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FISIOLOGIA Weslley Jonathan P2 EXCITABILIDADE E AUTOMATISMO CARDÍACO - O coração tem um sistema especial para a autoexictação rítmica e a contração repetitiva do coração. - O sistema é responsável por iniciar impulsões elétricos rítmicos do miocárdio e conduzir esses impulsos de forma rápida por todo o coração. - Se organizam de maneira em que os átrios se contraem primeiro que o ventrículo, e fazem com que os ventrículos se contraiam quase simultaneamente para gerar a pressão necessária para o máximo de eficiência nas câmaras ventriculares. - Suscetível a danos por doenças cardíacas, especialmente a isquemia dos tecidos cardíacos pela deficiência das artérias coronárias → Resultando em um ritmo cardíaco estranho ou sequencias anormais de contrações das câmaras cardíacas. SISTEMA EXCITATÓRIO E CONDUTOR NODO SINUSAL (nodo sinoatrial/ nodo S-A) → Responsável pela geração de impulsos impulsos rítmicos normais do coração, que são conduzidos para o nodo atrioventricular através das VIAS INTERNODAIS. NODO ATRIOVENTRICULAR → Transportam o impulso para o FEIXE AV, mas com um atraso. FEIXES AV → Conduz o impulso dos átrios para os ventrículos, e para os ramos da FIBRAS DE PURKINJE que conduzem para todas as partes dos ventrículos rapidamente. NODO SINUSAL (SINOATRIAL) - Musculo cardíaco especializado, situado na parede posterolateral superior do átrio direito, imediatamente abaixo e pouco lateral a abertura da cava superior. - Quase não se contraem, pois suas fibras quase não possuem filamentos contráteis, mas se ligam as fibras musculares atriais → Por isso, todo o potencial de ação gerado se difunde de imediato para a parede do musculo atrial. MECANISMO DE RIMITICIDADE DO NODO SINUSAL - As fibras do nodo sinusal possuem um “potencial de repouso da membrana” menos negativo que as outras fibras musculares cardíacas → Isso acontece porque são mais permeáveis aos íons cálcio e sódio, que acabam neutralizando boa parte da negatividade intracelular. - Na fibra do nodo sinusal, o potencial de ação é deflagrado pelos canais de cálcio → Isso porque, os canais de sódio permanecem inativados pelas comportas de inativação devido ao potencial de membrana de -55 mV, permitindo apenas que os canais lentos de sódio-cálcio se abram. - A despolarização e a repolarização que acontecem no potencial de ação são mais lentos nas fibras nodais que as fibras do musculo ventricular, devido os canais lentos de cálcio. POTENCIAL DE REPOUSO - Aumenta entre os batimentos cardíacos, devido a entrada de íons sódio para dentro da fibra, ocasionado tanto pelo grande números de íons sódio no meio extracelular e pelos canais de sódio que já ficam abertos. - Quando o potencial de ação aumenta de -55mV para - Em -40mV (LIMIAR DE DESCARGA), os canais de cálcio L são abertos e o potencial de ação é originado. → A autoexcitação da fibra é causada pelo vazamento inerente delas. CANAIS DE POTÁSSIO - A abertura dos canais de potássio junto com o fechamento dos canais de cálcio L (100-150 milisegundos após sua abertura), negativam o potencial de membrana, colocando o fim do potencial de ação. HIPERPOLARIZAÇÃO – Ocorre devido ao prolongamento dos canais de potássio que continuam abertos, permitindo a saída dos íons potássio e resultando em um excesso de negatividade → O estado de hiperpolarização leva o potencial de repouso da membrana para valores entre – 55mV a -60mV quando termina o potencial de ação. FISIOLOGIA Weslley Jonathan P2 - Após o potencial de ação, os canais de potássio vão progressivamente se fechando e ocorre o vazamento de íons cálcio e sódio que vão elevando o “potencial de repouso” até atingir o limiar de descarga do potencial (-40mV). PROCESSO SE REINICIA NOVAMENTE: Autoexcitação → Potencial de ação → Recuperação do potencial de ação → Elevação do potencial “de repouso” até o disparo → reexcitação que deflagra mais um ciclo. VIAS INTERNODAIS E INTERATRIAIS - As extremidades das fibras do nodo sinusal se conectam diretamente ao tecido muscular atrial circundante, então o potencial de ação gerado no nodo se propaga por essas fibras atriais até o nodo AV → A velocidade de condução na maior parte do musculo atrial é de 0,3m/s, mas a condução é mais rápida, de até 1m/s em diversas faixas do tecido atrial. - A banda