Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Prof Mc Antonio Carlos RELAÇÕES TRABALHISTAS E SINDICAIS 1 O termo trabalho vem do latim tripalium, instrumento formado por três estacas fincadas no chão, utilizado nas sociedades primitivas para torturar os escravos. Desprendimento de energia de uma pessoa para desenvolver uma atividade para um determinado fim. Trabalho 2 É quando uma pessoa presta serviços para outra sob subordinação, objetivando uma retribuição. Trabalho 3 Antiguidade → Escravidão: a prática escravagista surgio nas lutas contra as tribos rivais, os adversários eram feridos e mortos, com o passar do tempo verificou-se que era mais útil deixa-los vivos para a utilização de seus serviços, tornando-os escravos. Evolução Histórica 4 ►O escravo era considerado uma ¨coisa¨, era de propriedade do seu senhorio, sem qualquer direito, apenas o de trabalhar. Portanto não era considerado sujeito de direito. ►O trabalho manual era considerado subalterno e desenvolvidos pelos escravos, como: o cultivo da terra, as atividades domésticas… Evolução Histórica 5 Os escravos faziam todo e qualquer tipo de trabalho, não tinham escolha nem vontade, pois eram simplesmente servis. Os filósofos acreditavam que o trabalho de força física não trazia realização pessoal. Evolução Histórica 6 Idade Média → Servidão ou Servilismo: caracteristicas das sociedades feudais, os trabalhadores gozavam de algumas prerrogativas, era uma forma mais branda que o escravagismo mas ainda não tinham uma condição livre . Os srs. Feudais davam proteção militar e política aos servos, e deixavam os mesmos trabalharem em suas terras tendo em troca a prestação de serviço e entrega de parte da produção rural ao senhores feudais. Evolução Histórica 7 Final da Idade Média → Corporações de Ofício, resultado do êxodo rural dos trabalhadores para as cidades. Ainda não gozavam de inteira liberdade. Fase em que os trabalhadores se especializavam em determinados trabalhos, de forma organizada. Ex: corporações de artesãos agrupando-se em um mesmo local todos os artesãos do mesmo ramo. Evolução Histórica 8 ►O trabalhador não podia exercer seu ofício livremente, deveria ser inscrito em uma corporação. ►Cada corporação tinha um estatuto disciplinando algumas normas para relação de trabalho. ►As corporações de ofício se dividiam em três classes: os mestres, os companheiros e os aprendizes. Evolução Histórica 9 Os mestres: são os chamados hoje de empregadores, que tinham sob o seu comando os trabalhadores. Eram os donos das oficinas, chegando a essa condição, depois de aprovados segundo os regulamentos da corporação na confecção de “uma obra mestra”. Evolução Histórica 10 ►Os companheiros: eram os trabalhadores ( equivalentes hoje aos empregados), livres, qualificados e percebiam salários dos mestres. Para serem mestres deveriam fazer a prova de “obra mestra”, ou casar –se com a filha ou viúva do mestre. ►Os aprendizes: eram os menores que recebiam dos mestres o ensino metódico de um ofício ou profissão. Evolução Histórica 11 Características das Corporações de Trabalho →estabelecer estrutura hierárquica →regular a capacidade produtiva →regulamentar a técnica de produção Evolução Histórica 12 ►Em 1789, com a Revolução Francesa foram extintas as corporações de ofício, e o trabalho tornou-se livre. Evolução Histórica 13 Surgimento de uma nova classe social ►Proletariado ( assalariados ) → os trabalhadores começam a se reunir para reivindicar melhores salários e condições de trabalho. Ex: diminuição na jornada de trabalho. ►Com a reunião dos proletariados surge os movimentos sindicais, para gerenciar a força de trabalho. Evolução Histórica 14 A Lei Le Chapellier, de 17.07.1791, proibia que “ os cidadãos de um mesmo estado ou profissão tomassem decisão ou deliberações a respeito de seus pretensos interesses comuns”. Somente a partir de 1884 é que as associações dos trabalhadores foi reconhecida . Evolução Histórica 15 A lei Waldeck-Rousseau, de 21.03.1884, permitiu as pessoas da mesma profissão ou profissões conexas constituir associações, sem autorização do governo, podendo assim defender seus interesses profissionais e econômicos. Evolução Histórica 16 Constituição do México ( 1917) – primeira constituição que fez referencia ao Direito do Trabalho – direito de sindicalização e de greve. 17 Evolução Histórica A Constituição de Weimar, de 1919, na Alemanha, foi a 2ª Constituição a tratar de matéria trabalhista. O sindicato nasce, assim, como um órgão de luta de classes. Evolução Histórica 18 O sindicato legalmente reconhecido e submetido ao controle do Estado é que tinha direito de representar a categoria, estabelecendo os contratos coletivos. O Estado era o disciplinador dos conflitos de trabalho. Evolução Histórica 19 Em 1948, foi criada a Declaração Universal dos Direitos do Homem, determinando que todo homem tem direito a ingressar num sindicato. ( art. XXIII,4) A Convenção nº 87, de 1948, a Organização Internacional do Trabalho (OIT), determinou o direito da livre sindicalização, sem interferência por parte do Estado, preconiza a adoção da pluralidade sindical Evolução Histórica 20 Sindicato deriva do latim syndicus, proveniente do grego sundikós, significando assiste em juízo ou justiça comunitária. No Direito Romano o síndico era conhecido como a pessoa representante de uma coletividade. Denominação 21 A Lei Le Chapellier, 1791, utilizava o nome síndico, derivando a palavra sindicato, objetivando para se referir aos trabalhadores e associações clandestinas, organizadas após a Revolução Francesa ( 1789 ). Denominação 22 A partir de 1830, na Europa, observa-se a utilização da palavra sindicato para fazer referencia à classe dos trabalhadores ou a trabalhadores de diversos ofícios ou ocupações. Surgindo também a denominação sindicato operário identificando as associações de trabalhadores do mesmo ofício. Denominação 23 “ associação de pessoas físicas ou jurídicas que tem atividades econômicas ou profissionais, visando à defesa dos interesses coletivos e individuais de seus membros ou da categoria”☺ Conceito 24 “O sindicato é uma instituição de luta para defender os direitos da classe, ele representa todos e todas que são ou não associados, portanto é um instrumento social espontâneo que reúne as pessoas pelo que apresentam em comum, isto é, o exercício da mesma atividade econômica e por interesses da categoria como um todo. O sindicato se organiza com base no interesse de classe e tem por objetivo resolver problemas individuais e coletivos seja do ponto de vista salarial, trabalhista ou social e político”.