Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Icterícia Neonatal A icterícia corresponde à expressão clínica da hiperbilirrubinemia e representa um dos problemas mais frequentes no período neonatal. causando disfunção neurológica induzida pela BI, o que torna imperativa a monitoração de seus níveis. -Esta condição, encefalopatia bilirrubínica aguda (eBA) é usado para descrever a manifestação aguda da disfunção, pode ocasionalmente ser reversível, desde que haja uma intervenção terapêutica imediata e agressiva, mas na maioria das vezes evolui para a forma crônica da doença com Define-se hiperbilirrubinemia como a concentração sérica de bilirrubina indireta (BI) maior que 1,3 a 1,5 mg/dL ou de bilirrubina direta (BD) maior que 1,5 mg/dL, desde que esta represente mais que 10% do valor da bilirrubina total (BT) Aproximadamente 60% dos RN a termo e 80% dos prematuros tardios apresentarão icterícia na primeira semana de vida, permanecendo por até 30 dias ou mais em cerca de 10% daqueles em AM. Em torno de 98% dos RN apresentam níveis séricos de BI > 1 mg/dL durante a 1 semana de vida, refletindo a adaptação neonatal ao metabolismo da bilirrubina >> a Hiperbilirrubinemia indireta (HI) é decorrente da excessiva formação de bilirrubina e da incapacidade do fígado neonatal em conjugá-la e eliminá-la, situação conhecida como hiperbilirrubinemia fisiológica Apesar de a maioria dos neonatos com hiperbilirrubinemia ser saudável, o excesso de BI tem efeito potencialmente tóxico no SNC instalando-se o quadro de encefalopatia bilirrubínica aguda com letargia, hipotonia e sucção débil nos primeiros dias de vida HIPERBILIRRUBINA SIGNIFICANTEHIPERBILIRRUBINA SIGNIFICANTEHIPERBILIRRUBINA SIGNIFICANTE # Níveis séricos de BT > 17 mg/dL -(1 a 8% dos nascidos vivos) # Níveis séricos de BT > 25 mg/dL HIPERBILIRRUBINA GRAVEHIPERBILIRRUBINA GRAVEHIPERBILIRRUBINA GRAVE HIPERBILIRRUBINA GRAVEHIPERBILIRRUBINA GRAVEHIPERBILIRRUBINA GRAVE # Níveis séricos de BT > 30 mg/dL A hiperbilirrubinemia significante presente na primeira semana de vida é um problema preocupante em RN de termo e prematuros tardios e com frequência está associada à oferta láctea inadequada, perda elevada de peso e desidratação, muitas vezes decorrente da alta hospitalar antes de 48 horas de vida e da falta do retorno ambulatorial em 1 a 2 dias após a alta hospitalar Icterícia nas primeiras 24h de vida Incompatibilidade materno-fetal Rh (antígeno D - mãe Rh negativa e RN Rh positivo), ABO (mãe O e RN A ou B) ou antígenos irregulares (c, e, E, Kell ou outros) IG de 35 e 36 sem (independentemente do peso ao nascer) AM exclusivo com dificuldade ou perda de peso > 7% em relação ao peso de nascimento NEONATOLOGIA // OUTUBRO Por outro lado, a icterícia causada por elevação da BI direta é sempre patológica e requer investigação imediata determinando quadros de colestase Diante do risco de morte e sequelas neurológicas graves, é de notória importância a identificação precoce dos RN com risco potencial de desenvolver icterícia patológica, bem como monitorar e orientar aqueles com risco menores FATORES DE RISCO PARA HIFATORES DE RISCO PARA HIFATORES DE RISCO PARA HI SIGNIFICANTE EM RN MAIORES QUE 35SIGNIFICANTE EM RN MAIORES QUE 35SIGNIFICANTE EM RN MAIORES QUE 35 