Buscar

Resumo sobre Organização Sindical

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 6 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 6 páginas

Prévia do material em texto

Organização Sindical
1. CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES
O surgimento do sindicalismo está ligado ao contexto da industrialização e consolidação do capitalismo na Europa a partir do século XVIII, quando ocorreu a Revolução Industrial. A época foi marcada pelas péssimas condições de vida e trabalho às quais estava submetida boa parte da população europeia.
	No Brasil o sindicalismo surgiu no final do século XIX. Os operários imigrantes que trabalhavam em diversas fábricas estavam insatisfeitos com suas condições de trabalho e então começaram a se unir para questionar e lutar pelos seus direitos, formando os primeiros sindicatos no país. Entre 15 e 20 de Abril de 1906, ocorreu a fundação da Confederação Operária Brasileira e foi organizado o I Congresso Operário Brasileiro. 
No Congresso, foram abolidas definitivamente, as práticas e auxílio e assistencialismo e foram definidas como ferramentas de lutas a realização de greves, paralisações, boicotes e manifestações públicas.
No mesmo Congresso, o dia 1º de Maio (hoje, dia do trabalhador), foi definido como data para o acontecimento das maiores manifestações públicas trabalhistas.
2. CONCEITO DE SINDICATO
O sindicato pode ser definido como uma associação voluntária, de caráter permanente, destinada a defender os interesses de trabalhadores assalariados de uma mesma profissão ou de uma mesma indústria. As primeiras associações sindicais agrupavam geralmente trabalhadores de uma mesma profissão (sindicatos de ofício).
3. BREVE HISTÓRICO DO SINDICALISMO NO BRASIL
Denominadas Ligas Operárias e sob forte influência dos trabalhadores estrangeiros que para cá migraram, surgiram no Brasil, no final do séc. XIX e início do séc. XX, os primeiros passos do sindicalismo nacional.
Os primeiros a serem reconhecidos legalmente foram os sindicatos rurais (1903). Depois, os sindicatos urbanos (1907). A partir de 1930, o modelo sindical brasileiro sofreu a influência do corporativismo italiano (fascismo), resultando em acentuada interferência estatal na sua organização e funcionamento.
A Revolução de 1930 deu contornos mais precisos a respeito da nossa organização sindical, sendo que o Decreto 19.770, de 19.03.1931, estabeleceu distinção mais nítida entre sindicatos de empregados e de empregadores. A partir daí, foi exigido o reconhecimento dos sindicatos pelo Ministério do Trabalho, então criado.
A Constituição de 1934 garantiu a pluralidade e a autonomia sindicais. Por falta de regulamentação infraconstitucional, tais preceitos caíram no esquecimento.
A Carta de 1937 consagrou o sindicato único, cuja criação, organização e funcionamento eram regulados pelo Decreto 1.402, de 05.07.1939. Permitiu-se a intervenção estatal na vida sindical. A investidura sindical passou a ser conferida à associação mais representativa, a critério do Ministério do Trabalho. A greve era considerada infração penal. Esse sistema, de índole fascista, foi posteriormente adotado pela CLT.
A CF/43 reconhece o direito de greve, que foi regulamentado muito tempo depois (Lei 4.330, de 01.06.1964).
A Constituição de 1967/69 praticamente nada inovou em relação ao regime anterior.
4. A CONSTITUIÇÃO DE 1988
A organização sindical brasileira sofreu, embora com indisfarçável caráter conservador, sensíveis alterações com o novo modelo instituído pela Constituição Federal de 05.10.1988.
O regime, de forte interferência estatal, cedeu lugar ao sistema da autonomia das entidades sindicais, sem que fosse, contudo, adotada a liberdade sindical plena, conforme disposto no art. 8º e seus incisos da CF/88.
5. NATUREZA JURÍDICA DO SINDICATO
A natureza jurídica dos sindicatos varia de acordo com o ordenamento jurídico de cada Estado
5.1. Pessoa jurídica de direito público
