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PEDRO SANTOS – MEDICINA 2021.1 TUTORIA 6 – PROBLEMA 5 OBJETIVOS 1. DESCREVER A ANATOMIA (MACRO E MICROSCOPICAMENTE) DO DIENCÉFALO. 2. EXPLICAR A NEUROFISIOLOGIA DO DIENCÉFALO 3. EXPLICAR AS LESÕES QUE ACOMETEM O DIENCÉFALO RELACIONADAS COM AS MANIFESTAÇÕES DO CASO (PRESSÃO INTRACRANIANA, MOVIMENTO DOS OLHOS). 4. EXPLICAR AS PRINCIPAIS SÍNDROMES RELACIONADAS AO DIENCÉFALO (HIPOTÁLAMO, EPITÁLAMO, TÁLAMO, SUBTÁLAMO). DESCREVER A ANATOMIA (MACRO E MICROSCOPICAMENTE) DO DIENCÉFALO. DIENCÉFALO O Diencéfalo compreende as seguintes partes: Tálamo, Hipotálamo, Epitálamo e Subtálamo, todas em relação com o III ventrículo, por essa causa, convenha-se descrever inicialmente o III ventrículo. III VENTRÍCULO Constitui a cavidade do diencéfalo AQUEDUTO CEREBRAL: comunicação com o IV ventrículo FORAMES INTERVENTRICULARES (de MONRO) comunicação com os ventrículos laterais SULCO HIPOTALÂMICO: se estende do aqueduto cerebral até o forame interventricular. o Paredes acima do sulco: TÁLAMO o Paredes abaixo: HIPOTÁLAMO ADERÊNCIA INTERTALÂMICA: trave de substancia cinzenta que atravessa em ponte a cavidade ventricular, unindo os dois tálamos. ASSOALHO: QUIASMA ÓPTICO, INFUNDÍBULO, TÚBER CINÉREO e CORPOS MAMILARES (do hipotálamo) PAREDE POSTERIOR: formado pelo EPITÁLAMO. PAREDE LATERAL: formado pelas ESTRIAS MEDULARES DO TÁLAMO (um feixe de fibras nervosas onde se insere a TELA CORIOIDE que forma o teto do III ventrículo. A partir dela invaginam-se na luz ventricular os PLEXOS CORIOIDES dos ventrículos laterais). PAREDE ANTERIOR: formado por uma lâmina de tecido nervoso denominada LÂMINA TERMINAL (une os dois hemisférios e se dispõe entre o quiasma óptico e a comissura anterior) LUZ: evagina, formando: o RECESSO DO INFUNDÍBULO: na região do infundíbulo o RECESSO ÓPTICO: acima do quiasma optico o RECESSO PINEAL: haste da glândula pineal o RECESSO SUPRAPINEAL: acima do corpo pineal PEDRO SANTOS – MEDICINA 2021.1 TÁLAMO São duas massas volumosas de substância cinzenta, de forma ovoide, dispostas uma de cada lado na porção laterodorsal do diencéfalo. MACROSCOPICAMENTE LIMITES LATERAL SUPERIOR = assoalho do ventrículo lateral SUPEIROR: ASSOALHO DA FISSURA TRANSVERSA DO CÉREBRO, cujo teto é constituído pelo FÓRNIX e pelo CORPO CALOSO (estruturas telencefálicas). INFERIOR: hipotálamo e subtálamo. ESTRUTURA ADERÊNCIA INTERTALÂMICA: união das 2 porções do tálamo. TUBÉRCULO ANTERIOR DO TÁLAMO: extremidade anterior/ delimitação do forame interventricular. PULVINAR DO TÁLAMO: extremidade posterior que se projeta sobre os corpos geniculados maedial e lateral (METATÁLAMO). Fundamentalmente constituído de substancia cinzenta na qual se distinguem vários núcleos. LÂMINA MEDULAR INTERNA: revestimento de substancia branca que constitui o EXTRATO ZONAL que forma um septo dividindo o tálamo em 5 porções. Se bifurca em Y na extremidade anterior. MICROSCOPICAMENTE O Tálamo é constituído de substância cinzenta, onde encontra-se vários núcleos. Sua superfície dorsal é revestida por uma lâmina de substância branca denominada LÂMINA MEDULAR EXTERNA. Internamente, o extrato zonal penetra o tálamo formando um septo denominado LÂMINA MEDULAR INTERNA. NÚCLEOS DO TÁLAMO São divididos em 5 grupos: anterior, posterior, mediano, medial e lateral. GRUPO ANTERIOR: situados no tubérculo anterior do tálamo limitados pelo “y” da lâmina medular interna. Estes núcleos recebem fibras pelo FASCÍCULO MAMILOTALÂMICO e relacionam-se com a MEMÓRIA. GRUPO POSTERIOR: compreende a parte pulvinar e os corpos geniculados medial e lateral. o Parte Pulvinar: possui conexões reciprocas com áreas de associação temporo-parietal do córtex cerebral. Funções