(Pascoal Carneiro) 25 Sindicato Delgado (2008, p. 63), “[…] os trabalhadores somente ganham corpo, estrutura e potência de ser coletivo através de suas organizações associativas de caráter profissional, no caso, os sindicatos”. 26 Sindicato “ é o ramo do Direito composto por regras e princípios, sistematicamente ordenados , que regulam a relação de trabalho subordinada entre empregado e empregador, acompanhado de sanções para a hipótese de descumprimento dos seus comandos”. ( José Cairo Jr.) Conceito de Direito do Trabalho 27 “ é o ramo da ciência do direito que tem por objetivo as normas jurídicas que disciplinam as relações de trabalho subordinado, determinam os seus sujeitos e as organizações destinadas à proteção desse trabalho, em sua estrutura e atividade”. ( Amauri Mascaro Nascimento ) Conceito de Direito do Trabalho 28 “é o conjunto de princípios, normas e institutos que regem as relações jurídicas trabalhistas coletivas que envolvem empregados e empregadores e ainda de outros grupos jurídicos normativamente constituídos em suas ações coletivas, realizadas de forma autônoma ou mediante a atuação das respectivas entidades sindicais”. (Proº Mestre Hélio Mário de Arruda) Direito Coletivo do Trabalho 29 O estudo da suanatureza jurídica, a proteção à sindicalização, seus órgãos, eleições sindicais e as receitas dos sindicatos; os acordos e as convenções coletivas de trabalho; a greve; o lockout e outras formas de solução dos conflitos coletivos (MARTINS, 2010). 30 Ramos do Direito Coletivo A denominação Direito Sindical, é mais restrita ao sindicato ou a sua organização, não abrangendo os grupos não organizados em sindicatos, que podem também reivindicar seus direitos trabalhistas Direito Sindical 31 Com o término das corporações de ofício, surgem os sindicatos. As corporações de ofício foram criadas como forma de reunião dos trabalhadores, objetivando melhores condições de vida. A forma de funcionamento das corporações acabou também provocando um antagonismo interno, pois os mestres determinavam tudo, terminando com a união existente e dando lugar ao descontentamento, razão pela qual foram surgindo reivindicações, principalmente dos aprendizes e companheiros. ( Martins, 2010) 32 Direito Sindical A denominação Direito Corporativo diz respeito não só a organização sindical, mas também à organização da ação do Estado de forma a desenvolver a economia. Direito Corporativo 33 Critica-se esta denominação fundamentada de que todo direito é coletivo ou feito para a coletividade. É parte do Direito do Trabalho, estuda a relação coletiva a serem observadas no contrato de trabalho, gerando efeito sobre tal pacto. 34 Direito Coletivo do Trabalho Final do século XIX e início de 1900 existiam os sindicatos denominados de ligas operárias. Só a partir de 1903, foram criados os primeiros sindicatos no Brasil, através do Dec. 979 de 06.01.1903, relacionados com atividade de agricultura e pecuária. 35 Organização Sindical Em 1906 foi fundada a Confederação Sindical Brasileira. Em 1907 foi criado através do Dec.1637 /1907 o primeiro sindicato urbano. 36 Organização Sindical Em 1903 foi criado através do Dec. 19.433 de 26.11.1930 o Ministério do Trabalho, Industria e Comércio, atribuindo aos sindicatos funções delegadas de poder público. Criando um corporativismo no sindicato, uma vez que a relação econômica era feita em torno do Estado, objetivando promover os interesses nacionais e impondo regras aos participantes das agremiações, e cobrança de contribuições. 37 Organização Sindical Em 1930 através do Dec. 19.770 de 19.03.1930, diferenciou o sindicato de empregados e empregadores, estabeleceu o reconhecimento pelo Ministério do trabalho Estabeleceu o sindicato único para cada profissão em uma mesma região. Funcionários públicos e domésticos, eram regidos por lei especial sendo excluídos da sindicalização. 38 Organização Sindical Para a constituição de sindicato havia a obrigatoriedade de no mínimo 30 sócios e para adquirir personalidade jurídica deveria ser reconhecido pelo Ministério do trabalho. Para criar uma federação há necessidade de reunião de pelo menos cinco sindicatos (CLT, art. 534), e para existência de confederação é preciso que existam, ao menos, três federações, com sede em Brasília (CLT, art. 535). ☺ 39 Organização Sindical O trabalhador é representado pelo Sindicato de sua categoria. 40 Organização Sindical O sindicato pode ser definido legalmente como uma forma de “associação profissional devidamente reconhecida pelo Estado como representante legal da categoria”. No Brasil, o sindicato é pessoa jurídica de direito privado. O Estado estabelece a exigência formal (registro no Ministério do Trabalho) apenas para que o sindicato adquira personalidade jurídica, sindical e representativa da categoria (BARROS, 2009). 41 Organização Sindical Em seu art. 8º CF, refere-se a liberdade sindical, quando dispõe que, é livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte: (BRASIL, 2015) I - a lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação de sindicato, ressalvado o registro no órgão competente, vedadas ao Poder Público a interferência e a intervenção na organização sindical; 42 Organização Sindical II - é vedada a criação de mais de uma organização sindical, em qualquer grau, representativa de categoria profissional ou econômica, na mesma base territorial, que será definida pelos trabalhadores ou empregadores interessados, não podendo ser inferior à área de um Município; 43 Organização Sindical A CF/88 preservou o Sistema Confederativo, advindo desde 1930, mantendo sua estrutura básica e organizada mediante entidades de graus diferentes: Primeiro Grau - Sindicatos. Segundo Grau - Federações. Terceiro Grau - Confederações. 44 Organização Sindical Os sindicatos - são associações de base ou de primeiro grau. Compõe-se de três órgãos: assembleia geral; diretoria e conselho fiscal Diretoria – composta de no mínimo três membros e no máximo sete membros, dentre os quais será eleito o presidente do sindicato. 45 Organização Sindical A diretoria é um órgão executivo que tem por objetivo administrar o sindicato O conselho fiscal será composto por três membros, eleitos pela assembleia geral ( art. 522 CLT). 46 Organização Sindical Diretoria e Conselho fiscal → O associado deve ter mais de seis meses de inscrição no quadro social e mais de dois anos de exercício da atividade ou da profissão; → Maior de 18 anos; → Estar no gozo dos direitos sindicais; 47 Eleição O voto é obrigatório nas eleições sindicais; O aposentado filiado pode votar e ser votado nas eleições sindicais; As eleições para a renovação da diretoria e do conselho fiscal deverão ser realizadas dentro do prazo máximo de 60 dias e mínimo de 30 dias, antes do término do mandato dos dirigentes em exercício. 