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Estudo de Textos III - Maria Alice de Mello Fernandes - UNIGRAN
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Caro(a) aluno(a),
Você tem conhecimento de que o texto do tipo argumentativo é o mais usado no
nosso cotidiano? Em função disso, vamos, nesta aula, comentar um pouco sobre o assunto.
Observe:
Argumentar
Arg = fazer brilhar.
Arguto = que tem a inteligência brilhante.
Argentum = prata.
Argumento = aquilo que faz brilhar uma idéia.
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Estudo de Textos III - Maria Alice de Mello Fernandes - UNIGRAN
Segundo Jakobson (1971) todo ato de linguagem tem uma dimensão argumentativa,
seja em:
a) sentido strito = explícito.
b) Sentido lato = implícito.
Todo texto é persuasivo. Para convencer o leitor, o produtor de texto faz uso de
vários recursos argumentativos que se apóiam nos princípios da lógica formal e nos
princípios da lógica da língua.
Argumentação “é qualquer tipo de procedimento usado pelo produtor do texto
com vistas a levar o leitor a dar sua adesão às teses defendidas pelo texto.”
Vejamos, então, que o texto argumentativo tem o objetivo de fazer crer/fazer
fazer. É comum em textos publicitários, peças jurídicas e matérias opinativas, sendo a
superestrutura composta das seguintes categorias:
TESE – (PREMISSAS) – ARGUMENTOS – (CONTRA – ARGUMENTOS) –
(SÍNTESE) – CONCLUSÃO (= NOVA TESE).
Faz-se necessário esclarecermos que nem sempre os textos argumentativos
apresentam todas essas categorias e exatamente na ordem apresentada. Para que você entenda
a referida superestrutura, far-se-á, a seguir, uma explicação de cada uma dessas categorias:
TESE: proposição que se expõe para ser defendida.
PREMISSA: princípio de um sistema dedutível ou fato reconhecível.
ARGUMENTO: [Do lat. Argumentu]. Recurso de linguagem que torna uma coisa
mais desejável que outra. De acordo com o Novo Dicionário Aurélio, raciocínio pelo qual se
tira uma conseqüência ou dedução.
O argumento não representa a verdade, mas leva o interlocutor/auditório a “tornar
uma coisa mais desejável que a outra”. Trata-se de um recurso de linguagem utilizado para
levar o outro a crer naquilo que está sendo dito, a aceitar como verdadeiro o que está sendo
transmitido, conforme afirma Platão& Fiorin (2004, p.221).
Retomando, finalmente, o argumento é um procedimento lingüístico que objetiva
levar o receptor a ser convencido, isto é, a crer no que está sendo dito, assim como a ser
persuadido, ou seja, a realizar o que é recomendado. O que o texto apresenta passa a ser
percebido como o real, a verdade.
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Estudo de Textos III - Maria Alice de Mello Fernandes - UNIGRAN
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CONTRA – ARGUMENTO: argumento que contradiz o(s) argumento(s) que
defende(m) a tese.
SÍNTESE: resumo; exposição abreviação de uma sucessão de acontecimentos ou
situações expostas; breve visão global.
CONCLUSÃO: ato de concluir uma idéia, um pensamento; término; fim; fechamento.
Pode indicar uma nova tese.
Leia, a seguir, um texto argumentativo, retirado de uma revista semanal.
LUFT, Lia. A educação possível. In: Revista Veja. São Paulo. Editora Abril. Edição
2012, ano 40, n 23, 13 de junho de 2007.
Educação é algo bem mais amplo do que escola. Começa em casa, onde precisam
ser dadas as primeiras informações sobre o mundo (com crianças também se conversa!),
noções de postura e compostura, respeito, limites. Continua na vida pública, nem sempre
um espetáculo muito edificante, na qual vemos políticos concedendo-se um bom aumento
em cima dos seus já polpudos ganhos, enquanto professores recebem salários
escrachadamente humilhantes, e artistas fazendo propaganda de bebida num momento
em que médicos, pais e responsáveis lutam com a dependência química de milhares de
jovens. Quem é público, mesmo que não queira, é modelo: artistas, líderes, autoridades.
