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Universidade Tiradentes - Medicina Sist. imune e resposta imunológica tutoria Introdução: O sistema imune é somente uma parte de uma rede de comunicação complexa que inclui os sistemas nervoso e endócrino. A conexão sistema imune-cérebro recebeu seu próprio nome: psiconeuroimunologia. A principal função do sistema imune é reconhecer o “próprio” e o “não próprio”. “Não próprio” inclui vírus, bactérias, parasitos e outras entidades causadoras de doenças, bem como nossas próprias células que tenham se tornado defeituosas e ameacem fazer mal, como as que se tornam câncer. A habilidade do corpo para se proteger é conhecida como imunidade, da palavra latina immunis, que significa isentar. O sistema imune humano é constituído pelos tecidos linfáticos do corpo, pelas células imunes e pelas substâncias químicas (tanto as intracelulares quanto as secretadas) que coordenam e executam as funções imunes. Funções principais: 1. Tentar reconhecer e remover células “próprias” anormais criadas quando o crescimento celular normal e o desenvolvimento dão errado. Ex: câncer resultam de células normais que se multiplicam descontroladamente, distanciando-se de células normais e perdendo as suas funções. Acredita-se que as células cancerígenas são regularmente formadas, mas são geralmente detectadas e destruídas pelo sistema imune antes que fiquem fora de controle. 2. Remover células mortas ou danificadas, como os eritrócitos. Células scavenger do sistema imune, como macrófagos, patrulham o compartimento extracelular, englobando e digerindo células mortas ou que estão morrendo. 3. Proteger o corpo de invasores que causam doenças, conhecidos como patógenos. Os microrganismos (micróbios) que agem como patógenos incluem bactérias, vírus, fungos e protozoários unicelulares. Patógenos maiores incluem parasitos multicelulares, como ancilóstomos e tênias. Quase todas as moléculas ou células exógenas têm o potencial de desencadear uma resposta imune. Pólen, substâncias químicas e corpos estranhos são exemplos de substâncias às quais o corpo pode reagir. As substâncias que desencadeiam a resposta imune corporal são chamadas de imunógenos. Os imunógenos que reagem com produtos dessa resposta são conhecidos como antígenos. Falhas no sistema imune podem ser: ● Respostas incorretas: o mecanismo de diferenciar o próprio do não próprio falha (doenças autoimunes) ● Respostas exageradas: Resposta fora de proporção (alergias) ● Falta de resposta: componentes do sistema imune não funcionam adequadamente (imunodeficiência) Patógenos do corpo humano: Muitos parasitos são introduzidos no organismo pela picada de insetos. Outros entram no corpo através do trato digestório, trazidos pela água ou 1 2 por alimentos contaminados. Alguns são inalados. Poucos penetram através da pele do hospedeiro. Uma vez dentro do corpo, os microrganismos e os parasitos podem entrar nas células hospedeiras para escapar da resposta imune, ou podem permanecer no compartimento extracelular. Bactérias: ● Estrutura: As bactérias são células com uma membrana celular que é normalmente envolta por uma parede celular. Algumas bactérias encapsuladas também produzem uma camada externa protetora adicional, denominada cápsula. ● Condições de vida e reprodução: A maioria das bactérias pode sobreviver e se reproduzir fora de um hospedeiro se possuir os nutrientes necessários, temperatura, pH, e assim por diante. ● Suscetibilidade aos fármacos: A maioria das bactérias pode ser morta por fármacos chamados de antibióticos. Esses fármacos agem diretamente nas bactérias, destruindo-as ou inibindo o seu crescimento. Vírus: ● Estrutura: Vírus não são células. Eles são compostos de ácido nucleico (DNA ou RNA) revestido por um envoltório de proteínas virais, chamado de capsídeo. Alguns vírus apresentam um envelope de fosfolipídeos e proteínas provenientes da membrana celular do hospedeiro e incorporam proteínas virais ao envelope. ● Condições de vida e reprodução: Os vírus precisam usar a maquinaria intracelular de uma célula hospedeira para se replicarem. A localização dos patógenos nos dois principais compartimentos do corpo requer mecanismos de defesa diferentes para cada compartimento. ● Suscetibilidade a fármacos: Os vírus não podem ser mortos por antibióticos. Poucas infecções virais podem ser tratadas com fármacos antivirais, que têm como alvo fases específicas da replicação viral. 