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Análise Físico-Química da Água e Legislação

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1 
ANÁLISE FÍSICO-QUÍMICA DA ÁGUA 
1. IMPORTÂNCIA DA ÁGUA 
A água é o constituinte mais abundante da matéria viva e ocupa cerca de 75% da 
superfície da terra, sendo que disso 97% está nos oceanos e apenas 3% é de água doce. 
Dessa água doce 2,9% é de difícil acesso, pois se encontra em geleiras ou regiões 
subterrâneas, e somente os 0,1% restantes são de fácil acesso, pois se encontra em rios, 
lagos e na atmosfera, mas a maior parte disso é usada nas indústrias e na agricultura, 
restando pouco para consumo humano. 
O Brasil possui 12% da água disponível para consumo do mundo, sendo que disso 9,6% 
está concentrado na região amazônica. 
1.1. ÁGUA PARA CONSUMO 
 Água Tratada: Toda água que foi submetida a processos químicos, físicos e 
microbiológicos para torná-la potável. 
 Água Potável: Água que não ofereça riscos a quem faz uso dela. 
Concentração de Sal na Água: A concentração de NaCl suportada pelo organismo é de 
5g/L, acima disso ocorre desequilíbrio osmótico. 
Poluição: Água poluída é toda água que possui suas características alteradas. Principais 
causas de poluição: Esgoto residencial; Esgoto industrial; Contaminação por fertilizantes; 
Contaminação por metais pesados; 
2. LEGISLAÇÃO DAS ÁGUAS 
2.1. HISTÓRICO 
Antigamente se tinha a ideia de que a água era um recurso inesgotável e a gestão era 
descomprometida com a preservação. Havia uma rara preocupação com a otimização 
do seu uso. 
Atualmente se sabe que a água é um recurso limitado finito e escasso, um bem 
econômico e integrante do patrimônio ambiental e de uso comum a todos. 
2.2. DOMÍNIO SOBRE AS ÁGUAS 
 
2 
 União: Lagos; rios; quaisquer correntes de água que se encontrem em terrenos do seu 
domínio, que banhem mais de um estado, sirvam de limites com outros países ou 
estendam-se a território estrangeiro. 
 Estados: Águas superficiais ou subterrâneas, ou seja, lagos e rios que tenham nascente 
e foz em seu território, exceto os que sejam decorrentes de obras da união. 
 Municípios: Receberam competência para legislar sobre assuntos de interesse local e 
para suplementar a legislação federal e estadual. 
2.3. RESOLUÇÃO CONAMA 357/2005 
Dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu 
enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de lançamento de 
efluentes e dá outras providências. 
2.3.1. Definições 
 Água doce: Valor de salinidade inferior a 0,5% (própria para consumo); 
 Água salobra: Valor de salinidade entre 0,5% e 30% (própria para consumo); 
 Água salina: Valor de salinidade acima de 30% (imprópria para consumo); 
 Ambiente lêntico: Água com pouco movimento. Ex: lago; 
 Ambiente lótico: Água com muito movimento. Ex: rio. 
 Recreação de contato primário: Muito contato com a água, probabilidade de 
ingestão. Ex: banho de piscina. 
 Recreação de contato secundário: Pouco contato com a água. Ex: pesca. 
2.3.2. Classificação das Águas Doces 
 Classe especial: Para consumo e afazeres domésticos; 
 Classe 1: Água doce de contato primário (piscina); 
 Classe 2: Tratamento convencional (floculação e desinfecção); 
 Classe 3: Água doce de contato secundário; 
 Classe 4: Água para paisagem (decoração de ambientes); 
2.3.3. Classificação das Águas Salinas 
 Classe especial: Preservação, conservação da vida aquática; 
 
3 
 Classe 1: Água salina de contato primário (mergulho); 
 Classe 2: Água salina de contato secundário; 
 Classe 3: Água para paisagem (decoração); 
2.3.4. Classificação das Águas Salobras 
 Classe especial: Preservação; 
 Classe 1: Água salobra para consumo; 
 Classe 2: Água salobra de contato secundário; 
 Classe 3: Água salobra de contato primário; 
2.4. PORTARIA MS (MINISTÉRIO DA SAÚDE) 2914 DE 12/12/11 
Dispõe sobre os procedimentos de controle e de vigilância da qualidade da água para 
consumo humano e seu padrão de potabilidade. 
Capítulo I – Disposições gerais: A portaria em questão aplica-se a água destinada para 
consumo humano; não se aplica a água mineral natural, a água natural e as águas 
adicionadas de sais, destinadas a consumo humano após envasamento; 
2.4.1. Definições 
 Água para consumo humano: Potável, livre de patógenos e tratada; 
 Água potável: Dentro dos padrões permitidos pelo padrão de potabilidade; 
 Água tratada: Água submetida a processos químicos, físicos e microbiológicos; 
2.5. PORTARIA 154/2002 
Dispõe sobre padrões e condições para lançamento de efluentes líquidos gerados por 
fontes poluidoras. 
Resolve que indústrias instaladas em distritos industriais dotados de sistema público de 
esgoto de estação de tratamento deverão, obrigatoriamente, utilizar-se desse sistema. 
Obs.: Resolução CONAMA e portaria 2914 são federais e portaria 154 é estadual. 
3. SOLUÇÕES 
Solução é uma mistura de uma ou mais substâncias que apresentam aspecto uniforme; 
Soluto é a substância a ser dissolvida ou que está presente em menor quantidade; 
Solvente é a substância que efetua a dissolução ou que está presente em maior 
quantidade. 
 
4 
3.1. COEFICIENTE DE SOLUBILIDADE 
É a quantidade máxima de um soluto capaz de se dissolver totalmente em uma 
quantidade padrão de solvente, em uma determinada temperatura. Ex 36g NaCl/100g 
H2O. Isso classifica as soluções em: 
 Soluções insaturadas: Solução que contém uma quantidade de soluto inferior ao seu 
coeficiente de solubilidade na temperatura em que se encontra a solução; 
 Soluções saturadas: Solução que contém uma quantidade de soluto igual ao seu 
coeficiente de solubilidade na temperatura em que se encontra a solução; 
 Soluções supersaturadas: Solução que contém uma quantidade de soluto superior ao 
seu coeficiente de solubilidade na temperatura em que se encontra a solução; 
3.2. TIPOS DE SOLUÇÕES 
 Solução sólida: Ligas metálicas; 
 Solução líquida: Pelo menos um componente tem que ser líquido; 
 Solução aquosa: Solução que contém água como solvente; 
 Solução gasosa: Atmosfera; 
3.3. PROCESSO DE DISSOLUÇÃO 
Um soluto se dissolve em um solvente que tem estrutura semelhante a ele (princípio do 
semelhante, ex. polar dissolve polar e apolar dissolve apolar). 
3.4. CONCENTRAÇÃO DAS SOLUÇÕES 
É a proporção existente entre a quantidade de soluto e a quantidade de solvente. 
 Concentração Comum: Quociente entre a massa do soluto e o volume da solução. 
Fórmula: 𝐶 =
𝑚 (𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑑𝑜 𝑠𝑜𝑙𝑢𝑡𝑜)
𝑉 (𝑣𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑑𝑎 𝑠𝑜𝑙𝑢çã𝑜)
, unidade g/L. 
 Concentração Molar ou Molaridade: Quociente entre o número de Mols do soluto e o 
volume em litros da solução. Fórmula: 𝑀 =
𝑚 (𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑑𝑜 𝑠𝑜𝑙𝑢𝑡𝑜)
𝑃𝑀 (𝑝𝑒𝑠𝑜 𝑚𝑜𝑙𝑒𝑐𝑢𝑙𝑎𝑟 𝑑𝑜 𝑠𝑜𝑙𝑢𝑡𝑜)×𝑉 (𝑣𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑑𝑎 𝑠𝑜𝑙𝑢çã𝑜)
, unidade Mol/L. 
4. CARACTERÍSTICAS FÍSICAS DE ÁGUAS NATURAIS 
Visa definir a qualidade da água, seus possíveis usos, projetar sistemas de tratamento e 
controlar sua eficiência, regular os usos da água e preservar as fontes de água potável. 
4.1. TEMPERATURA 
 
5 
Indica o grau de agitação das moléculas no corpo aquático e representa a medida de 
intensidade de calor. 
A alteração da temperatura da água pode provir de origem natural ou de origem 
antropogênica (geralmente despejo). 
Importância: A resolução CONAMA 357/2005 determina que a temperatura de um 
efluente deve ser inferior a 40º C (temperatura é padrão de classificação das águas, 
cada classe tem uma temperatura ideal). Elevações na temperatura aumentam a taxa 
de reações químicas e biológicas e diminuem a solubilidade dos gases. 
Métodos de determinação: Através de um termômetro digital ou não, que tem como 
princípio filamento de mercúrio. 
4.2. COR (UNIDADE HAZEN – UH) 
Está associada ao grau de reduçãode intensidade que a luz sofre ao atravessar a água 
devido a presença de sólidos dissolvidos. 
Pode ser de origem natural (decomposição de compostos orgânicos presentes em 
folhas, metabolismo de microrganismos presentes no solo) ou de origem antropogênica 
(esgotos domésticos, solos agricultáveis, efluentes industriais). 
Importância: A portaria 2914/2011 aceita até 15uH de cor aparente (aquela que se vê 
de cara, englobando as partículas dissolvidas e suspensas). A resolução CONAMA 
357/2005 inclui a cor verdadeira ou real (aquela que se vê sem a presença de sólidos) 
como parâmetro de classificação das águas. A cor é um parâmetro fundamental do 
controle de qualidade de água em estações de tratamento de água (ETA) (cor é 
padrão de potabilidade e de classificação). 
Métodos de determinação: Colorimetro (aparelho em que se coloca a amostra e já dá o 
resultado, mais caro, menos utilizado, mais preciso), Comparação visual (colorimetro 
com compartimentos onde se coloca 2 tubos de Nessler e um compartimento onde se 
coloca um disco cobalto-platina. Em um dos tubos se coloca água destilada para ser o 
branco e no outro coloca a amostra. Fecha-se o aparelho, liga-se e coloca o disco. Para 
análise vai trocando os discos até observar igualdade de cor entre o branco e a amostra 
e anota-se o número. Método mais utilizado e menos preciso). 
4.3. TURBIDEZ 
 
6 
Referente ao grau de interferência da passagem de luz através da água. Esse 
impedimento é devido a sólidos suspensos. 
Pode ser alterada por origem natural (partículas de rocha, argila, algas e outros 
microrganismos) ou por origem antropogênica (despejos domésticos e industriais). 
Importância: Indica a qualidade estética das águas para abastecimento público, pois 
pode causar objeção por parte da população. A portaria 2914/2011 aceita turbidez de 
até 1UT para água filtrada e até 5UT no sistema de distribuição. A resolução CONAMA 
357/2005 classifica 100 UT para água de classe. Está diretamente ligada com o processo 
de fotossíntese, pois quanto maior a turbidez ocorre menos fotossíntese. Elevados valores 
de turbidez tornam difícil e oneroso o processo de filtração da água e dificultam a ação 
de cloro na desinfecção da água potável, antes de fazer cloração deve-se eliminar a 
turbidez para eliminar esconderijos para bactérias. (Turbidez é padrão de classificação e 
padrão de potabilidade). 
Métodos de determinação: Feita através do Turbidimetro, que é um aparelho que segue 
o princípio nefilométrico. Coloca-se a amostra no tubinho e no aparelho, liga-se o 
aparelho e ele dá os resultados. 
4.4. SABOR E ODOR 
A concentração de sabor envolve uma interação de gosto com odor. Não existe 
legislação para sabor e odor. 
Importância: Manutenção da característica estética da água tratada, possibilitando a 
sua aceitação para fins de consumo humano. 
4.5. CONDUTIVIDADE ELÉTRICA 
É a capacidade da água de transmitir a corrente elétrica através da presença de íons 
(cátions e ânions). Unidade Siemens. 
Método de determinação: Eletrométrico. Coloca-se um eletrodo na água, descarrega-se 
uma eletricidade nela e a condutividade aparece no visor. 
4.6. SÉRIE DE SÓLIDOS 
Sólidos correspondem a toda matéria que permanece como resíduo após evaporação 
(banho-maria), secagem (estufa), ou calcinação (mufla) da amostra a uma 
temperatura pré-estabelecida durante um tempo fixado. 
 