Não precisa ser hipócrita nem bancar o santarrão, mas precisa ter consciência de que
seus atos repercutem, e muito.
Estamos tristemente carentes de bons modelos, e o sucesso da visita do papa
também fala disso: além do fator religião, milhares foram em busca de uma figura
paternal admirável , que lhes desse esperança de que re t idão, d ignidade,
incorruptibilidade, ainda existem.
Mas vamos à educação nas escolas: o que é educar? Como deveria ser uma boa
escola? Como se forma e se mantém um professor eficiente, como se preparam crianças
e adolescentes para este mundo competitivo onde todos têm direito de construir sua
vida e desenvolver sua personalidade?
É bem mais simples do que todas as teorias confusas e projetos inúteis que se
nos apresentam. Não sou contra colocarem um computador em cada sala de aula neste
reino das utopias, desde que, muito mais e acima disso, saibamos ensinar aos alunos o
mais elementar, que independe de computadores, sua autoridade, seu entusiasmo e seus
objetivos claros. A educação benevolente e frouxa que hoje predomina nas casas e escolas
prejudica mais do que uma sala de aula com teto e chão furados e livros aos frangalhos.
Estudar não é brincar, é trabalho. Para brincar temos o pátio e o bar da escola, a casa.
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Estudo de Textos III - Maria Alice de Mello Fernandes - UNIGRAN
Sair do primeiro grau tendo alguma consciência de si, dos outros, da comunidade
onde se vive, conseguindo contar, ler, escrever e falar bem (não dá para esquecer isso,
gente!) e com naturalidade, para se informar e expor seu pensamento, é um objetivo
fantástico. As outras matérias, incluindo as artísticas, só terão valor se o aluno souber
raciocinar, avaliar, escolher e se comunicar dentro dos limites de sua idade.
No segundo grau, que encaminha para a universidade ou para algum curso
técnico superior, o leque de conhecimentos deve aumentar. Mas não adianta saber
história ou geografia americana, africana ou chinesa sem conhecer bem a nossa, nem
falar vários idiomas se nem sequer dominamos o nosso. Quer dizer, não conseguimos
nem nos colocar como indivíduos em nosso grupo nem saber o que acontece, nem
argumentar, aceitar ou recusar em nosso próprio benefício, realizando todas as coisas
que constituem o termo tão em voga e tão mal aplicado: “cidadania”.
O chamado terceiro grau, a universidade, incluindo conhecimentos
especializados, tem seu fundamento eficaz nos dois primeiros. Ou tudo acabará no que
vemos: universitários que não sabem ler e compreender um texto simples, muito menos
escrever de forma coerente. Universitários, portanto, incapazes de ter um pensamento
independente e de aprender qualquer matéria, sem sequer saber se conduzir. Profissionais
competindo por trabalho, inseguros e atordoados, logo, frustrados.
Sou de uma família de professores universitários. Fui por dez anos titular de
lingüística em uma faculdade particular. Meu desgosto pela profissão – que depois
abandonei, embora gostasse do contato com os alunos – deveu-se em parte à minha
dificuldade de me enquadrar (ah, as chatíssimas e inócuas reuniões de departamento, o
caderno de chamado, o ridículo, as notas...) e em parte ao desalento. Já nos anos 70
recebíamos na universidade jovens que mal conseguiam articular frases coerentes, muito
menos escrevê-las. Jovens que não sabiam raciocinar nem argumentar, portanto incapazes
de assimilar e discutir teorias. Não tinham cultura nem base alguma, e ainda assim faziam
a faculdade, alguns com sacrifício, deixando-me culpada quando os tinha de reprovar.
Em tudo isso, estamos melancolicamente atrasados. Dizem que nossa economia
floresce, mas a cultura, senhores, que inclui a educação (ou vice-versa, como queiram...),
anda mirrada a murcha. Mais uma vez, corrigir isso pode ser muito simples. Basta
vontade real. Infelizmente, isso depende dos políticos, depende dos governos. Depende
de cada um de nós, que os escolhemos e sustentamos.
