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A RELAÇÃO FAMÍLIA, ESCOLA E DEFICIÊNCIA INTELECTUAL


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A RELAÇÃO FAMÍLIA, ESCOLA 
E DEFICIÊNCIA INTELECTUAL
Programa de Pós-Graduação EAD
UNIASSELVI-PÓS
 Autoras: Ana Maria Dias Antonius
CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito
Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC
Fone Fax: (47) 3281-9000/3281-9090
 376
 A635r Antonius, Ana Maria Dias
 A relação família, escola e deficiência intelectual / 
 Ana Maria Dias Antonius. Indaial : Uniasselvi, 2013.
 106 p. : il 
 
 ISBN 978-85-7830-705-9
 1. Educação inclusiva.
 I. Centro Universitário Leonardo Da Vinci. 
Copyright © UNIASSELVI 2013
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri
 UNIASSELVI – Indaial.
Reitor: Prof. Ozinil Martins de Souza
Diretor UNIASSELVI-PÓS: Prof. Carlos Fabiano Fistarol
Coordenador da Pós-Graduação EAD: Prof. Norberto Siegel
Equipe Multidisciplinar da 
Pós-Graduação EAD: Profa. Erika de Paula Alves
 Profa. Izilene Conceição Amaro Ewald
 Prof. Márcio Moisés Selhorst
 
Revisão de Conteúdo: Profa. Ana Paula Fischer Hort
Revisão Pedagógica: Profa. Patrícia Cesário Pereira Offial
Revisão Gramatical: Profa. Camila Thaisa Alves Bona
Diagramação e Capa: 
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ana Maria Dias Antonius
Mestre em Educação pela Universidade 
Regional de Blumenau - FURB. Blumenau - SC. 
Na linha de Processos de Ensinar e Aprender. 
Com dissertação sobre In(ex)clusão no Serviço de 
Atendimento Educacional Especialização (SAEDE). 
Especialização em Psicopedagogia - Faculdade Christus 
– Fortaleza - CE.Licenciatura / Letras: língua portuguesa 
e suas literaturas pela Universidade Estadual do Ceará 
- UECE. Fortaleza-CE.Funcionária Pública da 
Secretária de Educação do Estado de Santa 
Catarina. 
Sumário
APRESENTAÇÃO ......................................................................7
CAPÍTULO 1
A Conjuntura da Tríade Família, Escola e Deficiência 
Intelectual .............................................................................. 9
CAPÍTULO 2
O Papel da Família no Desenvolvimento do Deficiente 
Intelectual ............................................................................ 29
CAPÍTULO 3
Educação Sexual e Deficiência Intelectual ..................... 51
CAPÍTULO 4
Reflexões Sobre a Inclusão Escolar .............................. 63
CAPÍTULO 5
Deficiência Intelectual, Escola e o Mercado de 
Trabalho ................................................................................ 85
APRESENTAÇÃO
Caro(a) pós-graduando(a):
Nessa disciplina, cujo título é O contexto família, escola e deficiência 
intelectual, você estudará aspectos da deficiência intelectual, dentre tantas 
deficiências existentes. Apresentaremos algumas informações que buscamos na 
área de Medicina, da Biologia e da Sociologia, porém é necessário que predomine 
os fundamentos pedagógicos relacionados sobre a área da deficiência intelectual 
e suas implicações na família escola e sociedade.
No primeiro capítulo apresentamos as concepções de como a sociedade vem 
ao longo dos tempos definindo o que é normal e anormal; as mudanças ocorridas 
na sociedade que aos poucos vem alterando os paradigmas desses conceitos; 
os processos de relação família e escolas para educandos com deficiência 
intelectual; as nomenclaturas anteriores a Deficiência Intelectual, seus aspectos e 
seus conceitos, e normalidade e anormalidade na coletividade.
O segundo capítulo trata da relação família, escola e deficiência intelectual, 
da influência do ambiente familiar na personalidade do deficiente intelectual, e o 
mito na deficiência intelectual. 
O terceiro capítulo aborda a sexualidade e educação para as pessoas com 
deficiência intelectual. No quarto capítulo discutir-se-á em torno da inclusão 
escolar e por fim, no quinto capítulo sobre a deficiência intelectual, escola e o 
mercado de trabalho.
A autora.
CAPÍTULO 1
A Conjuntura da Tríade 
Família, Escola e Deficiência 
Intelectual
A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes 
objetivos de aprendizagem:
 3 Proporcionar a compreensão da relação familiar e escolar e deficiência 
intelectual. 
 3 Conhecer as nomenclaturas e os aspectos que diferenciam a deficiência 
intelectual de deficiência mental. 
 3 Compreender o conceito de normal e anormal na sociedade.
10
 A Relação Família, Escola e Deficiência Intelectual
11
A Conjuntura da Tríade Família, Escola e 
Deficiência Intelectual
 Capítulo 1 
Contextualização
Para tornar efetiva a inclusão escolar e social julgamos necessário 
apresentar aspectos que podem influenciar no desenvolvimento do Deficiente 
Intelectual, como a atenção e acompanhamento da família e escola no processo 
de desenvolvimento da aprendizagem.
Um ambiente escolar que busca a parceria com a família, abre espaço para 
um entendimento de comum linguagem, permitindo que juntos trabalhem em 
prol do desenvolvimento da criança ou jovem com deficiência intelectual. Nesse 
sentido, a escola estará contribuindo para tornar possível uma educação pautada 
nos direitos humanos e na democratização do ensino. Segundo Farrel (2008, 
p. 17), destinar as práticas pedagógicas (...) “em estreita colaboração com os 
pais é uma aspiração de todas as escolas e um tema constante na orientação 
governamental.” Nesse sentido, percebemos a necessidade promover novas 
estratégias de inserção desses sujeitos no âmbito da instituição escolar, com 
apoio da família.
Processos de Relação Família, 
Escola e Deficiência Intelectual 
O acompanhamento da família no processo escolar da criança pode trazer 
grandes contribuições para seu progresso, a presença dos pais na escola, abre 
caminhos para o diálogo e entendimento de suas necessidades, limitações e 
potencialidades. 
Mas, a história nos mostra que nem sempre foi assim o entendimento da 
relação do deficiente intelectual com escola, comunidade e família.
Traçando um rápido percurso sobre o tempo, vimos que as 
pessoas com deficiência eram abandonadas por seus próprios 
familiares. Na Idade Média, eram consideradas, “obra do demônio”. 
Somente a partir do século XIX, por meio de estudos médicos, 
perceberam que o deficiente intelectual era capaz de aprender.
Os estudos sobre as deficiências iniciaram a 
partir do século XVI como uma preocupação 
da medicina em classificar os indivíduos que se 
desviavam do padrão de normalidade definido 
para época. É só no século XIX que entram em 
cena também os pedagogos, interessados no 
estudo da deficiência mental e nas possibilidades 
de educação dos indivíduos considerados 
deficientes. (CARNEIRO, 2008, p. 13).
Os estudos sobre 
as deficiências 
iniciaram a 
partir do século 
XVI como uma 
preocupação 
da medicina em 
classificar os 
indivíduos que 
se desviavam 
do padrão de 
normalidade 
definido para 
época.
12
 A Relação Família, Escola e Deficiência Intelectual
Esse novo olhar para o deficiente fez surgir em 1960 as primeiras instituições 
voltadas ao atendimento de pessoas com deficiências. Mas somente a partir da 
deflagração das Conferências Mundiais essas pessoas passaram a ter direitos, 
culminando nos anos de1990 com o processo de Inclusão Escolar.
Percebemos então, que a família e sociedade ao longo da história modificaram 
sua forma de conceber as deficiências, e essa mudança de pensamento, ou 
paradigma trouxeram significativos avanços quanto às adaptações nas escolas e 
meio social. Conforme Art. 227(BRASIL 2006)
É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar 
à criança e ao \adolescente, com absoluta prioridade, o 
direito à vida, à saúde,à alimentação, à educação, ao lazer, 
à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à 
liberdade e à convivência familiar comunitária, além de colocá-
los a salvo de toda a forma de negligência, discriminação, 
exploração, violência, crueldade opressão.
O processo de aceitação das pessoas com deficiência está amparado por lei, 
e com isso deixa de ser vista apenas como uma questão de benignidade. Como 
vimos, as mudanças não ocorreram de um dia pro outro, foi necessário muito 
apoio de todos os envolvidos, família, escola e sociedade.
Vamos agora discutir sobre o processo da aprendizagem com o deficiente 
intelectual.
A Deficência Intelectual e A 
Aprendizagem
A aprendizagem é decorrente de um conjunto de fatores genéticos, sociais, 
emocionais e cognitivos. Esse conjunto de fatores podem ser estimulados a favor 
do aprendizado do deficiente intelectual se receberem o apoio necessário da 
família, escola e sociedade. 
Vygotsky (1997) em seus estudos nos faz compreender que o processo 
mental do sujeito se faz por meio do seu contexto social, segundo o autor,
[...] as funções psicológicas superiores (o pensamento em 
conceitos, a linguagem racional, a memória lógica, a atenção 
voluntária, etc.) se formam durante o período histórico do 
desenvolvimento da humanidade e devem sua origem, não à 
evolução biológica, [...] mas a seu desenvolvimento histórico 
como ser social. VYGOTSKY, (1997, p. 214-215)
13
A Conjuntura da Tríade Família, Escola e 
Deficiência Intelectual
 Capítulo 1 
No processo de desenvolvimento de aprendizagem da pessoa 
com deficiência intelectual os contextos sociais no qual estão inseridos 
podem apresentar grande relevância no desenvolvimento escolar 
desse sujeito. Para (Vygotsky, apud Leontief e Luria, 2007, p. 163) “O 
processo de educação escolar é qualitativamente diferente do processo 
de educação em sentido amplo”. A aprendizagem primordialmente 
deve começar no seio familiar e a escola deve ser a continuação dessa 
aprendizagem.