SEMANASSEMANASSEMANAS Normograma dos níveis de BI total, obtidos em RN com mais de 35 sem com peso de nascimento > 2000g, segundo a idade pós natal, que orientam na determinação do risco de HI e indicação de tto. Os fatores de risco a serem considerados são: - isoimunização, def. de eG6PD, asfixia, letargia significativa, instabilidade térmica, sepse, acidose e hipoalbuminemia DESDE O NASCIMENTO E NO DECORRERDESDE O NASCIMENTO E NO DECORRER DA INTERNAÇÃO, EM TODOS OS RN,DA INTERNAÇÃO, EM TODOS OS RN, RECOMENDA-SE SEGUIR O SEGUINTERECOMENDA-SE SEGUIR O SEGUINTE ROTEIRO:ROTEIRO: FATORES DE RISCO MENORES Níveis de BI entre P75 e 95 para a idade em horas - zona de risco intermediária alta IG de 37 e 38 semanas Icterícia observada antes da alta História de irmão com icterícia neonatal RN macrossômico filho de mãe com diabetes Idade materna >= 25 anos A hiperbilirrubinemia significante é um problema preocupante em RN a termo e prematuros tardios quando presente na primeira semana de vida. Há associação dessa entidade com oferta láctea inadequada, perda elevada de peso e desidratação, muitas vezes decorrente da alta hospitalar antes das 48horas de vida e da falta de retorno ao consultório nos 2 primeiros dias após a alta hospitalar. Alguns outros termos propostos - Hiperbilirrubinemia significativa: BT >= 17 mg/dL - Hiperbilirrubinemia grave: BT >= 25 mg/dL - Hiperbilirrubinemia extrema: BT >= 30 mg/dL Irmão com icterícia neonatal tto com fototerapia Presença de céfalo-hematoma ou equimoses Ascendência asiática Def. de glicose-6-fosfato desidrogenase # O termo kernicterus é reservado à forma crônica da doença com sequelas clínicas permanentes da toxicidade da BI FATORES DE RISCO MAIORES Níveis de BI > P95 para a idade em horas - zona de risco alto Os RN de maior risco para desenvolver encefalopatia biliar são os que portam doença hemolítica, os prematuros e os que possuem agravantes para HI. sequelas neurológicas permanentes denominada kernicterus e crônica (encefalopatia bilirrubínica) ou para óbito A sobrecarga de BI ao hepatócito decorre da produção e da circulação enterohepática aumentadas da bilirrubina indireta - O neonato produz 2 a 3x mais BI que o adulto, devido à menor vida média das hemcias (70 a 90 dias) e à maior quantidade de Hb. (Produção diária de 8 a 10mg/Kg, sendo 75% derivada do catabolismo dos eritrócitos) NEONATOLOGIA // OUTUBRO FISIOPATOLOGIAFISIOPATOLOGIAFISIOPATOLOGIA Definida em RN de termo como um nível de BT sérica que aumenta após o nascimento, atinge o pico médio por volta de 6 mg/dL, entre o 3 a 4º dia de vida e, declina em uma semana com um valor máximo que não ultrapassa 12,9 mg/dL. Dessa maneira, a presença de icterícia antes de 24h de vida e de valores de BT >12 mg/dL, independente da idade pós-natal, alertam para a investigação de processos patológicos. Na prática, 98% dos RN apresentam níveis séricos de BT acima de 1 mg/dL durante a primeira semana de vida, sendo que 2/3 ou mais desenvolvem icterícia com valores superiores a 5 mg/dL. HIPERBILIRRUBINA FISIOLÓGICAHIPERBILIRRUBINA FISIOLÓGICAHIPERBILIRRUBINA FISIOLÓGICA ETIOLOGIA DA HIPERBILIRRUBINEMIAETIOLOGIA DA HIPERBILIRRUBINEMIAETIOLOGIA DA HIPERBILIRRUBINEMIA INDIRETA NEONATALINDIRETA NEONATALINDIRETA NEONATAL - ao