7 
Sólidos totais: Resíduo que resta numa cápsula após evaporação em banho-maria de 
uma porção de amostra e sua posterior secagem em estufa a 103º-105º até peso 
constante. 
OBS: A presença de sólidos suspensos, turbidez, atrapalha o processo de cloração, pois 
os microrganismos se alojam nas partículas. 
4.6.1. Classificação quanto a solubilidade: 
 Sólidos suspensos: Partículas com diâmetro entre 1 e 4 μm não filtráveis, incluindo os 
sedimentáveis e os não sedimentáveis; 
 Sólidos dissolvidos: Partículas filtráveis, incluindo as coloides (intermediárias) e as 
efetivamente dissolvidas. 
4.6.2. Classificação quanto a composição: 
 Sólidos fixos: Resíduo resultante na cápsula após ignição a 500º - 600º C; 
 Sólidos voláteis: Massa perdida após ignição a 550º - 600º C, descobre-se através de 
um cálculo; 
Importância: Quantificação indireta das características estéticas e físico-químicas da 
fase líquida, pois o excesso de sólidos dissolvidos na água pode causar alteração de 
gosto e cor e o excesso de sólidos suspensos na água significa maior turbidez (menor 
transparência); 
A quantidade de sólidos suspensos voláteis no sistema aquático dá ideia da capacidade 
de degradação anaeróbica e do conteúdo orgânico (decomposição por bactérias) 
tanto das águas, quanto dos sedimentos; 
A série sólidos é padrão de potabilidade, padrão de lançamento de efluentes e padrão 
de classificação das águas; 
Método de determinação: Primeiro teste - Teste do cone Imholf, para calcular os sólidos 
sedimentáveis, partículas grandes que sofrem ação da gravidade e sedimentam= 1. 
Após lavagem e secagem do cone, coloca-se nele um litro da amostra, agitando para 
ter o cuidado de transferir todos os sólidos; 2. Espera-se 45 min e passa o bastão de vidro 
pelas paredes do cone para desprender todo sólido que pode ter ficado preso e não ter 
sedimentado, com cuidado para não encostar o bastão na parte já sedimentada ou o 
processo terá de ser reiniciado; 3. E espera-se mais 15 min e faz a leitura na graduação 
 
8 
do cone. Obs.: Em caso de emergência esse procedimento pode ser feito com uma 
proveta, em 30 min. 
Segundo teste - Determinação de sólidos totais, fixos e voláteis= 1. Realiza-se a lavagem 
e a secagem da cápsula de porcelana e leva-se para a Mufla a uma temperatura entre 
550ºC e 600º C por 1 hora, para eliminar tudo que possa conter na cápsula; 2. Armazena-
se a cápsula no Dissecador, para manutenção em ambiente estéril até que esfrie; 3. 
Pesa-se a cápsula vazia e anota o valor (P0); 4. Coloca-se 100ml (volume padrão, pode 
ser outro) de amostra em uma cápsula e leva-se para o Banho-maria a uma 
temperatura entre 36,5ºC e 37ºC por 15 min para acelerar o teste; 5. Leva-se para a 
Estufa a uma temperatura entre 103ºC a 105ºC por 1 hora, encontrando-se os sólidos 
totais; 6. Leva-se ao Dissecador para esfriar, pesa-se a cápsula com os sólidos e anota o 
valor (P1); 7. Coloca-se a cápsula na Mufla a uma temperatura entre 550ºC e 600ºC, para 
degradar os sólidos voláteis, restando na cápsula os sólidos fixos; 8. Leva-se ao 
Dissecador para esfriar, pesa-se a cápsula com os sólidos e anota o valor (P2); 
Fórmulas: 𝑆𝑇 =
𝑃1−𝑃0
𝑉 𝑑𝑎 𝑎𝑚𝑜𝑠𝑡𝑟𝑎
, cálculo dos sólidos totais; 𝑆𝐹 =
𝑃2−𝑃0
𝑉 𝑑𝑎 𝑎𝑚𝑜𝑠𝑡𝑟𝑎
, cálculo dos sólidos 
fixos; 𝑆𝑉 =
𝑃2−𝑃1
𝑉 𝑑𝑎 𝑎𝑚𝑜𝑠𝑡𝑟𝑎
, cálculo dos sólidos voláteis. 
5. CARACTERÍSTICAS QUÍMICAS DE ÁGUAS NATURAIS 
5.1. POTENCIAL HIDROGENIÔNICO PH 
Expressa a concentração de íons de hidrogênio na solução, dando uma indicação 
sobre a condição de acidez, neutralidade ou alcalinidade da água. 
Pode ser alterado por origem natural (dissolução de rochas, oxidação da matéria 
orgânica e fotossíntese) ou por origem antropogênica (despejos domésticos e despejos 
industriais - lavagem ácida ou alcalina de tanques). 
Importância: Está relacionado com os diversos equilíbrios de reações químicas que 
ocorrem naturalmente ou em processos de tratamento de água; Valores de pH 
afastados da neutralidade podem afetar a taxa de crescimento de microrganismo; o pH 
influi na solubilidade de diversas substâncias, inclusive de gases; o pH é padrão de 
potabilidade, padrão de classificação e padrão de lançamento de efluentes. 
ETAs: Influi nas etapas do tratamento da água – Na coagulação, pois o sulfatode 
alumínio utilizado como coagulante atua com pH ótimo na faixa de 5 a 8; na 
Desinfecção, pois essa etapa deve ocorrer em pH ácido; e no Controle de 
 
9 
Corrosividade, pois águas ácidas são corrosivas enquanto que as alcalinas são 
incrustantes. 
ETEs: O pH alcalino causa precipitação química de metais pesados e o pH ácido causa 
quebra de emulsões oleosas. 
Determinação: Método qualitativo – indicadores de pH, comparação visual, menos 
preciso; e Método quantitativo – método eletro-analítico, mais preciso, equipamento 
pHmetro, que solta uma descarga elétrica na água e dá um valor na tela. 
5.1.1. Correção de pH 
 Aumento do pH: Soda cáustica ou hidróxido de sódio, elevada solubilidade, mais 
cara que a Cal; Cal hidratada ou hidróxido de cálcio, mais barata, baixa 
solubilidade, presença de impurezas como areia; Barrilha ou carbonato e 
bicarbonato de sódio, mais cara dos três, melhor. 
 Diminuição do pH: Ácido clorídrico. 
5.2. ALCALINIDADE (MG/L DE CACO3) 
Capacidade da água de neutralizar ácidos (capacidade tampão). Os principais íons 
que conferem alcalinidade são: Bicarbonatos (HCO3
-
); Carbonatos (CO3
-
); e Hidróxidos 
(OH-). 
Importância: Não tem significado sanitário para a água potável, mas em elevadas 
concentrações confere um gosto amargo. 
ETAs: É uma determinação importante no controle do tratamento de água, estando 
relacionada com o processo de coagulação, redução de dureza e prevenção da 
corrosão de tubulações. 
ETEs: É uma variável importante quando há evidências que a redução do pH pode 
afetar os microrganismos responsáveis pela depuração (limpeza) das águas residuárias, 
degradação de matéria orgânica. 
Determinação: Coloca-se o ácido sulfúrico (titulante) na bureta e 100ml (pode variar) da 
amostra com 3 gotas de fenolftaleína no Erlenmeyer, começa a titular até ocorrer a 
viragem de cor e anota o valor (P). No mesmo Erlenmeyer coloca-se 3 gotas de 
alaranjado de metila, continua a titular sem completar a bureta até ocorrer outra 
viragem de cor e anota o valor (T). Aplica-se a fórmula para fator de correção - 
 
10 
𝐴𝑙𝑐𝑎𝑙𝑖𝑛𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 (
𝑀𝑔
𝐿⁄ ) 𝐶𝑎𝐶𝑂3 =
𝑀𝐻2𝑆𝑂4×100000
𝑉 𝑑𝑎 𝑎𝑚𝑜𝑠𝑡𝑟𝑎
, onde MH2SO4 é a concentração do titulante. 
Após isso multiplica o fator de correção por P e por T e analisa as afirmações da tabela 
com relação a esses valores. 
5.3. DUREZA DAS ÁGUAS 
A principal fonte de dureza nas águas é a sua passagem pelo solo. Os cátions mais 
frequentemente associados à dureza são cálcio e magnésio e ainda pode ser associado 
aos ânions bicarbonato e sulfato. 
Importância: A dureza causa uso excessivo de sabão nas lavagens domésticas; Quando 
se esquenta uma amostra de água dura rompem-se as ligações e ocorre incrustação, 
podendo estourar tubulações; A dureza é padrão de potabilidade (até 500). 
Graus de dureza: 0 – 75 branda ou mole; 75 – 150 moderadamente dura; 150 – 300 dura; 
maior que 300 muito dura. 
5.3.1. Tipos de dureza 
 Quanto ao cátion: Dureza ao cálcio e magnésio; 
 Quanto ao ânion: Temporária, quando contém cálcio ou magnésio + carbonatos ou 
bicarbonatos, porque ao aquecer a ligação se rompe; Permanente, quando contém 
cálcio e magnésio + sulfatos, pois a ligação é mais difícil de romper, é necessário fazer 
troca iônica; 
Método de determinação: Princípio da titulação. 
6. OXIGÊNIO DISSOLVIDO (OD) 
Água poluída é aquela que possui OD nulo ou muito baixo. O oxigênio presente na água 
provém da fotossíntese, da pressão que o ar exerce sobre a água ou de ventiladores 
mecânicos. Quanto maior a velocidade e maior superfície de contato a água tiver, mais 
airada ela será, mais OD ela vai ter. 
Durante a estabilização, degradação da matéria orgânica, as bactérias fazem uso do 
OD nos seus processos respiratórios, causando a sua redução no meio aquático, ou seja, 
Matéria Orgânica e microrganismos são diretamente proporcionais, se um aumenta o 
outro também vai, mas são inversamente proporcionais ao OD, pois se aumentarem ele 
diminui. Caso o OD seja totalmente consumido, tem-se as condições anaeróbias, com 
geração de maus odores causados pelo gás sulfídrico e gás metano. 
 