Os processos de aprendizagem escolar e social estão intrinsecamente 
ligados a família e escola. A sociedade participa dessa educação quando aceita 
esse sujeito como membro efetivo dela com direitos e deveres, na forma da lei.
Segundo Almeida (2007), as crianças que apresentam deficiência 
intelectual podem progredir em suas ações, se receberem apoio e estímulo 
para suas conquistas. Esses sujeitos poderão ser muito úteis, se neles for 
confiado a responsabilidade de alguns trabalhos e produções em benefício 
a comunidade em que vivem, considerando seus limites e estimulando seus 
potenciais. Segundo Araújo é no convívio com seus pares que a criança 
aprende a 
A grande maioria das crianças com deficiência intelectual 
consegue aprender a fazer muitas coisas úteis para a sua 
família, escola, sociedade e todas elas aprendem algo para 
sua utilidade e bem-estar da comunidade em que vivem. Para 
isso precisam, em regra, de mais tempo e de apoios para 
lograrem sucesso. (ARAÚJO, 2009)
O papel da instituição escolar nesse aspecto deve ser de oferecer condições 
que possibilitem uma aprendizagem para todos os alunos, com respeito ao tempo 
de aprender e de amadurecer de cada um, que tenha como princípio a igualdade 
e o respeito humano acima de qualquer ação.
Nomenclaturas
As nomenclaturas das deficiências vem ao longo dos tempos sendo melhor 
compreendidas e modificadas conforme estudos e pesquisas. Nessa esteira, 
esclarece Sassaki, (2009) que o conceito de deficiência não pode ser confundido 
com o de incapacidade, palavra que é uma tradução, também histórica, do 
termo “handicap”. O conceito de incapacidade denota um estado negativo de 
funcionamento da pessoa, resultante do ambiente humano e físico inadequado ou 
inacessível, e não um tipo de condição. Como exemplo, a incapacidade de uma 
pessoa cega para ler textos que não estejam em braile, a incapacidade de uma 
O processo de 
educação escolar 
é qualitativamente 
diferente do 
processo de 
educação em 
sentido amplo.
14
 A Relação Família, Escola e Deficiência Intelectual
pessoa com baixa visão para ler textos impressos em letras miúdas, a incapacidade 
de uma pessoa em cadeira de rodas para subir degraus, a incapacidade de uma 
pessoa com deficiência mental/intelectual para entender explicações conceituais, 
a incapacidade de uma pessoa surda para captar ruídos e falas. Configura-se, 
assim, a situação de desvantagem imposta às pessoas COM deficiência através 
daqueles fatores ambientais que não constituem barreiras para as pessoas SEM 
deficiência. 
Foram necessárias muitas discussões para que os pesquisadores chegassem 
a uma terminologia que pudesse definir o que atualmente se compreende como 
deficiência intelectual, e uma forma que não preconizasses o preconceito, acerca 
das terminologias. Acrescenta Sassaki, (2009, p. 2),
[...] sobre os vocábulos deficiência mental e deficiência 
intelectual. Ao longo da história, muitos conceitos existiram 
e a pessoa com esta deficiência já foi chamada, nos círculos 
acadêmicos, por vários nomes. Mas, atualmente, quanto 
ao nome da condição, há uma tendência mundial (brasileira 
também) de se usar o termo deficiência intelectual.
O termo deficiência intelectual foi gradativamente surgindo, por meio de 
estudos e discussões, e hoje é um conceito oficializado, aponta Sassaki, (2009, 
p.3), 
A expressão deficiência intelectual foi oficialmente utilizada 
já em 1995, quando a Organização das Nações Unidas 
(juntamente com The NationalInstituteofChild Health 
andHumanDevelopment, The Joseph P. Kennedy, Jr. 
Foundation, e The 1995 SpecialOlympics World Games).” 
Ainda esclarece Sassaki (2009 p.3) “...realizou em Nova 
York o simpósio chamado INTELLECTUAL DISABILITY: 
PROGRAMS, POLICIES, AND PLANNING FOR THE FUTURE 
(Deficiência Intelectual: Programas, Políticas e Planejamento 
para o Futuro). 
Desde a década de 1995, o termo Deficiência Intelectual já é 
usado, começando a fazer parte do cotidiano das classes médica, 
familiar e escolar. Acrescenta ainda Sassaki (2005) que o termo 
deficiência intelectual é principalmente em virtude especificamente ao 
funcionamento intelectual e não o da mente como um todo.
A partir de 2006 o termo utilizado é PcD - Pessoa com 
Deficiência, ou seja, o ser humano vem antes da deficiência é uma 
procura de valorização desses sujeitos.
Acrescenta 
ainda Sassaki 
(2005) que o 
termo deficiência 
intelectual é 
principalmente 
em virtude 
especificamente 
ao funcionamento 
intelectual e não 
o da mente como 
um todo.
15
A Conjuntura da Tríade Família, Escola e 
Deficiência Intelectual
 Capítulo 1 
Mesmo sendo uma convergência mundial, demorou para que o uso da 
nomenclatura deficiência intelectual passasse a ser implementada alguns países, 
e mesmo no Brasil ainda existe uma tendência da utilização do termo “deficiência 
mental” à deficiência intelectual. 
Você estudou sobre os processos que envolvem a relação da família, 
escola e as nomenclaturas sobre pessoas com deficiência intelectual. A seguir, 
convidamos você a refletir sobre o que aprendeu , realizando as atividades de 
estudos.
Na continuidade estudaremos a relação família e escola coligada a sociedade.
Atividades de Estudos: 
1) No decorrer desse capítulo, apresentamos um breve resgate 
sobre o histórico da deficiência intelectual na relação com a 
sociedade e família. A partir de seus estudos descreva como 
os indivíduos com deficiência intelectual eram tratados pelos 
seus familiares.
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2) A criançacom deficiência intelectual aprende a partir do momento 
que se cria condições para ele se desenvolver. Liste algumas 
práticas que poderão contribuir para esse desenvolvimento.
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3) Em suas leituras você percebeu que o conceito de incapacidade 
estava ligado diretamente as pessoas com deficiência intelectual. 
E hoje, como é compreendida essa deficiência pela sociedade? 
Descreva suas conclusões.
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16
 A Relação Família, Escola e Deficiência Intelectual
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Relação Família, Escola e Sociedade
A família muda a cada nova geração, desde a Idade Média (século V ao 
século XV). Antigamente as famílias com poder aquisitivo melhor tinham condições 
de pagar professores particulares para que seus filhos recebessem a educação 
formal, dentro de suas próprias residências. Com a disseminação da instituição 
escolar em esferas particulares e públicas, esse tipo de educação passou a ser 
institucionalizada. Com isso as famílias passaram para a agência social, “escola” 
,a tarefa que antes era feito dentro de seus próprios domicílios.
Até chegarmos aos patamares de uma coletividade em que a pessoa com 
deficiência intelectual pudesse conviver com os demais membros da sociedade, 
muitos estudos e discussões aconteceram. Nesse sentido sustenta Marques 
(1994, p. 97)
[...] Implicitamente para a mudança da condição de 
subalternidade de seus internos em relação à sociedade em 
geral, que teve difundido e fortalecido seu poder de controle 
e discriminação sobre os desviantes, que representavam, em 
última instância, uma ameaça à ordem social ideologicamente 
estabelecida.
A sociedade que antes chamava o deficiente intelectual com 
o termo “desviante” ainda não estava “pronta” para conviver 
com esses sujeitos. O medo era de que a ordem social que 
consideravam adequadas pudesse ser ameaçada por essas 
pessoas. Diante dessas circunstâncias, sustenta-se o direito de 
que todo cidadão seja respeitado, pois segundo NISKIER (1997, 
p. 31),[...] “o direito a educação tem suas raízes remotas nas 
especulações filosóficas e científicas dos séculos XVII e XVIII, 
que se desenvolveram de tal forma que provocaram a mais 
fecunda revolução intelectual de que se tem notícia.”
Nesse contexto, a educação deixa de ser apenas um “bem” da família com 
estrutura econômica adequada, passando a pertencer a todos independente 
a condição econômica, conforme escreve NISKIER (1997, p. 31), “Mais 
precisamente, no século XVIII, um novo modo de agir e de pensar determinou 
outras concepções sobre o mundo e a liberdade, sobre as instituições e a 
igualdade”. 
[...] “o direito a 
educação tem 
suas raízes 
remotas nas 
especulações 
filosóficas e 
científicas dos 
séculos XVII e 
XVIII, que se 
desenvolveram 
de tal forma que 
provocaram a 
mais fecunda 
revolução 
intelectual de que 
se tem notícia.”
17
A Conjuntura da Tríade Família, Escola e 
Deficiência Intelectual
 Capítulo 1 
A partir do momento que o conceito de igualdade começa a refletir na 
estrutura social, a escola como instituição começa a se estabelecer. A sociedade 
e as famílias buscam compreender o deficiente, e romper preconceitos.
O texto a seguir convida você a refletir sobre a influência dos aspectos 
sociais, na formação do sujeito.
Escolhas e repercussão social
Toda sociedade grande e complexa tem, na verdade, as 
duas qualidades: é muito firme e muito elástica. Em seu interior, 
constantemente se abre um espaço para as decisões individuais. 
