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Acidente Vascular Cerebral Vascularização Epidemiologia Uma das 4 principais causas de morte no mundo e 1ª causa de morte no BR Principal causa de incapacidade em adultos Idade: >65 anos (risco aumenta com a idade) Mais comum em homens (1,5:1) 1 em cada 6 pessoas terá um AVC na vida Hemorrágico Definição Hemorragia intra-parenquimatosa decorrente de um sangramento espontâneo. Emergência neurológica com quadro variando de cefaleia leve até coma Epidemiologia 20% dos AVCs 33% dos pacientes morrem em 30 dias Leva a grande morbidade 4 milhões de pessoas/ano Fatores de risco HAS* (70% dos casos de AVCh) Idade Etilismo Fatores genéticos Baixa escolaridade Uso de anticoagulantes Uso de drogas ilícitas Fisiopatologia AVCh primário Hipertensivo: grandes e pequenos vasos (perfurantes) leva a necrose da parede dos vasos com posterior formação de aneurismas que podem romper - Sangramentos em vasos profundos Angiopatia amiloide: deposição de proteína beta-amiloide na parede dos vasos, deixando-o frágil - Sangramentos em vasos superficiais - Mais comum em idosos AVCh secundário: coagulopatias, aneurismas, trombose venosa cerebral, neoplasias Quadro clínico Presença de sinais de hipertensão intracraniana (podem ser indicativos de AVCh): Cefaleia Náuseas/vômitos Alterações do nível de consciência Diagnóstico TC de crânio com constraste Estima a mortalidade do paciente em 30 dias Tratamento ABC Componentes do tratamento Correção dos distúrbios de coagulação: reversão da anticoagulação Controle agressivo da PA: PAS ≤140mmHg Tratamento cirúrgico Presença de hemorragia cerebelar causando deterioração neurológica Presença de sangramento ventricular prejudicando a reabsorção do líquor (gera hidrocefalia) Hematomas lobares volumosos Tratamento da causa base do sangramento Isquêmico Definição Obstrução ao fluxo sanguíneo cerebral suficiente para desencadear uma perturbação no metabolismo e função neuronal gerando isquemia que produz um déficit neurológico de início agudo que ocorreu nas ultimas 24 horas OBS Ataque Isquêmico Transitório (AIT) Sintomas que duram <24h Ausência de isquemia nos exames de imagem Sem déficits neurológicos remanescentes Importante: se o paciente foi atendido em tempo hábil, feito tomografia de crânio, iniciado o tratamento trombolítico e depois de 24 horas ele não está com lesão visível na ressonância, ele teve um AIT e não um AVC. Para ter AVC, precisa ter lesão na ressonância. Epidemiologia É o mais comum (80% dos casos) Fatores de risco Modificáveis HAS DM Dislipidemias Doenças cardíacas Obesidade Sedentarismo Tabagismo Etilismo Alimentação Não modificáveis Idade Sexo Raça Genética Mecanismos de obstruções Trombose de grandes vasos (carótidas, artéria cerebral média, ,etc...) formação de placas ateroscleróticas levando a ocorrência de coágulos que podem embolizar Trombose de pequenos vasos (artérias perfurantes - sistema arterial intracraniano) Lesão endotelial devida a HAS e/ou DM que culmina em obstruções e consequente isquemia (AVC lacunar) 15-30% dos casos de AVCi Ausência de sinais e sintomas corticais (ex.: afasia, heminegligência) Locais mais frequentes Putâmen Base da ponte Tálamo Perna posterior da cápsula interna Núcleo caudado Cardioembolias Fibrilação atrial Infarto Agudo do Miocárdio Aneurisma de VE Cardiomiopatia dilatada Arritmias cardíacas Valvopatias Endocardite infecciosa Hipoperfusão Derrame/tamponamento cardíaco Parada CardioRespiratória Hipovolemia Insuficiência cardíaca Tromboembolismo pulmonar Causas incomuns Dissecção arterial, vasculite, trombofilia, doenças genéticas, anemia falciforme, procedimentos Pensar principalmente quando paciente jovem Quadro clínico Déficit neurológico focal de início agudo com sintomas diretamente relacionados ao território de irrigação (o déficit geralmente ocorre de forma contralateral à lesão) Como qualquer parte do cérebro pode ser afetada, então os sintomas de um AVC são inúmeros