11 
A concentração de OD em um determinado corpo aquático depende da 
concentração de sais e da temperatura do líquido. 
6.1. AUTODEPURAÇÃO 
Nesse processo acontece a recuperação do corpo aquático, elevando-se assim os seus 
níveis de OD: 
 
Só ocorre caso o despejo seja aleatório. Em situações normais no meio aquático irá ter 
uma pequena quantidade de matéria orgânica e microrganismos, e uma quantidade 
suficiente de OD, mas ao ocorrer um despejo a matéria orgânica vai se elevar 
repentinamente e consequentemente os microrganismos também, isso causará uma 
diminuição de OD. Com o tempo essa matéria orgânica vai começar a diminuir por 
causa do consumo e consequentemente os microrganismos também diminuem, 
fazendo com que o OD vá voltando ao normal. 
OBS.: No meio aquático existe uma relação de simbiose entre as algas e as bactérias. 
6.2. IMPORTÂNCIA NO CONTROLE DE QUALIDADE DAS ÁGUAS 
Elemento principal no metabolismo dos microrganismos; Parâmetro de classificação das 
águas naturais (IQAs em São Paulo, resolução 357 no Brasil); Imprescindível na análise da 
Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO); 
6.3. DETERMINAÇÃO DA CONCENTRAÇÃO DE OD 
 
12 
 Método Eletrométrico: Dois eletrodos são mergulhados em um eletrólito contido em 
uma membrana seletiva, liga-se, o equipamento gera uma corrente elétrica e dá um 
valor, e faz-se a leitura; 
 Método Químico: Método de Winkler modificado pela Azida de Sódio. Fases: 
 Fixação do OD: Após a coleta adiciona-se as soluções MnSO4 (Sulfato de 
manganês) e álcali-iodeto-azida, causando floculação; 
 Então adiciona-se ácido sulfúrico para romper os flocos, causando uma cor 
amarelada pela liberação de Iodo; 
 Titulação: Adiciona-se Tiossulfato de Sódio na bureta e faz-se uma titulação; 
Cálculo: 𝑀𝑔 𝐿⁄ 𝑂2 =
𝑁𝑁𝑎2𝑆2𝑂3×𝑉𝑁𝑎2𝑆2𝑂3
𝑉 𝑎𝑚𝑜𝑠𝑡𝑟𝑎
× 8000; Onde: 𝑁𝑁𝑎2𝑆2𝑂3= Concentração do 
titulante; 𝑉𝑁𝑎2𝑆2𝑂3= Volume gasto na titulação; 𝑉 𝑎𝑚𝑜𝑠𝑡𝑟𝑎= Volume da amostra 
(volume do frasco da coleta). 
7. MATÉRIA ORGÂNICA 
Matéria orgânica é tudo que apresenta carbono em sua composição e presente nos 
esgotos é uma característica de primordial importância, sendo a causadora do 
problema de poluição das águas. Composição da matéria orgânica de um meio: 
 Carboidratos 25% a 50%; 
 Proteínas 40% a 60%; 
 Gorduras e óleos 10%; 
 Compostos orgânicos sintéticos: Detergentes, fenóis e pesticidas; 
7.1. MÉTODOS DE DETERMINAÇÃO 
No princípio não se sabia como dosar a matéria orgânica, a solução encontrada foi 
medir em laboratório o consumo de oxigênio (método indireto) em um volume 
padronizado de esgoto ou outro líquido, em um período de tempo pré-fixado. Depois foi 
descoberto como dosar essa matéria (método direto). 
 Indiretos: DBO e Demanda Química de Oxigênio (DQO); 
 Diretos: Carbono Orgânico Total ou Carbono Oxidado pela Temperatura (COT); 
8. DEMANDA BIOQUÍMICA DE OXIGÊNIO (DBO) 
 
13 
É um processo natural que retrata a quantidade de oxigênio requerida para estabilizar, 
através de processos bioquímicos, a matéria orgânica carbonácea. Portanto é uma 
indicação indireta do carbono orgânico biodegradável. 
A medida de matéria orgânica resulta indiretamente através de dados de consumo de 
oxigênio, ocorrido na amostra ou em diluições, durante o período de incubação de 5 
dias à temperatura constante de 20º C. Fórmula: 𝐷𝐵𝑂 = (𝑂𝐷𝑖 − 𝑂𝐷𝑓) × 𝐹𝐷 
Onde: 𝑂𝐷𝑖= OD inicial; 𝑂𝐷𝑓= OD final; 𝐹𝐷= Fator de correção 
𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑑𝑜 𝑓𝑟𝑎𝑠𝑐𝑜,𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙
𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑑𝑎𝑎𝑚𝑜𝑠𝑡𝑟𝑎
; 
8.1. VANTAGENS E RESTRIÇÕES 
 Vantagens: Indicação aproximada da fração biodegradável do despejo (só funciona 
em biodegradável), quanto de matéria tem; Indicação da taxa de degradação do 
despejo; Taxa de consumo de oxigênio em função do tempo; 
 Desvantagens: Metais pesados podem inibir ou destruir os microrganismos; 
Necessidade de inibição das bactérias nitrificantes (que convertem nitrato em nitrito); 
Demora 5 dias (principal desvantagem); 
8.2. IMPORTÂNCIA 
 Em águas naturais: A DBO representa a demanda potencial de oxigênio dissolvido 
que poderá ocorrer devido a estabilização dos compostos orgânicos biodegradáveis; 
É um importante padrão de classificação das águas naturais; Ferramenta 
imprescindível nos estudos de autodepuração dos cursos d’água; 
 Em ETEs: A DBO representa a demanda potencial de oxigênio dissolvido, que é 
importante no controle de eficiência das estações, tanto em tratamento biológico 
quanto nos físico-químicos. 
9. DEMANDA QUÍMICA DE OXIGÊNIO (DQO) 
Mede o consumo de oxigênio ocorrido durante a oxidação química da matéria 
orgânica, obtida através de um forte oxidante em meio ácido. Emprega-se na análise 
de DQO um oxidante químico forte, o dicromato de potássio K2Cr2O7, que em uma 
reação catalizadora oxida um número maior de compostos do que na reação 
bioquímica. 
9.1. VANTAGENS E RESTRIÇÕES 
 Vantagens: Gasta apenas de 2 a 3 horas; O teste não é afetado pela nitrificação; 
 
14 
 Desvantagens: São oxidados tanto a fração biodegradável quanto a fração inerte; 
Não fornece informações sobre a taxa de consumo de matéria orgânica ao longo do 
tempo; Certos constituintes inorgânicos podem ser oxidados e inferir no resultado; 
10. CARBONO ORGÂNICO TOTAL (COT) 
Parâmetro bastante eficiente (o mais eficiente), determinado mais rapidamente e que 
reproduz de forma mais fidedigna os componentes das ETEs industriais. 
10.1. MÉTODO DE DETERMINAÇÃO 
Consiste na queima de matéria orgânica em forno, sendo que este determina a 
quantidade de gás carbônico produzido neste processo através de analisador 
infravermelho. O gás carbônico é proporcional à quantidade de carbono presente na 
amostra. 
 
 
15 
ANÁLISE MICROBIOLÓGICA DA ÁGUA
11. IMPORTÂNCIA DA QUALIDADE MICROBIOLÓGICA DA ÁGUA 
11.1. USOS MÚLTIPLOS DA ÁGUA 
 70% - Agronegócio; 
 12% - Indústria e mineração; 
 4% - Consumo Humano; 
11.2. CONTROLE DE QUALIDADE 
 Água de abastecimento; 
 Água mineral; 
 Águas residuais (esgotos); 
 Águas para recreação; 
11.3. CONTROLE DE QUALIDADE DE ÁGUA PARA CONSUMO HUMANO 
Conjunto de atividades exercidas de forma contínua destinado a verificar se a água 
fornecida à população é potável, assegurando a manutenção dessa condição (Portaria 
2.914/11, Ministério da Saúde). 
11.4. ETAPAS DE TRATAMENTO 
1. Captação: A água do manancial (superficial ou subterrâneo) é captada por 
adutoras (tubulação) e levada para estação de tratamento, passando por telas que 
retém resíduos grandes; 
2. Tratamento: Quando a água chega à estação ela é adicionada de substâncias 
químicas (sulfato de alumínio; cal, que regula o pH; e cloro) 
 Coagulação: Adição de sulfato de alumínio, que aglutina as sujeiras; 
 Floculação: Primeiro tanque, hélice junta coágulos em flocos maiores; 
 Decantação: Segundo tanque, água repousada junta flocos no fundo do tanque, 
que ali permanecem e somente a água limpa passa para o próximo; 
 Filtração: Filtro formado de carvão ativado, área e cascalho retém sujeiras menores; 
 Desinfecção: Adição de cloro para eliminação de microrganismos; 
 Fluoretação: Adição de flúor para prevenção de cáries; 
3. Distribuição; 
 
16 
11.5. COMPROMETIMENTO DA QUALIDADE DA ÁGUA PARA CONSUMO HUMANO 
 Lançamento de efluentes e resíduos no manancial; 
 Manutenção deficiente no sistema de tratamento e distribuição; 
 Rompimentos de redes e adutoras (tubulação); 
 Domicílios; 
12. DOENÇAS DE VEICULAÇÃO HÍDRICA 
Ocorre por ingestão (principal meio) ou por microrganismos patogênicos de origem 
entérica animal ou humana. A contaminação fecal torna a água veículo de transmissão 
de doenças. 
12.1. FATORES QUE AFETAM A OCORRÊNCIA DESSAS DOENÇAS 
 Volume de água ingerido: Diretamente proporcional a probabilidade de ocorrer a 
doença; 
 Concentração do patógeno na água: Diretamente proporcional a probabilidade de 
ocorrer a doença; 
 Resistência do indivíduo: Inversamente proporcional a probabilidade de ocorrer a 
doença; 
 Dose infectante: Quantidade mínima de um patógeno necessária para causar uma 
infecção. Bactérias, moderada a alta; Vírus, baixa a moderada; Helmintos ou 
protozoários, baixa. Inversamente proporcional a probabilidade de ocorrer a doença; 
12.2. PROCESSO DE TRANSMISSÃO DA DOENÇA 
Ao ser atingido pela dose infectante de um patógeno pode-se ou não adquirir a 
doença e, nos dois casos, pode-se transmiti-la. 
12.3. CLASSIFICAÇÃO DA TRANSMISSÃO DAS INFECÇÕES 
 Transmissão hídrica: Ocorre pela ingestão de água contaminada ex.: Cólera Febre 
Tifoide e Hepatite A. Sintomas comuns: Diarreia líquida, vômitos e cólicas abdominais 
com duração de 1 dia a 1 semana; 
OBS.: VEICULAÇÃO hídrica é o conceito geral, enquanto que TRANSMISSÃO hídrica é 
somente pela ingestão. 
 Transmissão relacionada com a higiene: Falta de água, falta de saneamento básico, 
etc. ex.: Ascaridíase e Tracoma; 
 