48 Eleição As federações são as associações de segundo grau, os sindicatos reunidos podem fundar uma federação. As federações de um modo geral atuam no território de um Estado Federado da República. Havendo uma Federação Estadual nada impede que exista uma federação interestadual para os demais Estados, ou até mesmo uma federação nacional. 49 Organização Sindical Órgãos internos das federações: diretoria; conselho de representantes e conselho fiscal Diretoria – constituída mínimo três membros não havendo número máximo. Conselho fiscal – constituído de três membros, competência de fiscalizar a gestão financeira. Ambos com mandato de três anos eleitos pelo conselho de representantes. 50 Organização Sindical O presidente da federação será escolhido pela diretoria, dentre os membros da federação. O conselho de representantes será formado pelas delegações dos sindicatos ou de federações afiliadas, constituída cada delegação de dois membros, com mandato de três anos, cabendo um voto a cada delegação. 51 Organização Sindical As Confederações são de terceiro grau da organização sindical, sendo sua esfera de atuação nacional. Suas funções básicas são de coordenação das federações e sindicatos do seu setor. Se constituem por ramo de atividade.( indústria, comércio, transportes) Ex: Confederações de Trabalhadores: Confederação Nacional dos Trabalhadores na Indústria – CNTI; Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura – Contag; 52 Organização Sindical Seus órgãos internos são os mesmos da federação – diretoria, conselho fiscal e conselho de representantes. Diretoria e Conselho Fiscal – serão compostos por três membros, ambos eleitos pelo Conselho de Representantes com mandato de três anos. Presidente escolhido pela diretoria. (§ 1º, art. 538, CLT) Conselho Fiscal compete fiscalizar a gestão financeira. 53 Organização Sindical A solicitação de reconhecimento de uma federação será dirigido ao ministro do Trabalho, Indústria e Comércio, tendo um exemplar dos respectivos estatutos e cópias autenticadas das atas da assembléia de cada sindicato ou federação que autorizar a filiação (art. 537, CLT). A carta de reconhecimento das federações será expedida pelo ministro do Trabalho, Indústria e Comércio, na qual será especificada a coordenação econômica ou profissional conferida e mencionadaa base territorial outorgada (art. 537, § 2º). O reconhecimento das confederações será feito por decreto do Presidente da República (§ 3º). 54 Organização Sindical Categoria econômica é constituída de empregadores que, em razão da solidariedade de interesses econômicos, desenvolvem atividades idênticas, similares ou conexas. (§ 1º do art. 511 CLT) (ABUD, 2006). Categoria profissional, por sua vez, está definida no § 2º art. 511 CLT. Compreende como tal a união de trabalhadores que tem similitude de condições de vida em razão da profissão ou trabalho que exercem em comum (ABUD, 2006). 55 Organização Sindical Pluralidade sindical (CF/34), § Único, art. 120 explicitava que a lei asseguraria a pluralidade sindical e a completa autonomia dos sindicatos. A CF/37 – considerada intervencionista – a parte laboral foi inspirada na Carta del Lavoro da Itália com feições corporativistas: 56 Organização Sindical Os sindicatos regularmente reconhecidos pelo Estado tinham o direito de representação legal perante o Estado, poderiam estipular contratos coletivos de trabalho para seus associados, impor-lhes contribuição e exercer em relação a eles funções delegadas de poder público. 57 Organização Sindical O Decreto 1.402/5.7.39, regulamentou o sindicato único, permitindo a intervenção e a interferência do Estado no sindicato. A CF/46, foi considerada uma constituição democrática, era livre a associação profissional ou sindical, porém, reguladas por lei a forma de constituição. 58 Organização Sindical A CF/67 - estabelecia em seu art. 159 "É livre a associação sindical ou profissional, sendo regulados por lei a forma de sua constituição, a sua representação legal nas convenções coletivas de trabalho e o exercício de funções delegadas pelo Poder Público“. 59 Organização Sindical A CF/1988 mantém a unicidade sindical expresso no art. 8º, inciso II, da Carta Magna, in verbis: Art. 8º. É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte: […] II - é vedada a criação de mais de uma organização sindical, em qualquer grau, representativa de categoria profissional ou econômica, na mesma base territorial, que será definida pelos trabalhadores ou empregadores interessados, não podendo ser inferior à área de um Município. 60 Organização Sindical Unicidade Sindical– é a possíbilidade de uma entidade sindical por categoria para uma mesma base territorial. A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), dispõe: “Não será reconhecido mais de um sindicato representativo da mesma categoria econômica ou profissional, ou profissão liberal, em uma dada base territorial”. 61 Organização Sindical Na unicidade sindical, o sindicato representa toda a categoria, independentemente de filiação, ao passo que na pluralidade representa unicamente os seus associados. 62 Organização Sindical Pluralidade Sindical – é a possibilidade de existir mais de uma entidade sindical em uma mesma base territorial e até mesmo de uma mesma categoria. 63 Organização Sindical A Convenção. 87, da OIT, ratificada por mais de 100 países, permite a livre escolha, pelos interessados, do sistema que julgarem melhor , ensejando a pluralidade sindical, permitida na França, na Itália de hoje, na Espanha etc. 64 Organização Sindical Visão doutrinária: Amauri Mascaro Nascimento (2005, p. 1043): “a Constituição Federal de 1988 conservou a unicidade ou monismo sindical, impondo o princípio do sindicato único, no que não acompanhou a evolução do sindicalismo dos países democráticos”. 65 Organização Sindical Evaristo de Moraes Filho, defensor da unicidade sindical, “[…]não ocasionaria qualquer mácula ao conceito e à prática democráticas”. Oliveira Viana também sustenta a unicidade como sistema mais favorável. Sergio Pinto Martins (2006, p. 699),“Está a estrutura sindical brasileira baseada ainda no regime corporativo de Mussolini, em que só é possível o reconhecimento de um único sindicato […]. Um único sindicato era mais fácil de ser controlado, tornando-se obediente”. 