2 3 O sistema imune está, em sua maior parte, integrado dentro dos tecidos de outros órgãos, como a pele e o trato gastrintestinal. Contudo, a massa de todas as células imunes do corpo equivale à massa do encéfalo. O sistema imune tem dois componentes anatômicos: os tecidos linfáticos e as células responsáveis pela resposta imune. Os tecidos linfóides estão distribuídos por todo o corpo Os dois tecidos linfóides primários são o timo e a medula óssea, ambos locais onde as células envolvidas na resposta imune são formadas e amadurecem. Alguns tipos de células imunes maduras não se especializam até sua primeira exposição ao patógeno: células naïve. Timo: ● Tamanho: varia de acordo com a idade; é relativamente grande por ocasião do nascimento e continua crescendo até a puberdade, quando sofre atrofia gradual e é substituído por tecido adiposo ● Antes de sua atrofia, o timo consiste principalmente em linfócitos imaturos que irão se transformar em células T maduras, as quais irão eventualmente migrar por meio da corrente sanguínea até os órgãos linfóides secundários. Medula óssea: ● Órgão difuso, porém volumoso e muito ativo ● Encontrada no canal medular dos ossos longos e nas cavidades dos ossos esponjoso ● Distingue-se em m medula óssea vermelha e amarela Nos tecidos linfóides secundários, as células imunes maduras interagem com patógenos e iniciam uma resposta. Os tecidos secundários são divididos em tecidos encapsulados e tecidos linfáticos difusos não encapsulados. Os tecidos linfóides encapsulados são o baço e os linfonodos. Ambos têm uma parede externa formada por cápsulas de fibras colágenas. 3 4 Baço: ● Contém células imunes posicionadas para monitorar o sangue contra invasores estranhos. ● As células fagocitárias no baço também aprisionam e removem eritrócitos velhos. ● É aproximadamente do tamanho de um punho e é o maior órgão linfóide do corpo ● A superfície externa do baço possui uma cápsula de tecido conectivo que se estende para dentro e cria uma estrutura que sustenta os vasos sanguíneos e o tecido linfático Polpa branca: semelhante ao interior dos linfonodos é composta principalmente por linfócitos Polpa vermelha: intimamente associada à grande quantidade de vasos sanguíneos e seios venosos; Contém muitos macrófagos que agem como um filtro, capturando e destruindo material estranho circulante no sangue, além de ingerirem eritrócitos velhos, danificados ou anormais. Linfonodos: ● Os linfonodos fazem parte da circulação linfática, que está intimamente associada aos capilares do sistema circulatório. ● A pressão arterial cria um fluxo líquido de fluidos para fora dos capilares e para o espaço intersticial. O fluido filtrado, é captado pelos capilares linfáticos e passa através dos linfonodos encapsulados em sua viagem de volta ao coração. ● Dentro dos linfonodos, aglomerados de células imunes interceptam patógenos que entraram no líquido intersticial. As células imunes dos linfonodos ajudam a impedir que eles se espalhem para todo o corpo. ● Linfonodos inchados e doloridos resultam da presença de células imunes ativas que se acumularam neles para combater a infecção. Os tecidos linfáticos difusos não encapsulados: ● São agregados de células imunes que aparecem em outros órgãos do corpo. ● Eles incluem as amígdalas; o tecido linfático associado ao intestino (GALT), que se situa debaixo do epitélio do esôfago e dos intestinos; e agrupamentos de tecidos linfáticos associados à pele e aos tratos respiratório, urinário e genital. ● Em cada caso, esses tecidos contêm células imunes posicionadas para interceptar patógenos invasores antes queeles cheguem à circulação geral. ● Devido à grande área de superfície do epitélio do trato digestório, algumas 4 5 