desconhecidas. o Corpo Geniculado Lateral: é formado de camadas concêntricas de substância branca e cinzenta. Recebe pelo trato óptico fibras provenientes da retina e posteriormente projeta fibras pelo trato genículo-calcário para a área visual primária do córtex. Compõe a via óptica. o Corpo Geniculado Medial: recebe pelo braço do colículo inferior fibras provenientes do colículo inferior ou diretamente do lemnisco lateral. Projeta fibras para a área auditiva do córtex cerebral no giro temporal transverso anterior. Compõe a via auditiva. GRUPO LATERAL: núcleos localizados lateralmente à lâmina medular interna. São divididos em dois subgrupos: Ventral e Dorsal, sendo o Ventral o mais importante. a) NÚCLEO VENTRAL ANTERIOR: recebe fibras do GLOBO PÁLIDO. Projeta-se para as áreas motoras do córtex cerebral com função ligada à MOTRICIDADE SOMÁTICA. b) NÚCLEO VENTRAL LATERAL: recebe fibras do cerebelo e projeta-se para áreas motoras do córtex. Integra a via CEREBELO-TÁLAMO-CORTICAL, associada à COORDENAÇÃO DOS MOVIMENTOS. c) NÚCLEO VENTRAL PÓSTERO-LATERAL: NÚCLEO RELÉ DAS VIAS SENSITIVAS. Recebe fibras do LEMNISCO MEDIAL (TATO EPICRÍTICO e PROPRIOCEPÇÃO CONSCIENTE dos núcleos grácil e cuneiforme) e do LEMNISCO ESPINHAL (união dos tratos espinotalâmicos lateral e anterior, transportando impulsos de TEMPERADUTA, PRESSÃO, DOR, PRESSÃO e TATO PROTOPÁTICO). Projeta fibras para o córtex do giro pós central, onde localiza a área somestésica. PEDRO SANTOS – MEDICINA 2021.1 d) NÚCLEO VENTRAL PÓSTERO-MEDIAL: NÚCLEO RELÉ DAS VIAS SENSITIVAS. Recebe fibras dos LEMNISCO TRIGEMINAL (SENSIBILIDADE SOMÁTICA GERAL DA CABEÇA) e fibras GUSTATIVAS provenientes do NÚCLEO DO TRATO SOLITÁRIO. Projeta fibras para a área somestésica situada no giro pós-central e para a área gustativa situada na parte posterior da medula. E) NÚCLEO RETICULAR: GRUPO MEDIANO: localizados próximos ao plano sagital mediano na aderência intertalâmica. Conexões principalmente com o hipotálamo e provavelmente estão relacionados com funções VISCERAIS. GRUPO MEDIAL: compreende os núcleos localizados dentro da lâmina medular interna (núcleos intralaminares) e o núcleo dorsomedial. a) NÚCLEO INTERLAMINAR: destaca-se o NÚCLEO DORSOMEDIAL recebem fibras das formações reticulares e tem papel ATIVADOR SOBRE O CORTEX CEREBRAL, integrando o Sistema Ativador Reticular Ascendente (SARA). b) NÚCLEO DORSOMEDIAL: recebe fibras do CORPO AMIGDALOIDE e do HIPOTÁLAMO e tem conexões reciprocas com a ÁREA DE ASSOCIAÇÃO PRÉ-FRONTAL do lobo frontal, COM FUNÇÕES EMOCIONAIS. METATÁLAMO Divisão na parte posterior do tálamo, que constitui: CORPOS GENICULADOS LATERAIS: PARTE DAS VIAS ÓPTICAS. Camadas concêntricas de substancia branca e cinzenta. Recebe pelo TRATO ÓPTICO fibras da RETINA. Projeta fibras pelo TRATOGENICULO-CALCARIANO para áreas da visão do córtex situadas nas bordas do SULCO CALCARIANO. CORPOGENICULADO MEDIAL: RELÉ DA VIA AUDITIVA. Recebe pelo braço do colículo inferior fibras provenientes do COLÍCULO INFERIOR ou diretamente do LEMNISCO LATERAL. Projeta fibras para a ÁREA AUDITIVA DO CÓRTEX. HIPOTÁLAMO É uma área pequena do diencéfalo, situado abaixo do tálamo, apresenta funções relacionadas com o controle da atividade visceral. LIMITES ANTERIOR: Lâmina terminal POSTERIOR: Mesencéfalo LATERAL: Subtálamo Compreende estruturas de formação do assoalho do III ventrículo. Dentre essas estruturas encontra-se: a) CORPOS MAMILARES: duas eminencias arredondadas de substância cinzenta na parte anterior da fossa interpeduncular. Relé transmitindo impulsos provenientes da amígdala cerebelosa e do hipocampo, através do trato mamilo-talâmico, para o tálamo. Memorias espaciais, episódicas e ligadas à emoções. b) QUIASMA