nascimento, a atividade é inferior a 0,1% em relação à do adulto, atingindo seu nível pleno entre 6 a 14 semanas. Assim, o RN apresenta várias limitações no metabolismo da BI que culminam com a BI aumentada Avaliar os fatores epidemiológicas de risco para hiperbilirrubinemia; Examinar o RN a cada 8 a 12h para detectar a icterícia; Nas icterícias visualizadas antes de 24-36h, determinar a BT e identificar o risco de HI significante e considerar o uso de fototerapia; ·Considerar o uso de fototerapia se BT > percentil 95 (figura); Continuar a internação e observar a evolução da icterícia se risco intermediário superior (entre percentis 75 e 95); Determinar a BT a cada 12-24 horas e considerar o uso de fototerapia; Alta hospitalar se nível de risco intermediário inferior ou mínimo (abaixo do percentil 75) e retorno ambulatorial em 48-72 horas. Após 48 horas de vida, se RN sem icterícia, ou icterícia somente em face, e em condições clínicas adequadas, agendar retorno ambulatorial para 72 horas após a alta hospitalar. Nas icterícias identificadas após 36h de vida, se atingir nível de umbigo ou mais, determinar a BT para identificar o risco de HI significante e considerar o uso de fototerapia Sempre que houver fatores para hiperbilirrubinemia significante, deve-se ponderaro risco e o benefício da alta hospitalar, tendo como principal objetivo evitar a reinternação em decorrência da progressão da icterícia. Escassa flora intestinal + maior atividade da enzima beta- glicorunidase na mucosa intestinal >> diminuição da conversão de mono e diglicuronídeos de BI em urobilinogênio, tonando os glicuronídeos suscetíveis à desconjugação pela beta-glicuronidase > sobrecarga de BI ao hepatócito O RN apresenta captação hepática limitada da BI nos primeiros 3 a 4 dias devido à def. de ligandina, principal ptn carreadora de BI dentro do hepatócito. + Conjugação hepática deficiente decorre da atividade diminuída da glicuronil-transferase. NEONATOLOGIA // OUTUBRO − Bilirrubina total e frações indireta e direta − Hemoglobina e hematócrito com morfologia de hemácias, reticulócitos e esferócitos − Tipo sanguíneo da mãe e RN para sistemas ABO e Rh (antígeno D) − Coombs direto no sangue de cordão ou do RN − Pesquisa de anticorpos anti-D (Coombs indireto) se mãe Rh (D ou Du) negativo − Pesquisa de anticorpos maternos para antígenos irregulares (anti-c, anti-e, anti-E, anti Kell, outros) se mãe multigesta/transfusão sanguínea anterior e RN com Coombs direto positivo − Dosagem sanguínea quantitativa de glicose- 6-fosfato desidrogenase (G-6-PD) − Dosagem sanguínea de hormônio tireoidiano e TSH (exame do pezinho Quanto à hiperbilirrubinemia indireta prolongada, desde que afastadas doenças hemolíticas, deficiência de G-6PD e hipotireoidismo congênito, pode decorrer da A visualização da icterícia depende da experiência do profissional, da pigmentação da pele do RN e da luminosidade, sendo subestimada em peles pigmentadas e em ambientes muito claros, e prejudicada em locais com pouca luz. Todo RN ictérico ao nível ou abaixo da linha do umbigo deve ter uma dosagem de bilirrubina sérica ou transcutânea. A avaliação da bilirrubina transcutânea (BTc) é realizada de preferência no esterno Ressalta-se que valores da BTc ≥13 mg/dL devem ser confirmados