interatrial anterior, cursa pelas paredes anteriores do átrios, alcaçando o átrio esquerdo. VIAS INTERNODAIS - São pequenas faixas teciduais que se curvam pelas paredes anterior, lateral e posterior dos átrios, terminando no nodo A-V → São as vias internodais anterior, média e posterior. - Possuem uma velocidade de condução mais rápida devido a presença de fibras condutoras especializadas, se assemelhando as fibras de purkinje (que são ainda mais rápidas) ventriculres. NODO ATRIOVENTRICULAR - Situado na parede posterior do átrio direito, imediatamente atrás da valva atrioventricular direita (tricúspide) → No triangulo de Koch (Óstio do seio coronário + Valva tricúspide + Tendão de todaro). - Se conectam com as fibras internodais aferentes por onde recebem o impulso, e transmitem para a porção penetrante do feixe AV. - Responsáveis pelo atraso na transmissão do impulso para o feixe penetrante AV, para os feixes de hiss pelo septo interventricular(feixes AV), e consequentemente para os ventrículos. RETARDO NA CONDUÇÃO DO IMPULSO DOS ÁTRIOS PARA OS VENTRICULOS - Existe um atraso de 0,16 segundos dos átrios para os ventrículos. 0,03 segundos – Tempo decorrido entre a condução do impulso do nodo sinusal para o nodo AV, pelos feixes internodais. 0,09 segundos – Tempo que o impulso demora para percorrer entre o nodo AV até a porção pentrante do feixe AV, que atinge os ventrículos. 0,04 segundos – Tempo em que o impulso está passando pelos feixes penetrantes que atravessam o tecido fibroso cardíaco. Assim, existe um retardo total do nodo AV e no sistema do feixe AV de aproximadamente 0,13 segundos que ao somado com o atraso do nodo sinusal para o nodo AV, resulta em 0,16 segundos. - Os feixes AV transmitem o impulso apenas unidirecionalmente, oque impede a transmissão retograda do impulso dos ventrículos para os átrios. - Os átrios são separados dos ventrículos pelo tecido fibroso do coração, que funciona como uma barreira isolante que impede que o impulso seja transmitido de qualquer parte do átrio diretamente para o ventrículo, exceto pela via anterógrada gerada pelo feixe AV. CONDUÇÃO LENTA – As fibras transcionais, nodais e do feixe penetrante AV possuem uma condução leta devido ao baixo numero de junções comunicantes (GAP) entre as células das vias de condução → Resulta em uma resistência pra a passagem dos íons excitatórios de uma fibra condutora para a próxima, resultando em cada célula sucessivamente mais lenta em sua ativação. FIBRAS DE PURKINJE - Responsáveis pela condução do impulso para os ventrículos. - São fibras muito calibrosas que chegam a ser maiores que as fibras musculares do ventrículo. - Conduzem o potencial de ação com velocidade de 1,5-4 m/s, chega seis vezes maior que a do musculo ventricular comum e 150 maior que a velocidade de fibras do nodo A- V → Essa velocidade permite a transmissão quase instantânea do impulso cardíaco para todo o resto do musculo ventricular. TRANSMISSÃO RAPIDA – Ocorre devido a alta permeabilidade das junções comunicantes, dos discos intercalares de cada célula que constituem as fibras de purkinje → Facilita a transmissão de íons célula a célula, FISIOLOGIAWeslley Jonathan P2 permitindo uma maior velocidade de transmissão do impulso. - Possuem muito poucas miofibrilas, significando que elas pouco ou nada contraem durante a transmissão do impulso. DISTRIBUIÇÃO DAS FIBRAS DE PURKINJE - O feixe AV (de hiss) após atravessar o tecido fibroso entre os átrios e os ventrículos, sua porção distal se prolonga mais pra baixo, pela direita e esquerda do septo interventricular, até o ápice cardíaco. - Cada lado do feixe que cursa pelos lados do septo, se dispersam em feixes laterais cada vez menores, em torno de cada câmara ventricular e retornam até a base do coração. - As fibras de purkinje penetram o miocárdio e ficam continuas com as fibras musculares do coração. TRANSMISSÃO DO IMPULSO CARDÍACO - Quando o impulso atinge a extremidade final das fibras de purkinje, é transmitido para toda a massa muscular ventricular pelas próprias fibras musculares → Numa velocidade de 0,3-0,5 m/s, um sexto da velocidade de transmissão das fibras de purkinje. - A velocidade de transmissão do impulso cardíaco, desde o inicio dos ramos ventriculares até a ultima fibra miocárdica no coração é de aproximadamente 0,06 