17 
 Transmissão baseada na água: Ocorre quando o patógeno precisa de água para 
completar seu ciclo ex.: esquistossomose; 
 Transmissão por inseto vetor: Ocorre quando o vetor precisa de água para sua 
reprodução ex.: Dengue, Filariose e Febre Amarela; 
13. MICRORGANISMOS INDICADORES 
A detecção de organismos patogênicos é extremamente difícil e necessita de grandes 
volumes de amostras e métodos longos e complexos, pois a quantidade de patógenos 
nas fezes pode ser pequena e pode haver diluição no corpo receptor. Diante disso 
detecta-se outros microrganismos que sirvam de indicadores para esses patógenos. 
13.1. ORGANISMOS INDICADORES DE CONTAMINAÇÃO FECAL 
São predominantemente não patogênicos, a maioria da flora intestinal ou que se 
proliferam na presença de matéria orgânica, e sua presença é um indicativo biológico 
que reflete o conjunto de impactos ambientais ocorridos em um ecossistema aquático. 
13.2. CARACTERÍSTICAS PARA UM INDICADOR IDEAL 
 Aplicar-se a todos os tipos de água; 
 População mais numerosa no ambiente que outros patógenos; 
 Sobreviver um pouco a mais que os possíveis patógenos; 
 Possuir resistência equivalente à dos patógenos, estar presente sempre e somente 
que eles estiverem; 
 Ser detectados por metodologias simples e baratas; 
13.3. PRINCIPAIS INDICADORES DE CONTAMINAÇÃO FECAL 
O principal grupo é o grupo coliforme, que se apresenta em grande quantidade nas 
fezes humanas, tem resistência ligeiramente superior à maioria das bactérias 
patogênicas intestinais, é detectado por técnicas rápidas e econômicas e possui os 
mesmos mecanismos de emoção que os patógenos, assim ao morrerem no tratamento 
indicam que os patógenos também morreram. OBS.: Enterobacteriaceae é uma família 
de bactérias Gram-negativas, fermentadoras, patogênicas ou não, a qual pertence o 
grupo coliforme. 
 Coliformes Totais: Grupo maior. Bastonetes Gram-negativos, anaeróbios facultativos 
da família Enterobacteriaceae, que fermentam lactose (somente as que fermentam 
 
18 
lactose) com formação de gás e ácido a 35ºC entre 24 e 48hrs. Podem ser bactérias 
entéricas (fecais) e não entéricas (ambientais) e não confirmam totalmente 
contaminação de origem fecal (por causa da existência de ambientais). 
 Coliformes Termotolerantes: Incluso nos totais.Fermentam lactose com formação de 
gás e ácido a uma temperatura de 44,5º a 45,5ºC (por isso termotolerantes) e tem 
presença muito mais significativa de contaminação fecal, mas ainda possui 
ambientais ex.: Escherichia, Enterobacter e Klebsiella. 
 Escherichia coli: Principal bactéria do grupo das termotolerantes e por ter origem 
primariamente fecal é o melhor indicador de contaminação fecal. 
13.4. BIOINDICADORES AUXILIARES 
13.4.1. Estreptococos Fecais e Enterococos 
São cocos Gram-positivos aos pares ou cadeias, que são usados para controle de 
qualidade de água mineral, avaliação da qualidade de mananciais e condições de 
sistemas industriais. Elas não se multiplicam em águas poluídas e indicam contaminação 
fecal recente. 
 Estreptococos fecais: São Catalase negativos (diferente de Estafilococos não 
catalisam O2), hidrolisam a Esculina (carboidrato) e tem capacidade de crescer a 
45ºC ex.: Streptococcus bovis e Streptococcus equinus. 
 Enterococos: Catalase negativos, hidrolisam a Esculina, tem capacidade de crescer 
entre 10º e 45ºC, são um pouco mais resistentes que os estreptococos e crescem em 
altas concentrações de sal (6,5% de NaCl), por isso são analisados em águas 
marinhas ex.: Enterococcus fecalis e Enterococcus faecium. 
13.4.2. Pseudomonas 
Bioindicador perigoso e oportunistas, bastonetes Gram-negativos, que apresentam 
metabolismo oxidativo de carboidratos e causam surtos de gastroenterites veiculadas 
pela água. Tem resistência a antibióticos e capacidade de inibir as bactérias do grupo 
coliformes através do corante Piocianina de cor verde. 
13.4.3. Clostridium Perfringes 
Normalmente estão presentes nas fezes, embora em menor número que a E. coli, são 
bacilos Gram-positivos anaeróbios e tem faixa de crescimento de 20º a 50ºC. Formam 
esporos para resistência a condições ambientais desfavoráveis e indicam contaminação 
 
19 
fecal remota (antiga). Sobrevivem mais tempo que os oocistos do protozoário 
Cryptosporidium parvum e são indicação de poluição fecal em águas cloradas e 
efluentes industriais com altas concentrações de produtos tóxicos. 
13.4.4. Algas E Cianobactérias 
Base do equilíbrio natural em um ambiente de vida aquática, que permitem a detecção 
de alterações presentes e passadas, assim como o desequilíbrio existente. 
Quando ocorre lançamento de esgoto no manancial ocorre o aumento de fósforo e 
nitrogênio (eutrofização), causando a proliferação excessiva de algas e cianobactérias, 
dificultando a fotossíntese, reduzindo o Oxigênio Dissolvido, ocasionando a morte de 
peixes e liberação de substâncias tóxicas e de odor desagradável. 
13.4.5. Ferrobactérias 
Ferro pode originar-se de compostos orgânicos ou de despejos industriais e essas 
bactérias convertem o ferro ferroso (solúvel) em ferro férrico (insolúvel), além de 
depositar hidróxido férrico da secreção mucilaginosa em tubulações e causar maus 
odores e coloração avermelhada na água. 
13.4.6. Leveduras 
Predominantemente unicelulares, não móveis, na sua maioria saprófitos e alguns 
parasitas oportunistas. É uma evidência de eutrofização (leveduras fermentativas) ex.: 
Candida – esgoto doméstico; Saccharomyces – efluente de indústrias de vinho, cerveja 
e pão. 
14. PREPARO DO MATERIAL PARA ANÁLISES MICROBIOLÓGICAS 
Todo material (placas, pipetas, tubos, etc.) devem estar limpas e estéreis. Este trabalho 
envolve etapas como descontaminação, descarte de resíduos, lavagem, secagem e 
esterilização. 
14.1. DESCONTAMINAÇÃO DE MATERIAL 
Meios de cultura com crescimento bacteriano, vidrarias e outros utensílios (material sujo). 
EMBALAR (em jornal ou papel madeira) → AUTOCLAVE → DESCATAR MEIO → LAVAR 
PLACA → ESTUFA → AUTOCLAVE. 30 min a 121º C no autoclave. 
14.2. LAVAGEM DE MATERIAL 
 
20 
Remover todo o material dos frascos e utensílios; Deixar de molho em detergente por 2hrs 
ou mais; Enxaguar o material 10 vezes consecutivas em água corrente (para evitar 
interferência do detergente); Enxaguar com água destilada pelo menos uma vez. 
14.3. SECAGEM 
Estufa de secagem a 100º C por aproximadamente 1 a 2hrs. 
14.4. ESTERELIZAÇÃO DE MATERIAL 
Eliminação ou destruição de todas as formas de microrganismos presentes, incluindo os 
esporos. Material limpo (placas, pipetas, tubos de ensaio, etc.) deve ser esterilizado em 
estufa (calor seco) ou autoclave (calor úmido). 
Esterelização Por Calor Úmido: Feita por autoclave, é muito mais eficiente que o calor 
seco e é feita em 15min a 121º C. Causa desnaturação das proteínas vitais (ex.: enzimas) 
e destruição da membrana celular (quebra pontes de H). 
Esterelização Por Calor Seco: Estufa causa oxidação das células, utilizada para material 
sensível ao calor úmido (ex.: metal) e é feita em 2hrs de 160 a 180º C. 
Flambagem: Passar o material na chama de um Bico de Bunsen ou lamparina, faz 
esterilização de alças e agulhas bacteriológicas, bocas de tubos de ensaio (evita 
contaminação), lâminas e espátulas (imersão e álcool). 
Esterelização Por Filtração: Os filtros são utilizados para esterilizar materiais que não 
podem ser submetidos aos outros processos de esterilização (ex.: ureia). As membranas 
filtrantes são discos estéreis de celulose que possui poros pequenos que retém os 
microrganismos. Necessita de uma bomba que gere vácuo para que o material consiga 
passar pelo filtro. 
Verificação Da Esterelidade: Indicadores químicos são tiras impregnadas com tinta 
termoquímica que evidenciam a esterilização. 
14.5. MEIOS DE CULTURA 
Preparação: PESAGEM → DISSOLUÇÃO → ESTERELIZAÇÃO → DISTRIBUIÇÃO 
EXEMPLOS DE MEIO: Caldo Lactosado (usado para verificar a presença de bactérias 
fermentadoras de lactose); Caldo Verde Brilhante (confirma presença de coliformes 
totais); Caldo E. coli (confirma presença de termotolerantes). 
14.6. COLETA DE AMOSTRAS 
 
21 
 Água engarrafada (garrafinha): embalagem original. 
 Volumes menores a partir da embalagem original (garrafão): 
 Homogeneizar o conteúdo → desinfectar o bocal com etanol a 70% → cortar o lacre 
→ desprezar volume inicial → coleta com frasco estéril → transporta em isopor com 
gelo 
 Coleta em torneira: limpar a torneira dentro e fora com algodão em pinça molhado 
em hipoclorito; pegar outro algodão com álcool, atear fogo e flambar a torneira; 
deixar a água fluir por 2min; obs.: tiossulfato de sódio, adicionado no tubo antes da 
esterilização, neutraliza o cloro para preservar microrganismos. 
 Coleta em rio: os frascos de coleta devem permanecer abertos apenas o tempo 
necessário para seu preenchimento e devem ser mantidos ao abrigo do sol. E em 
coleta em esgoto ou água muito contaminada utiliza-se pipeta estéril. 
14.7. TRANSPORTE E ESTOCAGEM 
 Água engarrafada: temperatura ambiente. 
 Água mineral coletada da fonte ou fracionada: refrigeração, recomendado 6hrs, até 
24hrs. 
 Demais amostras: refrigeração, recomendado 6hrs, até 30hrs. Obs.: para 
determinação de heterotróficos, refrigeração até 8hrs. 
14.8. RECEPÇÃO E PREPARAÇÃO 
INSPEÇÃO → HOMOGENEIZAÇÃO → LIMPEZA DA ÁREA EXTERNA COM ETANOL A 70% → 
ABERTURA PRÓXIMO AO BICO DE BUNSEN 
15. CONTAGEM DE HETEROTRÓFICOS 
Bactérias heterotróficas são microrganismos que utilizam compostos orgânicos como 
fonte de carbono e podem ser patogênicos ou não. Inclui bactérias dos gêneros 
Pseudomonas, Clostridium, Serratia e Mycobacterium. 
15.1. IMPORTÂNCIA 
Objetiva estimar o número de bactérias heterotróficas na água; Avalia condições 
higiênicas de poços, fontes, reservatórios e sistemas de distribuição de água para 
consumo humano; Avaliação da eficiência da remoção de bactérias nas ETAs; Indica 
presença de patógenos oportunistas; 
 