ÓPTICO: recebe as fibras mielínicas dos NERVOS ÓPTICOS que aí CRUZAM em parte e constituem os TRATOS ÓPTICOS que se dirigem aos CORPOS GENICULADOS LATERAIS. c)TÚBER CINÉREO: área ligeiramente cinzenta atrás do quiasma e dostratos ópticos entre estes e os corpos mamilares. Nele, a hipófise se prende por meio do infundíbulo. d)INFUNDÍBULO: forma de funil. Se prende ao túber cinéreo contendo um prolongamento da cavidade ventricular: RECESSO DO INFUNDÍBULO. O infundíbulo dilata-se em sua porção superior para constituir a EMINÊNCIA MÉDIANA DO TÚBER CINÉREO e inferiormente continua com processo infundibular, ou LOBO NERVOSO da HIPÓFISE. MACROSCOPICAMENTE - DIVISÕES DO HIPOTÁLAMO: FÓRNIX: feixe de fibras nervosas que leva sinais do hipocampo para o hipotálamo nos corpos mamilares. DIVIDE O HIPOTÁLAMO EM: a) ÁREA MEDIAL: entre fórnix e as paredes do III ventrículo. Contém substância cinzenta e os principais núcleos hipotalâmicos. b) ÁREA LATERAL: lateralmente ao fórnix. Predominância de fibras longitudinais. O hipotálamo pode ainda ser divido por três planos frontais em hipotálamo supraóptico, tuberal e mamilar: a) HIPOTÁLAMO SUPRA-ÓPTICO: compreende o quiasma óptico e a área acima dele até o sulco hipotalâmico. b) HIPOTÁLAMO TUBERAL: compreende o túber cinéreo e área acima dele até o sulco hipotalâmico. PEDRO SANTOS – MEDICINA 2021.1 c) HIPOTÁLAMO MAMILAR: compreende os corpos mamilares e área acima deles até o sulco hipotalâmico. CONEXÕES DO HIPOTÁLAMO O hipotálamo apresenta conexões com diversas regiões do sistema nervoso central, e conexões intra- hipotalâmicas entre alguns de seus diferentes núcleos. O hipotálamo recebe sinais das vias sensoriais, de várias áreas do SNC e tem eferências que, como resultado final, contribuirão para a regulação da homeostase. Segue-se as conexões do hipotálamo. CONEXÕES COM O SISTEMA LIMBICO: Sistema Limbico compreende estruturas relacionadas principalmente com a regulação do comportamento emocional e da memória. Dentre as estruturas têm o hipocampo, o corpo amigdaloide e a área septal. a) HIPOCAMPO: Conecta-se pelo fórnix aos núcleos mamilares do hipotálamo, de onde os impulsos nervosos seguem para o núcleo anterior do tálamo através do FASCÍCULO MAMILOTALÂMICO. Faz parte do CIRCUITO DE PAPEZ. Dos núcleos mamilares, os impulsos também chegam à formação reticular do mesencéfalo pelo fascículo mamilotegmentar. b) CORPO AMIGDALOIDE: Originam fibras nos núcleos do corpo amigdaloide que chegam ao hipotálamo através da estria terminal. c) ÁREA SEPTAL: liga-se ao hipotálamo através de fibras que percorrem o feixe prosencefálico medial. CONEXÕES COM ÁREA PRÉ-FRONTAL A área pré-frontal mantém conexões com o hipotálamo diretamente ou através do núcleo dorsomedial do tálamo. CONEXÕES VISCERAIS Para atuar no papel de modulador das funções viscerais, o hipotálamo apresenta conexões aferentes e ferentes com os neurônios da medula e do tronco encefálico relacionados com essas funções. CONEXÕES VISCERAIS AFERENTES: Recebe informações sobre a atividade das vísceras através das conexões com o trato solitário (fibras solitário- hipotalâmicas). Esse núcleo recebe toda a sensibilidade visceral, tanto geral como especial (gustação), que entra no sistema nervoso pelos nervos facial, glossofaríngeo e vago. CONEXÕES VISCERAIS EFERENTES: Controla o sistema nervoso autônomo de forma direta ou indireta sobre os neurônios pré-ganglionares dos sistemas simpático e parassimpático. Emergem fibras dos núcleos do hipotálamo que terminam nos núcleos da coluna eferente visceral geral do tronco encefálico, ou na coluna lateral da medula (fibras hipotálamo-espinhais). As conexões indiretas se dão através da formação reticular e tratos