autoridades consideram o GALT o maior órgão imune. ● Anatomicamente, o sistema imune é posicionado onde quer que patógenos sejam mais propensos a entrar no corpo. A primeira linha de defesa são as barreiras, que estão ali para impedir que os microorganismos aos quais estamos em contato a todo momento penetrem o nosso corpo. Essas barreiras não possuem qualquer especificidade. Quando algum antígeno consegue vencer essas barreiras aí sim, o nosso sistema imune entra em ação. O corpo possui duas linhas de defesa. Barreiras físicas e químicas, que inicialmente tentam manter os patógenos fora do ambiente interno do corpo. Algumas defesas de superfície especializadas são os pelos na entrada no nariz e os reflexos da 5 6 tosse e do espirro. As várias glândulas cutâneas, as glândulas salivares e as glândulas lacrimais (lágrimas) desempenham função mais ativa na imunidade por meio da secreção de substâncias químicas antimicrobianas. Essas substâncias podem incluir anticorpos; enzimas, como a lisozima, que destrói as paredes celulares das bactérias. O muco secretado pelos revestimentos epiteliais dos tratos respiratório e gastrintestinal superior também contém substâncias químicas antimicrobianas; no entanto, o mais importante é a característica do muco, que é pegajoso. Assim, as partículas que aderem ao muco são impedidas de entrar no sangue. Elas são varridas pela ação ciliar em direção à faringe e, em seguida, deglutidas, como ocorre no trato respiratório superior, ou são fagocitadas por macrófagos existentes nos vários revestimentos. Por fim, a secreção ácida do estômago também pode matar os patógenos, embora algumas bactérias possam sobreviver para colonizar o intestino grosso, onde desempenham funções gastrintestinais benéficas. Se a primeira linha de defesa falha, então a resposta imune interna assume. A resposta imune interna tem quatro passos básicos: 1. Detecção e identificação da substância estranha, 2. Comunicação com outras células imunes para reunir uma resposta organizada, 3. Recrutamento da assistência e coordenação da resposta entre todos os participantes. 4. Destruição ou supressão do invasor. A resposta imune é caracterizada pelo uso extensivo de sinalização química. Detecção, identificação, comunicação, recrutamento, coordenação e ataque ao invasor, todos dependem de moléculas sinalizadoras, como as citocinas e os anticorpos. As citocinas são proteínas mensageiras liberadas por uma célula que afetam o crescimento ou a atividade de outra célula. Os anticorpos são proteínas secretadas por determinadas células imunes que se ligam a antígenos e os tornam mais visíveis para o sistema imune. A resposta imune humana, em geral, é dividida em duas categorias: Imunidade inata inespecífica: (natural ou nativa) A imunidade inata impede, controla e elimina a infecção, além de estimular respostas adquiridas através das células apresentadoras de antígeno. ● Está presente desde o nascimento e é a resposta imune inespecífica do corpo à invasão. ● Após vencer as barreiras, os microorganismos terão que enfrentar os fagócitos, células dendríticas, o sistema complemento (que indica os antígenos que devem ser atacados opsonizam) e as células NK. ● Os mecanismos citados, tem o papel de matar os microorganismos quando eles penetram a barreira epitelial, para que esses microorganismos não cheguem a se proliferar e adoecer nosso corpo. ● Os receptores de membrana que medeiam a imunidade inata têm ampla especificidade e permitem a algumas células imunes responder a sinais moleculares que são ao mesmo tempo únicos e comuns a microrganismos patogênicos. ○ Os receptores TOLL- LIKE reconhecem a Pamp (estruturas moleculares 6 7 presentes em bactérias, por exemplo). ○ O macrófago quando não consegue por si só destruir agentes invasores, ele libera citocinas e coestimuladores que solicitam o auxílio de células da resposta imune adquirida ● Um exemplo de sinal patógeno específico comum seria certos componentes da parede celular bacteriana. Como a resposta inata inespecífica não está direcionada para um patógeno em particular, ela