66 Organização Sindical De acordo com os princípios constitucionais de 1988: "um sistema confederativo, caracterizado pela autonomia relativa perante o Estado, a representação por categoria e por profissão, a unicidade e a bilateralidade do agrupamento" ☺ 67 Organização Sindical Conceito: a CLT - art. 511. Sindicato é a associação de pessoas físicas ou jurídicas que possuem atividades profissionais ou econômicas, objetivando defender interesses coletivos e individuais de seus integrantes ou da categoria. 68 Sindicato Ordens profissionais tem como finalidade a fiscalização da profissão e são pessoas jurídicas de direito público, na modalidade de autarquia, enquanto o sindicato não disciplina a classe mas defende-a; no sindicato a filiação é facultativa, no órgão de classe é obrigatória para exercer a profissão. 69 Ordens Profissionais x Sindicatos Associação - representa os associados, enquanto o sindicato representa os associados e a categoria.☺ 70 Associação x Sindicato Sindicatos horizontais – são de pessoas que realizam determinada atividade profissional , independentemente da atividade da empresa na qual trabalham, abrangem categorias profissionais diferenciadas. EX: digitadores Sindicatos verticais – são os que se formam abrangendo todos os empregados da empresa, em razão de sua atividade econômica. EX: metalúrgicos, bancários 71 Classificação das categorias Sindicatos abertos – oferecem vantagens para as filiações Sindicatos fechados – oferecem restrições para suas filiações Sindicatos puros – são os sindicatos de empregados ou de empregadores Sindicatos mistos – compreendem empregados e empregadores, proposta do catolicismo social do direito francês em 1884 72 Classificação das categorias Sindicato de direito – atendem as normas legais para sua constituição Sindicatos de fato – surgem espontaneamente e sem observar as normas legais Sindicatos espúrios ou pelegos – sofrem a influência do empregador 73 Classificação das categorias § 3º, art. 511 CLT – “ a que se forma dos empregados que exerçam profissões ou funções diferenciadas por força do estatuto profissional especial ou em consequência de condições de vida singulares”. Formação de um sindicato por profissão 74 Classificação das categorias diferenciadas Conforme Amauri Mascaro – tal sindicato só poderá ser de empregados e não de empregadores. EX: condutores de veículos rodoviários ( motoristas), secretárias 75 Classificação das categorias diferenciadas Em alguns sistemas o sindicato é considerado pessoa jurídica de direito público. Verificamos essa condição nos sistemas corporativistas, como o italiano uma vez que o sindicato exercia função delegada pelo poder público. 76 Natureza jurídica Verdier – defende que o sindicato tem natureza semipública por impor contribuição e participar de negociações coletivas beneficiando várias pessoas. Cesarino Jr – defende que pertence ao Direito Social, é uma autarquia. 77 Natureza jurídica Russomano – é pessoa jurídica de direito privado tendo atribuições de direito público. EC nº 1/1969 – com a atual Constituição a natureza jurídica do sindicato é privada, não podendo sofrer qualquer interferência do Estado. 78 Natureza jurídica Em conformidade com inciso II, art. 8°CF não admitindo a interferência do Estado, é possível afirmar que o sindicato é uma associação civil de natureza privada, autônoma e coletiva. 79 Natureza jurídica Negocial - caracteriza-se pela autoridade conferida aos sindicatos para ajustar convenções coletivas de trabalho, onde serão fixadas regras a serem aplicáveis nos contratos individuais de trabalho dos empregados pertencentes à esfera de representação do sindicato pactuante. O Brasil reconhece as convenções coletivas de trabalho (art. 7º,XXVI CF), e a CLT (art. 611) as define e obriga a negociação (art. 616). 80 Funções do sindicatoArt.611 CLT – “Convenção Coletiva de Trabalho é o acordo de caráter normativo, pelo qual dois ou mais Sindicatos representativos de categorias econômicas e profissionais estipulam condições de trabalho aplicáveis, no âmbito das respectivas representações, às relações individuais do trabalho”. 81 Funções do sindicato Assistencial - é a contribuição prescrita em lei ou pelos estatutos aos sindicatos para prestar serviços aos seus representados, contribuindo para o desenvolvimento integral do ser humano. A CLT determina ao sindicato algumas atividades assistenciais, tais como: educação, art. 514,§ único/ saúde, lazer (art. 592). 82 Funções do sindicato Colaborar com o Estado - para a solução de problemas relacionados as categorias ou profissão liberal. ( d, art. 513 CLT ), e desenvolvimento da solidariedade social ( a, 514 CLT). 83 Funções do sindicato Arrecadação, contribuições pagas aos sindicatos, que devem ser aprovadas pela assembleia e fixadas por lei (IV, art. 8º CLT). São as mensalidades sindicais e descontos assistenciais, fixados nos estatutos, em convenções coletivas ou sentenças normativas. Delas resultam a receita sindical. 84 Funções do sindicato Representação - perante as autoridades administrativas e judiciais dos interesses coletivos da categoria ou individuais de seus integrantes. 85 Funções do sindicato Mensalidades - - conforme disposições do estatuto de cada entidade. Doações e legados Multas e outras vendas eventuais 86 Fontes de Financiamento do Sindicato Contribuição Sindical Compulsória - é a principal receita do sindicato no Brasil, destina-se ao custeio do sistema confederativo conforme o art. 8º, IV, da CF. Em conformidade com o art. 592 da CLT tem a contribuição sindical como fonte de receita com características e destinação próprias, dentre as finalidades, a aplicação em atividades assistenciais e administrativas 87 Fontes de Financiamento do Sindicato Taxa Assistencial Laboral - definida pela categoria em assembleia geral, legalmente convocada e amplamente divulgada, por ocasião da assinatura da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT). Essa taxa é descontada somente daqueles que não são filiados ao Sindicato. 88 Fontes de Financiamento do Sindicato Contribuição Sindical ( art. 8º, IV e arts 578 a 610 CLT); Contribuição Confederativa ( art.8º, IV CF ); Contribuição Assistencial art.513 , e, CLT ); Mensalidade dos sócios ( art. 548, b, CLT ) 89 Contribuições para o sindicato Contribuição Sindical - é uma contribuição compulsória (obrigatória), deve ser recolhida anualmente pelo empregado participante de uma categoria econômica ou profissional, o pagamento deve ser efetuado uma única vez. Regulamentado pelo art. 578 CLT 90 Contribuição para o sindicato Para o trabalhador é recolhida no mês de março e equivale ao valor de um dia de trabalho para os empregados, qualquer que seja a forma da referida remuneração. 91 Contribuição Sindical Baseado no inciso IV, art.8º CF de 1988, outorgou competência à assembleia geral do sindicato para afixar a contribuição confederativa. 