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– Introdução ao Sistema único de Saúde • O Brasil, ao longo do tempo, passou por diversas mudanças relacionadas as ações de saúde pública; • Luta que contou com o movimento estudantil, centro brasileiro de estudos em saúde, médicos, docentes e pesquisadores e tudo isso em prol da reforma do sistema de saúde e uma expressão popular na busca por cidadania. Propostas pautadas em 1986 na primeira Conferência de Saúde (base do cap. sobre saúde na CF. 1988); • O SUS foi criado para que a população do país tivesse acesso ao atendimento público de saúde. É produto dessa Reforma Sanitária (RS); • O movimento da RS tinha algumas propostas para a reforma desse sistema: que fosse universal, unificado, que as ações relacionadas a saúde fossem de caráter descentralizado, que fosse descentralizado e de caráter popular; • É um marco definitivo na garantia do direito à saúde do cidadão brasileiro; • O SUS é o conjunto de ações e serviços de saúde prestados por órgãos e instituições públicas, da Administração direta ou indireta e das Fundações, mantidas pelo poder público e complementarmente pela iniciativa privada. • A Constituição Federal de 1988 (CF 88) – saúde como direito; atendeu grande parte das reivindicações do movimento sanitário, garantiu o Direito Universal a saúde p/ todo cidadão brasileiro, sem discriminação e colocou como dever/responsabilidade do Estado; • ART. 196-200: Abordam as reivindicações do movimento sanitário; base para as leis orgânicas de saúde; “Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.” “Art. 197. São de relevância pública as ações e serviços de saúde, cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser feita diretamente ou através de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de direito privado.” “Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único, organizado de acordo com as seguintes diretrizes: I – Descentralização, com direção única em cada esfera do governo, II – Atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais (atividades curativas), III – Participação da comunidade.” “Art. 199. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada. § 1º - As instituições privadas poderão participar de forma complementar do sistema único de saúde, segundo diretrizes deste, mediante contrato de direito público ou convênio, tendo preferência as entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos. § 2º - É vedada a destinação de recursos públicos para auxílios ou subvenções às instituições privadas com fins lucrativos.” § 3º - É vedada a participação direta ou indireta de empresas ou capitais estrangeiros na assistência à saúde no País, salvo nos casos previstos em lei. § 4º - A lei disporá sobre as condições e os requisitos que facilitem a remoção de órgãos, tecidos e substâncias humanas para fins de transplante, pesquisa e tratamento, bem como a coleta, processamento e transfusão de sangue e seus derivados, sendo vedado todo tipo de comercialização. “Art. 200. Ao sistema único de saúde compete (atribuições) , além de outras atribuições, nos termos da lei: I - Controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de interesse para a saúde e participar da produção de medicamentos, equipamentos, imunobiológicos, hemoderivados e outros insumos; II - Executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem como as de saúde do trabalhador; III - ordenar a formação de recursos humanos na área de saúde; IV - Participar da formulação da política e da execução das ações de saneamento básico; V - Incrementar em sua área de atuação o desenvolvimento científico e tecnológico; VI - Fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o controle de seu teor nutricional, bem como bebidas e águas para consumo humano; VII - Participar do controle e fiscalização da produção, transporte, guarda e utilização de substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e radioativos; VIII - Colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho.” • A transição de um sistema publico que, antes, não tinha muita organização e era muito pontual às ações relacionadas a saúde publica para o sistema universal, descentralizado, equânime levou muito tempo e foi implementado aos poucos, e isso dependia das estruturas municipais; Marcos legais para a implementação do Sistema: CF 88 Lei nº 8.080/90 Lei nº 8.142/90 Normas Operacionais Básicas - NOBs (1991,1992,1993,1996) Normas Operacionais de Assistência à Saúde - NOAS (2001,2002) Pacto pela saúde (2006) Decreto nº 7.508/11 que colaborou para a elaboração do Sistema pelo ponto de vista prático. LEIS ORGÂNICAS DA SAÚDE - Lei 8.080/1990: • Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação de saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências; • A saúde é um direito fundamental do ser humano e tem como fatores determinantes e condicionantes, entre outros, a alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais; os níveis de saúde da população expressam a organização social e econômica do País; Nesse sentido a saúde é colocada num patamar de extrema importância. • Objetivos do SUS: 1. Identificação e divulgação dos fatores condicionantes e determinantes de saúde; 2. A formulação de políticas de saúde; 3. A assistência às pessoas por intermédio de ações de promoção, proteção e recuperação da saúde, com realização integrada das ações assistenciais e das atividades preventivas; • Atribuições – atuar na: 1. Promoção da saúde 2. Proteção do indivíduo doente 3. Recuperação da saúde 4. Execução de ações da Vigilância Epidemiológica: Conjunto de ações que proporcionam o conhecimento, a detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes de saúde individual ou coletiva, com a finalidade de recomendar e adotar as medidas de prevenção e controle das doenças ou agravos. 5. Vigilância sanitária: Conjunto de ações capazes de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde e de intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio ambiente, da população e circulação de bens e da prestação de serviços de interesse da saúde, abrangendo: I – o controle de bens de consumo que, direta ou indiretamente, se relacionem à saúde, compreendidas todas as etapas e processos, da produção ao consumo; e II – o controle da prestação de serviços que se relacionam direta ou indiretamente com a saúde. 6. Cuidar da assistência terapêutica ampla e integral, inclusive farmacêutica 7. Cuidar da saúde do trabalhador (monitorações ao ambiente de trabalho) 8. Cuidar da saúde ambiental 9. Participar na formulação da política e na execução de ações de saneamento básico 10. Vigilância nutricional e orientação alimentar 11. Fiscalização de serviços, produtos e substâncias de interesse p/ a saúde 12. Fiscalização e inspeção de alimentos, água e bebidas para consumo humano 13. Promover o desenvolvimento científico e tecnológico (institutos e parcerias com universidades) 14. Formulação e execução da política de sangue e seus derivados 15. Formulação da política de medicamentos • As ações e serviços serão desenvolvidos de acordo com as diretrizes previstas no artigo 198 da CF e ainda obedecendo os seguintes princípios: 1. Universalidadede acesso (é princípio diretriz) 2. Integralidade da assistência 3. Preservação da autonomia das pessoas 4. Igualdade da assistência à saúde, sem preconceitos ou privilégios 5. Direito à informação às pessoas assistidas 6. Divulgação de informações quanto ao potencial de serviços 7. Utilização da epidemiologia par estabelecer prioridades 8. Participação da comunidade 9. Descentralização político-administrativa (ênfase na descentralização e regionalização / hierarquização da rede) 10. Integração das ações de saúde, meio ambiente e saneamento básico 11. Conjugação dos recursos financeiros, tecnológicos materiais e humanos entre os 3 entes federativos 12. Capacidade de resolução dos serviços 13. Organização de serviços de modo a evitar duplicidade de meios para fins idênticos • Equidade: Igualdade da assistência à saúde, sem preconceitos ou privilégios; noção de Justiça social; observar as diferenças; atender de acordo com as necessidades; atender os desiguais na medida das suas desigualdades; • Universalidade: Acesso de toda e qualquer pessoa ao SUS; saúde para todos; • Integralidade: oferecimento de conjunto de ações e serviços que atendam às necessidades indivíduos, independentemente de quais sejam elas; pensar dentro dos 3 níveis de atenção à saúde existentes, ações e serviços que contemplem todas as necessidades dos indivíduos. (desde a vacinação às cirurgias e transplantes); • Descentralização: divisão de responsabilidade entre os 3 entes federativos (municípios, estados e união); • Regionalização e a Hierarquização dizem respeito a forma como o SUS se organiza; dizem respeito à distribuição espacial dos serviços entre os níveis de atenção • Participação popular: garante que a população participe por meio das entidades (conselhos e conferências) representativas; formulação