22 
15.2. MÉTODO DE CONTAGEM EM PLACAS (UFC–UNIDADEFORMADOA DE COLÔNIA) 
Técnica geral de enumeração de microrganismos que pode ser utilizado tanto para 
contagem de heterotróficos como também Enterococos, Coliformes totais ou fecais, E. 
coli, dentre outros, modificando-se somente o meio de cultura, que no caso dos 
heterotróficos é o PCA. 
OBS.: A UFC pode ser uma célula bacteriana isolada (ex.: coco) ou agrupamentos (ex.: 
Estreptococos). 
15.3. PROCEDIMENTO 
 Plaqueamento em profundidade (“pour plate”): Limite de detecção de 1UFC/ml 
(mínimo necessário para que haja visualização). 1- 1ml da amostra em placa de petri 
estéril e vazia, abrindo a placa apenas o suficiente para inserir a pipeta, próximo ao 
bico de Bunsen; 2- Adicionar 15 a 20ml do meio de cultura (PCA) ainda líquido 
(morno) dentro da capela de fluxo laminar; 3- Inocular duas ou mais placas 
(duplicatas e triplicatas); 4- 3 diluições: 1º diluição - 9ml de água peptonada (AP, 
água de diluição) e 1 ml da amostra de amostra, resultando em 10ml, 0,1 ou 10-1 da 
amostra. Na 2ª diluição - 9 ml de AP e 1 ml da solução resultante da 1ª diluição, 0,01 
ou 10-2 da amostra, e assim sucessivamente. Incubação: Aguardar a completa 
solidificação do meio de cultura distribuindo as placas em uma superfície plana. Após 
solidificação, inverter as placas e incubar de 34,5 a 35,5º C de 46 a 50hrs. 
 Plaqueamento em superfície (“spread plate”): Limite de detecção de 10UFC/ml. 
Limita o volume inoculado a 0,1ml da amostra ou suas diluições; Permite uma melhor 
visualização das características das colônias na superfície; Fácil transferência para 
outros meios de cultura; Pode ser feito em diluição. 1-Placas devem ser previamente 
preparadas; 2-Secar a superfície do meio (câmara de fluxo laminar); 3- Espalhar 0,1ml 
da amostra na superfície do meio de cultura usando uma alça de Drigalski; 4-Incubar 
em estufa. 
15.4. CONTAGEM 
Processo utilizado nas duas técnicas e a placa deve conter de 30 a 300 colônias. Conta 
as colônias e faz-se o cálculo - Plaqueamento em profundidade – 
UFC/ml= 
𝑁ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑐𝑜𝑙ô𝑛𝑖𝑎𝑠
𝐷𝑖𝑙𝑢𝑖çã𝑜
; Plaqueamento em superfície – UFC/ml= 
𝑁ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑐𝑜𝑙ô𝑛𝑖𝑎𝑠×10
𝐷𝑖𝑙𝑢𝑖çã𝑜
; 
 Membrana Filtrante: Processo igual a esterilização por filtração, coloca a 
membrana no meio PCA, incuba na estufa e conta-se as colônias. 
 
23 
16. MÉTODOS DE DETERMINAÇÃO DE COLIFORMES 
16.1. MÉTODOS QUALITATIVOS 
Verificam a presença de microrganismos em um determinado volume de amostra; São 
métodos simples, baratos e rápidos; Realizados principalmente em água para consumo 
humano, pois diferente das águas para recreação só a presença de contaminação já a 
inutiliza; Não identificam o grau de contaminação; Usam sempre 100 ml de amostra. 
16.1.1. Tubos Múltiplos 
 Primeira fase: Teste Presuntivo - Adicionar 100 ml da amostra em Erlenmeyer com 50 
ml de Caldo Lactosado com púrpura de Bromocresol que é um indicador de PH de 
cor roxa; Homogeneíza e leva para estufa de 35º a 37º C de 24 a 48 horas; O uso da 
lactose pelas bactérias com produção de ácido vai baixar o PH mudando para cor 
amarelo. 
 Segunda fase: Teste Confirmativo de Coliformes Totais - Com uma alça de platina 
flambada transfere uma alçada de cada tubo positivado para tubo de ensaio com 
10 ml de meio Caldo Verde Brilhante Bile (BVB) e tubo de Durran e leva para estufa 
de 35 a 37ºC de 24 a 48 horas. O uso da lactose pelas bactérias com produção de 
ácido e gás causará turvação e formação de bolhas no tubo de Durran. 
 Terceira fase: Teste Confirmativo de Coliformes Termotolerantes - Transfere-se uma 
alçada de cada tubo positivado para outro tubo de ensaio com tubo de Durran e 
10ml de Caldo EC e leva-se para o banho-maria de 44º a 45º C por 24 horas. O uso 
da lactose pelas bactérias com produção de ácido e gás causará turvação e 
formação de bolhas no tubo de Durran. 
16.1.2. Substrato Cromogênico e Fluorogênico ou Colilert 
Adiciona-se uma ampola contendo nutrientes, substrato enzimático Cromogênico 
(ONPG) e Fluorogênico (MUG) no tubo de coleta com 100ml de amostra; Homogeneíza 
bem e coloca em estufa a temperatura de 35º a 37ºC por 24hrs; A enzima β-
galactosidase dos Coliformes Totais se liga ao substrato Cromogênico, quebrando-o e 
liberando uma substância de cor amarela, confirmando Coliformes Totais; A enzima β-
glicuronidase da E. coli se liga ao substrato Fluorogênico, quebrando-o e liberando uma 
substância de cor azul sob luz UV, confirmando E. coli. 
 
24 
16.2. MÉTODOS QUANTITATIVOS 
Detecção do número de microrganismos em uma amostra de água; São mais 
complexos e mais caros; Medido em NMP por 100 ml que é o número mais provável. 
16.2.1. Colilert 
Adicionar uma ampola do substrato no tubo de coleta com 100ml de amostra; Despejar 
a solução na cartela de contagem; Lacrar a cartela e incubar em estufa por 24 horas de 
35º a 37º C; Cavidades amarelas indicam Coliformes totais e Cavidades amarelas e 
fluorescentes em azul indicam E coli; Contar cavidades positivas e consultar tabela NMP. 
16.2.2. Membrana Filtrante 
Análise de amostras líquidas límpidas; Inoculação de volumes maiores de amostra; 
Indicado para amostras com contagens abaixo do limite de detecção de outros 
procedimentos; Unidade de medida UFC/ml; Usa um Kitassato, Bomba de vácuo, 
Membrana e Copo coletor; Coloca a membrana em placa com meio de cultura 
específico e leva para a estufa de 35º a 37ºC por 24 a 48hrs; Conta-se a quantidade de 
colônias. 
16.2.3. Tubos Múltiplos 
Permite determinar o número mais provável dos microrganismos alvo na amostra; 
Distribuição de alíquotas em uma série de tubos contendo meio de cultura; Quantidade 
de tubos dependendo das condições da água (muito boa qualidade, boa qualidade 
ou contaminada). 
 Água de muito boa qualidade (ex.: água de torneira): 
 Teste Presuntivo: Diluição 1:1, 1 ml de amostra para 1 ml do meio Caldo Lactosado 
duplo (duas vezes o valor do cálculo que é realizado na preparação do meio), 
sem indicador de pH. 10 tubos com 10 ml de meio e 10 ml da amostra em cada; 
Estufa 35º a 37ºC de 24 a 48hrs; Observar formação de gás e turvação. 
 Teste Confirmativo de Coliformes Totais: Para cada tubo positivo em Caldo 
Lactosado usa-se um tubo com 10 ml de meio BVB, transferindo com alça de 
platina; Leva para estufa de 35º a 37ºC de 24 a 48hrs; Confirma presença de 
Coliformes Totais com presença de gás e turvação; Conta-se o número de tubos 
positivados e compara-se na tabela. 
 
25 
 Teste Confirmativo de E. coli: Para cada tubo positivo em BVB usa-se um tubo com 
10 ml de caldo EC transferindo com alça de platina; Leva para banho-maria de 
44º a 45ºC por 24hrs; Confirma presença de Termotolerantes com presença de gás 
e turvação; Conta-se o número de tubos positivados e compara-se na tabela. 
 Água de boa qualidade (ex.: água de rio): 
 Teste Presuntivo: Requer diluições, cinco tubos para cada diluição. Primeira 
diluição 1:1 (5 tubos com 10 ml de Caldo lactosado duplo e 10 ml de amostra); 
Segunda diluição 1:10 (5 tubos com 10 ml de caldo lactosado simples e 1 ml de 
amostra); Terceira diluição 1:100 (5 tubos com 10 ml de caldo lactosado simples e 1 
ml da solução formada pela mistura de 1 ml de amostra e 9 ml de água 
peptonada (AP), resultando em 0,1ml de amostra). Leva para estufa de 35º a 37ºC 
de 24 a 48hrs. 
 Teste Confirmativo de Coliformes Totais: Para cada tubo positivo em Caldo 
lactosado usa-se um tubo com 10 ml de meio BVB, transferindo com alça de 
platina, identificando a diluição no tubo; Leva-se para estufa de 35º a 37ºC de 24 
a 48hrs e compara-se na tabela (combinação de tubos positivos de cada diluição 
e NMP). 
 Teste Confirmativo de Coliformes Termotolerantes: Para cada turbo positivoem BVB 
usa-se um tubo com 10 ml de caldo EC transferindo com alça de platina, 
identificando a diluição no tubo; Leva-se para banho-maria de 44º a 45ºC por 
24hrs; Compara-se combinação na tabela. No caso de ausência da combinação 
na tabela realiza-se o cálculo: 𝑁𝑀𝑃/100𝑚𝑙 = 
100×𝑃
√𝑁×𝑇
 Onde: P= Número de tubos com 
resultados positivos; N= Soma do volume das amostras nos tubos negativos; T= 
Volume da amostra inoculada total (com 15 tubos sempre será 55,5). OBS.: 
Questão certa na prova - Desenhar os tubinhos e levar calculadora científica. 
 Água contaminada (ex.: efluentes): Utiliza-se várias diluições – 1:10, 1:100, 1:1000 
(10ml de meio e 1ml da solução resultante de 1ml da mistura de amostra e AP usada 
na diluição 1:100 e mais 9ml de AP), 1:10000 e etc. Compreende as mesmas fases dos 
outros tipos de água. 
17. IDENTIFICAÇÃO DE ESCHERICHIA COLI 
17.1. CARACTERÍSTICAS DA E. COLI 
 
26 
Família enterobacteriaceae; Bacilo gram-negativo; Bacteria fermentadora; Oxidase 
negativa; Fezes recentes apresentam concentrações de 10 a 9 UFC/g; Possuem as 
enzimas beta-D-galactosidase e beta-glicuronidase. 
17.2. SEMEIO EM MEIO EMB 
Ágar EMB: Eosina Azul de Metileno; Seletivo para gram-negativas; Diferencial para E. coli 
(cresce verde metálico). 
 
Semear uma alçada do caldo EC com turvação e formação de gás em ágar EMB; Tipo 
de semeio: Esgotamento. 
 
17.3. PROVA DA OXIDASE 
Baseada na produção intracelular da enzima oxidase pela bactéria. Passa fita reativa na 
colônia, Oxidase positiva (+) fita cora-se de azul e Oxidase negativa (-) coloração da fita 
não muda. Primeira prova realizada, tem que ser negativa para se prosseguir com as 
provas, pois a E. coli é negativa. 
17.4. PROVAS BIOQUÍMICAS 
Meios de cultura sólidos inclinados em tubos; Provas realizadas simultaneamente; Tipo de 
semeio furo na base e estria no ápice. 
 