Apresentam-se oportunidades que podem ser aproveitadas. Aparecem 
encruzilhadas em que as pessoas têm de fazer escolhas, e de suas 
escolhas, conforme sua posição social pode depender seu destino 
pessoal imediato, ou de uma família, ou ainda, em certas situações, 
de nações inteiras, ou de grupos dentro delas.Pode depender de suas 
escolhas que a resolução completa das tensões existentes ocorra 
na geração atual ou somente na seguinte. Delas pode depender a 
determinação de qual das pessoas ou grupos em confronto, dentro de um 
sistema particular de tensões, se tornará o executor das transformações 
para as quais as tensões estão impelindo, e de que lado e em que 
lugar se localizará os centros das novas formas de integração rumo 
às quais se deslocam as mais antigas em virtude, sempre, de suas 
tensões. Mas as oportunidades entre as quais a pessoa assim se vê 
forçada a optar não são em si mesmas criadas por essa pessoa. São 
prescritas e limitadas pela estrutura especifica de sua sociedade e 
pela natureza das funções que as pessoas exercem dentro dela. E, 
se for à oportunidade que ela aproveite, seu ato se entremeará com 
os de outras pessoas; desencadeará outras sequências de ações, 
cuja direção e resultado provisório não dependerão desse indivíduo, 
mas da distribuição do poder e da estrutura das tensões em toda essa 
rede humana móvel. ELIAS(1994).
18
 A Relação Família, Escola e Deficiência Intelectual
Atividade de Estudos: 
1) Conforme vimos, a escola busca subsídios para tornar possível a 
aprendizagem para a pessoa com deficiência intelectual. Nesse 
contexto, como a escola vem abordando a aprendizagem da 
pessoa com deficiência intelectual? Descreva suas observações..
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Santaela apud Jaspers. (1978, p.59) “O mundo é normal pelo 
que representa em objetividade na união entre os homens, na 
mutualidade em que estes colaboram, desenvolvendo, estimulando 
e exaltando a vida. É anormal se, em vez de aproximar, separa e 
isola os homens; se restringe e atrofia; e se desaparece o sentimento 
de poder, de domínio sobre o espaço, em que o animo e a vontade 
podem distribuir a sua capacidade e utilizar os bens advindos dessa 
posse”
Do Leprosário ao Manicômio - O 
Sujeito Normal e Anormal na 
Sociedade
Para darmos continuidade a aprendizagem do processo de inclusão 
seja social ou escolar para as pessoas que são consideradas com deficiência 
intelectual, abordando como a sociedade ainda dita os conceitos do que é normal 
ou anormal. Se o sujeito não se encontra dentro dos padrões considerados 
normais, já é considerado fora do contexto social.
A maneira do sujeito se comportar nas suas vivências sociais, familiares e 
19
A Conjuntura da Tríade Família, Escola e 
Deficiência Intelectual
 Capítulo 1 
escolares, portando-se de acordo com o que a sociedade espera dele, classifica-
se automaticamente como normal. A partir do momento que o sujeito contrasta 
com esse padrão já muda a maneira de compreensão da sociedade, da família 
e principalmente da escola, que espera e quer sempre uma homogeneidade em 
suas salas de aula. 
Mesmo que numa sociedade em que os valores são alterados de 
acordo com o que os membros dessa mesma esfera,que considerada 
natural nos procedimentos de seus membros a convivência com as 
pessoas que se desviam dessas estruturas segundo as regras da 
normalidade que esses mesmos membros impõem. KRAUZ (1989) 
escreve que ao nos posicionarmos nos sentidos cognitivos, ou morais, 
ou mesmoestéticos sejam nos valores como verdade, e até mesmo 
a significação do correto são relativos aos contextos nos quais estão 
inseridos. O que a sociedade antes entendia como desviante, louco, 
hoje a sociedade o entende com um sujeito com deficiência intelectual, 
apto mediante as possibilidades que essa mesma sociedade a ponha 
a seu dispor.
Já que estudamos sobre as diversas nomenclaturas e como a sociedade, 
família e a escola vêm lidando com a pessoa com deficiência inserimos o texto 
abaixo sugere uma reflexão sobre como as instituições estão redefinindo e 
diferenciando deficiência intelectual, deficiência mental e doença mental.
Definição de Deficiência Intelectual da AAIDD American 
Associationon Intellectual and Develop mental Disabillities 
(Associação Americana de Deficiência Intelectual e do 
Desenvolvimento).
Deficiência Intelectual
É definida como limitações importantes que afetam o 
funcionamento intelectual, significativamente abaixo da média, 
acompanhado de limitações significativas no funcionamento 
adaptativo em pelo menos duas das seguintes áreas de habilidades: 
comunicação, autocuidados, competência doméstica, habilidades 
sociais, interpessoais, uso de recursos comunitários, auto- suficiência, 
habilidades acadêmicas, trabalho, lazer, saúde e segurança. O inicio 
deve ocorrer antes dos 18 anos.
O que a sociedade 
antes entendia 
como desviante, 
louco, hoje a 
sociedade o 
entende com 
um sujeito com 
deficiência 
intelectual, apto 
mediante as 
possibilidades 
que essa mesma 
sociedade a ponha 
a seu dispor.
20
 A Relação Família, Escola e Deficiência Intelectual
Essa definição, adotada para diagnóstico de deficiência 
intelectual, não considera apenas o QI baixo como até a pouco 
era diagnosticado, mas também, uma avaliação abrangente das 
habilidades e dificuldades da pessoa deficiente em se relacionar com 
o meio ambiente, na execução das atividades diárias, nos cuidados 
pessoais, no aprendizado acadêmico e na atuação no meio onde 
vive. 
Exemplificando, as pessoas com deficiência intelectual se 
relacionam com o mundo de forma diferenciada da maioria das 
pessoas. São mais lentas, levam mais tempo para aprender, ou seja, 
precisam de apoio na escola e no trabalho. Essas dificuldades variam 
de intensidade podem ser leves ou mais acentuadas. As mais leves 
são mais difíceis de serem identificadas, porque não são evidentes. 
São observadas pelas famílias e posteriormente diagnosticadas na 
idade escolar. Assim, nas diversas formas que se apresentam, vão 
precisar de mais ou menos apoio. A deficiência intelectual não é 
uma doença, mas, uma incapacidade intelectual, em determinadas 
áreas de acordo com o comprometimento de cada pessoa. 
A deficiência mental
Caracteriza-se por registrar um funcionamento intelectual 
geral significativamente abaixo da média, oriundo do período de 
desenvolvimento, concomitante com limitações associadas a duas 
ou mais áreas da conduta adaptativa ou da capacidade do indivíduo 
em responder adequadamente às demandas da sociedade nos 
seguintes aspectos: Há uma tendência a mudar o termo Deficiência 
Mental por Transtorno Mental. (BRASIL, 2004).
21
A Conjuntura da Tríade Família, Escola e 
Deficiência Intelectual
 Capítulo 1 
Doença Mental
Não deve ser confundida com deficiência intelectual, a diferença 
é que na doença mental a pessoa perde a noção de si mesma e 
da realidade a sua volta. Pode ser mais branda ou mais severa 
ocasionando muitas vezes dificuldade de raciocínio lógico e 
concentração. Essas pessoas apresentam humor variado e grande 
dificuldade de relacionamento. São as psicoses, as depressões, a 
síndrome do pânico, as esquizofrenias. Esses casos devem ser 
tratados com medicação e com atendimento terapêutico. A doença 
mental não é caracterizada como deficiência, mas como doença. 
Apesar de ser um quadro diferente da deficiência mental, algumas 
pessoas possuem as duas patologias. Por exemplo, é possível que 
uma pessoa tenha deficiência intelectual associada a um quadro 
depressivo, assim como a doença mental mais grave pode ocasionar 
um limite intelectual. 
Fonte: Disponível em: <http://novaprojeto.blog.terra.com.br>. 
Acesso em: 31 jul. 2012.
Agora que você já estudou sobre as diversas nomenclaturas que diferenciam 
a pessoa com deficiência mental e intelectual e da doença mental, já é capaz de 
discernir, as características de cada uma e resolver a seguir as:
Atividade de Estudos: 
1) Estudamos os diferentes conceitos sobre a deficiência mental e 
intelectual e a doença mental. De acordo com o que foi estudado 
como você vê compreende essas diferenças?
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22
 A Relação Família, Escola e Deficiência Intelectual
A Padronização do Sujeito
A padronização do sujeito é definida pela construção social da época em que 
a sociedade está inserida. A sociedade atual vem se ajustando as novas formas 
de enfrentamento pelo respeito e dignidade ao ser humano, mesmo que seja de 
uma forma vagarosa. Compreende-se que mudar a subjetividade das esferas 
familiares, sociais e escolares requer tempo e muitos estudos, para que o se 
deseje seja alcançado.
Como o ser humano é único e padrão para a humanidade não existe, o que 
se procura é uma busca de igualdade, e justiça social para todos e também para a 
pessoa com deficiência. Assim sabemos que você educando já tem conhecimento 
das diversas declarações que de alguma forma estão voltadas para a inserção 
da pessoa com deficiência no âmbito social, escolar e voltadas para a dignidade 
dessas pessoas.
Para contextualizar o que estamos estudando, apresentaremos seguir a 
Declaração de Montreal.
DECLARAÇÃO DE MONTREAL SOBRE 
A DEFICIÊNCIA INTELECTUAL
Montreal – Canadá OPS/OMS - 06 DE OUTUBRO DE 2004
TRADUÇÃO: Dr. Jorge Márcio Pereira de Andrade, 
Novembro de 2004
[...]DECLARAMOS QUE:
As Pessoas com Deficiência Intelectual, assim como outros 
seres humanos, nascem livres e iguais em dignidade e direitos. 
