexuais a ação penal é pública condicionada à representação, a vítima vai oferecer a representação e o Estado vai denunciar. Exceção: se a vítima é menor de 18 anos ou vulnerável (por razões pessoais, doente embriagada, entorpecida, não pôde oferecer resistência) a ação penal é pública incondicionada. Nos crimes de trânsito geralmente é culposo e a ação é condicionada, porém se o motorista está embriagado, em raxa ou a mais de 50km acima do limite, essa lesão será de ação pública incondicionada. Nos crimes contra honra, via de regra são de ação penal privada, portanto calúnia (imputar a alguém, falsamente, o cometimento de um crime), injúria (atribuir uma qualidade negativa), difamação (imputar um fato negativo a alguém), é a vítima que deve oferecer a queixa crime. 6 Imputação alternativa: se o autor da ação, não tiver certeza do crime praticado, faz uma imputação alternativa - um crime ou outro crime. Ex. promotor não sabe se foi furto ou receptação, logo, ele escolhe um. Prevalece o entendimento que não posssa ocorrer essa hipótese, pois isso dificultaria/impossibilitaria o direito de defesa do réu. O juiz pode rejeitar a denúncia nas hipóteses do art. 395 do CPP. Ação penal privada: o titular da ação penal é o ofendido/vítima ou seu representante legal. A lei penal que diz qual é o tipo de ação penal, procurar em todo o capítulo, se não dizer nada a ação é pública incondicionada - ex. aborto, homicído. Crime de injúria racial é ação privada. Princípios: 1) p. da oportunidade: a vítima oferece a queixa se quiser. 2) p. da disponibilidade: o ofendido pode desistir da ação penal, em qqr fase. 3) p. da indivizibilidade: havendo dois ou mais criminosos, a vítima deve oferecer a queixa contra todos. 4) p. da instranscendência: somente pode ser processado criminalmente o autor da infração penal. Espécies: 1) propriamente dita/exclusiva: regra geral, acontece por ex. nos crimes contra honra. O prazo é de 6 meses a contar do conhecimento da autoria, é penal, conta o dia do começo e exclui o dia do final - ex. hoje é dia 15/11/09 - feriado, qual o ultimo dia p oferecer a queixa. Então, o ultimo dia é 14/05/10. Se a vítima morre o direito de queixa passa ao CADI. 2) personalissíma: somente a vítima e mais ninguém pode oferecer a queixa. Se a vítima morrer, ocorre a extinção da punibilidade. Antigamente tinha adultério, mas foi revogado. Hoje, temos o induzimento de erro essencial e ocultação de impedimento - art. 236 do CP. 3) subsidiária da pública: se o promotor perde o prazo para oferecer a denúncia, a vítima pode oferecer a queixa subsidiária. O prazo do MP é 5 dias para réu prezo, e 15 para réu solto. O prazo da vítima é de 6 meses a contar da inércia do promotor, tem que ficar esperta. O MP não desaparece da ação penal, segundo o art. 29 do CPP - oferecida a queixa, o promotor continia participando não como parte principal, mas como anxíliar, podendo aditar a queixa, requerer provas, recursos e em caso de inércia do querelante, volta a ser o titular da ação. Perempção: causade extinção da punibilidade específica da ação privada, não existe na ação pública. Decorre da inércia do querelante -art. 60 do CPP. Diferença de renúncia e perdão do ofendido: são duas causas de extinção da punibilidade. A renúncia acontece antes da queixa crime, ao passo que o perdão acontece depois da queixa. A R é unilateral, mas o P é bilateral, não bata perdoar, o criminoso tem que aceitar. A R e P se estendem a todos os autores. Tanto a R/P podem ser expressos ou tácitos. Prescrição Conceito: instituto do direito penal que afasta o jus puniend, direito de punir do Estado, tanto na pretensão punitiva, quanto na pretensão executória, por não exercer o poder-dever em prazo previamente definido em lei. Por ineficiência do Estado em exercer o poder jurisdicional, ficar inerte. 3 fundamentos: decurso do tempo - teoria do esquecimento do fato. 2) correção do condenado. 3) negligência da autoridade. A natureza jurídica é o direito material (ordenamento) - Código Penal, contado ppor 7 prazo penal (inclui o dia do início e exclui o dia do fim). Exceções: Racismo - Lei 7716/89 e contra ordem constitucional - Lei 7170/83. Espécies: São consequências da inércia do Estado na efetivação da punição - afasta o direito de punir (prescrição da ação); e quanto a execução da sanção penal (pena ou medida de segurança) - afasta a punição, substituindo os demais efeitos da sentença penal (prescrição da pena). Ao reconhecer a prescrição da pretenção punitiva, o réu mantém o status de primário, sem antecedentes, como se nunca tivesse praticado a infração. A vítima, não poderá executar o decreto condenatório na esfera civíl. Quanto a pretenção executória, o Estado somente perde poder de executar a pena, que transitou em julgado, logo, caso o indivíduo venha a praticar novo fato, será considerado reincidente, ou na hipótese do art. 64, I do CP (técnicamente