pela mensuração sérica de BT e que a amostra de sangue coletado deve permanecer em frasco ou capilar envolto em papel alumínio para evitar o contato com a luz e a degradação da bilirrubina. AVALIAÇÃO CLÍNICA DA ICTERÍCIAAVALIAÇÃO CLÍNICA DA ICTERÍCIAAVALIAÇÃO CLÍNICA DA ICTERÍCIA E DOSAGEM DA BILIRRUBINAE DOSAGEM DA BILIRRUBINAE DOSAGEM DA BILIRRUBINA A investigação da etiologia da hiperbilirrubinemia, independentemente da idade gestacional e da idade pós-natal, inclui o quadro clínico e os exames realizados rotineiramente em bancos de sangue e laboratórios clínicos apresentados abaixo Síndrome da Icterícia doSíndrome da Icterícia doSíndrome da Icterícia do Leite MaternoLeite MaternoLeite Materno que é aparente desde a primeira semana de vida com persistência por duas a três semanas, chegando até três meses Tem sido descrita em 20 a 30% dos RN em aleitamento materno, sendo que 2 a 4% deles persistem com valores acima de 10 mg/dL na terceira semana de vida, podendo alcançar 20-30 mg/dL por volta da segunda semana. Nessa síndrome chamam a atenção o bom estado geral do RN e o ganho adequado de peso IDENTIFICAÇÃO DO RISCO PARAIDENTIFICAÇÃO DO RISCO PARAIDENTIFICAÇÃO DO RISCO PARA HIPERBILIRRUBINEMIA INDIRETAHIPERBILIRRUBINEMIA INDIRETAHIPERBILIRRUBINEMIA INDIRETA SIGNIFICANTESIGNIFICANTESIGNIFICANTE NEONATOLOGIA // OUTUBRO 1º PASSO Identificar se o quadro é fisiológico, patológico ou prolongado O pediatra deve realizar a 1ª consulta após a saída da maternidade, no máximo, até o 5º dia de vida, para avaliação das condições de amamentação, além da icterícia e outras possíveis intercorrências Na avaliação da icterícia do RN > 35 semanas deve-se considerar os fatores de risco para menores hiperbilirrubinemia indireta significante ABORDAGEM CLÍNICAABORDAGEM CLÍNICAABORDAGEM CLÍNICA Não se deve esquecer que vários quadros infecciosos, alterações anatômicas nas vias biliares e erros inatos do metabolismo podem cursar também com ictericia à custa de BD ou hiperbilirrubinemia mista, que necessitam de outra conduta diagnós. NEONATOLOGIA // OUTUBRO PRINCIPAIS CAUSAS DE ICTERÍCIA À CSTA DE BILIRRUBINA INDIRETA HIPRINCIPAIS CAUSAS DE ICTERÍCIA À CSTA DE BILIRRUBINA INDIRETA HIPRINCIPAIS CAUSAS DE ICTERÍCIA À CSTA DE BILIRRUBINA INDIRETA HI NEONATOLOGIA // OUTUBRO Em RN com HI, a progressão da icterícia é cafalocaudal. Por meio do exame físico (digitopressão da pele), realizado em boas condições de luminosidade, pode-se classificar a icterícia nas zonas de Kramer. Essa classificação, embora não seja tão fidedigna quanto o nível sérico de BI, continua a ser usada em muitos serviços NEONATOLOGIA // OUTUBRO A bilirrubina é uma neurotoxina potencial. Os RN a termo e prá-termos apresentam risco aumentado para disfunção neurológica indzida pela BI quando os níveis de bilirrubina são maiores que 25 mg/dL. Os fatores que influenciam a passagem da BI pela barreira hematoencefálica são: - prematuridade - sepse - hipóxia - convulsão - acidose - hipoalbuminemia - velocidade de aumento da bilirrubina Os RN a termo ictéricos que desenvolver kernicterus evoluem inicialmente com os seguintes sintomas: - hipotonia - debilidade de sucção - recusa alimentar - convulsões Esse conjunto de sintomas progride em 3 a 4 dias para