Achou interessante o texto de Lia Luft? Conseguiu constatar as principais categorias
presentes no texto argumentativo?
Responda para você:
1. Qual a tese?
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2. Quais os argumentos empregados para levar o interlocutor a crer naquilo que está
sendo dito, a aceitar como verdadeiro o que está sendo transmitido,conforme explicam
Platão & Fiorin (2004, p. 221)?
3. Qual a conclusão para a tese apresentada pela autora?
4. Você conseguiu verificar outras categorias constates na superestrutura de um texto
argumentativo? Quais?
Lembre-se de que para escrevermos um texto, faz-se necessário termos informações
e só adquirimos conhecimentos sobre qualquer assunto se realizarmos leituras. Ninguém
escreve sem ter informações, sem realizar um diálogo entre vários textos lidos. Somente
assim, seremos capazes de mostrar a nossa voz num texto em que as idéias fluam, progridam
e os argumentos sejam consistentes.
Que tal ler, agora, um editorial, um gênero jornalístico, em que se defende uma idéia,
uma tese?
Com Ciência – SBPC/Labjor. Disponível em: http://www.comciencia.br/comciencia/
handler.php?section=8&edicao=13&id=105. Acesso realizado em: 31/07/2007 às 22 horas.
AIDS: FAZER OU FAZER
Por Carlos Vogt
Os números da Aids no mundo são alarmantes e, se considerada a geografia da
extrema pobreza e a incidência gritante da doença na paisagem árida dessa desolação, há
países inteiros e quase continentes na iminência de uma catástrofe sem limites da saúde pública.
Desde 1981, quando foi reconhecida pelo Centro para o Diagnóstico de Doenças,
de Atlanta, nos EUA, a doença vem se espalhando do modo célere e com eficácia mortal:
são cerca de 45 milhões de pessoas infectadas no mundo, com uma concentração de 95%
em países pobres e em desenvolvimento.
No Brasil, em decorrência de políticas públicas focadas na questão e de medidas
governamentais acertadas e oportunas, quer na prevenção, quer no tratamento medicamentoso
da doença, a situação tem-se mostrado estabilizada, ainda que em níveis elevados e sempre
preocupantes.
São cerca de 400 mil casos registrados no país com uma distribuição de 2/3 para
os homens e 1/3 para as mulheres, com dados que mostram que, num gênero e noutro, a
maior causa da transmissão da doença tem origem nas relações sexuais. Dados de 2002
apontavam que esta era a situação para 58% dos casos masculinos e 86.2% dos casos
femininos. Para os homens, 25% eram de relações heterossexuais, 21.7%, homossexuais e
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11.4%, bissexuais. Os casos ligados a drogas injetáveis eram de 23.4% para os homens e
de 12.4% para as mulheres.
Com o desenvolvimento dos coquetéis para tratamento da Aids e com acesso ainda
restrito das populações mais pobres e esses medicamentos, a epidemia, na medida de seu
crescimento, foi acentuando os contornos sociais de sua incidência, traçando no mundo
globalizado dos já dele excluídos mais um predicado complexo de exclusão estigmatizada,
misturando aspectos étnicos/raciais, miséria estrutural e um processo de feminização da
doença, por todos os títulos preocupante, não fosse apenas o da acentuação de sua transmissão
materno-infantil.
Os esforços nacionais e internacionais são grandes no combate à epidemia da Aids,
mas os seus resultados continuam ainda menos rápidos do que a velocidade com que a
doença se espalha.
As medidas educacionais e preventivas têm de ser tomadas e implantadas com rapidez
maior se se quiser a sua eficácia; o acesso aos medicamentos de última geração precisa ser
socializado com a mesma urgência e velocidade; a responsabilidade dos ricos pelos mais
pobres não pode ser escamoteada ou ideologizada em declarações inócuas e vazias de ações
efetivas. No caso da Aids é fazer ou fazer. Não há outra alternativa, a não ser compactuar
com um dos maiores desastres sociais de que se terá notícia na história recente da humanidade
e da vida no planeta.
Achou interessante o texto? Concordou com a tese do autor?
