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Insuficiência Renal Aguda → síndrome clínica associada com um rápido declínio na função renal, resultando em azotemia e sinais clínicos renais e extra-renais. ➔ Reversível, se abordagem for rápida e correta. ➔ Olíguria/Anúria, baixa produção de urina Insuficiência Renal Crônica → Incapacidade funcional renal progressiva, irreversível, secundária a um grande número de doenças renais, resultando em azotemia e sinais clínicos renais e extra-renais. Representa o fim da evolução de um grande número de nefropatias. ➔ Em uma fase terminal pode chegar até um estágio de anúria, devida a um quadro de falência renal. Insuficiência Renal Aguda → Síndrome clínica caracterizada por aumento abrupto da concentração sérica de uréia e creatinina → Queda súbita de TFG (taxa de filtração gromelular) Azotemia ➔ Pré-Renal: Resposta funcional do rim estruturalmente normal, nos casos de hipoperfusão (desidratação grave, hemorragia, deficiência de bomba cardíaca, vasoplegia) ➔ Renal: Decorrente de uma lesão no parênquima renal ➔ Pós-Renal: Diminuição da TFG decorrente de uma obstrução do trato urinário → Tempo de evolução curto → Comparação de diversas doenças e tratamentos Causa de óbito em animais internados → Não ocorreu adaptação funcional → Possibilidade de recuperação Lesão renal reversível Nefrotoxicidade ➔ Fármacos – aminoglicosídeos, anfotericina B, Tetraciclina, cefalosporinas, doxorrubicina ➔ Pigmentos endógenos – hemoglobinúria, mioglobinúrina ➔ Diversos – azul de metileno, contraste radiográficos, hipercalcemia, intoxicação por uva, etilenoglicol. Isquemia Renal ➔ Hipovolemia – hemorragias (uma desidratação vai ter uma hipor ➔ Vasodilatação sistêmica – anafilaxia, anestesia inalatória, choque séptico, internação, parada cardíaca, manobras de reanimação ➔ Outros – AINES Intoxicação por Lírio ➔ Felinos – susceptíveis ➔ Sinais GI / Neurológicos / IRA ➔ 5 dias após ingestão ➔ Glicosúria, proteinúria, cilindrúria o Letalidade – 50 a 100% Intoxicação por Uva ➔ Uvas frescas e uvas passas (geralmente em cães) ➔ Anorexia, diarreia, letargia e dor abdominal ➔ DRA – 24 a 72 horas ➔ 2 a 4 uvas / kg o Letalidade – 50 a 75% Exame físico → Avaliação do estado geral do paciente. → Sist. Cardiovascular – pulso, FC, hidratação, pressão arterial Exames Complementares → Hemograma → Urinálise → Débito urinário (sondagem) → Perfil bioquímico sérico → Histórico e Sinais Clínicos → Associado a ocorrência de outras doenças (piometra, pielonefrite) → Reconhecimento dos possíveis fatores desencadeantes Sinais Clínicos → Anorexia, letargia, êmese → Anúria, oligúria (Diferencial: ruptura de bexiga) → Hálito urêmico → Perda de peso – desidratação → Sincope, bradicardia, convulsão Traçar Plano Diagnóstico 1. Identificação imediata das condições que requeiram o tratamento de emergência 2. Identificação do possível agente etiológico 3. Investigação de possíveis comorbidades Alterações clínicopatológicas ➔ Hemograma o Anemia normalmente ausente (regenerativa) ▪ Sangramento do TGI, coletas de sangue, hematêmese o Ulcerações gastrointestinais o Proteína total plasmática aumentada – desidratação o Leucocitose p/ neutrofilia – Pielonefrite ➔ Urinálise o Densidade urinária: normal a levemente diminuída (isostenuria) o Glicosúria (sem hiperglicemia) / Proteinúria / Hematúria o Células de Pelve Renal o Cilindrúria Imagem ➔ Raio – X (nefromegalia) ➔ US (avaliação do parênquima renal) Perfil Bioquímico ➔ Azotemia (síndrome diurética associada) ➔ Hipercalemia ➔ Hiperfosfatemia Tratamento Retirada da causa ➔ Suporte adequado ➔ Tempo ➔ Esforço Terapia de Suporte ➔ Diuréticos de Alça – Furosemida o 1 a 2 mg/kg – bolus o