hipertonia, opistótono, hipertermia e choro com tonalidade aguda Nessa fase, 70% dos pcts podem evoluir para óbito devido à parada respiratória. Nos sobreviventes, ocorre uma melhora aparente até que, em período variável, aparecem as sequelas definitivas: paralisia cerebral espástica, movimentos atetoides, distúrbios de deglutição e fonação, surdez e deficiência mental leve a moderada # FASE PRECOCE - Criança pouco ativa ou atividade espontânea diminuída, moderada, hipotonia e choro gritado # FASE INTERMEDIÁRIA - Criança subfebril, letargia, sucção débil, irritabilidade, choro gritado, ligeira a moderada hipotonia, arqueamento cervical (retrocollis), opistótono # FASE AVANÇADA - Apneia, recusa alimentar, febre, convulsões, coma, hipertonia (retrocollis e opistótono persistente), choro persistente, débil ou ausente. Pode evoluir para óbito decorrente de convulsões intratáveis ou falência respiratória FASES DA ENCEFALOPATIA AGUDA (EBA)FASES DA ENCEFALOPATIA AGUDA (EBA) ZONA DE KRAMERZONA DE KRAMERZONA DE KRAMER MANIFESTAÇÕES NEUROLÓGICASMANIFESTAÇÕES NEUROLÓGICASMANIFESTAÇÕES NEUROLÓGICAS Após a realização da anamnese e de exame físico minucioso, pode-se definir que tipo de icterícia o RN apresenta, se à custa da bilirrubina, à custa de direta ou de ambas. KERNICTERUSKERNICTERUS ABORDAGEM DIAGNÓSTICAABORDAGEM DIAGNÓSTICAABORDAGEM DIAGNÓSTICA Nos pacientes com icterícia precoce, icterícia >= zona II no RN pré-termo e >= zona III no RN a termo, devem ser solicitados: - bilirrubina total e frações - hemograma, hematócrito e reticulócitos - tipagem sanguínea (ABO-Rh) - caso sejam desconhecidos - coombs direto (Se icterícia precoce, hemólise e/ou mãe Rh negativa) Após a realização dos exames relacionados anteriormente, deve-se estimar o risco para o desenvolvimento de hiperbilirrubinemia grave ou extrema. O melhor método disponível para essa estimativa é a determinação da BT ajustada para horas de vida e para IG atingida até o nascimento, conforme o normograma de Bhutani NEONATOLOGIA // OUTUBRO A HI pode ser tratada pelo aumento da excreção (fototerapia)ou pela retirada mecânica (exsanguinotransfusão) PRINCIPAIS CAUSAS DA HIPRINCIPAIS CAUSAS DA HIPRINCIPAIS CAUSAS DA HI PATOLÓGICAPATOLÓGICAPATOLÓGICA ABORDAGEM TERAPÊUTICAABORDAGEM TERAPÊUTICAABORDAGEM TERAPÊUTICA Diminuir 2 mg/dL o nível de indicação de fototerapia se doença hemolítica (Rh, ABO, outros antígenos), deficiência de G-6-PD, asfixia, letargia, instabilidade na temperatura, sepse, acidose, ou albuminemia <3g/dL. Iniciar fototerapia de alta intensidade se: - BT 17-19 mg/dL e colher BT após 4-6 horas; - BT 20-25 mg/dL e colher BT em 3-4 horas; - BT >25 mg/dL e colher BT em 2-3 horas, enquanto material de EST é preparado. Se houver indicação de EST, iniciar imediatamente a fototerapia de alta intensidade, repetir a BT em 2-3 horas e reavaliar a indicação de EST. · A EST deve ser realizada imediatamente se houver sinais de encefalopatia bilirrubínica ou se BT 5 mg/dL acima dos níveis referidos. A fototerapia pode ser suspensa, em geral, quando BT < 8-10 mg/dL, sendo reavaliada 12-24 horas após suspensão para detectar rebote. Verificação da temperatura corporal, a cada três horas para detectar hipotermia ou hipertermia, e do peso diariamente; Aumento da oferta