92 Contribuição Confederativa Conhecida também como taxa assistencial ou taxa de reforço sindical - é paga até o dia dez do mês de julho de cada ano, tendo o valor anual o mesmo da mensalidade sindical 93 Contribuição Assistencial Está prevista no Artigo 8º inciso IV da CF/88 e Artigo 513 da CLT e seu pagamento é feito no Sindicato ou via bancária em guia fornecida pelo sindicato, enviada pelo correio ou em mãos. 94 Contribuição Assistencial A Liberdade Sindical já era objetivo a ser alcançado pela OIT, 1919. A Organização Internacional do Trabalho, incorporou em seu texto a Declaração de Filadélfia, 1944, onde o princípio da liberdade sindical era confirmado como postulado básico da referida organização: “ a liberdade de expressão e a associação são essenciais à continuidade do progresso”. ( art. I, b) 95 Liberdade Sindical Declaração Universal dos Direitos do Homem, em seu art. XX protege, “ direito à liberdade de reunião e associação pacíficas” 96 Liberdade Sindical A CF/88 traz em seu bojo o princípio da liberdade sindical, inserido em seu art. 8º A Organização Internacional do Trabalho disciplina a liberdade sindical em suas Convenções através de suas normas. 97 Liberdade Sindical “Liberdade Sindical é o direito de os trabalhadores e empregadores se organizarem e constituírem livremente as agremiações que desejarem, no número por eles idealizados, sem que sofram qualquer interferência ou intervenção do Estado, nem uns em relação aos outros, visando à promoção de seus interesses ou dos grupos que irão representar. Essa liberdade sindical também compreende o direito de ingressar e retirar-se dos sindicatos”. (Sergio Pinto) 98 Conceito de Liberdade Sindical liberdade individual e a liberdade coletiva. Arnaldo Süssekind - "a liberdade sindical individual é o direito de cada trabalhador ou empresário filiar-se ao sindicato de sua preferência, representativo do grupo a que pertence e dele desligar-se," enquanto que a coletiva "corresponde ao direito dos grupos de empresários e de trabalhadores, vinculados por uma atividade comum, similar ou conexa, de constituir o sindicato de sua escolha, com a estruturação que lhes convier". 99 Aspectos da Liberdade Sindical De acordo com o professor Avilés, a liberdade individual pode ser compreendida em algumas dimensões: Liberdade Constitutiva- permitindo a qualquer trabalhador criar um sindicato em conjunto com outros companheiros. 100 Liberdade Sindical Individual Liberdade de Filiação- podendo ser positiva e negativa. A liberdade positiva caracteriza-se pela possibilidade de filiar-se ao sindicato de sua livre escolha e não naquele previamente determinado por um terceiro. A liberdade de filiação negativa é o direito que tem o trabalhador de não filiar-se a nenhum sindicato. 101 Liberdade Sindical Individual art. 8º, V, CF/88- "ninguém será obrigado a filiar-se ou manter-se filiado a sindicato". A constituição atual consagra a unicidade sindical, a liberdade de escolha dos trabalhadores fica reduzida a um único sindicato existente na sua base territorial. 102 Liberdade Sindical Individual podemos dividi-la em quatro aspectos . São eles: liberdade de associação, liberdade de organização, liberdade de administração e liberdade de exercício das funções. A liberdade de associação nasce quando o Estado permite o direito de sindicalização. Empregados e empregadores podem constituir sindicatos. 103 Liberdade Coletiva A liberdade de organização - possibilidade de os trabalhadores e empregadores definirem seu modelo de organização, não podendo haver qualquer tipos de vedação ou limitação do direito de livre estruturação das entidades. 104 Liberdade Coletiva A liberdade de administração - o direito que as entidades tem de determinar sua organização interna sem interferência de terceiros ou do Estado. 105 Liberdade Coletiva A liberdade de exercício das funções - deve ser reconhecido o direito de as entidades sindicais defenderem os direitos de seus representados, executando as ações necessárias ao cumprimento de suas finalidades ☺ 106 Liberdade Coletiva O art 2º da Convenção diz que: "Os trabalhadores e os empregadores, sem distinção de qualquer espécie, têm o direito, sem autorização prévia, de constituir organizações de sua escolha, assim como o de se filiar a estas organizações, à condição única de se conformarem com os estatutos destas últimas." 107 Convenção nº 87 OIT O artigo 3º assegura o direito de as organizações elaborarem seus estatutos e regulamentos administrativos, bem como eleger livremente seus dirigentes. Os estatutos podem ter negado o registro sindicais se eles tiverem alguma finalidade extra- sindical. 108 Convenção nº 87 OIT A Convenção nº 87 da OIT determina que os sindicatos podem ser constituídos sem qualquer autorização prévia do Estado. ACF no inciso I do art. 8º determina que a lei não pode exigir autorização do poder executivo para a fundação de sindicato, ressalvado o registro no órgão competente. 109 Criação e Registro de Sindicato O Cartório de Registro de Títulos e Documentos, é o órgão competente para registrar o sindicato, dando personalidade jurídica e publicidade ao ato. O registro no Ministério do Trabalho é para fins cadastrais e de verificação da unicidade sindical, não tendo qualquer interferência do Estado. 110 Criação e Registro de Sindicato De acordo com o art.515, CLT, as associações profissionais deverão cumprir os seguintes requisitos para serem reconhecidas como sindicatos: a) reunião de um terço, no mínimo, de empresas legalmente constituídas, sob a forma individual ou de sociedade, se se tratar de associação de empregadores; ou de um terço dos que integrem a mesma categoria ou exerçam a mesma profissão liberal se se tratar de associação de empregados ou de trabalhadores ou agentes autônomos ou de profissão liberal; 111 Criação e Registro de Sindicato b) duração de 3 (três) anos para o mandato da diretoria; c) exercício do cargo de presidente por brasileiro nato, e dos demais cargos de administração e representação por brasileiros. 112 Criação e Registro de Sindicato Art. 517. CLT Os sindicatos poderão ser distritais, municipais, intermunicipais, estaduais e interestaduais. Excepcionalmente, e atendendo às peculiaridades de determinadas categorias ou profissões, o ministro do Trabalho, Indústria e Comércio poderá autorizar o reconhecimento de sindicatos nacionais. § 1º O ministro do Trabalho, Indústria e Comércio, outorgará e delimitará a base territorial do sindicato. § 2º Dentro da base territorial que lhe for determinada é facultado ao sindicato instituir delegacias ou secções para melhor proteção dos associados e da categoria econômica ou profissional ou profissão liberal representada. 