começa dentro de minutos ou horas. ● A inflamação, aparente na pele como uma área avermelhada, quente e inchada, é uma reação característica da imunidade inata mediada por citocinas. A inflamação refere-se à resposta local a infecção ou lesão. As funções da inflamação consistem em destruir ou inativar invasores estranhos e dar início ao reparo tecidual. ○ 1. Ocorre a vasodilatação e aumento da permeabilidade às proteínas: há o aumento do fluxo sanguíneo para a área lesionada/infectada (causa o rubor/calor)e há o aumento das proteínas e leucócitos que participam na inflamação. ○ 2. Quimiotaxia: Com o início da inflamação, os neutrófilos circulantes começam a sair do sangue através do endotélio dos capilares e das vênulas para penetrar na área inflamada. A quimiotaxia é regulada por moléculas de mensageiros liberadas por células na área lesionada, incluindo as células endoteliais. A quimiotaxia é dividida em estágios: a marginação, quando os neutrófilos rolam ao longo da superfície do vaso e se acumulam ao longo do local da lesão; diapedese: uma projeção estreita do neutrófilo é inserida no espaço existente entre duas células endoteliais, e todo o neutrófilo se espreme através da parede endotelial, penetrando no líquido intersticial. As várias citocinas que exercem ações quimioatraentes são coletivamente designadas como quimiocinas. ● Morte dos patógenos por fagócitos: Assim que chegam ao local de uma infecção, os neutrófilos e outros leucócitos começam o processo de destruir os patógenos invasores por fagocitose ● Complemento: fornece outra maneira de destruição extracelular dos patógenos sem fagocitose prévia. Certas proteínas do complemento estão sempre circulando no sangue em um estado inativo. ● Reparo tecidual: multiplicação das células específicas do órgão por divisão celular pode ou não ocorrer durante esse estágio. Em todos os tecidos fibroblastos (um tipo de célula do tecido conjuntivo), que residem na área, dividem-se rapidamente e começam a secretar grandes quantidades de 7 8 colágeno, enquanto células dos vasos sanguíneos proliferam em um processo denominado angiogênese. Imunidade adquirida específica: Os linfócitos são as células essenciais nas respostas imunes adaptativas. Os linfócitos precisam reconhecer o material estranho específico a ser atacado. Antígeno é qualquer molécula, independentemente de sua estrutura, localização ou função, que se liga a um anticorpo ou receptor de linfócitos; Imunógeno: se a ligação desencadear uma resposta imune específica contra a substância Por conseguinte, um antígeno refere-se a qualquer molécula que o hospedeiro não reconhece como própria. Quando um microorganismo vence a barreira epitelial e a imunidade inata, entra em cena a imunidade adaptativa Uma resposta imune adaptativa típica pode ser dividida em três estágios: 1. Encontro e reconhecimento de um antígeno pelos linfócitos. Durante o seu desenvolvimento, cada linfócito sintetiza e insere em sua membrana plasmática múltiplas cópias de um único tipo de receptor, que pode ligar-se a um antígeno específico. Posteriormente, se o linfócito entrar em contato com o antígeno, este irá se ligar aos receptores. A capacidade dos linfócitos de distinguir um antígeno do outro é determinada pela natureza de seus receptores de membrana plasmática. Cada linfócito é específico para apenas um tipo de antígeno 2. Ativação dos linfócitos. Com a ligação a um antígeno, o linfócito torna-se ativado e sofre múltiplos ciclos de divisão celular. Em consequência, são formadas muitas células-filhas a partir de um único progenitor, que são idênticas na sua capacidade de reconhecer um antígeno específico; esse processo é denominado expansão clonal. Após a sua ativação, alguns linfócitos irão atuar como linfócitos efetores para realizar a resposta de ataque.Outros serão deixados como células de memória, prontas para reconhecer o antígeno caso retorne no futuro 3. Ataque desencadeado pelos linfócitos ativados e suas secreções. Os linfócitos efetores ativados desencadeiam um ataque contra os antígenos que são reconhecidos pelo receptor específico de antígenos. 