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ANALGÉSICOS OPIÓIDES

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ANALGÉSICOS OPIÓIDES
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ – UFPI
CAMPUS MINISTRO PETRÔNIO PORTELLA
CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS – CCA
CURSO: MEDICINA VETERINÁRIA
DISCIPLINA: FARMACOLOGIA VETERINÁRIA
ALUNOS:
LETÍCIA IOHANE MORAIS SIMÕES
MARCOS DAVI BORGES DE SOUZA
MARCOS RENAN BARBOSA REIS
MARIA LUISA MENDONÇA BEZERRA ROCHA
RAISSA ESTHEPHANE TORRES DO NASCIMENTO
ORIGEM:
Papaver somniferum
Látex de cápsulas imaturas
CODEÍNA
MORFINA
PAPAVERINA
LÁTEX
Morfina 
Opiáceos – Estruturalmente relacionados a morfina
Opióides – sintéticos, semisintéticos, naturais ou endógenos que interagem com os receptores opioides
Derivados fenantrênicos: morfina, codeína e tebaína
Derivados benzilisoquinolínicos: papaverina e noscapina
Morfina 
Codeína 
Heroína 
6-monoacetylmorphine 
HISTÓRIA:
Achados de plantações de Papaver somniferum do período neolítico;
Produção do láudano (Preparado hidroalcóolico em pó) no século XVI;
Isolamento da morfina: Friederich Wilhelm Sertürner -1803 (morfina tem origem da palavra Morfeu – Deus dos sonhos); 
Isolamento e purificação da morfina em escala comercial – empresa escocesa Macfarlane-Smith em 1833;
Uso injetável com a produção da seringa – 1853;
Friederich W. Sertürner
Morpheus – Deus do sono
Letitia M. Geer – enfermeira Inventora da seringa
HISTÓRIA:
Identificação da estrtura química da morfina – 1925;
Identificação dos receptores de membrana de células nervosas que interagiam com os opioides – 1970;
Identificação dos ligantes endógenos dos receptores opioides (encefalinas: leu-encefalina e met-encefalina) – 1975;
TETRAPEPTÍDEO
SEMELHANÇAS ESTRUTURAIS
Indicações dos analgésicos opioides:
Dores agudas e severas de origem traumática – fentanil e morfina;
Dores moderadas de origem inflamatória – codeína e propoxifeno;
Dores severas crônicas – Morfina e oxicodona;
Dor neuropática – não há boa resposta;
Mecanismo da dor:
Estímulos: Térmicos, químicos e físicos;
Via sensitiva – ascendente;
Fibras A-β
Fibras A-δ
Fibras C
Via motora - descendente;
Tipos de fibras:
Fibras A-β – Baixo limiar de estímulo mecânico; toque leve e movimento de pelos;
Fibras A-δ – Transmitem sinais de dor rápidos, agudos e bem localizados, respondem a estímulos mecânicos, de frio e calor; encontrados em pele e músculo; Liberam glutamato e aspartato como neurotransmissores;
Tipos de fibras:
Fibras C – amielínicas, encontradas no músculo, mesentério e vísceras abdominais;
Transmitem o impulso da dor lentamente, de forma difusa e mal localizada ou em queimação;
Respondem a estímulos mecânicos intensos ou irritantes químicos;
Liberam somatostatina, Substância P, peptídeo relacionado com o gene da calcitonina (CGRP) e fator neurotrófico derivado do cérebro (BDNF)
Ascendente
Descendente 
Mecanismos e locais da analgesia induzida pelos opioides 
Inibição da transmissão ascendente das informações nociceptivas provenientes do corno dorsal da medula espinhal.
Ativação da via descendente inibitória.
Inibição discreta dos nociceptores periféricos.
Receptores Opioides 
μ ou MOP
K ou KOP
δ ou DOP
NOP ou ORL-­1 
Fármacos Opióides
Agonistas puros (tem preferência pelos receptores mi)
Agonistas mistos (tem preferência por mais de um receptor)
Classificação dos Opióides
Análogos da morfina
Agonistas: Heroína, Codeína e Morfina.
Agonistas parciais: Nalorfina e Levalorfan.
Antagonistas: Naloxona.
Derivados Sintéticos
Fenilpiperidinas: Meperidina e Fentanil
Metadona: Metadona e Dextropropoxifeno
Benzomorfan: Pentazocina
Tebaina: Etorfina
Antagonistas
Nalorfina
Naloxona
Naltrexona
Agonistas Puros
Mecanismos moleculares dos opióides
Receptores opióides pertencem a família dos receptores acoplados a proteína Gi.
Inibem adenilatociclase, reduzindo AMPC.
Promovem abertura dos canais de Potássio e inibem os canais de Cálcio na membrana.
Diminuem liberação de neurotransmissores.
Ativação das vias inibitórias (ascendentes)
Bloqueio das vias excitatórias (descendentes)
Ações Farmacológicas
Tomando como base a morfina:
 Analgesia: dores agudas e crônicas, exceto neuropatias. 
 Euforia: (efeito no sistema límbico). Sensação de bem estar e contentamento, mediado por receptores mi.
 Disforia: mal estar, relacionada a receptores Kappa.
Obs: Nalorfina e Pentazocina tem efeitos antinoceptivos com poucos efeitos psicológicos.