[...] A deficiência intelectual é entendida de maneira 
diferenciada pelas diversas culturas o que faz com a comunidade 
internacional deva reconhecer seus valores universais de dignidade, 
autodeterminação, igualdade e justiça para todos. 
Os Estados têm a obrigação de proteger, respeitar e garantir que 
todos os direitos civis, políticos, econômicos, sociais e culturais e as 
23
A Conjuntura da Tríade Família, Escola e 
Deficiência Intelectual
 Capítulo 1 
liberdades das pessoas com deficiência intelectual sejam exercidos 
de acordo com as leis nacionais, convenções, declarações e normas 
internacionais de Direitos Humanos. Os Estados têm a obrigação 
de proteger as pessoas com deficiências intelectuais contra 
experimentações científicas ou médicas, sem um consentimento 
informado, ou qualquer outra forma de violência, [...] maus tratos ou 
castigo cruel, desumano ou degradante. (como as torturas).
[...]. 5-A.[...]. B [...]
6- A. As pessoas com deficiências intelectuais têm os mesmos 
direitos que outras pessoas de tomar decisões sobre suas próprias 
vidas. Mesmo que algumas pessoas possam ter dificuldades de fazer 
escolhas, formular decisões e comunicar suas preferências, elas 
podem tomar decisões acertadas para melhorar seu desenvolvimento 
pessoal, seus relacionamentos e sua participação nas suas 
comunidades. Em acordo consistente com o dever de adequar o que 
está estabelecido no parágrafo 5 B, as pessoas com deficiências 
intelectuais devem ser apoiadas para que tomem suas decisões, as 
comuniqueme estas sejam respeitadas. Conseqüentemente, quando 
os indivíduos têm dificuldades para tomar decisões independentes, 
as políticas públicas e as leis devem promover e reconhecer as 
decisões tomadas pelas pessoas com deficiências intelectuais. Os 
Estados devem providenciar os serviços e os apoios necessários 
para facilitar que as pessoas com deficiências intelectuais tomem 
decisões significativas sobre as suas próprias vidas. B.[...] Qualquer 
interdição deverá ser por um período de tempo limitado, sujeito 
as revisões periódicas e, com respeito apenas a estas decisões, 
pelas quais será determinada uma autoridade independente, para 
determinar a capacidade legal.Montreal, 06 de outubro de 2004. 
Fonte: Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_ 03/
mpv/2163-41.htm>. Acesso em: 2 ago. 2012.
24
 A Relação Família, Escola e Deficiência Intelectual
Atividade de Estudos: 
1) Você acabou de ler alguns trechos que são muitos pertinentes 
sobre nossos estudos da deficiência intelectual. Como você 
percebe a aplicabilidade dessa declaração no atual momento 
social e escolar da pessoa com deficiência intelectual?
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Algumas Considerações
Caro pós graduando, neste capítulo você aprendeu sobre as relações 
familiares escolares, as nomenclaturas, e os parâmetros estabelecidos sobre o 
que é ser normal e anormal. 
Convido-o para o próximo capítulo com certeza, com os subsídios do que 
foi estudado no capítulo II, você estará mais envolvido com o termo deficiência 
intelectual, então você irá aprender mais sobre como o ambiente pode influenciar 
a personalidade, o mito e o papel da família.
Para refletirmos sobre o capítulo estudado temos duas sugestões: um filme 
e um livro.
Filme: Meu nome é Rádio
Na Carolina do Sul, o técnico de futebol 
americano Harold Jones (Ed Harris) faz 
amizade com Radio (Cuba Gooding Jr.), 
um estudante de colegial que é deficiente 
mental. O relacionamento dos dois dura 
décadas e Radio se transforma de um garoto 
tímido e atormentado a uma inspiração para 
a comunidade onde vive. 
25
A Conjuntura da Tríade Família, Escola e 
Deficiência Intelectual
 Capítulo 1 
Livro: A história da loucura.
 Autor: Michel Foucault.
26
 A Relação Família, Escola e Deficiência Intelectual
Referência
ARAÚJO, Emmerson Morvam Conceição de. Informática como instrumento 
de intervenção psicopedagogia em crianças com síndrome de down. 
Salvador, 2009. Disponível em: <http://artigos.netsaber.com.br/resumo_
artigo_37479/artigo_sobre_inform%C3%81tica_como_instrumento_de_
interven%C3%87%C3%83o_psicopedag%C3%93cia_em_crian%C3%87as_
com_s%C3%8Dndrome_de_down>. Acesso em: 21 jul. 2012.
ALMEIDA, M. da S.R. O que é deficiência intelectual ou atraso cognitivo? 
Instituto Inclusão Brasil, “Compromisso com a dignidade humana”. 28 out. 2007. 
Disponível em: <www.inclusãobrasil.com.br>. Acesso em: 06 ago. 2012.
BIBEAU, G., Repèrespour une Approche Anthropoligue em Psychiatrie, 
in: CORIN, E;LAMARRE, S.; MINGNEAULT, P.; TOUSIGHNANT,M. (Eds.). 
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1987.
BEYER, Hugo Otto. Da integração escolar à educação inclusiva: implicações 
pedagógicas. In: BAPTISTA, Cláudio Roberto (Org.). Inclusão e escolarização: 
múltiplas perspectivas. Porto Alegre: Mediação, 2006. p. 73-81.
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1988. Disponível em: <htpp//www.planalto.gov.br>. Acesso em: 14.ago. 2012.
______. Lei n. 5692/71. Diário Oficial da União. Brasília, 1971.
 
______. MEC, Secretaria de Educação Especial. Política Nacional de 
Educação Especial. Livro 1/MEC/SEESP. Brasília, 1994
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______. Política Nacional de Educação Especial. Brasília : Livro 1/ MEC 2006.
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CASSIRER, Ernest. Antropologia filosófica. São Paulo: Mestre Jou, 1972. 
DECLARAÇÃO DE MONTREAL. <http://www.planalto.gov.br/ccivil_ 03/mpv/2163-
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27
A Conjuntura da Tríade Família, Escola e 
Deficiência Intelectual
 Capítulo 1 
DIFERENÇA ENTRE DEFICIÊNCIA INTELECTUAL E DOENÇA MENTAL. 
Disponível em: <http://novaprojeto.blog.terra.com.br>. Acesso em: 31 jul. 2012.
ELIAS, Norbert. A sociedade dos indivíduos. Rio de Janeiro: Ed. Jorge Zahar, 
1994. 
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professor. Porto Alegre: Artmed, 2008.
FOUCAULT, Michel, História da Loucura: na Idade clássica. Tradução José 
Teixeira Coelho Neto. SãoPaulo: Perspectiva, 2008.
KRAUZ, Michael. Relativism. Interprelationand Confrontation. Notre 
Dame. Indiana: University of Notre Dame Press, 1989. O QUE É DEFICIÊNCIA 
MENTAL. Disponível em: <http://www.indianopolis.com.br/si/site/1163->. Acesso 
em: 8 jul. 2012.
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NISKIER, Arnaldo, Educação em primeiro lugar. São Paulo. 7. Ed. Moderna. 
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SACRISTÁN, José Gimeno. O aluno como invenção. Porto Alegre: Artmed, 
2005.
SANTAELLA, Antonio. Psiquiatria social da vida moderna. 2ª Ed. Resenha 
universitária Ltda. São Paulo. 1978. 
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Acesso em: 21 jul. 2012.
VYGOTSKY, Lev Semenovich. Pensamento e linguagem. 2. ed. São Paulo: 
Martins Fontes, 1989.
______. Lev Semenovich. Obras escogidas V: fundamentos de defectologia. 
Madrid: Visor, 1997.
28
 A Relação Família, Escola e Deficiência Intelectual
______. Lev Semenovich. COLE, Michael. A formação social da mente: o 
desenvolvimento dos processos psicológicos superiores. 6. ed. São Paulo: 
Martins Fontes, 1998. 
______. Leon Semenovich, A formação social da mente: os 
desenvolvimentos dos processos psicológicos superiores. Organizadores 
Michael Cole...[et. al.] tradução José Cipolla Neto, Luis Silveira Menna Barreto, 
Solange Castro Afeche. 7ª Ed. – São Paulo. Ed. Martins Fonte. 2007.
CAPÍTULO 2
O Papel da Família no 
Desenvolvimento do Deficiente 
Intelectual
A partir da concepção do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes 
objetivos de aprendizagem:
 3 A influência da família no desenvolvimento da 
personalidade do deficiente intelectual.
 3 Perceber o deficiente intelectual como sujeito capaz de se desenvolver.
 3 Mediar família, deficiente intelectual e escola.
30
 A Relação Família, Escola e Deficiência Intelectual
31
O Papel da Família no Desenvolvimento do 
Deficiente Intelectual
 Capítulo 2 
Contextualização
No capítulo anterior você estudou sobre aspectos que envolvem deficiência 
intelectual, seu contexto familiar, escolar e social. Também contemplamos um 
breve histórico sobre as nomenclaturas e paradigmas envolvidos. 
Você já deve ter ouvido falar de alguns rótulos sobre as pessoas que 
apresentam deficiência intelectual, não é? Esses sujeitos são considerados 
muitas vezes como incapazes, perturbadores e inconvenientes por seus colegas 
de classe, seus professores e até mesmo pelos próprios familiares. Sobre essa 
situação convidamos você a refletir: 
• Será que é isso mesmo que acontece? 
• Nas residências,eles realmente perturbam ou é apenas fruto das frustrações 
da família? 
• Na escola, as práticas pedagógicas estão voltadas para a inserção desse 
estudante com deficiência intelectual? 
• O que fazer para desmistificar esses paradigmas? 