8 9 ● As células B ativadas diferenciam-se em plasmócitos, que secretam anticorpos no sangue. Esses anticorpos opsonizam os patógenos ou as substâncias estranhas e os transformam em alvos para ataque pelas células imunes inatas. ● As células T citotóxicas ativadas, que constituem outro tipo de linfócitos, atacam diretamente e matam as células que apresentam os antígenos. Uma vez realizado o ataque com sucesso, a grande maioria das células B, plasmócitos e células T que participaram morre por apoptose. Entretanto, as células de memória persistem mesmo após a resposta imune ter sido concluída com sucesso. ● Também chamada de imunidade adaptativa é direcionada a invasores específicos e, por essa razão, é a resposta imune específica do corpo. ● Os receptores de membrana que medeiam a imunidade adquirida são altamente específicos e podem distinguir entre diferentes patógenos. ● Uma característica da imunidade adquirida é que uma resposta imune específica a partir de uma primeira exposição a um patógeno pode levar dias. Entretanto, na exposição repetida, o sistema imune “lembra” da exposição anterior ao patógeno e reage mais rapidamente. A imunidade adquirida pode ser dividida em: ● Imunidade celular: usa a sinalização dependente de contato, na qual uma célula imune se liga por meio de receptores à sua célula-alvo. ● Imunidade humoral, também conhecida como imunidade mediada por anticorpos, usa proteínas secretadas, denominadas anticorpos, para desencadear a resposta imune. Os anticorpos ligam-se a substâncias estranhas para torná-las mais visíveis para as células do sistema imune. As respostas imunes inespecíficas e específicas se sobrepõem. Ainda que as descrevamos separadamente, elas são duas partes interconectadas de um único processo. A comunicação e a coordenação entre todas as diferentes vias da imunidade são vitais para um efeito protetor máximo. Tenha em mente que nem todos os invasores podem ser destruídos pelo sistema imune do corpo. Em alguns casos, o melhor que o corpo consegue fazer é controlar o dano e evitar a disseminação do invasor. Os patógenos que são suprimidos pelo sistema imune, em vez de destruídos, incluem a bactéria que causa tuberculose, o parasito que causa malária, e o vírus da herpes. 9 10 Granulócitos, leucócitos cujo citoplasma contém grânulos proeminentes. Os grânulos dos basófilos são corados de azul-escuro com corante básico (alcalino). Grânulos dos eosi: Tipos de células Basófilos Monócitos Linfócitos eosinófilos são corados de cor-de-rosa com o corante ácido eosina. Os grânulos dos neutrófilos não ficam escuros com corantes padrão de sangue e, portanto, são “neutros”. Em todos os três tipos de granulócitos, o conteúdo dos grânulos é liberado da célula por exocitose, em um processo conhecido como degranulação. Grupos funcionais de leucócitos: ● Os fagócitos, leucócitos que englobam e ingerem seus alvos por fagocitose. (neutrófilos, macrófagos e os monocitos). ● Células citotóxicas, assim denominadas porque destroem as células que atacam. (os eosinófilos e alguns tipos de linfócitos.) ● Apresentadoras de antígeno (APCs), que exibem fragmentos das proteínas estranhas na sua superfície celular. (macrófagos, monócitos, um tipo de linfócito e células dendríticas.) Basófilos: ● São raros na circulação, ● Facilmente reconhecidos em um esfregaço de sangue corado pela presença de grandes grânulos azul-escuros no seu citoplasma. ● Liberam mediadores que contribuem para a inflamação. ● Os grânulos dessas células contêm histamina, heparina, citocinas e outras substâncias químicas envolvidas nas respostas imune e alérgica. Eosinófilos: ● São facilmente reconhecidos pelos grânulos corados de cor-de-rosa presentes no seu citoplasma. ● Estão associadas a reações alérgicas e a parasitoses. 