primário), implicará em maus antecedentes. Neste caso, a vítima tem a disposição a vinculação quanto ao direito civil - art. 475 do CPC. Modalidades da pretenção punitiva: I) Propriamente dita - art. 109, CP: Como ainda não houve sentença, o cálculo é pelo máximo da pena abstrata, considerando apenas causas de aumento/diminuição (ex. tentativa - exceto art. 119/concurso de crimes). Tabela no artigo > 20 anos se o máximo é +12 / 16 anos se é +8 e -12 / 12 anos se é + 4 e -8 / 8 anos se é +2 e -4 / 4 anos se p máximo é =1 e -2 / 3 anos se o máximo é -1. Ocorre antes do trânsito em julgado, se entre o dia do fato e o recebimento da denúncia tiver passado o prazo de prescrição, existirá a prescrição abstrata da pretensão punitiva do Estado. II) Prescrição das penas restritivas de direitos: art. 109, p. único: se aplicam às penas restritivas de direito os mesmos prazos previstos para as privativas de liberdade. Sendo estas substitutivas, o prazo será o mesmo. Execeção na lei de drogas, o cálculo é feito com base no art. 30 da lei 11343/06 - prescreve em dois anos a imposição e a execução das penas, observando, no tocante à interrupção do prazo, disposto no art. 107 e seguintes do CP. III) Prescrição superviniente, intercorrente ou subsequente: art. 109 e 110, §1 do CP: calculada com base na penna aplicada na sentença imutável para acusação, que não recorreu, não sendo possível aumentar o quantum - mas ainda não houve transito em julgado. Neste caso o MP fica inérte, não faz recurso/quando MP tem recurso indeferido/recurso do MP acolhido sem alteração do quantum. A prescrição será calculada a partir da sentença ou acórdão condenatório ainda recorrível para o réu e não para a acusação. ex. cra pegou 3 anos em x/y/2012, o mp não recorreu, a defesa sim, como não pode aumentar a pena pela inércia do mp, vc já pode calcular com base no 3 anos, que será prescrito em 8 - art. 109, IV do CP. Se o tribunal não analisar o recurso até +8 anos (x-1/y/2020), extingue-se a punibilidade em x/y/2020. IV) Prescrição retroativa: há sentença irrecorrível para acusação, porém não para defesa, como acontece na subsquente, mas neste caso permite ao juiz, antes da sentença (após denúncia/queixa). Ocorre quando o MP não recorre/recurso do MP indeferido/recurso do MP deferido porém sem aumento do quantum de pena. ex. pena de 6 anos para homicído, caso haja entre a data da sentença e a data do recebimento da denúncia + 12 anos, ocorrerá a prescrição retroativa. Não ocorre a prescrição abstrata, pois antes da sentença condenatória o prazo prescricional é baseado na pena máxima cominada no delito. Ordem de verificaçção: Prescrição abstrata (propriamente dita) > Prescrição retroativa 8 ou subsequente > prescrição da pretenção executória. Prescrição da pretenção executória: Perda do direito de punir do Estado, há pena/sentença condenatória (ou acórdão) transitado em julgado para ambas as partes. Calculada com base na pena definitiva. Os prazos prescricionais serão aumentados (só nesta modalidade) de 1/3 se o réu é reincidente, reconhecido na sentença - art. 110, caput, CP. Neste caso não exclui os demais efeitos da pena, continuando a ser reincidente. O prazo começa a ser contato da data do trânsito em julgado da sentença condenatória para a acusação, do dia que é revogado o sursis ou livramento condicional, ou ainda no dia em que e interrompe a execução, como disposto no art. 112, I e II do CP (termo inicial da prescrição executória). **No caso de fuga ou revogação do livramento condicional - art. 113, CP: no caso o condenado foge/revoga o livramento, a prescrição pe regulada pelo tempo que resta da pena. Logo, pena cumprida é pena extinta, não se computa a pena total quanto a prescrição, detrai-se. ex. condeando a 13 anos, prazo inicial de 20 para prescrever, caso tenha cumprido 6 e foge, resta 7, dai prescreve em 12 anos. Termo inicial da prescrição - 1) prescrição da pretensão punitiva - art. 111 do CP: I) data da consumação do crime. II) dia em que cessou atividade criminosa (tentativa). III) dia em que cessou a permanência (crimes permanentes). IV) caso da bigamia, falsificação ou alteração de assentamento do registo civil (ex.falsidade idiológica), da data do conhecimento do fato. OBS: o dia que se consuma a infração, pode não ser o dia do fato - teoria da atividade - art. 4º/CP, o crime é praticado no momento da ação/omissão, não no dia do resultado, que pode ser posterior. O art. 111/CP adotou a teoria do resultado, ou seja, no caso de um homicídio, não começa a contar do dia da ação/omissão, e sim da consumação do resultado. Termo inicial da pretensão executória - art. 112, CP: I) transitada em julgado a sentença condenatória para acusação. II) dia da revogação do sursis ou livramento condicional. III) dia da interrupção da execução - quanto à fuga ou doença mental e internação do condenado. Prescrição da pena de multa - art. 114 do CP: São