27 
 
17.4.1. TSI 
Triplo Açúcar Ferro, coloração vermelha. Identifica se a bactéria utiliza glicose e/ou 
outros açucares. Coloração ápice/base: Púrpura/amarelo = fermentação apenas de 
glicose (lactose e sacarose negativas); Amarelo/amarelo = fermentação de glicose e 
lactose e/ou sacarose (2 ou 3 açúcares); Presença de gás CO2 = bolhas ou meio 
fragmentado; H2S positivo = Presença de precipitado negro. 
E. coli se apresentará amarelo/amarelo (fermenta glicose e outros carboidratos), com 
presença de bolhas ou meio fragmentado (produção de CO2) e ausência de 
precipitado negro (não produz H2S). 
17.4.2. Citrato 
Verifica a capacidade da bactéria de utilizar o citrato de sódio como única fonte de 
energia. Azul = Positivo e Verde (sem mudança de cor) = negativo. E. coli é negativa. 
17.4.3. Ureia 
Determinar a habilidade de microrganismos de degradar a ureia em duas moléculas de 
amônia pela ação da enzima uréase, resultando na alcalinização do meio. Rosa = 
positivo e Amarelo (sem mudança de cor) = negativo. E. coli é negativa. 
17.4.4. Fenilalanina 
Observar se a bactéria possui a enzima Fenilalanina desaminase com formação de 
Ácido Fenilpirúvico. Ao retirar da estufa mesmo em prova positiva não haverá mudança 
até adição de 5 gotas de Cloreto Férrico a 10%, que é um revelador. Verde = positivo e 
Amarelo (sem mudança de cor) = negativo. E. coli é negativa. 
17.4.5. Meio SIM 
 
28 
Meio reto, semeio diferenciado: 
 
Motilidade-positivo = Turvação do meio; Motilidade-negativo = crescimento apenas no 
local do semeio; Indol-positivo = formação de anel rosa após adição de 5 gotas de 
reagente de Indol; Produção de H2S-positivo = coloração preta. 
E. coli pode ser mobilidade positiva ou negativa, Indol-positiva e H2S-negativa. 
18. PORTARIA 2914/11 (ÁGUA PARA CONSUMO HUMANO) 
Procedimentos de controle e de vigilância da qualidade da água; Padrão de 
potabilidade; Sistema de distribuição ou solução alternativa (poço, carro-pipa, etc). 
18.1. DEFINIÇÕES 
 Água para consumo humano: Água para ingestão, preparação de alimentos e 
higiene pessoal; 
 Água potável: Atende ao padrão de portabilidade da portaria; 
 Água tratada: Passou por processos físicos e químicos; 
 Controle da qualidade da água para consumo humano: Verificar se a água 
fornecida e potável; 
 Vigilância da qualidade da água para consumo humano: Verificar o atendimento a 
essa portaria. 
18.2. PADRÃO DE POTABILIDADE 
Água para consumo humano tem que ser ausente de E. coli e Coliformes 
Termotolerantes; Água na saída de tratamento tem que ser ausente de Coliformes Totais 
e de E. coli; Água dos reservatórios públicos e; redes de distribuição pode apresentar 
 
29 
Coliformes Totais (1 amostra positiva por mês em população abaixo de 20.000 e 5% de 
amostras positivas em população acima de 20.000), mas tem que ser ausentes de E. coli 
 Detecção de resultados positivos para CT: Ações corretivas e recoletas; 
 Local das recoletas: Ponto onde foi constatada a contaminação, a montante (antes 
do local constatado) e a jusante (depois do local constatado); 
 Interpretações duvidosas nos testes: Recoletas; 
 Contagem de heterotróficos em 20% das amostras mensais (integridade do sistema 
de distribuição). 
18.3. PLANOS DE AMOSTRAGEM 
Coleta no ponto de captação (amostras e semestrais); Monitoramento de 
cianobactérias; Coletas mensais (distribuição uniforme, reservatório e redes); Pontos 
estratégicos (locais de grande circulação de pessoas como hospitais e creches). 
19. RDC 275/05 (ÁGUA MINERAL) 
São pesquisados Coliformes Totais, E. coli, Enterococos, Pseudomonas e Clostridium. 
19.1. DEFINIÇÕES 
 Amostra representativa: Representa a empresa (todos os pontos); 
 Amostra indicativa: Menor que a representativa; 
 Unidade amostral: Porções ou embalagens individuais do produto (Ex.: uma garrafa 
ou um lote). 
20. CONAMA N° 274/00 (BALNEABILIDADE) 
Refere-se a pesquisa de Coliformes, E. coli, Enterococos (água salina) e floração 
Cianobaterias. 
20.1. DEFINIÇÕES 
 Água doce: Salinidade <ou= a 0,5%; 
 Água salobra: Entre 0,5% e 3% de salinidade; 
 Água salina: Salinidade >ou= a 3%. 
20.2. CLASSIFICAÇÃO 
 Própria: Excelente, muito boa e satisfatória; 
 
30 
 Imprópria: valores elevados de microorganismos, incidência elevada de 
enfermidades na região, presença de resíduos, florações e ph inadequado (bom de 
6 a 9). 
20.3. AMOSTRAGEM 
Preferencialmente nos dias de maior afluência do público; 5 amostras com intervalo 
mínimo de 24hrs; Avaliação das condições parasitológicas e microbiológicas da areia. 
 
 
 
31 
Bacteriologia Clínica 
21. COCOS GRAM POSITIVOS 
Principais Gêneros: Staphylococcus; Streptococcus; Enterococcus. 
21.1. STAPHYLOCOCCUS 
Na ordem família (Staphylococcacea), gênero Staphylococcus e 45 espécies, sendo os 
mais importantes S.Aureus; S.Epidermidis; S.Saprophyticus. 
Características Gerais: Do grego Staphyllé (cachos de uva); Fazem parte da microbiota 
normal; São cocos gram-positivos com 0,5 a 1,5 μm; Cachos isolados ou aos pares. 
(predominância); Imóveis; Não esporulantes (resistência). 
Crescimento: Anaeróbios facultativos; Catalase Positiva é o que consiste na presença de 
uma enzima que quebra o peróxido de hidrogênio (característica exclusiva, 
micrococcus); Crescem em concentração de NaCl 7,5 a 10% (ágar manitol salgado); 
Resistentes ao calor de 18° a 40° C/30 minutos; Colônias arredondadas; Hemólise em 
vários graus (Possuem Hemolisina; Cultiva em meio ágar sangue, 5% sangue de carneiro 
desfibrinado); Exige amostra dessa espécie que cresce com pigmentação acinzentada 
ou esbranquiçada, e alguns que crescem amarelada ou dourada, decorrente da 
proliferação do pigmento carotenoides (S.Aureus). 
21.1.1. Espécies De Interesse Clínico Coagulase Positivo: S Aureus (se liga a fatores do soro e converte fibrinogênio em 
fibrina); 
 Coagulase Negativa: S.Epidermidis, S.Saprophyticus; S.Lugdunensis; S.Capitis; 
S.Warneri; S.Hominis; S.Intermedius; S.Halmolyticus. 
OBS.: Em negrito os principais. 
Patogenicidade: Aderência à Pele; Rompimento do Epitélio; Estratégias de Sobrevivência 
e Proliferação; Opsonização do Complemento; Neutralização da Fagocitose; Inibição 
da Resposta Humoral e Celular. 
 Estratégias de Sobrevivência ou Fatores de Virulência 
 Aderência as Células do Hospedeiro (Só é possível pela coagulase que ativa o 
fibrinogênio, fibronectina). 
 Evasão da Defesa do Hospedeiro (Só é possível pelas toxinas: Enterotoxinas, TSST, 
Proteína A, Liposes, Polissacarídeos Capsulares). 
 
32 
 Invasão na Célula do Hospedeiro e Penetração nos Tecidos (Ocorre pela 
produção de Proteínas e Hemolisinas). 
 Fatores Associados à Parede Celular: Peptideoglicano; Ácido Teicóico; Proteína A 
(S.Aureus); Cápsula (antifagocitose); Catalase (Staphylococcus); Coagulase 
(S.Aureus) fibrinogênio em fibrina. 
 Produção de Toxinas: Toxinas citolíticas ou hemolisinas (Alfa, Beta, Delta, Gama e 
Leucocidina); Toxina esfoliativa; Toxina-1 síndrome do choque tóxico ou TSST-1 
(superantígeno). 
 Formação de Biofilmes: Conjunto de Células Microbianas (Matriz Polissacarídeos); 
Associada a uma superfície biológica ou inanimada; Várias Espécies; 
Amadurecimento e Formação de Canais de Água (Difusão de Nutrientes e O2. Ex: 
Placa Bacteriana nos Dentes; Endocardite; Osteomielite; Formação em Cateteres 
e Sondas; Formação em Próteses) 
 Resistência a Antimicrobianos: Pode ser através de mutações gênicas (alteração no 
sítio de ação do antibiótico) ou aquisição de genes de resistência (inativação ou 
destruição de drogas). Ex: sulfanilamida (como a penicilina através de beta-
lactamase); meticilina (MRSA) e vancomicina (VRSA através do Gene Van A). 
Infecção Por S.Aureus: Restritos a porta de entrada (folículo piloso e vias aéreas, lesões, 
saturas e cateteres); Causa inflamação (edema, formação de coágulos, pus e necrose 
ou abscesso) ocorrendo disseminação pelas lesões metastáticas, podendo evoluir para 
sepse. 
 Manifestações Clínicas: Infecções cutâneas/mucosas (ex: conjuntivas); Impetigo 
(atinge a camada cutânea superficial, com lesões contagiosas); Foliculites (terçol, 
furúnculo e carbúnculo); 
 Síndromes: Intoxicação alimentar (Enterotoxinas); Síndrome da pele escaldada 
(toxina esfoliativa); Síndrome do choque tóxico (TSST-1); 
Infecção por Staphylococcus Epidermidis: Biofilmes é o principal fator de virulência; 
Importantes patógenos hospitalares (uso de dispositivos plásticos como cateteres, 
próteses); Endocardite (válvulas nativas, lesão pré-instaladas e válvulas artificiais, 
próteses); Infecções de cateteres e infecções de próteses articulares (biofilmes); 
Infecção por Staphylococcus Saprophyticus: Microbiota normal do trato urogenital e 
reto; Infecções das vias urinárias (raramente associados a outros sítios); 
 
33 
Resistente a novobiocina (naturalmente); Associados a abortos; Frequentes em mulheres 
jovem sexualmente ativas. 
Infecção por Staphylococcus Lugdunensis: Artrite, Bacteremia, Endocardite, Infecções 
do Trato Respiratório. 
Infecção por Staphylococcus Halmolyticus: Bacteremia, infecções de ossos e 
articulações, endocardite, infecção do trato urinário e infecções de ferida; Resistência à 
vancomicina (naturalmente). 
Tratamento: Antibiograma: 90% das cepas são resistentes a penicilina; CLSI (Manual, 
Clinical and laboratory Staandards Institute); Grupos de antibióticos A, B, C e U. 
OBS.: Principais materiais: Urocultura; Ponta de cateter; que vem a solicitação de 
Hemocultura e cultura de pele. 
21.2. STREPTOCOCCUS 
 
OBS.: Uma alçada de amostra e uma gota de peróxido de hidrogênio. 
Características Gerais: Gram positivos; Capsulados; Não esporulados; Imóveis; Cadeias; 
Anaeróbios facultativos; Parede celular espessa e membrana simples; Tamanho: 
Diâmetro de 0,75 a 1,25 μm; Forma: esférica (cocos); Arranjo das células: Podem ser em 
cadeia ou pares. 
 