das políticas e também do controle da execução dessas políticas; • Financiamento: O orçamento da seguridade social destinará ao SUS, de acordo com a receita estimada, os recursos necessários à realização de suas finalidades • As receitas geradas no âmbito do SUS serão creditadas diretamente em contas especiais, movimentadas pela sua direção, na esfera de poder onde forem arrecadadas • Gestão financeira: Os recursos financeiros do SUS serão depositados em conta especial e movimentados sob fiscalização do respectivo Conselho de Saúde • O processo de planejamento e orçamento do sus ocorrerá de forma ascendente, ou seja parte do Município que levanta as necessidades e cresce para as outras esferas (estados e união); Baseados nos Planos de Saúde: O Conselho Nacional de Saúde estabelecerá as diretrizes a serem observadas na elaboração dos planos de saúde, em função das características epidemiológicas e da organização dos serviços em cada jurisdição administrativa; - Lei 8.142/1990: • Dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do SUS e sobre as transferências de recursos financeiros na área da saúde, entre outras providências; • Instituiu a Conferências e os Congressos de Saúde em cada esfera de governo; participação da comunidade • O SUS conta, em cada esfera de governo, com as seguintes instâncias colegiadas para a participação da comunidade: 1. Conferências de Saúde: realizadas a cada 4 anos, a participação conta com vários segmentos sociais, convocada pelo Poder Executivo ou pelo Conselho de Saúde e o objetivo é avaliar a situação de saúde e propor diretrizes para a formulação da política de saúde; 2. Conselhos de Saúde: Caráter permanente e deliberativo, são estruturados nos 3 níveis de governo (municipal, estadual e federal), é uma instância privilegiada na discussão da política de saúde, ou seja, é uma via de acesso mais fácil p/ a população participar, a composição tem de ser paritária de usuários em relação aos demais segmentos e o objetivo é atuar na formulação de estratégias e no controle da execução da política de saúde, inclusive nos aspectos econômicos e financeiros; Composição: Representantes do governo (SMS, SES), 25% Profissionais de saúde, 25% prestadores de serviços de saúde (½ entidades filantrópicas e ½ não filantrópicas), 50% de usuários (sindicatos, movimentos comunitários, associações de moradores, de portadores de deficiência, portadores de patologias, defesa do consumidor); • Os três níveis do governo são responsáveis pela gestão e financiamento do SUS, de forma articulada e solidária. • Para que recebam os recursos financeiros, os municípios, estados e o DF deverão contar com: 1. Fundo de Saúde, 2. Conselho de Saúde, 3. Planos de Saúde, 4. Relatório de Gestão, 5. Contrapartida de recursos para a Saúde no orçamento, 6. Comissão de elaboração no Plano de Carreira, cargos e salários (PCCS); Responsabilidade Médica “O médico, ao exercer a sua profissão, deve em obediência aos conceitos éticos permeados na sua atividade, zelar e trabalhar pelo perfeito desempenho ético da Medicina e pelo prestígio e bom conceito da profissão. É o guardião da vida, que é o bem maior que o ser humano possui. O médico deve ter dedicação, correção, respeito pela vida e em razão de sua função agir sempre com diligência, cautela e evitar que seu paciente possa ser conduzido ao sofrimento, a dor, a angústia e as perdas irreparáveis. A responsabilidade do médico e os acontecimentos gerados em decorrência de sua profissão podem gerar efeitos na esfera ética, civil e criminal. O médico não pode praticar atos profissionais que possam ser danosos ao paciente, e que podem ser caracterizados como imperícia, imprudência e negligência;” • Imperícia: falta de conhecimentos técnicos da profissão; despreparo • Imprudência: imprevisão em relação às consequências; atitudes sem cautela • Negligência: falta de cuidado ou de preocupação “O médico deve agir sempre para não produzir ou produzir o menor dano possível ao seu paciente, e tomar as condutas possíveis e notoriamente indicadas que possam minorar o seu sofrimento ou curá-lo.” • Não maleficência: não causar mal ou dano aos pacientes, não lesar as pessoas; “Ao médico cabe trabalhar para elevar e dignificar a vida humana, acima de tudo respeitando os valores éticos, morais, religiosos e os costumes e princípios fundamentais da humanidade, bem como o direito indisponível do homem - a vida como um bem maior.’’
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