113 Criação e Registro de Sindicato Art. 518. O pedido de reconhecimento será dirigido ao ministro do Trabalho, Indústria e Comércio, instruído com exemplar ou cópia autenticada dos estatutos da associação. § 1º Os estatutos deverão conter : a) a denominação e a sede da associação; b) a categoria econômica ou profissional ou a profissão liberal cuja representação é requerida; c) a afirmação de que a associação agirá como órgão de colaboração com os poderes públicos e as demais associações no sentido da solidariedade social e da subordinação dos interesses econômicos ou profissionais ao interesse nacional; 114 Criação e Registro de Sindicato d) as atribuições, o processo eleitoral e das votações, os casos de perda de mandato e de substituição dos administradores; e) o modo de constituição e administração do patrimônio social e o destino que lhe será dado no caso de dissolução; f) as condições em que se dissolverá associação. § 2º O processo de reconhecimento será regulado em instruções baixadas pelo Ministro do Trabalho, Indústria e Comércio. 115 Criação e Registro de Sindicato Antes de se registrar no Cadastro Nacional de Entidades Sindicais – CNES do Ministério do Trabalho, os sindicatos tem que se registrar no Cartório de Registro Civil de Pessoa jurídica. 116 Sindicato ( 3º da CLT ) → considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviço de natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário. 117 Empregado 5 requisitos a serem analisados: →Pessoa física; não eventual; dependência; salário e pessoalidade. 118 Empregado O artigo 2° da CLT: “Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva que, assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviços.” Quanto à estrutura jurídica do empregador, há pessoas físicas, empresas individuais e sociedades. 119 Empregador De acordo com a Constituição/1988, as empresas com mais de duzentos empregados é assegurado aos trabalhadores a escolha de um representante para promover a relação direta com o empregador: Art. 11CF. Nas empresas de mais de duzentos empregados, é assegurada a eleição de um representante destes com a finalidade exclusiva de promover-lhes o entendimento direto com os empregadores. 120 A Representação dos Trabalhadores nas Empresas “Quando há representação dos trabalhadores na empresa se leva menos conflitos à Justiça porque se dispõe de um canal de negociação”, afirma o procurador regional do Trabalho de Brasília, Ricardo Britto. 121 A Representação dos Trabalhadores nas Empresas É eleito pelos trabalhadores para discutir os interesses dos operários da empresa, tendo como objetivo a promoção de interesses diretamente com o empregador e não os da categoria. O representante dos trabalhadores não representa a categoria, e sim apenas os trabalhadores da empresa. 122 Representante do Trabalhadores É a pessoa eleita no âmbito do sindicato para representar a categoria e ser dirigente do sindicato. Segundo o artigo 540 da CLT, a toda empresa, ou indivíduo que exerçam respectivamente atividade ou profissão, desde que satisfaçam as exigências da lei, assiste o direito de ser admitido no sindicato da respectiva categoria. 123 Representante Sindical É aquele que representa uma categoria, expressa as idéias do grupo de uma maneira fiel e sabe defender essas posições. É como um caminho de duas mãos: o Representante representa o seu local de trabalho no Sindicato e, inversamente, é o representante do Sindicato em seu local de trabalho. 124 Representante Sindicial Art. 523 CLT, refere-se a Delegado sindical "Os delegados sindicais destinados à direção das delegacias ou seções instituídas na forma estabelecida no segundo parágrafo do artigo 517 serão designados pela diretoria dentre os associados radicados no território da correspondente delegacia“ 125 Delegado Sindical § 2º, art. 517 "Dentro da base territorial que lhe for determinada é facultado ao sindicato instruir delegacias ou seções para melhor proteção dos associados e da categoria econômica ou profissional ou profissão liberal representada." 126 Delegado Sindical Sua presença é muito importante para a organização, é considerado um elo entre os trabalhadores e a direção sindical, ele prima pelo cumprimento da legislação vigente, e trabalha para proteger qualquer tentativa de desrespeito à legislação vigente, tanto previstas na CLT quanto as previstas nas Convenções Coletivas de Trabalho. Atua como representante da categoria, no seu local de trabalho 127 Delegado Sindical É de fundamental importância identificar funcionários que estejam alinhados para aproximarem seus colegas aos sindicatos. Para o alcance deste objetivo há necessidade que o dirigente sindical se aproxime do local de trabalho, criando uma relação com os trabalhadores para assim, identificar algum trabalhador com característica agregadora, que possa ser um delegado sindical. 128 Delegado Sindical Posteriormente a direção do sindicato deverá capacitar a pessoa identificada para essa tarefa, através de seminários, congressos de diversas instâncias, fazer constante discussão política com esse delegado, prover esse agente de instrumentos que o possibilitem realizar sua função da melhor maneira possível. 129 Delegado Sindical Divulgar no seu local de trabalho material do sindicato; Defender os direitos da categoria; Estimular a sindicalização dos colegas; Cumprir e fazer cumprir as deliberações do Estatuto do sindicato, das assembléias e da diretoria do Sindicato; 130 Objetivos da representação A globalização vem trazendo relevantes alterações ao Direito Sindical, e interferido de forma objetiva na relação entre os trabalhadores e a empresa☺ 131 Previsão Legal da representação dos Trabalhadores São políticas estipuladas entre empresa e sindicatos representativos dos empregados. Por outro lado os sindicatos, a priori trabalham para o bom relacionamento entre empregados e empregadores,com o intuito de resguardar as necessidades de cada indivíduo e reivindicar direitos empregatícios equivalentes a todos os participantes das organizações. 132 Políticas de Relações Trabalhistas Paternalista, Autocrática, Reciprocidade e Participativa. Paternalista – caracteriza –se pela força do sindicato em relação a organização. As reivindicações feitas pelos sindicatos sempre atendidas pelas empresas. 