reticulosespinhais. CONEXÕES COM A HIPÓFISE Possui somente conexões eferentes com a hipófise, realizados através dos TRATOS HIPOTÁLAMO- HIPOFISÁRIO e TÚBERO-INFUNDIBULAR. A) TRATO HIPOTÁLAMO-HIPOFISÁRIO: Fibras originadas nos neurônios grandes (magnocelulares) dos núcleos supraóptico e paraventricular e terminam na neuro-hipófise. As fibras são ricas em neurossecreção, transportando os hormônios vasopressina e ocitocina. B) TRATO TÚBERO-INFUNDIBULAR: Fibras originadas em neurônios pequenos (parvicelulares) do núcleo arqueado e em áreas vizinhas do hipotálamo tuberal e terminam na eminência mediana e na haste infundibular. Essas fibras transportam os hormônios que ativam ou inibem as secreções dos hormônios da adeno-hipófise. CONEXÕES SENSORIAIS O hipotálamo recebe informações sensoriais das áreas erógenas, como os mamilos e órgãos genitais, importantes para o fenômeno da ereção. Existem também conexões diretas do córtex olfatório e da retina com o hipotálamo através do trato retino- hipotalâmico que termina no núcleo pré-óptico ventrolateral relacionadas ao ritmo circadianos como o ciclo claro-escuro. EPITÁLAMO Limita-se posteriormente pelo III ventrículo, acima do sulco hipotalâmico na transição com o mesencéfalo. Contém formações importantes como a Habênula e a Glândula Pineal. PEDRO SANTOS – MEDICINA 2021.1 FORMAÇÃO ENDÓCRINA GLÂNDULA PINEAL ou EPÍFISE: Seu elemento mais evidente. Repousa sobre o teto do mesencéfalo, acima dos colículos superiores. Responsável pela secreção do hormônio MELATONINA que regula os CICLOS CIRCADIANOS e também por controlar uma AÇÃO ANTIGONADOTRÓFICA, que regula o crescimento das gônadas. SUBTÁLAMO É uma zona de transição entre o diencéfalo e o tegmento do mesencéfalo. Localiza-se abaixo do tálamo, limitado lateralmente pela capsula interna e medialmente pelo hipotálamo. NÚCLEO SUBTALÂMICO: é o elemento mais evidente. Este núcleo tem conexões nos dois sentidos com o GLOBO PÁLIDO, através do circuito PÁLIDO-SUBTÁLAMO-PALIDAL, importante para a regulação da MOTRICIDADE SOMÁTICA. EXPLICAR A NEUROFISIOLOGIA DO DIENCÉFALO TÁLAMO FUNÇÕES MOTRICIDADE Através dos núcleos ventral anterior e ventral lateral, interpostos, respectivamente, em circuitos palidocorticais e cerebelocorticais. SENSIBILIDADE Todos os impulsos sensitivos, antes de chegarem ao córtex, param em um núcleo talâmico, com exceção de impulsos olfatórios. Nesse sentido, o tálamo tem o papel de distribuir às áreas específicas do córtex impulsos que recebe das vias sensoriais. COMPORTAMENTO EMOCIONAL Através do núcleo dorsomedial com suas conexões com a área pré-frontal MEMÓRIA Através do grupo anterior e suas conexões com os núcleos mamilares do hipotálamo. ATIVAÇÃO DO CÓRTEX Através dos núcleos talâmicos inespecíficos e suas conexões com a formação reticular fazendo parte do Sistema Ativador Reticular Ascendente (SARA). HIPOTÁLAMO FUNÇÕES Introdução: O hipotálamo atua integrando o sistema nervoso autônomo com o sistema endócrino de forma que esteja vinculado às necessidades do dia-a-dia. Controla processos motivacionais como fome, sede e sexo. Processos motivacionais são impulsos internos que levam à realização de comportamentos específicos e de ajustes corporais. Ex: A sensação de calor leva a um desconforto que fará com que sejam disparados mecanismos internos inconscientes para dissipá-lo como a sudorese e o comportamento de procura de local fresco. CONTROLE DO SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO Estimulações elétricas em áreas específicas do hipotálamo desencadeiam respostas nos sistemas simpático e parassimpático. Estimulações no hipotálamo anterior desencadeiam aumento do peristaltismo gastrintestinal, contração da bexiga, diminuição