segundos. O musculo cardíaco se enrola em torno das cavidades cardíacas em espiral dupla, com os septos fibrosos entre as camadas espiraladas → Por isso o impulso NÃO é conduzido diretamente para fora para a camada mais superficial do coração. - O impulso cardíaco passa por angulações em direção a superfície, acompanhando a direção das espirais, por isso as transmissões da superfície endocárdica até a superfície epicárdica leva mais que 0,03 segundos → Esse tempo é igual ao tempo necessário para a transmissão do impulso por toda porção ventricular do sistema de purkinje. - O tempo total de transmissão do impulso cardíaco, do inicio dos ramos ventriculares até a ultima fibra miocárdica no coração é cerca de 0,06 segundos. RESUMO: - O impulso se espalha com velocidade moderada pelos átrios. - Após o impulso ser transmitido do nodo A-V para o feixe AV, ele se espalha muito rápido por meio das fibras de purkinje para toda superfície endocárdica dos ventrículos. - Em seguida, o impulso se espalha com menor rapidez pelo musculo ventricular até as superfícies epicárdicas. CONTROLE DE EXCITAÇÃO E CONDUÇÃO - O impulso se origina normalmente do nodo sinoatrial, mas em certas ocasiões o Nodo AV e as Fibras de Purkinje também podem apresentar excitação intrínsecas rítmicas. NODO AV → Podem apresentar descargas rítmicas com frequencia de aproximadamente 40-60 vezes por minuto. FIBRAS DE PURKINJE → Apresentam descargas rítmicas com descargas entre 15-40 vezes por minuto. NODO SINUSAL → Apresentam descarga com frequencia normal de 70-80 vezes por minuto. NODO SINUSAL - Marca-passo do coração, pois é responsável pela ritmicidade cardíaca. - Possuem uma descarga rítmica mais rápida que a autoexcitação do nodo AV e das fibras de purkinje. A cada descarga sinusal, o seu impulso é conduzido para o nodo AV e para as fibras de purkinje, causando a carga de suas membranas excitáveis. - Antes que as fibras de purkinje sejam capazes de gerar sua própria autoexcitação rítmica, novos estímulos sinusais chegam a suas membranas. - Portanto, os nodo sinusal é o marca-passo do coração (controla o batimento cardíaco), porque sua frequencia de descargas rítmicas é mais alta que qualquer outra porção do coração. MARCA PASSO ECTÓPICO – Ocorre quando qualquer lugar do coração é referido como um marca-passo, podendo ser o nodo av, as fibras de purkinje ou mais raramente um local no musculo atrial ou ventricular do coração. - Acontece geralmente quando o nodo av ou as fibras de purkinje adquirem frequência de descargas rítmicas maior que o nodo sinusal, produzindo sequencias anormais de contração das diferentes partes do coração, prejudicando o bombeamento cardíaco. - Outra causa de troca de marca passo é o bloqueio da condução do impulso cardíaco do nodo sinusal para o resto do coração → Quando ocorre o bloqueio, frequentemente o novo marca passo se situ no nodo av ou nas porções penetrantes do feixe av no caminho dos ventrículos. - Quando ocorre o bloqueio av, ou seja a falha de condução do impulso dos átrios para os ventrículos: Os átrios continuam a se contrair no mesmo ritmo sinusal, enquanto os ventrículos passam a se contrair no ritmo desenvolvido pelas fibras de purkinje (entre 15-40 batimentos por minuto). O sistema de purkinje, após o bloqueio atrioventricular repentino, inicia a emissão de impulsos somente após 5-20 segundos, pois antes do bloqueio as fibras de purkinje estavam “sobrepujadas”(OVERDRIVEN) pelos rápidos FISIOLOGIA Weslley Jonathan P2 impulsos sinusais, se encontrando em estado de supressão → ESCAPE VENTRICULAR - Durante esses 5-20 segundos, o ventrículo NÃO bombeia sangue, causando um desmaio devido a falta de fluxo sanguíneo para o cérebro → O sangue é retomado logo em seguida, mas um estado muito prolongado causa morte. SINDROME DE STOKES-ADAMS → Retomada tardia dos batimentos cardíacos. FIBRAS DE PURKINJE – Possuem papel na condução do impulso para os ventrículos, de modo que ambos iniciem sua contração simultaneamente. - A rápida condução do sistema de purkinje, permite que a condução chegue a quase todas as partes dos ventrículos em um curto espaço do tempo, excitando a primeira fibra apenas de 0,03-0,06 segundos antes de excitar a ultima fibra. O bombeamento eficaz dos ventrículos depende dessa contração sincrônica → Se o impulso nos