133 Tipos de relações trabalhistas Autocrática - caracteriza-se por uma postura rígida e impositiva da empresa. As propostas e reivindicações feitas pelos sindicatos e funcionários a maioria das vezes não são atendidas. Essa política autocrática adotada pela empresa é aceitável por um pequeno período uma vez que gera muita insatisfação nos empregados por ser de uma postura unilateral. 134 Tipos de relações trabalhistas Reciprocidade – caracteriza –se pela relação entre a cúpula da empresa e dos sindicatos, ou seja, a relação de negociação é entre a administração da empresa e do sindicato não envolvendo os trabalhadores que é a parte importante no processo de reivindicação. Esta política não é aceitável por muito tempo, pois nessa relação cria uma falta de confiança entre trabalhadores e sindicato. 135 Tipos de relações trabalhistas Participativa – caracteriza-se pela confiança entre a empresa e o sindicato. Ambos são responsáveis pela saúde da empresa e dos empregados. As reivindicações do sindicato coadunam com as necessidades dos trabalhadores. A boa relação entre sindicato e trabalhadores é importante para o desenvolvimento do trabalhador e da empresa. 136 Tipos de relações trabalhistas Os princípios básicos que norteiam a confecção, interpretação e aplicação das normas trabalhistas. o princípio da proteção o princípio da irrenunciabilidade de direitos; o princípio continuidade da relação de emprego; o princípio da inalterabilidade contratual lesiva; o princípio da primazia da realidade; o princípio da intangibilidade salarial 137 Princípios do Direito do Trabalho Princípio da Proteção - o empregado recebe, proteção jurídica especial por parte do Estado, atentando para a produção de uma igualdade material entre as partes. É o Estado intervindo em beneficio do trabalhador para evitar abuso por parte do empregador dando um mínimo de proteção a essas. Esse princípio se divide em três sub princípios, sendo: 138 Princípios do Direito do Trabalho Princípio in dubio pro operário: quando estiver o aplicador diante de situações em que há duas saídas distintas, deverá este acolher aquela mais benéfica ao trabalhador, no entanto nunca afrontando a vontade da lei. 139 Princípios do Direito do Trabalho Princípio da aplicação da norma mais favorável: se existirem duas ou mais normas aplicáveis ao caso concreto, dever-se-á aplicar a norma mais favorável ao trabalhador . Art. 620 – As condições estabelecidas em Convenção quando mais favoráveis, prevalecerão sobre as estipuladas em Acordo. (CLT) 140 Princípios do Direito do Trabalho Princípio da condição mais benéfica: valem as condições favoráveis que constam no contrato de trabalho e no regulamento da empesa durante o tempo de serviço do empregado. Quando surge uma regra menos favorável, ela não se aplica aos que já trabalharam sob as diretrizes anteriores, podendo regular o trabalho de novos contratados. Se a mudança resultar em qualquer prejuízo para o trabalhador esta será inválida, mesmo que o empregado tenha concordado com ela. 141 Princípios do Direito do Trabalho Outros princípios importantes Princípio da irrenunciabilidade de direitos - os direitos garantidos pelo Estado ao trabalhador são irrenunciáveis, indisponíveis . Nenhum contrato ou acordo pode tornar esses direitos inefetivos. Essa medida visa a evitar que o poder econômico dos empregadores possa pressionar ou até coagir o trabalhador a abdicar de seus direitos 142 Princípios do Direito do Trabalho Princípio da continuidade da relação de emprego- É favorável ao trabalhador, na medida em que com o decorrer do tempo incorporam-se ao seu patrimônio vantagens alcançadas pelas negociações coletivas e pelas inovações legislativas e, principalmente, aquelas de caráter pessoal, como por exemplo, promoções e adicionais que, por sua habitualidade, passam a integrar o contrato de trabalho. 143 Princípios do Direito do Trabalho “Art. 10 da CLT – Qualquer alteração na estrutura jurídica da empresa não afetará os direitos adquiridos por seus empregados.” “Art. 448 da CLT – A mudança na propriedade ou na estrutura jurídica da empresa não afetará os contratos de trabalho dos respectivos empregados.” 144 Princípios do Direito do Trabalho Princípio da primazia da realidade - no direito do trabalho, os fatos concretos do dia a dia laboral prevalecem sobre o conteúdo de documentos para estabelecer os efeitos jurídicos da relação trabalhista. A verdade dos fatos, prevalece sobre a verdade formal. Obviamente que nesse caso é necessário que se faça prova de tais fatos, para desconstituir o valor probante dos documentos 145 Princípios do Direito do Trabalho Princípio da inalterabilidade contratual lesiva – os contratos não podem ser modificados de forma que prejudique o trabalhador. Mesmo com o consentimento do trabalhados para as alterações, elas serão inválidas. 146 Princípios do Direito do Trabalho Princípio da intangibilidade salarial - há diversos dispositivos legais que buscam proteger o salário do empregado ante possíveis interesses do empregador, dos credores do empregado e dos credores do empregador. Decorrente desse princípio temos o princípio da irredutibilidade salarial, estabelecido atualmente na própria CF/1988 (art. 7.o, VI). Essa irredutibilidade não é absoluta: a Constituição permite a redução temporária de salários mediante acordo ou convenção coletiva ☺ 147 Princípios do Direito do Trabalho O artigo 7º, inciso XXVI da Constituição Federal, estipula que são direitos dos trabalhadores urbanos e rurais o reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho. 148 Convenções, Acordos Coletivos O artigo 611 da CLT, define Convenção Coletiva de Trabalho como o acordo de caráter normativo, pelo qual dois ou mais sindicatos representativos de categorias econômicas e profissionais estipulam condições de trabalho aplicáveis, no âmbito das respectivas representações, às relações individuais de trabalho. 149 Convenção Coletiva de Trabalho É um ato jurídico acordado entre os sindicatos dos empregadores e o sindicato dos empregados para o estabelecimento de regras nas relações trabalhistas no âmbito das respectivas categorias econômicas e profissionais. 150 Convenção Coletiva de Trabalho A convenção coletiva de trabalho tem validade máxima de dois anos. Não impedindo que algumas cláusulas tenham validade diversa de outras, desde que seja respeitado o limite acima. 151 Validade 151 No prazo de sua vigência, é licito às partes a inclusão, alteração ou supressão de cláusulas, através de um instrumento chamado de aditamento. 152 Alteração Surge com a assinatura das partes convenentes (no caso, os sindicatos das categorias econômica e profissional) 153 Eficácia São acordos entre os sindicatos dos trabalhadores e empregadores. 