10 11 ● Representam apenas 1 a 3% de todos os leucócitos. ● A duração de um eosinófilo no sangue é estimada em somente 6 a 12 horas. ● A maioria dos eosinófilos funcionais é encontrada no trato digestório, nos pulmões, nos epitélios genital e urinário e no tecido conectivo da pele. ● Os eosinófilos são conhecidos por atacarem parasitos grandes cobertos com anticorpos e liberarem substâncias dos seus grânulos que os danificam ou matam. Logo são considerados citotóxicas ● Participam de reações alérgicas, nas quais eles contribuem para inflamação e dano tecidual por liberarem enzimas tóxicas, substâncias oxidativas e uma proteína chamada de neurotoxina derivada de eosinófilo. Neutrófilos: ● São células fagocíticas que geralmente ingerem e matam de 5 a 20 bactérias durante a sua curta vida útil programada de um ou dois dias. ● São os leucócitos mais abundantes (50-70% do total) e são facilmente identificados por terem um núcleo segmentado constituído por 3 a 5 lobos conectados por fitas finas de material nuclear. ● Também chamados de leucócitos polimorfonucleares. ● Permanecem no sangue, mas podem sair da circulação se forem atraídos para um local extravascular de dano ou infecção. ● Liberam várias citocinas, incluindo pirogênios causadores da febre e mediadores químicos da resposta inflamatória Monócitos e macrófagos: ● Os monócitos são as células precursoras dos macrófagos teciduais. ● 1-6% de todos os leucócitos ● Uma vez nos tecidos, os monócitos aumentam de tamanho e se diferenciam em macrófagos fagocíticos. ● Alguns macrófagos patrulham os tecidos, deslizando por movimento amebóide. Outros encontram uma localização e permanecem fixos no local apropriado. ● Os macrófagos são os principais fagócitos dentro dos tecidos. Eles são maiores e mais eficazes do que os neutrófilos. ● Remove eritrócitos velhos e neutrófilos mortos. ● Têm um papel muito importante no desenvolvimento da imunidade adquirida já que eles são células apresentadoras de antígenos. Depois que um macrófago ingere e digere antígenos moleculares ou celulares, ele pode inserir fragmentos do antígeno processado em sua membrana, de modo que o fragmento do antígeno se torna parte de complexas proteínas de superfície. Linfócitos: ● São as células-chave que medeiam a resposta imune adquirida do corpo. ● 20 a 35% de todos os leucócitos. ● A maioria dos linfócitos é encontrada nos tecidos linfáticos, onde provavelmente encontram invasores. ● Os linfócitos B e seus derivados são responsáveis pela produção de anticorpos e a apresentação de antígenos. 11 12 ● Os linfócitos T e as células natural killer (células NK) têm importantes papéis na defesa contra patógenos intracelulares, como os vírus. ● Células dendríticas são células apresentadoras de antígeno caracterizadas por processos longos e delgados que se assemelham aos dendritos neuronais. São encontradas na pele e em vários órgãos. Quando reconhecem e capturam antígenos, elas migram para os tecidos linfóides secundários, onde elas apresentam antígenos para os linfócitos. A ligação com o antígeno ativa os linfócitos. ● Os anticorpos são proteínas secretadas pelos plasmócitos. ● Proteínas circulantes, produzidas em resposta à exposição ao antígeno e são produzidos pelos linfócitos B, mais especificamente pelos plasmócitos (linfócitos B maduros). ● Hoje, os anticorpos ou imunoglobulinas (Ig) são divididos em cinco classes gerais: IgG, IgA, IgE, IgM e IgD. ● Os anticorpos são coletivamente chamados de gamaglobulinas. ● São diversificados e específicos na capacidade de reconhecer antígenos e são os principais mediadores. IgGs: ● Perfazem cerca de 75% dos anticorpos plasmáticos nos adultos, uma vez que são produzidas a partir de respostas imunes secundárias. ● A IgG materna cruza a membrana placentária e dá ao bebê imunidade nos primeiros meses de vida. ● Algumas IgGs ativam o complemento. IgA: ● São encontrados em secreçõesexternas, como saliva, lágrimas, mucos intestinal e brônquico e leite materno, onde eles se ligam a patógenos e os marcam para fagocitose caso eles alcancem o ambiente interno. IgE: ● Tem como alvo parasitos intestinais e são associadas a respostas alérgicas. ● Quando receptores dos mastócitos se ligam com as IgEs e os antígenos, os mastócitos sofrem degranulação e liberam mediadores químicos, como a histamina. IgM: ● Estão associados a respostas imunes primárias e aos anticorpos que reagem com antígenos dos grupos sanguíneos. ● Ativam fortemente o complemento. IgD: ● São proteínas que aparecem na superfície dos linfócitos B junto com as IgMs, mas o seu papel fisiológico ainda não está claro. Anticorpos proteicos: A molécula básica de anticorpo tem quatro cadeias polipeptídicas ligadas em um formato de Y, com uma cadeia leve ligada a uma cadeia pesada. 