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Desenvolvimento Neuropsicomotor

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Universidade Nove de Julho Maria Lívia
Desenvolvimento Neuropsicomotor 
Processo de transformações físicas, psíquicas, 
motoras, afetivas e intelectuais acontecem ao longo 
da vida; 
Inicia-se na concepção e prolonga-se por toda a vida. 
Novas Demandas: 
Aumento de recém-nascido de alto risco; 
Aumento da prevalência de doenças crônicas; 
Aumento de queixas na área de saúde mental; 
A reconrução do conceito de 
denvolvimento: 
Biológico x ambiental: 
Nem o fator biológico nem o fator ambiental são 
determinantes para o desenvolvimento, embora 
ambos o influenciem; 
Os fatores biológicos + fatores ambientais afetam o 
desenvolvimento da criança concomitantemente; 
Modelo Bioecológico do Desenvolvimento - Bronfenbrenner 
- Amigos e vizinhos; 
- Trabalho; 
- Costumes; 
- Serviços de saúde; 
- Áreas de lazer; 
- Parentes próximos; 
- Núcleo familiar; 
- Valores; 
- Leis; 
- Creche ou escola. 
Denvolvimento: 
Processo de construção da identidade humana que 
resulta da interação dinâmica entre as influências 
biológicas (próprias da espécie e do indivíduo), a 
história de vida do indivíduo e o seu contexto 
histórico, cultural e social; 
Inúmera possibilidade de caminho do desenvolvimento 
humano; 
O desenvolvimento de uma criança deve ser 
considerado normal sempre que suas habilidades 
forem condizentes com as outras crianças de sua 
faixa etária e do seu meio sociocultural; 
O desenvolvimento é um dos pilares da atenção à 
criança; eixo integrador e orientador de uma série de 
intervenções estratégicas para a sua saúde; 
• Puericultura: acompanhamento da criança e do 
adolescente desde a vida intrauterina; 
Papel da equipe de saúde: 
• Vigilância do Desenvolvimento: promoção e 
prevenção de agravos (antecipar, orientar e avaliar) 
- Detecção e intervenção oportunas de alterações - 
iniciar habilitação mesmo sem diagnóstico etiológico 
definido; 
- Promover a inclusão da criança com alterações 
definidas; 
- A premissa é conhecer profundamente o 
desenvolvimento normal da criança para evitar: 
- Atrasar a intervenção quando há alterações (ex.: 
“falta de estimulação” em crianças de classes 
sociais mais vulneráveis, com a desculpa de que 
“cada criança tem seu ritmo”); 
- Diagnosticar alterações quando o desenvolvimento 
está dentro do esperado (“medicalizar”, “patologizar”); 
- As queixas relatadas decorrem do contexto de 
vida da criança, não de uma doença específica. 
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Epigenética: 
- Variações na expressão gênica sem haver 
mudanças na sequência do DNA- múltiplos 
fenótipos para a mesma sequência 
- Transmissão geracional de algumas modificações 
- Influência de fatores ambientados no período 
gestacional e durante os primeiros anos de vida na 
vida adulta (prevenção e modificação de fatores 
de risco) 
- Ex.: uma mulher que fuma durante a gravidez 
induz mudanças epigenéticas em três gerações 
(em si, em sua filha não nascida e nas células 
reprodutivas de sua filha) 
Neuroplasticidade: 
- Propriedade do cérebro de modificar seu 
funcionamento e reorganizar-se de acordo com 
modificações ambientais ou lesões 
- Plasticidade adaptativa e mal adaptativa 
- As primeiras experiências e as influências 
ambientais podem deixar uma assinatura duradoura 
nas predisposições genéticas afetando a arquitetura 
cerebral emergente e a saúde ao longo da vida 
• Plasticidade Cerebral: 
- Durante o primeiro ano de vida, em média, são 
- formadas 700 a 1000 conexões cerebrais/segundo 
- Aos 3 anos, o cérebro de uma criança é duas 
vezes mais ativo do que em um adulto 
- Janelas de Oportunidades: 
- período mais propício para o desenvolvimento 
de determinada habilidade 
- período crítico: período correto para a 
realização de algo (ex.: correção do estrabismo 
antes dos 4 anos, pois após pode gerar miopia) 
- período sensível: período em que é mais fácil 
de se realizar algo, mas também é possível 
realizar posteriormente (ex.: a aprendizagem de 
uma outra língua é mais fácil na infância, mas 
também pode ser feita na vida adulta) 
No processo de desenvolvimento, não há fenômenos 
isolados e imobilizados; 
Tudo está em movimento e todas as funções estão 
intimamente selecionadas; 
A criança é ativa no seu processo de desenvolvimento 
desde as primeiras horas de vida. 
Tipos de desenvolvimento: 
- Linguagem; 
- Cognitivo; 
- Sensorial; 
- Psíquico; 
- Social; 
- Motor. 
Habilidades sensoriais do feto: 
• Audição: 
- A partir do 5º mês de gestação; 
- Preferência pela voz humana; 
- Distinção entre os fonemas das diversas línguas; 
- Discrimina a voz materna entre outras vozes. 