Quando os sindicatos não têm qualquer autonomia perante o Estado. São órgãos do próprio Estado, do qual dependem diretamente. São exemplos de sindicatos dessa natureza, os sindicatos dos países que integravam o antigo bloco socialista e os que existiam na Itália fascista.
5.2. Pessoa jurídica de direito privado
Quando o sindicato tem plena autonomia perante o Estado, sua disciplina jurídica resulta do seu poder normativo ou de normas que o situam como associação nos moldes de direito comum. São exemplos os sindicatos de natureza privatística, os da Itália contemporânea, Estados Unidos, França etc.
5.3. Pessoa jurídica de direito social
Esse modelo refere-se o sindicato como pessoa jurídica de direito social, isto é, uma instituição coletiva de proteção aos fracos.
5.4. Modelo brasileiro
Pessoa jurídica de direito privado que exerce a função de defender os interesses coletivos dos membros da categoria que representa, bem como os interesses individuais dos membros da respectiva categoria. Possui natureza de pessoa jurídica de direito privado sob a forma de associação civil, que representa categoria (econômica ou profissional), tendo por objetivo atuar, judicial e extrajudicialmente, em defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da correspondente categoria com permissão constitucional e legal para promover a negociação coletiva e celebrar acordos coletivos e convenções coletivas de trabalho.
6. CRITÉRIOS DE REPRESENTAÇÃO SINDICAL
O legislador brasileiro elegeu como critério primeiro para o reconhecimento da representação sindical entre nós a identidade de profissão ou atividade e, excepcionalmente, o exercício de profissões ou atividades similares ou conexas, como decorre do texto do artigo 511 da CLT.
O Brasil adota, como regra, o sindicalismo por categorias econômicas e profissionais, admitindo, excepcionalmente, o sindicato por profissão, também chamada de sindicato representativo de categoria profissional diferenciada (CLT, art. 511, § 3º).
Na alta cúpula das relações coletivas de trabalho existem as denominadas centrais sindicais. A Lei 11.648/2008 reconheceu formalmente a existência das centrais sindicais, dispondo, no seu art. 1º, que elas são entidades de representação geral dos trabalhadores, constituída em âmbito nacional, cabendo-lhes coordenar a representação dos trabalhadores por meio das organizações sindicais a ela filiadas e participar de negociações em fóruns, colegiados de órgãos públicos e demais espaços de diálogo social que possuam composição tripartite, nos quais estejam em discussão assuntos de interesse geral dos trabalhadores. O parágrafo único do preceptivo em causa considera central sindical “a entidade associativa de direito privado composta por organizações sindicais de trabalhadores”. Não existe central sindical de representação geral dos empregadores ou empresários.
Há países em que existe apenas uma central sindical.
No Brasil, existem a CGT – Central Geral dos Trabalhadores, a CUT – Central Única dos Trabalhadores, a FS – Força Sindical, a USI – União Sindical Independente e a CGT (segunda) desdobramento da primeira.
7. A QUESTÃO DO REGISTRO SINDICAL
O art. 8º, inc. I, da Constituição Federal preceitua que “a lei não poderá exigir autorização do Estado para fundação de sindicato, ressalvado o registro no órgão competente, vedadas ao Poder Público a interferência e a intervenção na organização sindical”.
O registro sindical, segundo o STF, “qualifica-se como ato administrativo essencialmente vinculado, devendo ser praticado pelo Ministro do Trabalho, mediante resolução fundamentada, sempre que, respeitado o postulado da unicidade sindical e observada a exigência de regularidade, autenticidade e representação, a entidade sindical interessada preencher, integralmente, os requisitos fixados pelo ordenamento positivo e por este considerados como necessários à formação dos organismos sindicais”
É importante ressaltar que registro sindical no Ministério do Trabalho constitui ato vinculado, subordinado apenas à verificação de pressupostos legais, e não de autorização ou de reconhecimento discricionários, segundo orientação do Supremo Tribunal Federal