do ritmo cardíaco e da pressão sanguínea, constrição da pupila (miose). Estimulações no hipotálamo posterior geram respostas opostas a essas, porque controla principalmente o sistema simpático. REGULAÇÃO DA TEMPERATURA CORPORAL O Hipotálamo pode ser caracterizado como o Termostato corporal. Encontra-se nele termorreceptores periféricos e neurônios que funcionam como termorreceptores sendo capaz de detectar as variações de temperatura do sangue que por ele passa e ativar osmecanismos de perda ou de conservação do calor necessário à manutenção da temperatura normal. Existe dois centros: PEDRO SANTOS – MEDICINA 2021.1 o Centro da perda do calor: Hipotálamo anterior (ou pré-óptico). Função de vasodilatação periférica e sudorese que resultam em perda de calor. o Centro da conservação do calor: Hipotálamo posterior. Função de vasoconstrição periférica, tremores musculares (calafrios) e liberação do hormônio tireoidiano que aumenta o metabolismo basal gerando calor. Lesões no centro da perda do calor, como consequência p.ex., traumatismo craniano, ocasionam elevação incontrolável da temperatura (FEBRE CENTRAL), quase sempre fatal. Pode ocorrer em procedimento de HIPOFISECTOMIA. Acredita-se que o hipotálamo ativa regiões corticais que determinam comportamentos motivacionais para busca de abrigo, agalho para o frio ou lugares frescos. REGULAÇÃO DO COMPORTAMENTO EMOCIONAL O hipotálamo compartilha áreas com o sistema límbico e possui papel importante na regulação dos processos emocionais. REGULAÇÃO DO EQUILÍBRIO HIDROSSALINO E DA PRESSÃO ARTERIAL O hipotálamo atua na liberação da Vasopressina, através dos neurônios dos núcleos supraóptico e paraventricular, que está intimamente relacionada ao controle do equilíbrio hidrossalino, que, por sua vez, está relacionada a volemia e osmolaridade, representada principalmente pela concentração extracelular de Na+. O hipotálamo recebe aferências de dois órgãos: órgão vascular da lâmina terminal e o órgão sunfornicial. Em ambos não existe barreira hematoencefálica, o que permite detectar, no caso do órgão vascular, a osmolaridade do sangue, e no caso do órgão subfornicial, os níveis circulantes de Angiotensina 2. Outro mecanismo regulador da ingestão de água e sal, que mantém a volemia e a concentração de sódio dentro de valores normais, tem como base receptores periféricos de pressão (barorreceptores) localizados nas paredes dos grandes vasos e no seio carotídeo. Estes receptores percebem alterações da PA e transmitem aos núcleos do trato solitário pelo Nervo Vago. Este núcleo conecta-se com os núcleos paraventricular e supra óptico e com neurônios receptores na área pré-óptica. Quando o sinal detectado é hipovolemia, secreta-se a vasopressina; se for detectada Hiponatremia, é liberado pela hipófise o ACTH, que estimula a secreção de aldosterona pela suprarrenal, reabsorvendo sódio. O hipotálamo também possui a capacidade de ativar a ingestão de água e sal, despertando ou não a sensação de sede e o desejo de ingestão de alimentos salgados. A estimulação de uma área do hipotálamo lateral denominada de centro da sede aumenta a sede que pode ocasionar morte por hiperhidratação. A lesão desta área faz com que o organismo perca a sede, podendo morrer desidratado. REGULAÇÃO DA INGESTÃO DE ALIMENTOS Centro da Fome: situado no hipotálamo lateral. Faz com que o organismo sinta necessidade de se alimentar. Lesões nessa área ocasionam ausência completa do desejo de alimentar-se (ANOREXIA), acarretando em inanição. Centro da Saciedade: corresponde ao núcleo ventromedial. Faz com que o organismo tenha saciedade. Lesões nessa área ocasiona alimentação exagerada (HIPERFAGIA), tornando-se extremamente obseo. REGULAÇÃO