Infusão Cont. – 0,66 a 1 mg/kg/hora ➔ Diuréticos osmóticos – Manitol o 0,5 a 1 g/kg bolus lento – repetição a cada 6 horas ➔ Dopamina o 0,5 – 3 mcg/kg/min Emergencial Interrupção de fármacos nefrotóxicos Fluidoterapia ➔ Reposição da hidratação – 6 a 8 horas ➔ Fluidoterapia de Manutenção o Perdas sensíveis o Perdas insensíveis Débito urinário ➔ Débito urinário normal 1-2 ml/kg/hora ➔ Paciente sob fluidoterapia – 3 a 5 ml/kg/hora Tratamento da HIPERCALEMIA ➔ Pacientes oligúricos ou anúricos ➔ Bolus de solução glicosada ➔ Insulina Regular – 0,25 a 0,5 UI/kg ➔ Gluconato de Cálcio 10% (0,5 – 1 ml/kg) Sucesso do tratamento ➔ Redução da creatinina e ureia ➔ Estabilização do potássio ➔ Retorno do débito urinário ➔ Melhora dos sinais de uremia Prognóstico Oligúria e Anúria persistentes – prognóstico ruim Causas de óbito – hipercalemia, acidose metabólica e azotemia graves Doenças concomitantes – DM, ICC, pancreatite (pioram o prognóstico) → Insuficiência renal primária que persistiu por um tempo prolongado (meses a anos), caracterizada por lesões renais estruturais irreversíveis e descrita como doença invariavelmente progressiva → Mecanismos compensatórios não conseguem mais manter suas funções (+ de 75% comprometimento do rim) Cães 500.000 néfrons/rim Gatos 200.000 néfrons/rim Prevalência ➔ 0,5 a 1,5% na espécie canina o 10% tem mais de 15 anos no momento do diagnóstico ➔ 1 a 3% nos felinos o 30% tem mais de 15 anos no momento do diagnóstico (doenças endócrinas associadas, aumento do hormônio tiroidiano) ➔ Independe da raça ➔ Espécie – felinos são até 3 vezes mais acometidos ➔ Diagnóstico precoce pode diminuir a velocidade da progressão – maior tempo e qualidade de vida Etiologia ➔ Congênita e familiar Nefrite tubulointersticial e tubulonefrose 58% - cães 70% - gatos ▪ Causa raramente estabelecida ➔ Glomerulonefrite • 28% - cães • 15% - gatos ➔ Amiloidose 6% - cães 2% - gatos ➔ Linfoma 11% - gatos Fisiopatogenia ➔ Lesão glomerular, tubular, intersticial ou vascular o Comprometimento de vários segmentos simultaneamente ➔ Néfron é substituído por tecido conjuntivo fibroso o Néfrons viáveis desempenham uma hiperfunção – mecanismos compensatórios são limitados o Autoperpetuação da lesão – lesão em um componente no néfron irá comprometer outras estruturas → PROGRESSÃO DA DOENÇA ➔ Perda de néfrons → redução da TFG → aumento da concentração sérica dos compostos nitrogenados ➔ Azotemia – representa perda significativa dos néfrons ➔ Funções renais são alteradas precocemente ou não – intensidade é variável ➔ Síndrome urêmica (TGI, SNC, sistema cardiorrespiratório, endócrino) Complicações e Condições Associadas ➔ Uremia o Retenção de compostos nitrogenados ▪ Ureia é apenas um deles ➔ Depuração renal diminuída o Hormônio da paratireoide (PTH) o Gastrina o Insulina o Glucagon o Hormônio Luteinizante o Prolactina ➔ Anemia ➔ Hipertensão arterial ➔ Desidratação ➔ Hiperparatireoidismo ➔ Hipocalemia ➔ PU/PD ➔ Encefalopatias ➔ Subnutrição ➔ Acidose metabólica ➔ Sinais urêmicos Anemia ➔ ↓ meia-vida das hemácias – toxinas urêmicas ➔ Sangramento pelo trato gastrointestinal ➔ Deficiência nutricional ➔ Deficiência de ferro ➔ Diminuição na síntese da eritropoetina (EPO) Anamnese e Manifestações Clínicas da Doença Renal Crônica ➔ Apatia, perda de peso, fraqueza ➔ Anorexia, vômito, diarreia, úlceras ➔ Hálito urêmico, constipação ➔ PU/PD, desidratação ➔ Perda aguda da visão, congestão vascular ➔ Convulsão, alteração comportamental ➔ Tremores, flacidez muscular, dispneia Hipertensão Arterial ➔ Secundária ➔ Rins – controle da pressão sanguínea por controle da excreção de sódio e água ➔ Ativação do SRAA ➔ Ativação do SN simpático ➔ Diminuição de substâncias