hídrica, pois a fototerapia com lâmpadas fluorescentes pode provocar elevação da temperatura corporal com aumento do consumo de oxigênio, da frequência respiratória e do fluxo sanguíneo na pele, resultando em maior perda insensível de água; Proteção dos olhos com cobertura radiopaca por meio de camadas de veludo negro ou papel carbono negro envolto em gaze; Descontinuidade da fototerapia durante a amamentação, inclusive com a retirada da cobertura dos olhos, desde que a bilirrubinemia não esteja muito elevada. A eficácia da fototerapia depende em especial dos seguintes fatores: comprimento de onda da luz, sendo ideal as lâmpadas azuis; irradiância espectral e superfície corporal exposta à luz A irradiância da fototerapia deve ser prescrita e determinada antes do uso e diariamente com adiômetro. No colchão onde está o RN, considera- se um retângulo de 30 x 60 cm e mede-se a irradiância nas 4 pontas e ao centro, sendo, então, calculada a média dos 5 pontos Equipamentos e/ou lâmpadas que fornecem irradiância <8 μW/cm2/nm na média dos 5 pontos não devem ser utilizados. NEONATOLOGIA // OUTUBRO Ressalta-se que, no tratamento da icterícia prolongada pela síndrome do leite materno, este só deve ser suspenso por 48 horas nos casos de valores de BT próximos a níveis de EST. Com a aplicação da fototerapia, estima-se ser necessário tratar 6 a 10 RN para prevenir um caso de bilirrubinemia superior a 20 mg/dL em portadores de icterícia não hemolítica FOTOTERAPIAFOTOTERAPIAFOTOTERAPIA É o tto de eleição para a hiperbilirrubinemia no RN, podendo ser profilática, evitando níveis tóxicos de bilirrubina nos neonatos com HI grave ou terapêutica. Seu mecanismo decorre de reações fotoquímicas que permitem o aumento da excreção As indicações para fototerapia são baseadas no peso: - < 1000g: iniciar fototerapia, se BT > 5 mg/dL - 1000 a 1500g: iniciar fototerapia, se BT entre 7 a 9 mg/dL - 1500 a 2000g: iniciar fototerapia, se BT entre 10 a 12 mg/dL -2000 a 2500g: iniciar fototerapia, se BT entre 12 a 14 mg/dL EXSANGUINOTRANSFUSÃOEXSANGUINOTRANSFUSÃOEXSANGUINOTRANSFUSÃO Faz a remoção mecânica (parcial) de anticorpos, enritrócitos e bilirrubina do plasma. Morbidade substancial, devendo ser feita em UTI Indicações falha da fototerapia em impedir aumento da BI até níveis tóxicos icterícia significativa acompanhada de sinais clínicos sugestivos de encefalopatia bilirrubínica NEONATOLOGIA // OUTUBRO para interromper hemólise e remover anticorpos e eritrócitos sensibilizados Doença hemolítica por incompatibilidade Rh hidropsia fetal (mesmo sem exames) BR de cordão > 4,5 mg/dL do cordão < 11 g/dL velocidade de hemólise (aumento de BI)> BI > 0,5 mg/dL/h apesar da fototerapia BI > 20 mg/dL Complicações da extrasanguinotransfusão infecção pelos produtos sanguíneos trombocitopenia e coagulopatia doença enxerto-hospedeiro enterocolite necrotizante trombose da veia porta alterações eletrolíticas e acidobásicas arritmias cardíacas A icterícia à custa de BD ou à custa de ambas as frações precisa de investigação minuciosa, pois o diagnóstico diferencial é grande e, muitas vezes, necessita da avaliação do hepatologista, infectologista ou geneticista, a depender do caso, pois pode se tratar de uma urgência NEONATOLOGIA // OUTUBRO
Compartilhar