154 Convenção Coletiva Todos os anos, na data base da categoria, é convocada uma assembléia geral para iniciar a negociação coletiva, onde se trata dos benefícios, dos direitos e deveres dos empregados e empregadores. 155 Convenção Coletiva Após essa negociação e com a anuência dos sindicatos deverá dar prosseguimento ao registro e homologação no órgão regional do Ministério do Trabalho. E a partir desse momento todos os envolvidos estão comprometidos a cumprirem a convenção coletiva da categoria. 156 Convenção Coletiva São ações propostas à Justiça do Trabalho por pessoas jurídicas como: Sindicatos, Federações ou Confederações de trabalhadores ou de empregadores,para que possam solucionar questões que não puderam ser resolvidas através de negociação direta entre trabalhadores e empregadores. 157 Dissídios Coletivos Econômica / Jurídica. Econômica - criam normas que regulamentam os contratos individuais de trabalho. Ex: cláusulas que concedem reajustes salariais ou que garantem estabilidades provisórias no emprego. 158 Natureza Jurídica – também conhecidos como dissídios coletivos de direito, visam a interpretação de uma norma legal preexistente que, na maioria das vezes, é costumeira ou resultante de acordo, convenção ou dissídio coletivo. 159 Natureza Em conformidade com o art. 611 § 1º da CLT. É o acordo que estipula condições de trabalho aplicáveis, no âmbito da empresa ou empresas acordantes, às respectivas relações de trabalho. A celebração dos acordos coletivos de trabalho é facultado aos sindicatos representativos das categorias profissionais. 160 Acordo Coletivo de Trabalho Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) – é o acordo firmado entre entidade sindical dos trabalhadores e uma empresa, e a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) é um acordo celebrado entre o sindicato dos trabalhadores e o sindicato patronal☺ 161 Diferença entre Acordo coletivo e convenção coletiva de trabalho A palavra "greve" é de origem francesa, de "greve", que significa "não trabalho" em função de paralisação determinada por trabalhadores, em luta por melhores condições de trabalho e salário. 162 Greve - Origem Conceito: é a suspensão temporária do trabalho; é um ato formal condicionado à aprovação do sindicato mediante assembleia; é uma paralisação dos serviços que tem como causa o interesse dos trabalhadores; é um movimento que tem por finalidade a reivindicação e a obtenção de melhores condições de trabalho ou o cumprimento das obrigações assumidas pelo empregador em decorrência das normas jurídicas ou do próprio contrato de trabalho, definidas expressamente mediante indicação formulada pelos empregados ao empregador, para que não haja dúvidas sobre a natureza dessas reivindicações. ( central jurídica) 163 Greve é um movimento de caráter coletivo; tem o caráter de exercício coercitivo coletivo e direto, o que não autoriza atos de violência contra o empregador, seu patrimônio e contra os colegas empregados; a greve deve possuir objetivos bem definidos, que, em geral, são de natureza econômico-profissional ou contratual trabalhista; e é enquadrada, regra geral, como um período de suspensão do contrato de trabalho, mas pode eventualmente, invocando o principio da exceção do contrato não cumprido, ser convencionado no acordo coletivo que os dias parados serão considerados como hipótese de interrupção do contrato laboral. 164 Greve - características Ex: quando a greve é instaurada em função de não cumprimento de cláusulas contratuais relevantes e regras legais da empresa). (Rafaela Arruda de Queiroz) 165 Greve - características Deve haver primeiramente a tentativa de negociação, pois a lei não permite o início da paralisação a não ser depois de frustrada a negociação; Assembleia sindical, realizada entre os trabalhadores interessados, os quais constituirão uma comissão para representá-los, inclusive, se necessário, perante à Justiça do Trabalho; Aviso prévio, o empregador tem o direito de saber antecipadamente a intenção dos empregados sobre a paralisação das atividades. 166 Procedimento de greve O empregado deve por meios pacíficos trabalhar para persuadir os trabalhadores a aderirem à greve; O empregador não poderá forçar o empregado ao comparecimento ao trabalho; Os trabalhadores grevistas não poderão proibir o acesso ao trabalho daqueles trabalhadores que quiserem fazê-lo; 167 Garantias dos grevistas É vedada a rescisão do contrato durante a greve não abusiva; É vedada a contratação de substitutos; Os salários e obrigações trabalhistas serão regulados por acordo com o empregador. 168 Garantias dos Grevistas Greves lícitas - nas quais são atendidas as determinações legais; Greves ilícitas - em que as prescrições legais não são observadas; Greves abusivas - durante as quais são cometidos abusos, indo além das determinações legais; Greves não abusivas - exercidas dentro das previsões da legislação e quando não são cometidos excessos. (MARTINS, 2010). 169 Classificação da Greves Barros, 2009, traz ainda duas modalidades de greve: Greve típica - que tem fins econômicos e profissionais; Greve atípica - cujos fins são políticos, religiosos ou sociais. 170 Classificação da Greves É permitida a greve, porém, com algumas normas especiais. Art. 10 São considerados serviços ou atividades essenciais: I - tratamento e abastecimento de água; produção e distribuição de energia elétrica, gás e combustíveis; 171 Serviços Essenciais II - assistência médica e hospitalar; III - distribuição e comercialização de medicamentos e alimentos; IV - funerários; V - transporte coletivo; VI - captação e tratamento de esgoto e lixo; VII - telecomunicações; 172 Serviços Essenciais VIII - guarda, uso e controle de substâncias radioativas, equipamentos e materiais nucleares; IX - processamento de dados ligados a serviços essenciais; X - controle de tráfego aéreo; XI compensação bancária. 173 Serviços Essenciais Nesses serviços, o aviso prévio ao empregador é de 72 horas; com igual antecedência os usuários devem ser avisados também (art. 13), e é obrigatório aos sindicatos, de comum acordo com o empregador, garantir, durante a greve, a prestação dos serviços indispensáveis ao atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade (art. 11), assim consideradas aquelas que, se não atendidas, coloquem em perigo iminente a sobrevivência, a saúde ou a segurança da população (art. 11, §único) (NASCIMENTO, 2009). 174 Serviços Essenciais É a paralisação das atividades pelo empregador para frustrar negociação coletiva, ou dificultar o atendimento das reivindicações dos trabalhadores, é vedado (art. 17 Lei 7.783/1989) e os salários, durante ele, são devidos ☺ 175 Locaute/ lockout
Compartilhar