Para responder essas questões, iremos estudar, com base em autores, os 
mitos e verdades sobre o comportamento do deficiente intelectual e a influência 
que o ambiente familiar exerce no desenvolvimento de sua personalidade.
Boa leitura!
A Influência Familiar no 
Desenvolvimento da 
Personalidade do Deficiente 
Intelectual
A relação das pessoas com deficiência intelectual no seu ambiente 
familiar deve ser tranquila e de aconchego, para que o sujeito com 
deficiência reconheça que esse espaço para ele é natural e faz parte de 
sua convivência. Vygotsky (1997) enfatiza que o deficiente Intelectual 
só conseguirá evoluir nos aspectos do desenvolvimento da linguagem 
Vygotsky (1997) 
enfatiza que 
o deficiente 
Intelectual só 
conseguirá evoluir 
nos aspectos do 
desenvolvimento 
da linguagem e 
do pensamento 
quando houver 
a qualidade 
das interações 
interpsicológicas.
32
 A Relação Família, Escola e Deficiência Intelectual
e do pensamento quando houver a qualidade das interações interpsicológicas. 
Este aspecto pode configurar-se de forma problemática na situação das crianças 
com necessidades especiais, cujo histórico aponta com frequência para situações 
de isolamento social. 
Se a pessoa com deficiência não tem no ambiente familiar ou escolar o 
conforto psicológico, e sua necessidade física atendida, poderá sentir-se excluída. 
E esse sentimento poderá levar ao isolamento, a agressividade e a distúrbios 
intelectuais.
Segundo Ballone (2008) Para adaptar-se ao ambiente 
satisfatoriamente, o indivíduo deve se utilizar da capacidade de integrar 
várias modalidades sensoriais (os sentidos), de modo a constituir uma 
noção (consciência) da situação presente. Além disso, deve desenvolver 
uma capacidade de aprendizagem. Finalmente, deve desenvolver uma 
capacidade de agir objetivamente. 
O ambiente de convivência do deficiente intelectual é um dos grandes 
responsáveis pelo seu comportamento. Um ambiente em que as pessoas 
desferem suas angústias e frustrações, que demonstram falta de respeito e 
discussão, pode se tornar impróprio para uma relação saudável.
Sempre que você, caro pós-graduando, sentir necessidade de 
alguma consulta para ampliar seus conhecimentos sobre a condição 
da mente humana, consulte o site http://www.psiqweb.med.br/ , lá 
inúmeros artigos podem vir a auxiliá-lo.
O meio familiar e a ação de seus membros, pode influenciar a maneira como 
a pessoa com deficiência intelectual atua nos demais ambientes que possa vir a 
frequentar. Compreendemos com isso, segundo Abenhaim (2009, p. 237) que:
O grau de comprometimento intelectual não é fator 
determinante da não aprendizagem. A crença no limite do 
outro é muito mais danosa pois resulta numa autoimagem 
negativa em baixa autoestima. As pessoas identificadas como 
incapazes geralmente assumem essa condição e acreditam 
que jamais poderão modificar esse resultado.
33
O Papel da Família no Desenvolvimento do 
Deficiente Intelectual
 Capítulo 2 
Alguns pais, com a intenção de proteger os filhos com deficiência 
intelectual, de olhares preconceituosos e deboches acabam por limitar ainda 
mais seu desenvolvimento. Uma das preocupações dos pais é em relação 
ao bullying, não apenas na escola, mas também na sociedade. Esse tipo 
de preconceito pode piorar o desenvolvimento do sujeito com deficiência, 
fazendo se sentir inseguro e prejudicando assim sua autonomia e confiança 
nas pessoas.
Bullying é uma palavra inglesa sem tradução para o português, 
mas que é compreendida como todo tipo de violência que o sujeito 
pode vir a sofrer, seja física ou verbal. Atualmente é muito discutida 
nos espaço escolar.
É interessante pensar em uma perspectiva de desenvolvimento satisfatório, 
com o intuito de que o ambiente familiar em que se encontra o deficiente 
intelectual possa estar apropriado para que esse sujeito possa desenvolver suas 
potencialidades, pois segundo Abenhaim (2009, p. 154), “A educação familiar dos 
filhos, sobretudo daqueles que apresentam necessidades educativas especiais, 
representa um requisito social decisivo para a sua formação escolar(...).” Nesse 
sentido Piletti (1986) esclarece que as famílias muitas vezes são caracterizadas 
por situações injustas, de desigualdade econômica e social, que lutam por vários 
razões, principalmente, financeiras. Deixando não por negligência, 
mas, às vezes, por falta de conhecimento de como atuar no sentido 
de inserir adequadamente seus filhos nas esferas sociais, culturais e 
escolares.
A ideia de que essas famílias sejam necessariamente abaladas 
em sua qualidade de vida deve ser revista. Núñez (2003), pesquisando 
as famílias com filhos deficientes, descreve os conflitos presentes nos 
vínculos e os indicadores de risco nessas famílias, conclui que os 
conflitos familiares não surgem em resultado direto da deficiência, mas 
em função das possibilidades de a família adaptar-se ou não a essa 
situação.
Estresse
Estado emocional negativo que ocorre em resposta a eventos 
Piletti (1986) 
esclarece que 
as famílias 
muitas vezes são 
caracterizadas por 
situações injustas, 
de desigualdade 
econômica e 
social, que lutam 
por vários razões, 
principalmente, 
financeiras.
34
 A Relação Família, Escola e Deficiência Intelectual
percebidos como uma sobrecarga ou que excedam as habilidades ou 
recursos da pessoa para gerenciá-los.
Estressores
Eventos ou situações que são percebidos como perigosos, 
ameaçadores ou desafiadores (HOCKENBURY E HOCKENBURY, 
2002, p.444).
A família desempenha um papel primordial no desempenho da pessoa 
com deficiência intelectual na escola e na sociedade, quando cria nesse sujeito 
capacidades e o envolve nas atividades essenciais da família.
(...) Segundo mostram os dados do Sistema de Avaliação 
da Educação Básica (Saeb) de 1999, nas escolas que 
contam com a participação dos pais, por meio de trocas de 
informações com os professores e os diretores, os alunos 
tendem a aprender mais e melhor. (ABENHAIM, 2009, p. 
154),
O texto a seguir trata da relação familiar e da influência nas atitudes das 
pessoas com deficiência intelectual.
FAMÍLIA E TRANSTORNOS EMOCIONAIS
No meio familiar, a crueldade e a maldade disfarçadas se 
apresentam como chantagens emocionais, cerceamentos de 
liberdade... É dispensável relacionar aqui as situações familiares 
bizarras e extremas, capazes de prejudicar o bom desenvolvimento 
emocional de seus membros, incluindo os filhos, cônjuge, netos, 
sobrinhos e até o cachorro da casa. Normalmente essas situações 
dizem respeito ao alcoolismo, droga dicção, histerias de várias 
formas, violência doméstica, chantagens emocionais, enfim, toda 
sorte de excessos capazes de perturbar o bom andamento das 
coisas familiares. 
Pode parecer estranho, mas, de fato, o que interessa considerar 
aqui é o exercício da maldade, tortura e crueldade. Mas não se 
trata da maldade, tortura e crueldade clássicas e francas. Aí ficaria 
muito fácil diagnosticar a dinâmica familiar deturpada. Mas não, 
35
O Papel da Família no Desenvolvimento do 
Deficiente Intelectual
 Capítulo 2 
o que nos interessa é o exercício da maldade, tortura e crueldade 
exercidas velada e dissimuladamente. Esse tipo disfarçado de 
crueldade e maldade inclui toda espécie de chantagens emocionais, 
cerceamentos de liberdade, desrespeito, omissões e opressões que 
familiares dirigem uns contra os outros de forma surda, calada e, 
muitas vezes, socialmente irreprimível. 
Esse tipo de família onde existem pessoas capazes degerar 
ansiedade e mal estar emocional em outros familiares constitui 
aquilo que chamamos de Família de Alta Emoção Expressa. O 
termo Alta Emoção Expressa foi adotada, inicialmente, para indicar 
características de famílias que favoreciam a recaída dos sintomas 
de pacientes psiquiátricos. Hoje em dia, podemos empregar o termo 
para designar famílias que favorecem o desenvolvimento de estados 
emocionais desconfortáveis. 
Na maior parte das vezes, o discurso de tais famílias nos dá a 
impressão de que todos são ótimos e desejam ardentemente o bem 
estar dos demais. Mas, avaliando com mais cuidado, surdamente, 
nas entrelinhas e dissimuladamente, veremos que as coisas são 
feitas de forma a piorar o estado emocional dos demais ou de 
alguém, especificamente. 
Fonte: Disponível em: <http://www.psiqweb.med.br/site/?area=NO/
LerNoticia&idNoticia=29>. Acesso em: 14 ago. 2012.
O texto que você leu, discute como a influência familiar pode alterar a 
personalidade de uma pessoa e o quanto o uma pessoa com deficiência intelectual 
está mais suscetível a sofrer essa influência negativa.
Mas o que é personalidade?
Segundo Hockenbury e Hockenbury (2002, p.369), “personalidade 
é definida como os padrões únicos e relativamente consistentes de 
pensamentos, sentimentos e comportamentos de um indivíduo”. 
Quando esses padrões não correspondem às expectativas, as 
coerências desses pensamentos e comportamentos já começam 
demonstrar anomalias por parte dos que estão próximos desses 
sujeitos, que são os familiares, já que o princípio básico de início de 
vida é a estrutura familiar.
Segundo 
Hockenbury e 
Hockenbury 
(2002, p.369), 
“personalidade é 
definida como os 
padrões únicos 
e relativamente 
consistentes de 
pensamentos, 
sentimentos e 
comportamentos 
de um indivíduo”.