Ações Farmacológicas
Propriedades gratificantes
Córtex pré-frontal (glutamato) e área tegumentar ventral (dopamina) vão estimular o núcleo alcumbis (gabaérgico), onde o neurônio gabaérgico é inibitório, este que libera e produz a GABA inibe o pálido ventral, este responsável pela euforia.
Os opióides vão inibir os neurônios gabaérgicos e neurônios dopaminérgicos (área tegumentar ventral) com isso não será estimulada e nem liberada a produção do GABA, evitando a inibição do neurônio do pálido ventral, assim promovendo a euforia.
Ações Farmacológicas
Depressão do reflexo da tosse: 
Codeína: contém um substituto no grupo fenólico. A depressão ocorre em doses sub-terapêuticas para dor. Sem correlação com efeito analgésico ou depressor.
Ações Farmacológicas
Náusea e vômito
Ocorre em cerca de 40% dos pacientes.
Devido estimulação da zona quimiorreceptora do gatilho emético na área de postrema do bulbo.
Estimula receptores dopaminérgicos.
Por exemplo:
 Apomorfina é uma agonista dopaminérgico de ação anti-vômito.
 Inversamente os antagonistas dopaminégicos podem ser usados para tratar a êmese. 
Ações Farmacológicas
Miose 
Estimulam o núcleo óculo motor.
Não tem tolerância e é importante para o diagnóstico.
TGI: 
Aumenta o tônus e diminui a motilidade, gerando a constipação.
Além disso, aumenta a pressão sobre o trato biliar, gerando desconforto epigástrico e cólica biliar. Os efeitos podem ser reduzidos pelo uso da atropina.
Essas ações estão correlacionados aos receptores mi e kappa.
Ações farmacológicas
Outros efeitos: 
Liberação de histamina nos mastócitos o que promove a coceira e broncoconstrição e hipotensão, com isso deve-se avaliar os pacientes asmáticos.
Em altas doses promove hipotensão devido ao efeito medular.
Espasmos musculares.
Imunossupressão em uso crônico.
Tolerância
 Redução dos efeitos farmacológicos (mesmo com a mesma dose)
Tolerância rápida: Euforia
Tolerância moderada: Analgesia, depressão respiratória.
Quase nenhuma tolerância: Miose e constipação.
Efeito agudo: redução menor da concentração de AMPc.
Efeito crônico: dessensibilização e interiorização dos receptores.
Dependência
A partir da tolerância se observa a dependência.
Necessidade de aumentar a dose para atingir o mesmo efeito
Receptores mi = responsável pela dependência.
Fatores psicológicos e socioeconômicos.
Abstinência
A morfina inibe a adenilato ciclase, com a retirada e tolerância, ocorre reversão dessa inibição.
Com o aumento da adenilato ciclase = irritabilidade, perda de peso, febre, midríase, insônia, diarreia, convulsões.
3 dias, desaparece completamente em até 8 dias.
Principais Opióides
 Diacetilmorfina (heroína): Obtida à partir da morfina, tem característica mais lipossolúvel, menor duração e maior dependência. 
 Codeína: Obtida da morfina, absorção via oral, antitussígeno, baixa potência analgésica (dor de cabeça, costas), não induz a euforia, produz constipação intensa.
 Dextropropoxifeno: similar a codeína, com duração mais longa e dependência discutível.
Principais Opióides
Meperidina: similar a morfina, produz agitação e não sedação, antimuscarínica, causa euforia e dependência, menor duração de efeito, útil anestésico no parto. Se associado aos inibidores da MAO: pode ocasionar hipertermia e convulsões. 
Fentanil: Derivado da fenilpiperidina, ação similar a morfina com curta duração, usos em anestesia.
Entorfina: Análogo de grande potência (1000x maior que a morfina) utilizado para mobilizar grandes animais.
Principais Opióides
 Metadona: Semelhante a morfina, porém com menor efeito sedativo. Longa duração, meia vida maior que 24 horas, menor dependência, síndrome da abstinênciamenos severa. 
Pentazocina: misto agonista-antagonista. Em baixas doses tem potência similar a morfina, sem produzir depressão respiratória e disforia.
Outros Analgésicos Opióides
Principalmente para dores neuropáticas:
- Tramadol: Metabólito da trazodona.
Agonista fraco nos receptores Mi
Inibidores da recaptura da noraepinefrina.
Tricíclicos: Imipramina e Amitriptilina
inibidores de recaptação de noraepinefrina.
Carbamazepina e Gabapentina: também possui ação analgésica.
Antagonistas Opióides
NALORFINA: ESTRUTURA SEMELHANTE A MORFINA.
Antagonista receptor Mi. Agonista receptor delta e kappa (disforia).
Antagonista Analgesia: causa depressão respiratória. 
Altas doses mimetiza a morfina e produz dependência.
Baixas doses causa síndrome de abstinência em dependentes.
Antídoto substituído pelo naloxona.
Antagonistas Opióides
NALOXONA: 
Antagonista puro de receptores Mi, delta e kappa, para todos os agonistas.
Antagonista da analgesia por acupuntura.
Reverte depressão respiratória causada por opióides. 
Efeito curto. Cerca de 1 a 2hrs administrada intravenosamente.
Ele ocupa o receptor opióide impedindo a atuação destes. Ou seja reduz os efeitos adversos, efeitos eufóricos.
NALTREXONA:
Similar ao naloxona, porém duração longa, meia vida cerca de 10hrs, uso experimental e neutraliza os efeitos dos opiáceos.

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