Desvio de rima Afasia Disartria Perda da capacidade motora de falar (é um problema articulatório), a linguagem (compreensão e expressão) está preservada, mas os músculos não conseguem se articular de forma adequada (ex. se for fornecido uma caneta, o paciente pode escrever para se comunicar) Irrigação cerebral Artéria cerebral anterior Irriga a região medial e superior do encéfalo Hemiparesia e/ou hemi-hipoestesia de predomínio nos MMII Artéria cerebral média Irriga as convexidades cerebrais Hemiparesia e/ou hemi-hipoestesia de predomínio em tronco em MMSS Paresia generalizada Afasia global se acometimento do hemisfério dominante Heminegligênciase acometimento do hemisfério não dominante Hemianopsia homônima Temos uma lesão para trás do quiasma óptico. A cerebral média é responsável por irrigar a região das radiações ópticas. Paralisia do olhar conjugado Desvio para a região da lesão – sinal de foville superior: se tenho um infarto que acomete o lobo frontal à direita, não consigo mais olhar para a esquerda, olho apenas para a direita, que é onde está a lesão Se há oclusão dessa artéria, não existem comunicantes para realizar o fluxo colateral (pior prognóstico em relação a uma obstrução carotídea no qual as comunicantes realizam a irrigação compensatória) Artéria cerebral posterior Irriga a região temporal e occipital Hemianopsia Sistema vértebro-basilar Irriga o tronco (bulbo, ponte, mesencéfalo) e o cerebelo Ataxia ipsilateral Vertigem Alterações de nervos cranianos Hemiparesia e/ou hemi-hipoestesia (ipsilateral ou contralateral) Nistagmo Coma Trombose da basilar: grave gerando a síndrome de Cativeiro ou Locked In Amauroze fulgaz Artéria oftálmica é ramo da carótida interna, logo um êmbolo carotídeo pode levar ao sintoma de perda visual rápida de reversão espontânea Sintoma é ipsilateral à carótida acometida Diagnóstico TC de crânio sem contraste Nas primeiras geralmente está normal Área hipoatenuante Sinal da artéria densa: hiperatenuação arterial indicando oclusão com consequente AVCi Utilizada sobretudo para exclusão de AVCh Realizar investigação etiológica Coração ECG ecocardiograma transtorácico Vasos cervicais US doppler de carótidas e vertebrais angio TC ou angio RM Vasos intracranianos US doppler transcraniano angio TC ou angio RM Exames laboratoriaishemograma, TP e TTPAglicemia/dextro, eletrólitos, função renal Se etiologia não definida, ampliar a busca Eco transesofágico Holter 24h Angiografia convencional Investigação de doenças autoimunes Exames toxicológicos Avaliação do líquor Pesquisa de trombofilias Tratamento Anamnese dirigida com o paciente (se possível) e familiares Estabilização clínica ABC + dois acessos venosos Glicemia capilar e coleta de exames TC de crânio ECG Laboratoriais Hemograma Glicemia Na+/K+ Ureia e creatinina TP e TTPA Coagulograma Trombólise: trombolíticos (rTPA) Objetivo: salvar a região de penumbra (instável), pois a área isquêmica (área de core) já sofreu dano irreversível Aplicação: 10% da dose no 1º minuto e o restante em até 1h Indicações Quanto mais rápido realizado, melhor para reperfusão Déficit com prejuízo funcional (NIHSS >3 Escala que quantifica o déficit, varia de 0 a 48, quanto maior, pior) Início dos sintomas <4,5h (idealmente <3h) Pacientes com ≥18 anos Critérios de exclusão AVC, TCE ou cirurgia intracraniana nos últimos 3 meses IAM recente Histórico de AVCh HDA ou do hemorragia do trato urinário nos últimos 21 dias PAS>185mmHg e/ou PAD>110mmHg Uso de novos anticoagulantes orais nas últimas 48h ComplicaçãoHemorragia Medidas gerais Controle de PA, glicemia e temperatura Início de antiagregação plaquetária (AAS) nas primeiras 48h Paciente que chega sem ser trombolizado: tolera-se níveis pressóricos mais elevados (garantem perfusão cerebral)Até 220/120mmHg Trombectomia mecânica Indicaçõesoclusões de segmento proximal verificados na angioTC Deveser feita em até 6h do início do déficit
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