36
 A Relação Família, Escola e Deficiência Intelectual
As particularidades de cada indivíduo e principalmente da pessoa com 
deficiência intelectual, sua maneira de agir e interagir no contexto que está inserido 
traz de suas vivências familiares uma carga da formação de sua identidade. É 
uma influência que está intrinsecamente arraigada na subjetividade desse sujeito. 
Quando os familiares não estão preparados para lidar com a deficiência intelectual 
e agem como se os mesmos fossem incapazes, cria-se uma forte relação de 
dependência dessas pessoas.
A suspeita da existência de famílias com características 
psiquiatricamente mórbidas ocorreu de forma científica em 1959. As 
conclusões do primeiro estudo de George Brown, em 1959, apontaram 
para uma possível associação entre a qualidade das relações familiares 
e o desenvolvimento da doença mental do paciente 
Ballone (2008) fez uma lista de razões que fazem com que os filhos sofram 
uma alguma angústia ou sofrimento, e que podem vir a originar um distúrbio 
emocional. Segundo o autor há alguns fatores que podem desencadear esses 
sentimentos.
O quadro a seguir orientar-lhe-á na melhor compreensão desses fatores. 
Todos esses fatores podem causar muito estresse tanto nos filhos como nos 
pais, gerando assim angústias que podem vir a desenvolver distúrbios emocionais 
que poderão afetar sua vida social, escolar e afetiva.
Causariam sofrimento emocional os pais...
37
O Papel da Família no Desenvolvimento do 
Deficiente Intelectual
 Capítulo 2 
1 – omissos e ausentes. 
2 – tiranos e opressores. 
3 – que exigem muito. 
4 – que não exigem nada. 
5 – que nutrem fortes expectativas sobre os filhos. 
6 – que não se interessam tanto pelos filhos. 
7 – que se separam para não brigarem mais. 
8 – que não se separam, mas brigam. 
9 – que só pensam em dinheiro. 
10 – que não ensinam a valorizar o dinheiro. 
11 – muito enérgicos (que limitam muito). 
12 – muito camaradas (não dão limites). 
13 – que não entendem (ou não querem entender) os filhos. 
14 – que interferem muito e querem saber de tudo. 
15 – que proíbem muito. 
16 – que permitem muito. 
17 – que nunca estão satisfeitos. 
18 – que acham que está sempre tudo muito bom. 
19 – etc.
Fonte: Disponível em <http://www.psiqweb.med.br/site/?area=NO/
LerNoticia&idNoticia=195>. Acesso em: 14 ago. 2012.
A figura a seguir é analisada na obra de Hockenbury e 
Hockenbury (2002, p.450): “Vias do Sistema Endócrino no Estresse – 
Duas vias estão envolvidas nas respostas ao estresse”. A via endócrina, 
apresentada à esquerda do diagrama, é a via envolvida na resposta 
lutar ou fugir (fightorflight response) para ameaças imediatas. A via 
endócrina à direita tem uma função importante quando lidamos com 
estressores prolongados ou crônicos.
A seguir, duas formas de como o estresse pode se manifestar, e como ele 
pode agir no seu organismo.
38
 A Relação Família, Escola e Deficiência Intelectual
Figura 1 - Como se processa o estresse no corpo
Fonte: Hockenbury e Hockenbury (2002, p.450).
De acordo com a ilustração podemos perceber que a influência familiar é 
a maior responsável pelo desenvolvimento integral da criança, apresente ela 
alguma deficiência ou não. E o papel da família é proporcionar ao sujeito que 
apresenta deficiência um laço de confiança e amor.
Esperamos que as discussões até então apresentadas possam ajudá-lo 
a repensar em uma prática que valorize um ambiente profissional tranquilo e 
acolhedor para a pessoa com ou sem deficiência intelectual.
39
O Papel da Família no Desenvolvimento do 
Deficiente Intelectual
 Capítulo 2 
Atividades de Estudos: 
1) Sobre a definição de Personalidade desenvolvido por Hockenbury 
e Hockenbury (2002), reflita e responda, você concorda com esse 
conceito? Justifique sua opinião. 
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2) Aprendemos que vários fatores, como sociais, familiares e 
escolares podem causar estresse. Você já passou por alguma 
situação que desencadeou essa emoção? Pense sobre isso.
 Agora, com base em seus estudos, defina:
a) Estresse:
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b) Estressores:
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Caro pós-graduando, os estudos que você realizou até aqui têm como objetivo 
auxiliá-lo em sua prática pedagógica de um fazer inclusivo. Nessa perspectiva, 
esperamos que essa leitura se torne um “saber fazer”, tornando-se relevante 
nos contornos sociais e escolares em que você, profissional da educação, está 
inserido. 
40
 A Relação Família, Escola e Deficiência Intelectual
As Novas Sociopatias 
Novas sociopatias: são alguns distúrbios como: dificuldades 
de relacionamentos mesmo com colegas de sala de aula, ou de 
trabalho, lidar com pai ou mãe ou irmãos depois da separação. São 
desenvolvidos pelas pessoas, que não necessariamente sejam 
crianças ou jovens, o adulto também não está imune, podendo 
acarretar, dentre outros problemas, sérias falhas nos relacionamentos 
interpessoais e de aprendizagem e falta de concentração (grifo da 
autora).
Atualmente denominam-se novas sociopatias o que está 
relacionado às estruturas ou desestruturas familiares. As relações nas 
famílias podem vir a causar danos emocionais e, caso o sujeito seja 
um deficiente intelectual,pode essa falta de harmonia na família piorar 
seu desempenho nas relações exteriores, principalmente na instituição 
escola, pois é onde haverá a convivência por mais tempo e com um 
número maior de pessoas, gerando, dessa forma, um aumento dos 
atritos com os colegas de sala e demais alunos.
A Agressão Emocional é especialidade do meio familiar, 
chegando-se ao requinte de agredir intencionalmente com um falso 
aspecto de estar fazendo o bem ou de não saber que está agredindo.
Muitas vezes, esses desacordos familiares podem vir a gerar um desequilíbrio 
da personalidade que vai muito além apenas de falta de relacionamentos saudáveis, 
sendo que um dos fatores é o desencadeamento de violência física.
De acordo com Ballone (2008), o termo “desequilíbrio da 
personalidade sociopática”, que substituiu “psicopatia”, foi incluído 
no Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders, Primeira 
Edição (DSM-I), compêndio de distúrbios mentais reconhecidos 
As relações nas 
famílias podem vir 
a causar danos 
emocionais e, 
caso o sujeito 
seja um deficiente 
intelectual, pode 
essa falta de 
harmonia na 
família piorar seu 
desempenho 
nas relações 
exteriores.
41
O Papel da Família no Desenvolvimento do 
Deficiente Intelectual
 Capítulo 2 
publicado em 1952. Os psiquiatras usavam o termo “distúrbio da 
personalidade psicopática” para descrever pessoas que exibiam 
comportamento anormal em relação ao seu ambiente 
De acordo com Lorenzini (1999), as crianças que apresentam deficiência 
intelectual reagem de forma branda aos incentivos que são proporcionados pelo 
espaço doméstico, e suas respostas aos estímulos podem ser muito demoradas 
ou muitas vezes díspares do que se espera. Assim, precisam de estímulos 
ininterruptos para que possam vislumbrar o emprego das informações que 
possam assimilar. A autora relata que, para que a criança possa desenvolver suas 
habilidades, ela necessita ser auxiliada de maneira que os estímulos respeitem as 
suas necessidades.
Segundo Belloni (2008), a Codependência é um transtorno 
emocional definido e conceituado por volta das décadas de 70 e 80, 
relacionado aos familiares dos dependentes químicos e atualmente 
estendido também aos casos de alcoolismo, de jogo patológico e 
outros problemas sérios da personalidade.
A Codependência se caracteriza por uma série de sintomas e 
atitudes mais ou menos teatrais, e cheias de Mecanismos de Defesa. 
Há muitas pessoas com transtornos emocionais derivados de sintomas 
descritos e suas atitudes que podem vir a interferir nas suas atividades e relações 
sociais.
Quando as dificuldades se apresentam no âmbito escolar, é necessário que o 
profissional da educação esteja apto a lidar com a situação. Creio, caro educando, 
que o conhecimento da deficiência intelectual e de como ela se manifesta possam 
ajudá-lo nas práticas que você desenvolverá no dia a dia.
Para que você possa entender melhor algumas características dos 
transtornos de personalidade, o texto a seguir pode ajudá-lo. 
42
 A Relação Família, Escola e Deficiência Intelectual
1. Dificuldade para estabelecer e manter relações íntimas sadias e 
normais, sem que grude muito ou dependa muito do outro.
2. Congelamento emocional. Mesmo diante dos absurdos 
cometidos pela pessoa problemática o codependente, mantém-
se com a serenidade própria dos mártires.
3. Perfeccionismo. Da boca para fora, ou seja, ele professa um 
perfeccionismo que, na realidade, ele queria que a pessoa 
problemática tivesse.
4. Necessidade obsessiva de controlar a conduta de outros. 
Palpites, recomendações, preocupações, gentilezas quase 
exageradas fazem com que o codependente esteja sempre 
superssolícito com quase todos (assim ele justificaria que sua 
solicitude não é apenas com a pessoa problemática).
5. Condutas pseudocompulsivas. Se o codependente paga as 
dívidas da pessoa problemática ele “nunca sabe bem porque fez 
isso”, diz que não consegue se controlar.
6. Sentir-se responsável pelas condutas de outros. Na realidade 
ele se sente mesmo responsável pela conduta da pessoa 
problemática, mas para que isso não motive críticas, ele aparenta 
ser responsável também pela conduta dos outros.