8. ADMINISTRAÇÃO DO SINDICATO
No ordenamento jurídico brasileiro, o sindicato é administrado nos termos dos seus estatutos, os quais, no entanto, devem observar asregras estabelecidas na legislação pertinente.
Assim, de acordo com o art. 522 da CLT, a administração do sindicato será exercida por uma diretoria constituída no máximo de sete e no mínimo de três membros e de um Conselho Fiscal composto de três membros, eleitos esses órgãos pela assembleia geral.
A diretoria elegerá, dentre os seus membros, o presidente do sindicato, sendo certo que a competência do conselho fiscal é limitada à fiscalização da gestão financeira do sindicato.
Além disso, prevê o art. 523 da CLT que a diretoria poderá designar, dentre os associados radicados no território da correspondente delegacia, delegados sindicais destinados à direção das delegacias ou seções instituídas na forma estabelecida no § 2º do art. 517 do mesmo diploma normativo.
Constituem órgãos da estrutura interna dos sindicatos:
a) Assembleia geral, seu órgão soberano, que é constituída dos associados do sindicato, com direito a voto nas suas deliberações de sua competência;
b) Conselho Fiscal, integrado por três membros eleitos pela assembleia geral, a quem compete a fiscalização da gestão financeira;
c) Diretoria, que é órgão executivo na estrutura sindical eleito pela assembleia geral, é constituída de no mínimo três e no máximo sete membros, dentre os quais um será eleito, pelos demais diretores, presidente do sindicato.
Os membros da diretoria e do conselho fiscal são destinatários da garantia provisória no emprego, a partir do registro da candidatura, e, se eleitos, ainda que suplentes, até um ano após o final do mandato, salvo se cometerem falta grave nos termos da lei (CF, art. 8º, VIII, c/c CLT, art. 493).
9. RECURSOS FINANCEIROS
São basicamente quatro as fontes dos recursos financeiros das entidades sindicais:
9.1. Contribuição confederativa
Criada pela Constituição Federal (art. 8º, IV), é destinada ao custeio do sistema confederativo sindical brasileiro, sendo fixada pela assembleia geral.
9.2. Contribuição sindical
A contribuição sindical compulsória estava prevista nos arts. 578 a 610 da CLT. Como espécie de receita sindical, a contribuição sindical, nos termos do art. 579 da CLT, era “devida por todos aqueles que participarem de uma determinada categoria econômica ou profissional, ou de uma profissão liberal, em favor do sindicato representativo da mesma categoria ou profissão”.
Esta contribuição, que também era chamada de “imposto sindical”, possuía natureza tributária e foi recepcionada pelo art. 8º, IV, in fine, e art. 149 da CF.
A Lei 13.467/2017, em seus artigos 578 e 582, alterou radicalmente a natureza jurídica da contribuição sindical, na medida em que esta deixou de ser compulsória e passou a ser facultativa para os integrantes de categorias profissionais ou econômicas, assim como para os integrantes das categorias profissionais diferenciadas.
9.3. Mensalidade sindical
A mensalidade sindical ou contribuição do associado é uma espécie de receita sindical prevista no respectivo estatuto social do sindicato ou na Assembleia Geral, sendo constituída de pagamentos realizados exclusivamente pelos associados/filiados, isto é, pelos sócios inscritos na entidade sindical.
Com efeito, dispõe a alínea b do art. 548 da CLT que “constituem o patrimônio das associações sindicais (...) b) as contribuições dos associados, na forma estabelecida nos estatutos ou pelas Assembleias Gerais”.
9.4. Taxa assistencial (ou desconto assistencial, ou taxa de fortalecimento sindical)
Esta espécie de receita sindical é autorizada pelas Assembleias Gerais e é fixada em acordos coletivos, convenções coletivas ou sentença normativa, como forma de custeio das despesas realizadas durante a negociação coletiva.
A contribuição assistencial visa a custear as atividades assistenciais dos sindicatos, principalmente no curso de negociações coletivas.

Continue navegando