12 13 Os dois braços, ou regiões Fab, formam os locais de ligação ao antígeno que conferem a especificidade dos anticorpos. O tronco da molécula do anticorpo em forma de Y é conhecido como região Fc. A região Fc determina a classe de Ig à qual o anticorpo pertence. Uma região de dobradiça entre os braços e o tronco permite um posicionamento flexível dos braços quando o anticorpo se liga ao antígeno. Em qualquer molécula de anticorpo, as duas cadeias leves são idênticas e as duas cadeias pesadas também. Entretanto, as cadeias variam largamente entre os diferentes anticorpos, dando a eles sua especificidade. Cada clone produz um único anticorpo. Duas classes de imunoglobulinas (IgM e IgA) são secretadas como polímeros. A IgM é composta de cinco moléculas em formato de Y, e a IgA possui de 1 a 4 moléculas de anticorpos. Os anticorpos agem fora das células: A maioria dos anticorpos são encontrados no sangue, onde eles correspondem a cerca de 20% das proteínas plasmáticas em uma pessoa saudável. Esses anticorpos são mais eficazes contra patógenos extracelulares (como as bactérias), alguns parasitos, macro-moléculas antigênicas e vírus que ainda não tenham invadido as suas células hospedeiras. Devido ao fato de os anticorpos não serem tóxicos, eles não podem destruir antígenos. O seu papel primário é auxiliar o sistema imune a reagir a antígenos específicos. ● O anticorpo inicialmente se liga ao antígeno, formando um complexo antígeno-anticorpo (imunocomplexo.) ● Cada molécula de anticorpo pode ligar-se a duas partículas diferentes de antígeno, uma em cada braço do anticorpo. ● Isso gera uma aglutinação de antígenos, que facilita o seu reconhecimento e destruição pelo sistema imune. ● Em algumas situações, a ligação do anticorpo inativa toxinas produzidas por bactérias. Receptores Fc: Os passos subsequentes na destruição do patógeno mediado pelo imunocomplexo requerem que as regiões “tronco” Fc do complexo antígeno-anticorpo sejam ligadas a receptores Fc em uma célula imune. ● A ativação de receptores Fc em neutrófilos e macrófagos inicia a fagocitose. Por esse processo, os anticorpos agem como opsoninas, marcando o imunocomplexo para destruição. ● Se os receptores Fc estiverem em basófilos, mastócitos, células NK ou eosinófilos, a ligação do anticorpo ao seu receptor desencadeia degranulação, (liberação de substâncias químicas estocadas na célula imune). A ligação ao receptor abre canais de Ca2⫹ , e a entrada de Ca2⫹ é o sinal para exocitose. Se a célula imune que se liga ao anticorpo for um eosinófilo citotóxico ou uma célula NK, as substâncias químicas liberadas pela célula destroem o antígeno ligado ao anticorpo. (citotoxicidade mediada por célula dependente de antígeno). ● Os receptores Fc encontrados em mastócitos são específicos para a região Fc da família de anticorpos IgE. Quando o complexo antígeno-anticorpo IgE se liga aos receptores dos mastócitos, as células degranulam. O papel final da ligação antígeno-anticorpo é ativar linfócitos 13 14 B. A superfície de cada linfócito B é coberta com tanto quanto 100 mil moléculas de anticorpos, cujas terminações Fc estão inseridas na membrana do linfócito. Essa disposição deixa as regiões Fab de anticorpos ligados à membrana disponíveis para se ligarem a antígenos extracelulares livres ou a porções de antígenos na superfície de células apresentadoras de antígenos. Uma vez que os antígenos se ligam aos anticorpos celulares, as células B são ativadas e se diferenciam em plasmócitos que secretam mais anticorpos. Algumas células B se diferenciam em células de memória para aguardar uma invasão subsequente. 14
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