ventrículos fossem conduzidos lentamente, partes diferentes da massa muscular iria se contrair antes das outras, prejudicando o bombeamento. - Em alguns casos de debilidade cardíaca, a causa é a transmissão lenta, reduzindo a eficácia do bombeamento até 20-30%. NERVOS SIMPÁTICOS E PARASSIMPÁTICOS - São responsáveis por controlar a ritmicidade cardíaca e a condução de impulsos pelos nervos cardíacos. NERVOS PARASSIMPÁTICOS (VAGOS) – Distribuem-se em sua maioria para os nodos SA e AV, e pouco menos para musculatura atrial muito pouco para a musculatura ventricular - A estimulação vagal, reduz a frequência cardíaca até cerca de metade do valor normal, e sua estimulação ainda mais intensa pode interromper por completo a excitação rítmica do nodo sinusal ou bloquear a transmissão do impulso cárdico dos átrios para os ventrículos pelo nodo A-V → Em ambos os casos o impulso não é conduzido para os ventrículos! ESCAPE VENTRICULAR → A transmissão do impulso pode ser interrompido por 5-20 segundos, até o desenvolvimento da excitação própria das fibras de purkinje. - Algum ponto da fibra de purkinje, geralmente na porção septal interventricular do feixe AV, desenvolverá ritmo próprio causando a contração ventricular na frequência de 15-40 batimentos minuto, sendo esse fenômeno chamado de escape ventricular. A estimulação vagal libera a acetilcolina, que possuem duas ações: 1. DIMINUIÇÃO DO RITMO DO NODO SINUSAL 2. REDUZ A EXCITABILIDADE DAS FIBRAS JUNCIONAIS AV ENTRE A MUSCULATURA ATRIAL E O NODO AV, LENTIFICANDO A TRANSMISSÃO DO IMPULSO PARA OS VENTRICULOS MECANISMO VAGAL - A liberação de acetilcolina, causa a hiperpolarização da membrana, pois aumenta a permeabilidade aos íons potássio, fazendo com que a negatividade da membrana aumente devido a saída de potássio da célula → A membrana que fica com o potencial entre -55mV a -60mV, ao invés de seu potencial usual que é de -65mV a -75mV. NODO SINUSAL → O estado de hiperpolarização faz com que aumente o tempo necessário para aumentar o potencial de membrana até o limiar de excitação, pois devido a maior negatividade da membrana, maior quantidade de íons sódio e cálcio terão defluir para dentro → A consequência é que a frequência do ritmo das fibras sinusais diminuem. NODO A-V → O estado de hiperpolarização resulta em maior dificuldade para as fibras atriais que chegam ao nodo gerarem eletricidade suficiente para excitar as fibras nodais → Ocorre a diminuição do fator de segurança para a transmissão do impulso cardíaco pelas fibras transicionais para as fibras do nodo av. Enquanto a redução moderada retarda a condução do estimulo, a redução mais intensa bloqueia completamente o processo. NERVOS SIMPÁTICOS - Se distribuem por todas as porções do coração, com forte representação no musculo ventricular, bem como as outras áreas. - A estimulação simpática ocorre, em efeitos totalmente opostos da estimulação vagal: 1. AUMENTO DA FREQUENCIA DE DESCARGAS DO NODO SINUSAL. 2. AUMENTO DA VELOCIDADE DE CONDUÇÃO E DA EXCITABILIDADE EM TODAS AS PORÇÕES DO CORAÇÃO. 3. AUMENTO DA FORÇA DE CONTRAÇÃO DE TODA A MUSCULATURA CARDÍACA, TANTO ATRIAL QUANTO VENTRICULAR. MECANISMO SIMPÁTICO – A estimulação simpática leva a liberação de norapinefrina pelas terminações nervosas das cadeias simpáticas, que estimulam os receptores adrenérgicos beta 1 mediadores do efeito sobre a FISIOLOGIA Weslley Jonathan P2 frequência cardíaca → O mecanismo dos receptores adrenérgicos beta 1 aumentam a permeabilidade das fibras aos íons sódio e cálcio. NODO SINUSAL → O aumento da permeabilidade torna o potencial de repouso mais positivo, provocando o aumento da inclinação da elevação do potencial de membrana durante a diástole em direção ao nível de limiar de exitação, acelerando o processo e por consequência aumentando a frequência cardíaca. NODO AV e FEIXES AV (HISS) → O aumento da permeabilidade ao sódio-cálcio, facilita a excitação das porções sucessivas do sistema condutor, oque reduz o tempo de condução entre os átrios e os ventrículos. O aumento da permeabilidade aos íons cálcio é também responsável pelo aumento da força de contração do miocárdio, sob influencia do estimulo simpático, pois o cálcio desempenha potente papel na excitação e nos processos contrateis da miofibrila.
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