DO SISTEMA ENDÓCRINO o Relações do hipotálamo com a neuro-hipófise O ADH é sintetizado por neurônios supraóptico e paraventricular no hipotálamo, e a seguir, é transportado por fibras do trato hipotálamo- hipofisário até a neuro-hipófise. O ADH e também a Ocitocina é transportado acoplado a uma proteína transportadora (NEUROFISINA). Na neuro-hipófise, as fibras do trato hipotálamo-hipofisário terminam em relação com os vasos situados em septos conjuntivos, propiciando a liberação dos hormônios na corrente sanguínea. Essa liberação é facilitada pelo fato de que os capilares possuírem fenestras, não existindo assim, a barreira hematoencefálica. o Relações do hipotálamo com a adeno-hipófise O hipotálamo regula a liberação dos hormônios da adeno-hipófise por um mecanismo entre uma conexão nervosa e outra vascular. Através da conexão nervosa, neurônios neurossecretores localizados no núcleo arqueado e em áreas vizinhas do hipotálamo tuberal secretam substâncias ativas que descem pelas fibras do trato PEDRO SANTOS – MEDICINA 2021.1 túbero-infundibular e são liberadas em capilares situados na eminência mediana e na haste infundibular. Através da conexão vascular, por meio do sistema porta-hipofisário, descem da eminência mediana e haste infundibular, passam através do sistema porta à segunda rede capilar localizada na adeno-hipófise, onde atuam na regulação da liberação dos hormônios. GERAÇÃO E REGULAÇÃO DE RITMOS CIRCADIANOS O termo circadiano de origem latim circa(cerca) e dies (dia), ou seja, de aproximadamente um dia, está relacionada ao ciclo biológico de quase todos os seres vivos em que é gerado em marca-passos ou relógios biológicos. O principal marca-passo localiza-se no NÚCLEO SUPRAQUIASMÁTICO do hipotálamo. A destruição do núcleo supraquiasmático abole a maioria dos ritmos circadianos, incluindo o de vigília-sono. O núcleo supraquiasmático recebe informações acerca da luminosidade do meio ambiente através do TRATO RETINO-HIPOTÁLAMO o que lhe permite sincronizar com o ritmo natural de dia e noite todos os ritmos circadianos de todos os relógios biológicos inclusive fora do sistema nervoso central. No sistema nervoso central também se encontra relógios biológicos que geram ritmos circadianos independentes do núcleo supraquiasmático, como por exemplo nos NÚCLEOS SUPRAÓPTICO e ARQUEADO, responsáveis pelos ritmos circadianos dos hormônios hipofisários. Fora do sistema nervoso, encontra-se a presença de outros relógios biológicos, localizado nos HEPATÓCITOS, onde são responsáveis pelos ritmos circadianos de substâncias associadas as funções hepáticas. REGULAÇÃO DO SONO E VIGILIA A geração desse ritmo é gerada no núcleo supraquiasmático e é repassado ao núcleo pré-óptico ventrolateral e a um grupo de neurônios do hipotálamo lateral que possui como neurônio neurotransmissor o peptídeo orexina (ou hipocretina). Os neurônios do núcleo pré-óptico ventrolateral inibem os neurônios monoaminérgicos do sistema ativador ascendente que resulta em sono. Ao final do período de sono sob ação do núcleo supraquiasmático essa inibição cessa e começa a ação excitatório do neurônio orexinérgico sobre os neurônios do sistema e inicia a vigília. Os neurônios orexinérgicos possuem também ação inibitória sobre os neurônios colinérgicos do núcleo pedúnculo-pontino responsáveis pelo sono. Lesões dos neurônios orexinérgicos, que ocorrem no transtorno do sono denomiado NARCOLEPSIA, fazem com que o quadro de vigília seja interrompido por súbita crises de sono REM podendo haver também perda total do tônus, levando a uma súbita queda, quadro clínico denominado CATAPLEXIA. INTEGRAÇÃO DO COMPORTAMENTO SEXUAL O hipotálamo apresenta conexões com regiões que estão intimamente