21.2.1. Características Bioquímicas 
 
34 
 Catalase-negativos e oxidase negativa; 
 Fermentadores de açúcares: 
 Homofermentadores é a fermentação de Glicose sendo como produto final o Ácido 
Lático: 
GLICOSE ÁC. LÁTICO 
 Nutricionalmente exigentes, cultivando em: Meios com adição de sangue de 
carneiro a 5%; Baixa tensão de O2; 
21.2.2. Fatores De Virulência 
São mecanismos que as bactérias apresentam para causar doenças, como ela se defende das 
nossas defesas. 
Produção de Toxinas (Originalmente chamada de toxina eritrogênica) ou 
Exotoxinas Pirogênica Estreptocócicas- Spe (Cepas Lisogenizadas) 
 
SPeA 
SPeB 
SPeC SUPERANTÍGENOS 
SPeF 
ETC 
 
OBS.: SA é uma característica que possui uma capacidade antigênica aumentada, levando a 
uma resposta imune aumentada (em nível de citocinas). 
 
 
35 
 
21.2.3. Classificação 
 Padrão de Hemólise: Especificidade sorológica de substâncias da parede celular 
(Lancefield); Propriedades Bioquímicas e Fisiológicas. 
 
 
 
36 
 
Ruptura total de hemácias 
Streptolisina O: sensível ao oxigênio - inativada pelo O2. 
Streptolisina S: não é sensível ao oxigênio – não inibe sua atividade. 
ϒ-hemólise (não hemolítico) 
 
 Especificidade sorológica classificação de Lancefield: Grupos sorológicos (β-
hemólise)  Antígenos na parede celular; Carboidrato; Ácido lipoteicóico (grupo D); 
Reações de aglutinação. 20 grupos sorológicos (Grupos de Lancefield); (A-H e K-U); 
A, B, C, F e G. 
OBS.: Só usa essa classificação para beta hemolitico. 
PRINCIPAIS ESPÉCIES 
 GRUPO A: Streptococcus pyogenes (β); 
 GRUPO B: S. Agalactiae (β, ocasionalmente não hemolitico); 
 GRUPO C: S.Dysgalactiae, S. equi (β, ocasionalmente ou não hemolitico); 
 GRUPO D: S. Bovis Enterococcus; 
 GRUPO F: S.Milleri (β; ocasionalmente α ou não hemolítico); 
 GRUPO G: S. Dysgalactiae (β; ocasionalmente α ou não hemolítico); 
 
 
37 
Patogênese: Doenças em humanos e animais; Faz parte da microbiota das mucosas, e 
ocasionalmente da pele. Principais agentes de doenças em humanos: S. Pyogenes, S. 
Agalactiae E S. Pneumoniae. 
 
 Streptococcus Pyogenes (Grupo A, β Hemolítico) 
 Características: Beta-hemolítico; Carboidrato do grupo A de Lancefield; 
Streptococcus do grupo A; Sensível à bacitracina; Cápsula; Proteína M. 
 Hemolisinas: Estreptolisina S (presença ou ausência de oxigênio); Estreptolisina O 
(ausência de oxigênio); 
 Toxina eritrogênica: Dissemina-se por via Hematogênica; Febre escarlatina; 
Síndrome do choque tóxico. 
 Infecção Localizada: Faringite (Principal causa em crianças; Evolução sinusites, 
otites e mastoidites; Amígdalas: Reservatórios de S. pyogene); Piodermites 
(Impetigo; Fascíte Necrosante: Gangrena Estreptocócica); Infecção Por Invasão 
(Erisipela: Infecção aguda da pele). 
 Síndrome Do Choque Tóxico: Toxina Spe; Dor e sintomas inespecíficos; Choque, 
bacteremia, insuficiência respiratória e falência de múltiplos órgãos; Óbito 30%. 
 Escarlatina: Exotoxina A-C; Associada a faringite; Infecção cutânea; 
 Doenças Pós-Estreptocócicas: Glomerulonefrite (Excesso de complexos Ag-Ac nas 
membranas do glomérulo renais. Ativa o complemento e gera uma reação 
inflamatória. Inflamação Aguda Do Glomérulo Renal, Com Edema, Hipertensão, 
Hematúria, Oligúria E Proteinúria); Febre Reumática (Lesões inflamatórias; Coração, 
tecido celular subcutâneo e sistema nervoso central); 
 
38 
 
 Identificação S. Pyogenes- Hemólise (β); 
 
OBS.: Tira reativa (PYR). 
Febre reumática/Glomerulonefrite; Detecção de Anticorpos Estreptolisina O (ASO); 
 Tratamento: Penicilina G e Eritromicina; Não cumprimento terapêutico: Persistência 
de S. Pyogenes na orofaringe. Febre reumática: Penicilina Benzatina (mensal), 
medida profilática 
 Streptococcus Agalactiae (Grupo B Beta Hemolitico): Flora normal vaginal e retal; 
Infecções causadas no período neonatal e perinatal; Sepse, pneumonia e meningite 
em RN; Profilaxia: Ampicilina para portadoras; Infecções de pele e tecidos moles. 
OBS.: É importante que grávidas ou sexualmente ativas façam a cultura para saber se tem a 
bactéria, pois pode causar doença nos recém-nascidos ou no útero ainda. 
 Identificação Streptococcus Agalactiae: Beta-hemolítico; Produtor de fator CAMP 
(potencialização da hemólise produzido no sinergismo); Produz a enzima 
hipuricase; Bacitracina Resistente; Penicilina Sensível. 
Consequências: Lesão 
progressiva de 
válvulas cardíacas e 
artrite progressiva. 
 
39 
 
S. Aureus (ATCC 25923): β-Hemolítico; Sinergismo com proteína fator-CAMP de S. 
agalactiae; 
 
 
 
 Streptococcus Pneumoniae (Alfa Hemolítico): Pneumococo; Alfa-hemolítico; 
Agrupados aos pares (Diplococos); Forma de ponta de lança; Flora normal do trato 
respiratório superior, 5 a 10%. 
 
40 
 
 
 Principais manifestações: Pneumonia; Meningite; Septicemia; Otite média; 
Infecções oculares; Sinusite. 
 Identificação S.Pneumoniae: Microscopia: CGP em pares, capsulado, lanceolado; 
Alfa hemolítico; Optoquina Sensível; Bile solubilidade. 
 
 
 
 
41 
 
 
 Tratamento: Penicilina G – se sensível (antibiograma); Cloranfenicol; Eritromicina ; 
Sulfametoxazol-trimetropim; Tetraciclina. 
 
21.3. ENTEROCOCCUS 
Cocos gram-positivos; Catalase negativos; Ocorrem isoladamente aos pares e em 
cadeias curtas; Anaeróbios facultativos; Crescem em 10° a 45° C; Presença de 6,5% de 
NaCl; Hidrolisam esculina na presença de sais biliares. 
 
42 
Epidemiologia e Transmissão 
Características: Crescimento e sobrevivência em ambientes adversos; Colonizam o 
intestino dos seres humanos, pele e trato genito- urinário. 
Espécies de interesse médico: E. faecalis (80 - 90%); E. faecium (10-15%). 
Infecções mais comuns: Infecções urinárias; Infecções de feridas; Bacteremia (através 
de cateteres intravasculares). RISCO  Nível hospitalar - Cepas multiresistentes a 
antimicrobianos. 
Identificação Enterococcus na Microscopia: Arranjo em pares ou cadeias curtas; Cultivo 
ASO: Alfa ou ausência de hemólise; Crescimento: 6,5% NaCl; Penicilina: Resistente; 
Diagnóstico Laboratorial: Colônias Beta-Hemoliticas; Teste de aglutinação para grupos: 
A, B, C, F e G; Sensibilidade à bacitracina - S. Pyogenes; Teste PYR - Produzida somente 
por S.Pyogenes; Teste Camp - Excluir S.Pyogenes; Colônias Alfa-Hemoliticas - Optoquina: 
Repique em ASA com disco de optoquina 5mg; Halo de inibição > 14mm: S.Pneumoniae; 
Bile solubilidade: S.Pneumoniae; Relatos de resistência à optoquina; Confirmatório: bile 
solubilidade. 
 
 
 
43 
 
22. PROCESSAMENTO INICIAL 
22.1. ETAPAS 
1) Coleta e/ou recebimento das amostras; 
2) Exame microscópico: 
 Direto: Pesquisa de fungos; Leucócitos fecais (Pequena quantidade de fezes 
diluídas); Piócitos (leucócitos na urina) em sedimentos urinários; 
 Bacterioscopia: Visualização microscópica através da coloração de Gram. Ex: 
Amostra de urina chega ao laboratório para pesquisar se tem bactéria, então tira 
uma gota, espera secar, fixa e cora. 
3) Seleção correta dos meios de cultura; 
 Semeadura adequada: É correto que se conheça o tipo de amostra e selecione-se 
os meios de cultura mais adequadas para cultivar essas amostras. 
22.2. INFORMAÇÕES PARA O LABORATÓRIO DE MICROBIOLOGIA 
Clareza na solicitação do exame; Dados clínicos completos; Condições de coleta e 
transporte adequados; Informar a origem do material (ex: região estéril ou não); 
Isolamento ou não de patógenos anteriores (resultados de exames anteriores); 
22.3. COMPROMETEM EXAME MICROBIOLÓGICO 
Hipótese mal elaborada; Informações mal colhidas incompletas e/ou não devidamente 
interpretadas; Coleta, conservação e/ou transporte inadequados (ex: sem luvas, sem 
assepsia); Falhas técnicas no processamento da análise; Má interpretação dos 
resultados; 
 
44 
 
22.4. FASES DO CICLO DIAGNÓSTICO: 
Fase pós-analítica (10%) 
OBS.: Percentual de erros biológicos. 
22.4.1. Fase Pré-Analítica 
60%-70% por erros; Coleta, Transporte e Conservação de Amostras 
 Material coletado: Representativo do processo infeccioso; Melhor local da lesão, 
para que contemple toda aquela lesão; Evitar contaminação no momento da 
coleta com áreas adjacentes; 
 A coleta e o transporte inadequados levam a: Falhas no isolamento do agente 
etiológico; Desenvolvimento da flora contaminante no cultivo da amostra; 
Tratamento inadequado 
 Coleta da amostra: Antes da antibioticoterapia (antes do início do tratamento); 
Instruir o paciente sobre o procedimento; Coleta asséptica; Quantidade suficiente do 
material; Encaminhar a amostra clínica imediatamente ao laboratório; 
Amostra Tempo Critico Temperatura Meios de Transporte 
Anaeróbios 30 minutos Ambiente 
Fragmento Respirado em Frasco Estéril, Meio 
de Transporte Semi-Sólido. 
Fezes 
1 hora Ambiente Frasco Estéril 
12 horas Ambiente Meio Cary Blair 
Fragmentos 
30 minutos Ambiente Frasco Estéril 
8 horas Ambiente Meio de Transporte 
Líquido Pleural Imediatamente Ambiente Tubo Seco Estéril 
Líquor Imediatamente Ambiente Tubo Seco Estéril 
Material 
Respiratório 
30 minutos Ambiente Tubo Seco Estéril 
Sangue 1 hora Ambiente Passar Para Caldo Nutriente Imediatamente 
 