Rumindo… 
• O desenvolvimento resulta da interação dinâmica 
entre fatores individuais e ambientais 
• A Vigilância de Desenvolvimento faz parte das 
consultas pediátricas 
• Cabe ao médico a promoção do desenvolvimento, 
a prevenção de agravos e a detecção e 
intervenção oportunas de alterações 
• As experiências vividas nos primeiros anos 
formam os pilares para o desenvolvimento ao 
longo da vida
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• Visão: 
- Reagem à luz a partir do 6º mês; 
- Programação para dirigir a atenção para o rosto 
e o olhar do adulto; 
- Distância ótima de 20 a 30 centímetros. 
• Paladar: 
- Preferência para doces 
• Tato: 
- Percepção através da parede abdominal e 
uterina a partir do 7º mês de gestação 
• Olfato: 
- Demonstram preferência pelo odor materno 
(discriminação igual do adulto). 
Habilidades motoras - reflexos primitivos: 
- Inicialmente, grande parte dos nossos movimentos 
são reflexos; 
- Nos primeiros meses, sua presença indica 
integridade do SNC; 
- Importante avaliar a qualidade do movimento 
(assimetria); 
- Sua persistência pode indicar alterações centrais; 
- Alguns desaparecem, outros são substituídos por 
atividades volitivas; 
- Não esperar um marco ou a etiologia da alteração 
para encaminhar a criança ao profissional/ 
tratamento; 
- O desenvolvimento motor é dividido em grosso e 
fino. 
Denvolvimento Motor: 
O desenvolvimento motor ocorre no sentido céfalo-
caudal e próximo distal; 
A avaliação do desenvolvimento motor da criança 
deve ser feita em diversas posturas; 
Além da presença de movimento, é preciso observar 
sua qualidade; 
Alterações no desenvolvimento motor podem ser 
preditoras de alterações posteriores; 
Desenvolvimento motor grosso: 
• Controle Cervical/Coluna: 4 meses de idade; 
• Rolar Completo: 6 meses de idade; 
• Sentar: 9 meses de idade; 
• Tentativa de Ficar em Pé: 12 meses de idade; 
• Primeiros Passos: 15 meses. 
Desenvolvimento motor fino: 
- Agarrar objetos; 
- Fazer movimentos específicos com a mão/
dedinhos de acordo com sua faixa etária. 
Denvolvimento Psíquico: 
Desenvolvimento motor + linguagem + cognitivo = 
desenvolvimento emocional 
Marcadores de Desenvolvimento Psíquico: 
- 1. Capacidade de aconchego; 
- 2. Olhar com sustentação para o rosto humano; 
- 3. Sorriso social; 
- 4. Diálogos mãe e bebê; 
- 5. Reação a estranhos; 
- 6. Imitação; 
- 7. Sono; 
- 8. Alimentação. 
Marcos do desenvolvimento socioemocional: 
• 2 Meses: 
- Observa um rosto; 
- Segue objetos ultrapassando linha média; 
- Reage ao som; 
- Vocaliza (emite sons que não o choro); 
- Eleva a cabeça e a mantém a 45º; 
- Sorri 
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• 4 Meses: 
- Observa sua própria mão; 
- Segue até 180°; 
- Grita; 
- Sentada com apoio, sustenta a cabeça; 
- Agarra um brinquedo quando colocado na sua 
mão. 
• 6 Meses: 
- Tenta alcançar um brinquedo; 
- Procura objetos fora do alcance; 
- Volta-se para o som; 
- Rola no leito; 
- Inicia uma interação. 
• 9 Meses: 
- Transfere objetos de uma mão para a outra; 
- Pinça polegar-dedo; 
- Balbucia; 
- Senta sem apoio; 
- Estranhamento; 
- Brinca de esconde/achou. 
• 12 Meses: 
- Bate palmas; 
- Dá tchau; 
- Combina sílabas; 
- Fica em pé; 
- Pinça completa (polpa-polpa); 
- Segurao copo ou mamadeira. 
• 15 Meses: 
- Primeiras palavras; 
- Primeiros passos; 
- É ativo e curioso. 
Idade Habilidad
0-3 meses
- Relação completa de 
dependência; 
- Percepção da mãe e outros 
objetos como parte de si; 
- Sorriso social.
3-4 meses
- Inicia interação com sorriso, 
vocalização e gestos.
6-9 meses
- Consciência de si mesmo e de 
outra; 
- Brinca de esconde-achou; 
- Mãe se estabelece com objeto 
de amor; 
- Surge a angústia do 8º mês 
(separação); 
- Surge o estranhamento; 
- Apego com objetos 
transacionais (paninho, bicho 
de pelúcia, travesseiro).
9-12 meses
- Reconhece-se no espelho; 
- Estranhamento.
12-18 meses
- Aumento papel de função 
paterna; 
- Aumento de autonomia, ativo e 
curioso; 
- Quer tudo para si; 
- Busca limites.
18-36 meses
- Birras; 
- Brincadeira em paralelo; 
- Suporta separação; 
- Egocentrismo - considera a 
realidade a partir do seu ponto 
de vista.
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Anamne X Denvolvimento: 
Gestação: intercorrências, doenças pregressas, uso de 
medicamentos, uso de drogas; 
Período Neonatal: idade gestacional, peso de 
nascimento, intercorrências neonatais; 
Pós-Natal: antecedentes patológicos, histórico de 
idades de aquisições das habilidades, uso de 
medicamentos, rotina de vida, oportunidades de 
interação; 
Antecedentes Familiares: consanguinidade, idade dos 
pais, problemas de desenvolvimento na família; 
Condições de vida; 
Impressão dos pais sobre o desenvolvimento da 
criança.

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