Faça o mesmo questionamento realizado em relação ao texto de Lutf (2007) a fim de
melhor reconhecer o processo argumentativo. Não precisa enviar.
Para completarmos nossa aula, observe os gêneros textuais jornalísticos opinativos,
pois é interessante você conhecê-los.
EDITORIAL – WIKIPEDIA. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Editorial.
Acesso realizado em 31/07/2007 às 22 horas.
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Os editoriais são textos de um jornal em que o conteúdo expressa a opinião da
empresa, da direção ou da equipe de redação, sem a obrigação de se ater a nenhuma
imparcialidade ou objetividade. Geralmente, grandes jornais reservam um espaço
predeterminados para os editoriais em duas ou mais colunas logo nas primeiras páginas
internas. Os boxes (quadros) dos editoriais são normalmente demarcados com uma borda
ou tipologia diferente para marcar claramente que aquele texto é opinativo, e não informativo.
Editoriais maiores e mais analíticos são chamados de artigos de fundo.
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Estudo de Textos III - Maria Alice de Mello Fernandes - UNIGRAN
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O profissional da redação encarregado de redigir os editoriais é chamado de
editorialista.
A opinião de um veículo, entretanto, não é expressada exclusivamente nos editoriais,
mas também na forma como organiza os assuntos publicados, pela qualidade e quantidade
que atribui a cada um (no processo de Edição jornalística). Em casos em que as próprias
matérias do jornal são imbuídas de uma carga opinativa forte, mas não chegam a ser separados
como editoriais, diz-se que é Jornalismo de Opinião.
Linha editorial
A linha editorial é uma política predeterminada pela direção do veículo de
comunicação ou pela diretoria da empresa que determina “a lógica pela qual a empresa
jornalística enxerga o mundo; ela indica seus valores, aponta seus paradigmas e influencia
decisivamente na construção de sua mensagem”1.
A linha editorial orienta o modo como cada texto será redigido, define que termos
podem ou não devem ser usados e qual a hierarquia que cada tema terá na edição final (seja
em páginas do meio impresso ou na ordem de apresentação do telejornal ou radiojornal).
Artigos e artiguetes
Grande parte dos jornais impressos (e também digitais) reserva uma página ou um
espaço para a publicação de artigos opinativos por personalidades, especialistas ou
convidados que tenham um comentário ou uma opinião relevante a expressar. Muitas vezes a
página de artigos é editada ao lado da página editorial, quando não na mesma. Em TV e
rádio, esta prática é mais rara.
Outro espaço dedicado a textos opinativos, embora não de conteúdo editorial e
raramente de teor jornalístico, são as Colunas e Críticas.
Além da página de editoriais principal, alguns veículos impressos optam por inserir
ainda as chamadas notas editoriais em outras páginas, geralmente ao lado da matéria que
trata do assunto opinado. Em alguns jornais, esta prática também é apelidada de artiguete
ou nota picles.
Cartas do Leitor
Um espaço comum para expressar a opinião do público do veículo é a seção das
cartas do leitor. O jornal seleciona, entre as cartas recebidas, algumas que tenham opinião
bem argumentada (e, claro, um bom texto) para publicar e registrar, por amostragem, o
pensamento dos leitores. Certas vezes, existe a preocupação de contrabalançar e equilibrar
as opiniões, escolhendo sempre idéias opostas. Na maioria das edições, porém, jornalistas
selecionam cartas que sejam alinhadas com as posições do veículo.
Esse tipo de prática foi facilitada após a adoção do correio eletrônico.
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Estudo de Textos III - Maria Alice de Mello Fernandes - UNIGRAN
Charge
As charges, caricaturas e ilustrações editoriais são um meio visual e
extremamente eloqüente de expressar opiniões, geralmente por meio de técnicas de humor.
As atividades referentes a esta aula estão disponibilizadas na ferramenta
“Atividades”. Após respondê-las, enviem-nas por meio do Portfolio - ferramenta do
ambiente de aprendizagem UNIGRAN Virtual. Em caso de dúvidas, utilize as
ferramentas apropriadas para se comunicar com o professor.
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