45 
Após a Coleta 
Swab * Até 8 horas Ambiente Meio Semi-Sólido (Stuart ou Amies) 
Urina 
1 hora Ambiente Frasco Seco Estéril 
12 horas Refrigerada Frasco Seco Estéril 
 
22.4.2. Fase Analítica 
20%-30% dos erros. 1- Microscopia e coloração; 2- Seleção de meios de cultura primários 
(semeia em um meio de cultura seletivo ou não e depois em um secundário, provas 
bioquímicas, visa identificar a espécie); 3- Inoculação e cultivo; 4- Interpretação das 
culturas e análise dos resultados. 
OBS.: Meios 
seletivos é o meio que seleciona espécies, no meio de cultura vai ter um componente 
que impede o crescimento de alguns microrganismos e permite o de outros. 
MICROSCOPIA E COLORAÇÃO: Direto sem coloração ou direta à fresco: Técnica simples. 
Laudo Negativo  Não foram observadas células leveduriformes e protozoários 
sugestivos de Trichomas spp; Laudo Positivo  Presença de leveduriformes; Presença de 
protozoários sugestivos de Trichomonas spp; Presença de leucócitos; Presença de 
eritrócitos. 
 Campo Escuro: A fresco, sem coloração. 
 Indicação: Para observar a motilidade de bactéria dificilmente observada em 
microscopia direta com salina, como é o caso do Treponema pallidum e da 
Leptospira sp. Pode ser usado também para observar a motilidade de 
Campylobacter sp e outras bactérias. 
 Laudo: Presença de bactérias espiraladas com 6 a 12 espiras é sugestiva de 
Treponema; Positivo: Presença de espiroquetas sugestivas de Treponema; 
Negativo: Não foram observadas espiroquetas nas amostras analisadas. 
 Coloração de Gram: Diagnóstico rápido, presuntivo de uma gente infeccioso ou da 
qualidade da amostra; Pode emitir um laudo preliminar; A parede celular bacteriana 
 
46 
distingue-se na coloração em positiva, que possui peptidoglicano (exoesqueleto) 
espessa e ácido teicóico, ou negativa, que possui LPS e membrana externa; 
 
 
OBS.: A remoção camada pelo álcool-acetonaa 30%, é a etapa que distingue entre 
gram positiva (desidrata, diminui a porosidade como permeabilidade para novos 
corantes, fixando a que está nele) e a gram negativa (permite a extração de lipídios, 
aumento da porosidade e permite a permeabilidade, saindo os anteriores e fixando o 
próximo). 
 Laudo Positivo: Descrever a morfologia e agrupamento dos microrganismos 
observados. Ex.: Cocos Gram positivos aos pares; 
 Laudo Negativo: Não foram observado microrganismos coráveis pelo método de 
gram. 
 
47 
 
 Coloração de Ziehl-Neelsen: Usada para um tipo específico de microrganismo não 
coráveis pela coloração de gram, os chamados Bacilos Álcool-Ácido Resistente 
(BAAR): Resistentes à coloração; Coradas vão resistir fortemente à descoloração 
mesmo por ácidos fortes diluídos e álcool absoluto; Elevado teor de lipídios estruturais 
na parede celular. Procedimento (capela): 1- Confeccionar o esfregaço; 2- Cobrir a 
lamina com fucsina de zil (mordente é o ácido fénico); 3- Aquecer a lamina até à 
emissão de vapores (e importante não deixar ferver); 4- Aguardar 5 a 8 minutos; 5- 
Lavar com água corrente; 6- Cobrir a lamina com álcool-ácido 3% até descorar 
totalmente o esfregaço; 7- Lavar com água corrente; 8- Cobrir a lamina com azul de 
metileno (cora o fundo da lâmina) durante 1 minuto; 9- Lavar com água corrente; 10- 
Secar; 11- Observar com microscópio na objetiva de 40x ou 100x. 
 
23. MICROBIOTA NORMAL 
É a população de micro-organismos que habita a pele e mucosas de indivíduos sadios, 
que varia quanto ao local e idade do hospedeiro, adquiridos a partir do nascer. 
É importante conhece-la para prever qual o provável microrganismo a desenvolver 
infecção em determinada região do organismo e estabelecer o melhor tratamento. 
 
48 
Esses microrganismos habitam as superfícies do corpo humano: Externas (pele cabelos e 
unhas); Internas (mucosas do trato digestivo, trato respiratório até a laringe, porção 
terminal da uretra e da vagina; Os órgãos internos geralmente são livres de 
microrganismos (Sangue, cérebro, músculos e outros). 
23.1. FUNÇÕES 
Manutenção da saúde e função do organismo normal. Sua diminuição causa 
colonização por microrganismos oportunistas; 
 
23.2. CLASSIFICAÇÃO 
Os microrganismos que conseguem infectar seres humanos pertencem a um dos três 
grupos abaixo: 
 Patógenos Agressivos: São os microrganismos que conseguem causar doença em 
hospedeiros normais, ou seja, naqueles com mecanismos de defesa normais. Ex: 
Salmonela. 
 Patógenos Oportunistas: Não causam doenças em hospedeiros normais, mas sim 
aqueles com defesas comprometidas. 
 Microbiota Normal: Podem ser responsáveis por uma série de doenças quando 
deixam o seu local normal e migram para um novo (Ex.: cirurgias e perfurações), com 
o uso de antibióticos ou imunossupressores ou em pacientes na UTI; 
23.3. FATORES DETERMINANTES DA MICROBIOTA NORMAL 
Condições do meio; Ecologia e a fisiologia; Nutrientes disponíveis; pH local adequado; 
Potencial Oxirredutor; Resistência as substâncias bactericidas locais (lisozima)-. 
23.4. ASSOCIAÇÕES SIMBIÓTICAS 
SIMBIOSE: Uma espécie vive no organismo de outras. 
Contaminação 
• Presença 
passageira de 
microrganismos 
patogênicos ou 
não sem que haja 
qualquer ferida 
ou invasão 
tecidual. 
Colonização 
• Presença de 
microrganismo 
por semanas 
meses ou anos 
em ferida ou 
invasão tecidual. 
Infecção 
• Invasão e lesão 
dos tecidos por 
microorganismos 
 
49 
 Mutualistas (benéficas): Existe benefício recíproco entre os 2 organismos envolvidos; 
 Comensais (neutras): Uma espécie utiliza o organismo de outra como seu ambiente 
físico e para obtenção de seus nutrientes; 
 Parasíticas (prejudiciais): Somente um se beneficia e prejudica o outro; 
23.5. MICROBIOTA NORMAL DA FLORA NORMAL HUMANA 
Pele: Produz ácidos graxos que dificultam a invasão por outras espécies, os que resistem 
são: Corynebacterium; Propionibacterium (acnes); Streptococcus; Staphylococcus 
Epidermidis (90% das pessoas); Staphylococcus Aureus (10 a 40% das pessoas na pele, 50 
a 70% das pessoas nas fossas nasais); Peptococcus, Peptotreptococcus (outras); Pode ter 
alguns fungos: Cândida e Malassezia; 
Eliminação da microbiota não resistente: pH baixo; secreções sebáceas e a lisozima; 
Sudorese profusa, lavagem e banho não conseguem eliminar ou modificar 
significativamente a microbiota residente normal. 
23.5.1. Boca e Vias Aéreas Superiores 
 Nascimento: Mucosas da boca e faringe quase sempre são estéreis (contaminadas 
durante a passagem pelo canal de parto); 
 Primeiras 4 a 12 horas: Colonização por Streptococcus Viridans permanecendo por 
toda vida; 
 Início da vida: Staphylococcus e Lactobacilos; 
23.5.2. Trato Gastrointestinal 
 Nascimento: Intestino Estéril (adquire microrganismos na introdução por alimentos); 
 Lactentes Amamentados ao Seio: Aeróbios e anaeróbios (predomina Streptococcus 
e Lactobacilos); Mais ideal; 
 Lactentes Por Mamadeiras: Microbiota mista, com menor quantidade de 
lactobacilos (benéfico); 
Os microrganismos no estômago mantêm-se em nível mínimo devido à acidez gástrica: 
pH ácido protege de infecções por alguns patógenos entéricos e em pH alcalino a 
microbiota residente aumenta gradualmente (pode não ser bom). No cólon 96 a 99% 
dos microrganismos são anaeróbios; 
 
50 
As Bactérias Intestinais Auxiliam na síntese de vitamina K; Absorção de nutrientes; 
Produtos de degradação; Produção de amônia; Outros produtos de degradação que 
são absorvidos pelo organismo. Administração de antimicrobianos podem suprir 
temporariamente os membros da microbiota fecal sucessíveis a fármacos. 
23.5.3. Uretra 
A uretra anterior de ambos os sexos contém pequeno número provenientes da pele e 
períneo; Aparecem regularmente na urina normal eliminada: Staphylococcus 
Epidermidis; Corynebacterium; Enterococcus Faecalis; Escherichia Coli; 
23.5.4. Vagina 
 
Normal encontrar Streptococcus SPP; Gardnerella Vaginalis; Ureaplasma urealyticum e 
algumas espécies de Listeria ou Mobiluncus; 
O muco cervical contém lisozima e possui atividade antibacteriana; 
23.5.5. Olho 
Microrganismos predominantes da conjuntiva: Difteróides; Staphylococcus Epidermidis e 
Streptococcus não hemolítico; Com frequência encontramos espécies do gênero 
Neisseriae; A microbiota da conjuntiva é controlada pelo fluxo de lagrimas (contém 
lisozima); 
“A MICROBIOTA HUMANA CONSTITUI UM DOS MECANISMOS DE DEFESA CONTRA A 
PATOGÊNESE BACTERIANA” 
N
as
ci
m
en
to
 
Lactobacilos 
Anaeróbios 
(pH ácido); In
fâ
n
ci
a Microbiota 
Mista Com 
Cocos E 
Bacilos 
(pH neutro); 
P
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e
 
Lactobacilos 
Aeróbios e 
Anaeróbios; 
M
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o
p
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sa
 
Microbiota 
Mista; 
 
51 
 
 
O termo SIMBIÓTICO é dado a produtos que associam os Prebióticos aos Probióticos, a 
fim de intensificar os efeitos dos dois componentes; 
Probióticos: Eles melhoram a digestão da lactose, aumentam a absorção de minerais 
como cálcio, ferro e magnésio, além de tratar e prevenir episódios de diarreia, 
principalmente quando a pessoa está em uso de antibióticos. Ex: Iogurte, leite 
fermentado; 
Prebióticos: Melhoram o funcionamento do intestino, diminuem o risco de infecções e a 
absorção de gorduras no intestino, reduzindo o colesterol total. Ex: Ervilha, cevada, soja, 
aveia, feijão centeio, farelo de trigo, hortaliças com talos, frutas com casca; 
 
24. COPROCULTURA 
Diversos são os agentes que podem causar gastroenterites, entre eles salmonella SP, 
Shigella SP, E.Coli e Campylobacter. 
COLETA E TRANSPORTE:

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