relacionadas com sinais neurais e químicos provenientes de todo o corpo, gerados ao comportamento sexual. No hipotálamo, a excitação está ligada diretamente aos dois núcleos pré-ópticos. A ereção e a ejaculação dependem do sistema nervoso autônomo que, por sua vez, é regulado pelo hipotálamo. EPITÁLAMO FUNÇÕES GLÂNDULA PINEAL Glândula endócrina ricamente vascularizada, não possui barreira hematoencefálica, e contendo neuróglia e células secretoras denominadas pinealócitos. Essas células possuem um conteúdo abundante em Serotonina que é precursor para a síntese da Melatonina. Possui inervação de fibras Simpáticas pós-ganglionares oriundas do gânglio cervical superior. SECREÇÃO DE MELATONINA. RITMO CIRCADIANO A Melatonina é sintetizadapelas células pinealócitos encontradas na glândula pineal, a partir da serotonina. O processo de síntese é ativado pela noradrenalina liberada pelas fibras simpáticas. Durante o dia, essas fibras apresentam pouca atividade e os níveis de melatonina na pineal e na circulação são muito baixos. Entretanto, durante a noite, a inervação simpática da pineal é ativada, liberando noradrenalina, e os níveis circulantes de Melatonina aumentam. Dessa forma, conclui-se que os níveis de melatonina PEDRO SANTOS – MEDICINA 2021.1 circulante obedece um ritmo circadiano atingindo o pico máximo no período da noite. Entretanto, este ritmo não é intrinseco a pineal, pois depende da atividade do núcleo supraquiasmático do hipotálamo, transmitida à pineal através da inervação simpática. FUNÇÕES DA PINEAL: FUNÇÃO ANTIGONADOTRÓPICA Estudo em animais demonstraram que a glândula pineal tem um efeito inibidor sobre os testículos, causando atrofia. Na natureza, as gônadas atrofiam principalmente quando entra no inverno e o animal inicia seu período de hivbernação. No homem, as evidências ainda são pequenas. SINCRONIZAÇÃO DO RITMO CIRCADIANO E VIGÍLIA-SONO A melatonina tem uma ação sincronizadora suplementar sobre o ritmo vigília-sono agindo diretamente sobre os neurônios do núcleo supraquiasmático que têm receptores para melatonina. Esta ação é especialmente importante quando há mudanças acentuadas no ciclo natural de dia-noite. Por exemplo em vôos intercontinentais em aviões a jato, quando de repente o indivíduo é deslocado para uma região onde é dia quando seu ritmo circadiano está em fase de sono. REGULAÇÃO DA GLICEMIA Possui o efeito de inibir a secreção de insulina nas células BETA das ilhotas pancreáticas. Como os pinealócitos têm receptores de insulina, postulou-se a existência de uma alça retroalimentação entre pinealócitos e células-beta. REGULAÇÃO DA MORTE CELULAR POR APOPTOSE A melatonina inibe o aparecimento de células em apoptose, ao contrário dos corticoides que ativam esse processo. Esse fator é importante, ao contrário do que ocorre em células normais, nas células cancerosas a melatonina aumenta a apoptose, contribuindo para a regressão de certos tipos de tumores. AÇÃO ANTIOXIDANTE Possui grande efeito antioxidante, de forma superior que os antioxidantes tradicionais como as vitaminas A, C, E. Remove radicais livres e aumenta a capacidade antioxidante das células. REGULAÇÃO DO SISTEMA IMUNITÁRIO A Melatonina age sobre células do baço, timo, medula óssea, macrófagos, neutrófilos e células T proporcionando um aumento nas respostas imunitárias. SUBTÁLAMO EXPLICAR AS LESÕES QUE ACOMETEM O DIENCÉFALO RELACIONADAS COM AS MANIFESTAÇÕES DO CASO (PRESSÃO INTRACRANIANA, MOVIMENTO DOS OLHOS) Geralmente, as hemorragias intracranianas provocam sinais/sintomas de elevação da pressão intracraniana, tais como cefaleia, náuseas, vômitos e redução do nível de consciência. A elevação da pressão intracraniana também pode resultar em