7. Profundos sentimentos de incapacidade. Nunca tudo aquilo 
que fez ou está fazendo pela pessoa problemática parece ser 
satisfatório.
8. Constante sentimento de vergonha, como se a conduta 
extremamente inadequada da pessoa problemática fosse, de 
fato, sua. 
9. Baixa autoestima.
10. Dependência da aprovação externa, até por uma questão da 
própria autoestima.
11. Dores de cabeça e das costas crônicas que aparecem como 
somatização da ansiedade.
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O Papel da Família no Desenvolvimento do 
Deficiente Intelectual
 Capítulo 2 
12. Gastrite e diarréia crônicas, como envolvimento psicossomático 
da angústia e conflito.
13. Depressão. Resultado final.
Fonte: Disponível em: <http://www.psiqweb.med.br/site/?area=NO/
LerNoticia&idNoticia=24->. Acesso em: 14 ago. 2012.
Como você percebeu, são várias as possibilidades de acontecerem os 
sintomas descritos acima. Com o conhecimento deles, você entenderá o que 
acontece e poderá aplicar o diagnóstico na sua técnica pedagógica, de maneira 
a interferir para beneficiar o deficiente intelectual no seu desempenho da 
aprendizagem e nas relações, especialmente dentro do universo escolar.
Atividades de Estudos: 
1) Sobre as novas sociopatias, você deve ter percebido que as 
pessoas podem alterar seu comportamento, e um dos fatores 
é que os deficientes intelectuais tem a dificuldade em criar e 
manter relações íntimas sadias e normais, sem que se crie 
uma relação em que um dependa muito do outro. Como você 
compreende essa dificuldade de estabelecer relações sociais 
saudáveis?
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2) Você estudou que a “codependência” é um transtorno 
emocional definido e conceituado por volta das décadas de 
70 e 80, relacionado aos familiares. Como você entende a 
“codependência” na pessoa com deficiência intelectual com seus 
familiares?
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 A Relação Família, Escola e Deficiência Intelectual
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Você acabou de estudar sobre as novas sociopatias e os transtornos de 
aprendizagem. Agora, convidamos você a realizar a leitura sobre mitos com 
relação à capacidade do deficiente intelectual.
Deficiencia Intelectual e o Mito da 
Incapacidade
O deficiente intelectual durante muito tempo foi considerado como um ser 
incapaz, um inválido, e esses conceitos foram sendo difundidos na sociedade e a 
mesma introduziu na sua subjetividade. 
No ambiente familiar e escolar é muito comum ouvir pais e professores 
falarem sobre a pessoa deficiência intelectual “não saber” fazer isso ou aquilo. 
O termo incapacidade muitas vezes é evitado, embora inconscientemente 
seja lembrado. No entanto, queremos que fique claro que essa incapacidade 
é mito. Nesse sentido enfatiza (ABENHAIM 2008, p.243) “A visão excludente 
e alienada do ser humano está sendo substituída por um reconhecimento de 
todo ser humano como ser social que aprende na relação com o mundo, com 
o outro.”
A pessoa com deficiência intelectual apresenta algumas impossibilidades, 
mas não incapacidades.“A aprendizagem e o desenvolvimento das pessoas não 
podem ser determinados pela aparência. O que realmente limita é a sociedade” 
(ABENHAIM 2008, p.243). Por isso o que família e escola devem procurar é criar 
condições de autonomia para esse sujeito.
O fragmento de texto a seguir irá esclarecer alguns pontos de mito e verdade 
para sua maior compreensão sobre o tema.
MITOS E VERDADES SOBRE DEFICIÊNCIA 
MENTAL/INTELECTUAL
[...]
45
O Papel da Família no Desenvolvimento do 
Deficiente Intelectual
 Capítulo 2 
O mito: as pessoas com deficiência intelectual são muito 
ou totalmente dependentes.
A verdade: a pessoa com deficiência intelectual habilitada 
para o trabalho geralmente já frequentou uma escola regular 
e/ou instituição especializada que a preparou para ser o mais 
independente possível. Portanto, em um ambiente corporativo, 
ela deve fazer sozinha tudo o que puder, e ser ajudada 
somente se for realmente necessário. Não se pode subestimar 
nem superestimar a capacidade dessa pessoa, porque suas 
habilidades não estão vinculadas, exclusivamente, às suas limitações. 
Existem pessoas com Síndrome de Down, por exemplo, que são 
muito independentes, estudam, trabalham, andam sozinhas pelas 
ruas, se casam, tem vida sexual ativa e ajudam a família. Existem 
também muitas pessoas com deficiência intelectual que vão e voltam 
do trabalho com total independência, além de terem autonomia para 
decidirem sobre sua carreira dentro de uma empresa. 
O mito: as pessoas com deficiência intelectual necessitam de 
superproteção.
A verdade: não. Impedi-las de experimentar a vida é negar sua 
possibilidade de alcançar níveis cada vez maiores de independência 
e de autonomia.
[...]
O mito: as pessoas com deficiência intelectual são mais 
agressivas e/ou muito carinhosas (“grudentas”). 
A verdade: a agressividade é uma forma de a pessoa administrar 
sua convivência na realidade, desenvolvida no período de sua 
história de vida. Não está associada a qualquer deficiência e pode 
ser característica de qualquer pessoa, tendo ou não uma deficiência. 
As pessoas com deficiência intelectual podem ou não ser muito 
carinhosas, como uma pessoa sem deficiência. Os comportamentos 
podem ser alterados de acordo com a necessidade de um grupo de 
pessoas, portanto, é interessante explicar ao novo funcionário com 
deficiência intelectual, caso seja necessário, que naquele ambiente 
de trabalho ele deve agir de determinada forma. Isso é fundamental 
para um bom relacionamento com essa pessoa. 
O mito: as pessoas com deficiência intelectual são como 
crianças.
Não se pode 
subestimar nem 
superestimar 
a capacidade 
dessa pessoa, 
porque suas 
habilidades não 
estão vinculadas, 
exclusivamente, 
às suas limitações.
46
 A Relação Família, Escola e Deficiência Intelectual
A verdade: uma pessoa com deficiência intelectual é uma 
pessoa com qualidades e defeitos. Quando criança, deve ser tratada 
como a criança que é. Quando adolescente, ou adulto, deve-se 
tratá-la de acordo com sua faixa etária. A capacidade de interagir 
em sociedade, e consequentemente no ambiente de trabalho, deve 
ser avaliada hoje de acordo com os critérios da CIF – Classificação 
Internacional de Funcionalidade e Incapacidade - que equilibra 
fatores clínicos, comportamentais e sociais. 
O mito: as pessoas com deficiência intelectual são “muito” 
inteligentes. 
A verdade: muitas pessoas esperam menos da pessoa com 
deficiência, especialmente, a pessoa com deficiência intelectual. 
Assim, quando constatam nela capacidades e produtividade, é 
comum dizerem “são muito inteligentes!” Na verdade, super avaliar 
a inteligência da pessoa é tão discriminatório quando subavaliá-la. A 
pessoa com deficiência intelectual pode vir a apresentar dificuldade 
para aprender, especialmente quando se trata de conteúdos e 
conceitos abstratos, ou que dela exigem maior memorização. Seu 
ritmo de aprendizagem também pode vir a ser menor. Porém, o mais 
importante a se saber é que, para cada característica identificada, há 
uma forma para compensar a limitação e promover sua produtividade 
e funcionamento [...]. Texto adaptado para divulgação no site do 
Instituto Indianápolis.
Fonte: Disponível em: <http://www.pedagogiaaopedaletra.com.br/
posts/mitos-verdades-sobre-deficiencia-mentalintelectual/>. 
Acesso em: 26 ago. 2012.
Mesmo com as Declarações para a Inclusão, que começaram a ser 
deflagradas, esse conceito de incapacidade passa a ser reinterpretado, 
principalmente para a família, profissionais da saúde e da educação, o que 
principia num entendimento do deficiente intelectual como um indivíduo que tem 
suas capacidades, que necessita que elas sejam compreendidas e exploradas de 
maneira correta. 
Ainda é necessário que aconteçam mais mudanças significativas no que se 
refere à atuação dessas pessoas nos meios em que estão inseridas. 
Como você percebeu, a maneira como a pessoa com deficiência é tratada 
47
O Papel da Família no Desenvolvimento do 
Deficiente Intelectual
 Capítulo 2 
pelos familiares e pelos professores refletirá em seu comportamento e percebida 
no meio em que estão inseridas. Respeitá-las é uma forma de fazê-las sentir-se 
parte do contexto.
Você já deve ter lido sobre as Declarações que buscam os 
diretos das pessoas com deficiência: não se esqueça de ler sobre 
a Declaração de Montreal para deficiência intelectual. Apesar de 
haver um pequeno texto no capítulo I, existe muito mais para você 
aprender. 
Atividades de Estudos: 
1) Estudamos nesse capítulo sobre capacidades e mitos das 
pessoas com deficiência intelectual. Qual sua opinião sobre o 
mito da capacidade da pessoa com deficiência intelectual?
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2) Como você compreende as possibilidades de alcance da 
autonomia das pessoas com deficiência intelectual?
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 A Relação Família, Escola e Deficiência Intelectual
Algumas Considerações
Caro pós-graduando, chegamos ao fim de mais um capítulo, no qual 
estudamos sobre as relações da família com a deficiência intelectual e suas 
implicações; as relações entre família escola e pessoa com deficiência intelectual 
e o mito da incapacidade. 
Já no próximo capítulo abordaremos a sexualidade da pessoa com deficiência 
intelectual. Faremos um estudo para melhor compreender como a sociedade, 
escola e família enfrentam essa questão. 