duas hipóteses: I - em 2 anos se for a única cominada ou aplicada. II) no mesmo prazo estabelecido para prescrição da pena privativa de liberdade, quando a multa for alternativa ou cumulativamente cominada ou comulativamente aplicada. Causas de aumento ou diminuição do prazo prescricional: Redução - art. 115 - redução pela metade em casos de agente -21 ao tempo do fato, ou na data da sentença constam com +70 anos ,nos prazos prescricionais do art. 109, CP em qualquer forma de prescrição. Aumento - art. 110, caput, CP - acrescimo de 1/3 se reincidente nos prazos do art. 109, CP. **Somente na executória, na punitiva não interfere, vide súmula 220, STJ. Causas suspensivas da prescrição: admite interrupção e suspensão da contagem do prazo, são aquelas que suspendem o curso do processo prescricional. Art. 116, CP - quando o prazo é suspenso, a recontagem retoma de onde parou. Outros exemplos estão no art. 366 do CP (revelia involuntária), art. 89, §6º da lei 9099/95 (SUSPRO) e art. 9 da lei 10684/03 (parcelamento dos débitos tributários). A exemplo do inciso I, podemos citar o crime de bigamia que necessita de averiguação prejudicial na esfera9 civil - ocorre quando a pessoa está sendo processada criminalmente e para o julgamento da questão é necessário solução de uma questão civil preliminar - art. 92 a 94 do CPP. Neste caso, deve se provar se existe ou não casamento preliminar em registro civil, se existe, retorma onde parou. So SUSPRO - art. 89, §6 da lei 9099/95, a partir da audiência de suspensão condicional, tem-se suspenso curso da prescrição. Quanto a réu revel - art. 366 do CPP, a suspensão somente se dá para réu ausente citado por edital, que é a última medida a ser tomada. LIMITE: súmula 415 do STJ - o período de suspensão do prazo prescricional é regulado pelo máximo da pena cominada. Causas interruptivas: fazem com que o prazo se renove, procedendo nova contagem, desprezando-se o tempo anterior ao marco interruptivo - art. 117, §2º do CP. I) Recebimento da denúncia ou queixa: pelo juiz. II) Pronúncia. III) Decisão confirmatória da pronúncia. IV) publicação da sentenã ou ac´´ordão condenatórios recorríveis: quando feita em cartório, não no quando da sua publicação no órgão oficial de imprensa. Perdão judicial extingue a punibilidade, não há o que se falar em prescrição. V) Início ou continuação do cumprimento da pena: infere na prescrição executória. Duas hipóteses: a primeira, quando o condenado começa a cumprir a pena imposta e, a segunda, quando o sentenciada retoma o cumprimento da pena, intenrompida por fuga, por ex. VI) Reincidencia: somente na executória, confifura reiteração delitiva, cuja condenação tenha trânsito em julgado. Alguns acham que o cometimento de segundo crime já intenrompe a prescrição, que ficará dependendo da sentenã, caso seja inocentado, a interrupção retroage e será contado tempo interrompido como válido na contagem da prescrição. Efeitos da interrupção: art. 117, §1 do CP - concurso de pessoas - 1) quando for prescrição punitiva, a interrupção alcançará todos os agentes, a não ser que recaixa subjetivamente hipóstese do art. 115, CP (idade). Ainda que algum coautor tenha sido absolvido e outros condenados, a sentença condenatória, sengundo STF, também produz efeito àquele. 2) interrupção em crimes conexos (crime relacionado a outro para realização ou ocultação), se houe aditamento da denúncia (acréscimo) afim de incluir crime conexo, o recebimento da denúncia/queixa implicará na interrupção da prescrição com relação a todos os crimes. Prescrição no concurso de crimes: Art. 119, CP - a extinção da punibilidade incidirá sobre a pena de cada um, isoladamente. em qqr modalidade de infrações penais, a prescrição incidirá sobre a pena de cada crime, isoladamente. Se o réu tiver uma pena de 3 anos e uma de 8, vai somar 8 + 12 = 20 anos. No concurso formal, sob a pena mais grave, será utilizada como base para acrescentar aumento. Despreza-se a exasperação - art. 70, CP (1/6 até 1/3). Nos crimes continuados, sumula 497 do STF - será regulada pla pena imposta na sentença, não se computa acréscimo da continuação. Competência: pode ser reconhecida pelo juiz do processo, de ofício e extinguir a punibilidade por orça do art. 107, IV do CP. Prescrição pela pena em perspectiva (ideal, hipotética ou pela pena virtual): não é aceita pelos tribunais, súmula 438 do STJ. Pois não se pode reconhecer aquilo que ainda não ocorreu efetivamente, como seria o caso fosse aceito/reconhecido uma "provável" pena aplicada ao autor. Não achamos coerente tal posição pois faltam os elementos da ação: legitimidade das partes, interesse processual, possibilidade jurídica 10 do pedido e justa causa. Falta utilidade da decisão, pois poderá ser previsível que a prescrição ocorrerá de acordo com as circunstâncias imputadas, logo, o juiz, de acordo com art. 267 do CPC, extingue o processo sem análise de mérito. 11 12