síndromes de herniação, por exemplo, herniação do unco do lobo límbico que resulta em compressão do nervo craniano oculomotor (NC III) ipsolateral e midríase ipsolateral com desvio lateral e inferior do olho. A elevação da pressão intracraniana também pode provocar paralisia do nervo abducente (NC VI) em decorrência do deslocamento para baixo do tronco encefálico cin tração sobre o compoenente fascicular do NC VI. Isso resulta em desvio medial do olho. Pode ocorrer perda dos reflexos do tronco encefálico, inclusive os reflexos oculocefálico, corneano e faríngeo. EXPLICAR AS PRINCIPAIS SÍNDROMES RELACIONADAS AO DIENCÉFALO (HIPOTÁLAMO, EPITÁLAMO, TÁLAMO, SUBTÁLAMO). Síndrome de Dejerine Roussy A Síndrome de Déjérine-Roussy, também conhecida como Síndrome talâmica de Dejerine-Roussy, trata-se de uma condição que surge após o derrame talâmico (um acidente vascular cerebral – AVC/AVE - que causa danos ao tálamo). Não é bem uma síndrome do tronco PEDRO SANTOS – MEDICINA 2021.1 porque na verdade acomete o Tálamo. É uma síndrome dolorosa. Quando o tálamo é lesado junto com o córtex, a perda da função cerebral é muito maior que quando apenas o córtex é lesado, pois é necessária a excitação talâmica para quase toda atividade cortical. A síndrome talâmica é um bom exemplo da complexidade das funções do tálamo. O núcleo ventral póstero-lateral (pequena estrutura do tálamo) é a conexão talâmica para as vias que conduzem as sensibilidades tátil, térmica e dolorosa e profunda consciente. Sua lesão, por isquemia, infecções ou trauma produz uma série de sinais e sintomas interpretados como Síndrome Talâmica de Déjerine- Roussy. O indivíduo irá apresentar-se: Anestesia - de todas as formas de sensibilidade no hemicorpo contralateral à área lesada. Dor talâmica* - dor severa (forte, intensa) na presença de pouco ou nenhum estímulo*** Hemiparesia contralateral, com déficit motor discreto Hemianestesia superficial - não tem sensibilidade, porém sente dores que são espontâneas. Estereognosia - perde a capacidade de identificar a natureza, forma e propriedades físicas de objetos apenas com o tato (percepção tátil) Ataxia e tremor contralateral Hemianopsia homônima – quando a lesão compromete os núcleos posteriores do tálamo e Hemiplegia contralateral Dor talâmica é intensa e não melhora com analgésico. As dores podem ser espontâneas ou surgir a partir de estímulos não lesivos, entretanto nas duas formas de surgimento ela é de intensidade muito forte. Dor severa e crônica, desproporcional a um estímulo ambiental, também conhecida como disestenia (dor talâmica) ou alodinia (hipersensibilidade a sensações relacionadas a um estímulo que comumente não gera dor, como por exemplo, um algodão ser passado no braço e o indivíduo gritar de dor); O diagnóstico é feito por meio da evidenciação em exames imagiológicos do cérebro de infarto ou tumor no tálamo. O tratamento pode incluir uso de medicamentos e terapias de estimulação. O primeiro inclui o piáceos, antidepressivos e anticonvulsivos. A segunda forma de tratamento engloba fisioterapia, estimulação elétrica do cérebro e da medula espinhal e uso de fontes de calor. Síndrome Adiposogenital De Frohlich Ocorre predominantemente em TUMORES SUPRASSELARES e resultam em um quadro de obesidade frequentemente acompanhado de hipogonadismo, por causa da interferência com os mecanismos hipotalâmicos de controle da secreção dos hormônios gonadotrópicos. Neste caso, tem-se a SÍNDROME ADIPOSOGENITAL DE FROHLICH. Síndrome do Hemibalismo Lesões no núcleo subtalâmico provocam uma síndrome conhecida como hemibalismo, caracterizada por movimentos violentos anormais das extremidades.
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