Até lá.
 Livro: Ciúme.
 Autor: Eduardo Ferreira-santos
 Editora: EDITORA AGORA
 Ano de Edição: 2007
 Nº de Páginas: 112
Referências
ABENHAIM, Evanir. Educação Inclusiva, Deficiência e Contexto Social: questões 
contemporâneas. Salvador: EDUFBA, 2009.
BALLONE,G,J.Ortolani IV – A Família faz bem ou mal Saúde Mental? 2008. 
Disponível em: <http://www. psiqweb.med.br>. Acesso em: 20 ago. 2012.
_____, G.J., OrtolaniIV - A Família e Transtornos Emocionais,. 2008.
Disponível em: <http://www. psiqweb.med.br>. Acesso em: 20 ago. 2012.
_____, G.J. Deficiência Mental, 2007. Disponível em: <http://www.psiqweb.
49
O Papel da Família no Desenvolvimento do 
Deficiente Intelectual
 Capítulo 2 
med.br>. Acesso em: 22 ago. 2012.
_____, G.J., MOURA E.C. Transtornos da Linhagem Sociopática, 2008. 
Disponívelem: <http.//www.psiqweb.med.br>. Acesso em: 23 ago. 2012.
_____, G.J.–Codependência, 2008. Disponível em: <http://www.psiqweb.med.
br>. Acesso em: 14 ago. 2012.
BEYER, Otto, Hugo. Por que Lev Vygotsky quando se propõe uma educação 
inclusiva? Ed.: 2005 - N° 26. Disponível em: <http://coralx.ufsm.br/revce/
ceesp/2005/02/a7.htm>. Acesso em: 8 mar. 2012.
CID 10. Disponível em: <http://www.datasus.gov.br/cid10/v2008/cid10.htm>. 
Acesso em: 14 ago. 2012.
CÓDIGO INTERNACIONAL DE DOENÇAS – CID. Disponível em: <http://www.
psicnet.psc.br/v2/site/dicionario/registro_default.asp>. Acesso em: 26 ago. 2012.
HOCKENBURY, Dom H., &HOCKENBURY,Sandra. Descobrindo a Psicologia. 
São Paulo. SP. Editora. Monole. 2002.
INSTITUTO MID. Mitos e verdades sobre deficiência mental/intelectual. 
Disponível em: <http://www.pedagogiaaopedaletra.com.br/posts/mitos-verdades-
sobre-deficiencia-mentalintelectual/>. Acesso em: 26 ago. 2012.
LORENZINI, M. V. (1999). Brincando no ambiente natural: uma contribuição 
para o desenvolvimento sensório-motor da criança portadora de paralisia 
cerebral. Campinas: Universidade Estadual de Campinas (Tese de Doutorado).
NÚÑEZ, B. La Família com um Hijo com Discapacidad: sus Conflictos Vinculares. 
Archives Argentinian of Pediatry, Buenos Aires: Sociedad Argentina de 
Pediatria, 101(2), pp. 133-42, 2003.
PILETTI, Nelson. Psicologia Educacional. Editora Ática. São Paulo. 1986.
VYGOTSKY, L.S. Obras Escogidas V – Fundamentos de Defectología. Madrid: 
Visor, 1997.
50
 A Relação Família, Escola e Deficiência Intelectual
CAPÍTULO 3
Educação Sexual e Deficiência 
Intelectual
A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes 
objetivos de aprendizagem:
 3 Refletir sobre o processo da educação sexual na escola do deficiente intelectual.
 3 Discutir concepções de sexualidade na deficiência intelectual. 
 3 Abordar a descendência e o matrimônio de pessoas com deficiência intelectual.
52
 A Relação Família, Escola e Deficiência Intelectual
53
Educação Sexual e Deficiência Intelectual Capítulo 3 
Contextualização
O sexo na Idade Média era tido como pecado, com fim apenas de concepção 
em virtude dos dogmas religiosos. Essa compreensão do sexo no ocidente vem 
se alterando lentamente e culmina com a revolução sexual dos anos de 1960 e 
1970, com o advento da pílula anticoncepcional e outros métodos de prevenção 
da gravidez. Com o surgimento da AIDS, nos anos de 1980, a questão sexual 
entra em debate e agora já não se trata apenas de prevenção contra gravidez e 
sim uma questão de saúde e risco de morte.
Quando se trata da sexualidade da pessoa com deficiência intelectual, 
inúmeras dúvidas surgem. Diante disso discutiremos no decorrer dos capítulos 
como esses processos vêm se desdobrando, com todas as implicações do 
desenvolvimento da esfera social, que acaba influenciando a esfera privada.
Outro ponto em discussão será o matrimônio entre pessoas com deficiência 
intelectual, que gera a preocupação por parte dos familiares quanto à questão da 
descendência que esses sujeitos irão gerar.
Boa leitura!
Educação Sexual: Deficiência 
Intelectual, Família E Escola
Afinal, como debater na família e na escola sobre a educação 
sexual e os processos da sexualidade para a pessoa com deficiência 
intelectual? Pois, “Diferente da sexualidade dos adolescentes 
tidos como normais, a sexualidade dos deficientes não é um tema 
esclarecido nas salas de aula e nem é comumente tido como assunto 
em debates ou palestras.” (MACEDO; TERRASSI, 2009).
Nesse aspecto, a educação sexual na escola torna-se uma 
tarefa complexa, pois traz em questão preceitos religiosos, falta de 
conhecimento e vergonha por parte das próprias famílias, deixando a 
escola numa posição vulnerável.
É importante compreendermos como vem sendo discutido a 
sexualidade em ambientes familiares e escolares. Além disso, vamos 
refletir sobre como a escola aborda o tema para as pessoas com 
Diferente da 
sexualidade dos 
adolescentes tidos 
como normais, 
a sexualidade 
dos deficientes 
não é um tema 
esclarecido nas 
salas de aula e 
nem é comumente 
tido como assunto 
em debates 
ou palestras. 
(MACEDO; 
TERRASSI, 2009).
54
 A Relação Família, Escola e Deficiência Intelectual
deficiência intelectual, sobre a forma como ocorre à sexualidade nesses sujeitos e 
suas implicações no cotidiano. Conforme Foucault (1998, p.9),
O termo sexualidade surgiu no século XIX, marcando algo 
diferente do que apenas um remanejamento de vocabulário. 
O uso desta palavra é estabelecido em relação a outros 
fenômenos, como o desenvolvimento de campos de 
conhecimento diversos; a instauração de um conjunto de 
regras e de normas apoiadas em instituições religiosas, 
judiciárias, pedagógicas e médicas; mudanças no modo 
pelo qual os indivíduos são levados a dar sentido e valor 
à sua conduta, desejos, prazeres, sentimento, sensações e 
sonhos.
O termo já existe há muito tempo e tem outras implicações que não apenas 
uma referência ao contorno sexual, ao sexo em si, mas uma implicação de 
construção histórica e social. 
A sexualidade, nos Parâmetros Curriculares Nacionais – Pluralidade Cultura 
e Orientação Sexual, é entendida como uma concepção biológica inerente 
ao ser humano está na sua subjetividade, faz parte de suas vidas e deve ser 
encarada com naturalidade. É preciso desmistificar a relação sexual como um ato 
pecaminoso e abominável. Sobre isso, salienta Ballone (2008) que é importante 
lidar com questões sexuais como um instrumento de relacionamento, e não 
somente ao ato sexual. Diante disso, as famílias devem buscar um entendimento 
sobre a sexualidade das pessoas com deficiência intelectual, respeitando sua 
privacidade. 
Numa perspectiva histórico-cultural, a família tende a imprimir, 
geralmente, aos portadores de deficiências, a ideia de que são 
incapazes, inábeis, inseguros e assim vão sendo “educados” 
para serem indefesos, dependentes e até considerados por 
alguns como assexuados e desinteressantes (TOLEDO 2000 
apud MACEDO; TERRASSI, 2009, p. 205)
Ao tratar da sexualidade devemos considerar a questão do preparo do corpo, 
a idade que é mais adequada para o início de uma relação sexual e todas as 
implicações que podem vir com o início das relações sexuais, como gravidez não 
desejada e Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST’s).
O texto a seguir irá auxiliá-lo no entendimento da crença da sexualidade 
relacionada à deficiência intelectual
O termo 
sexualidade 
surgiu no século 
XIX, marcando 
algo diferente do 
que apenas um 
remanejamento de 
vocabulário.
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Educação Sexual e Deficiência Intelectual Capítulo 3 
Algumas das crenças mais comuns, relacionadas à sexualidade 
e deficiência:
Crença 1: jovens com deficiência não são sexualmente 
ativos.
Embora alguns adolescentes, com deficiência profunda 
possam ser menos aptos que seus pares para serem sexualmente 
ativos, a crença é infundada, pois não se deve assumir que a 
condição de deficiência por si só preveja o comportamento sexual. 
Crença 2:as aspirações sociais e sexuais de pessoas com 
deficiência são diferentes dos seus pares.
Apesar do isolamento 
social que muitos deficientes vivenciam, estudos demonstram que 
estes jovens gostariam de ter relações sexuais, de casar e de ter 
filhos. Na verdade, o que ocorre é que essas pessoas têm menos 
oportunidades de explorar alguma relação com seus semelhantes, o 
que dificulta o alcance de suas aspirações. 
Crença 3:problemas quanto à expressão sexual do deficiente 
ocorrem em função de sua deficiência.
Estudos demonstram que 
problemas físicos e mentais têm menor influência sobre a expressão 
sexual do deficiente do que sua integração social. Os deficientes têm 
maior

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