vasodilatadoras Hiperparatireoidismo Secundário Renal Calcitriol limita a síntese do PTH → Progressão da DRC → Diminuição da síntese do Calcitriol → Níveis séricos tornam-se baixos → Persistência da secreção do PTH e reabsorção de fósforoConsiderações Diagnósticas ➔ Anamnese e Exame Físico ➔ Urinálise ➔ Concentração de ureia e creatinina (séricos) ➔ Hemograma ➔ Hemogasometria e eletrólitos ➔ Diagnóstico por imagem ➔ Pressão arterial SDMA → Dimetilarginina simétrica ➔ Avalia a filtração glomerular ➔ Muito mais sensível que a creatinina ➔ Pequenas variações já podem sinalizar necessidade de condutas Tratamento ➔ Definido de acordo com o estadiamento ➔ Variações individuais o Presença ou ausência de proteinúria o Hipertensão arterial Estágio Creatinina sérica (mg/dL) Cão Creatinina sérica (mg/dL) Gato Observações Clínicas 1 < 1,4 < 1,6 Há alguma alteração renal presente ➔ Inabilidade de concentração urinária ➔ Proteinúria ➔ Alterações renais ao exame de imagem e de biópsia 2 1,4 – 2,0 1,6 – 2,8 Discreta azotemia Pacientes nos estágios I e II não apresentam manifestações clínicas de disfunção renal o Exceção de poliúria e polidipsia 3 2,1 – 5,0 2,9 – 5,0 Manifestações sistêmicas da disfunção renal. A progressão da DRC nos pacientes desse estágio geralmente está ligada aos mecanismos de progressão espontânea da doença (autoperpetuação) 4 > 5,0 > 5,0 O paciente apresenta importante perda da função renal que pode estar relacionada à falência renal e apresentar diversas manifestações sistêmicas da uremia como, por exemplo, alterações gastrintestinais, neuromusculares ou cardiovasculares Estágio I ➔ Ausência de azotemia ➔ Proteinúria secundária ➔ Hipertensão arterial sistêmica Estágio II ➔ Avaliar possibilidade de desidratação e fluidoterapia ➔ Proteinúria, HAS, Hiperparatireoidismo renal secundário Dosagem sérica de fósforo e do PTH Dietas com restrição de fósforo Quelantes do fósforo (Hidróxido de Alumínio ⇢ 10 a 30 mg/kg) – BID ou TID ➔ Concentração de Calcitriol ➔ Ocorrência de acidose metabólica o Hemogasometria – acompanhamento a cada 4 a 6 meses o Bicarbonato de sódio – 8 a 12 mg/kg BID ou TID Modificação Dietética ➔ Diminuição de proteína, fósforo e sódio ➔ Aumento da densidade calórica ➔ Equilíbrio ácido-básico neutro ➔ Maior índice de ômega 3 e 6 ➔ Aumento do potássio ➔ Aumento de vitaminas do complexo B ➔ Maior nível de fibras Estágio III ➔ Animais normalmente desidratados ➔ Poliúria intensa ➔ Hiperfosfatemia marcante Reposição da desidratação = Peso (kg) x Desidratação (%) x 10 ➔ Fluidoterapia ➔ Redução da azotemia? ➔ Manutenção da hidratação ➔ Efeitos colaterais – HAS Correção da desidratação ➔ Pode ocorrer dano renal adicional ➔ Ringer com lactato o Volume o KCl o Glicose Hipocalemia ➔ Potássio sérico < 3,5 mEq/L ➔ Mais comum na espécie felina ➔ Gluconato de potássio 2 a 6 mEq/gato/dia Tratamento → Gastroenterite urêmica Tratamento ANEMIA ➔ Sulfato ferroso o 50 a 100 mg/dia (gato) o 100 a 300 mg/dia (cão) ➔ Vitaminas B2, B6, B12, folato e niacina ➔ Transfusão sanguínea ➔ Decanoato de nandrolona 1 mg/kg/IM?? ➔ Terapia de reposição hormonal o Eritropoetina recombinante humana ▪ 50 – 100 UI/kg, três vezes na semana ▪ Avaliação do Ht semanalmente ▪ Aumenta demanda de Fe ▪ Aumento no intervalo de administração • 50 – 100 UI/kg, duas vezes/semana Estágio IV ➔ Semelhante ao estágio III ➔ Depleção considerável do número de néfrons funcionais ➔ Hiperpotassemia ➔ Hemodiálise Tratamento ➔ Minimização da progressão da DRC ➔ Modificação na dieta ➔ Redução do fósforo sérico e paratormônio ➔ Controle da hipertensão e proteinúria ➔ Inibidores da ECA o Enalapril/Benazepril
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