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HISTÓRIA DA HOMINIZAÇÃO E PRIMEIRAS CIVILIZAÇÕES Analise sobre a história do povo hebreu -André Lamaire Gabriel Ronchi Ferreira RA: 6797895 Professor: André A HISTÓRIA DO POVO HEBREU André Lemaire é um epigrafista, historiador e filólogo francês. Ele é especialista na antiga civilização semita ocidental e nas origens do monoteísmo. No livro história do povo hebreu, André Lemaire tenta explicar o inicio e o desenvolvimento dessa importante civilização, os hebreus são um desafio aos historiadores, por falta de documentos sobre sua origem, e problema de datação aos que temos hoje. Origens Segundo Lemaire, o povo hebreu tem origem semita, sua origem vem da Mesopotâmia, na cidade de Ur dos Caldeus, onde nasceu o patriarca Abraão, Ur era uma cidade extraordinariamente grande, uma verdadeira metrópole da antiguidade. “Documentos antigos afirmam que Abraão ouviu uma mensagem divina de um Deus desconhecido até então por todos (GN 12:1-9).” Abraão com sua esposa Sara e uma comitiva que compunha alguns servos, mulheres e seu sobrinho Ló saíram de Ur dos Caldeus em direção ao sul, ali se formava uma tribo de seminômades, pois se sedentarizavam em tendas e em algum tempo mudavam para outro lugar, esses seminômades costumavam se alojar próximo de cidades, costumavam ter boas relações com as autoridades das cidades em que estavam estalados. Esse povo não se misturava de fato com povos locais, pois desenvolveram costumes próprios e não casavam suas filhas como homens dessas regiões em que peregrinavam. Eles viviam em clãs(grandes famílias), as famílias cresciam em grande velocidade, Abraão teve dois filhos Ismael, filho de uma egípcia(GN 16:16) e Isaque, filho de sua esposa(GN 21: 3), depois Abraão teve mais seis filhos, com Quentura, Zinrã, Jocsã, Medã, Midiã, Isbaque e Suá(GN 25:1) Os filhos de Abraão se espalharam pela Terra gerando seus próprios clãs e descendência, alguns criaram povos grandiosos como Ismael, pai dos Ismaelitas (GN 37:27), Midiã, pai dos Midianitas(GN 2:15) e Isaque, pai dos Hebreus(HB 11:18). A Confederação Israelita O clã que tinha como patriarca Jacó(Israel) filho de Isaque, foi ao Egito e lá ficou por 400 anos e se multiplicaram muito, gerando a ira do Faraó, pois com os hebreus em grande quantidade, podia facilmente haver uma conspiração para tomar o poder de suas mãos, quando os hebreus resolveram sair de lá caminharam em direção a terra de Canaã, onde hoje é localizado o estado de Israel, Líbano e a Palestina, levaram muito tempo para se estabelecer, durante esse tempo, já no comando de Josué estabeleceram leis morais e cívicas para reger o clã que agora contava com muito mais famílias, entre elas foi estabelecido o que hoje chamamos de os 10 mandamentos(Ex20:1-26), e também foi adotado o culto a um único Deus, o Jeová, tornando-se obrigatório abandonar os deuses que trouxeram no princípio em Ur dos Caldeus e também os deuses egípcios que adoravam enquanto moravam no Egito, eles saíram com a cultura egípcia e também com leis e conceitos egípcios, que dificultou um pouco na adaptação a nova vida que iriam começar a trilhar. Lemaire nos diz em seu livro que por um tempo caminharam ausentes de uma estrutura central, e isso ajudava a entrada de novos povos na confederação, inclusive Egípcios e povos de Síquem, Midiãnitas e muitos outros que habitavam regiões próximas, bastava professar o mesmo Deus e seguir as leis propostas, com o tempo levantavam juízes para reger o povo e cuidar deles, pois as ameaças externas eram muitas e eles não tinham poderio militar suficiente e nem matéria-prima suficiente para organizar guerras e invadir territórios, então levantaram homens e puderam se organizar para preparar o povo a vencer guerras e se organizar, entre esses juízes, foi levantada uma mulher (Jz 4:1:4) que declarava juízo sobre o povo e regia a cada caso seguindo as leis antes proposta, por fim venceram muitas batalhas e conquistaram todo o território cananeu, eles não tinham reis nessa época, até que um dia levantaram um homem, chamado Saul para governar e posteriormente Davi (Sm16:1-13), esse tinha grande habilidade de guerra e por isso mais lugares eram conquistados e o clã de Israel se mantinha protegido, os descendentes e Davi reinaram até a divisão do reino, neste tempo já haviam adotado o nome do patriarca Jacó, e se chamaram Israel ou Reino de Israel, eles tinham se divido em 12 tribos, povoando cada parte da região, apenas uma tribo não tinha lugar fixo, era a tribo dos descendentes de Levi,( um dos filhos de JacóIsrael) estes eram responsáveis pela religião e viviam misturados por dentre as tribos servindo sacrifícios a entidade deles. Neste tempo a tribo de Israel já tinham estrutura em casas, praças e monumentos públicos, após Davi, durante o governo de eu filho Salomão foi construído um templo para o Deus que adoravam (IICR: 3). Os Dois Reinos: Israel e Judá Quando, Salomão morreu, foi seu filho Roboão para Siquém, porque todo o Israel foi para o coroar a rei. O povo pediu para Roboão os aliviar com os impostos e eles seriam fiéis ao novo rei, e ele respondendo ao povo agiu de maneira cruel rejeitando o pedido deles. (IReis12:1-15) O povo revoltado com o novo rei, foram para suas tendas e ele fugiu para Jerusalém com medo de ser apedrejado, enquanto isso chamavam Jeroboão que havia ficado refugiado no Egito para governar o povo, uma parte do reino ficou com Roboão, tornando-se o reino de Judá, ou Reino do Sul, enquanto Roboão ficou com a parte de Israel ou Reino do Norte. André Lemaire nos diz que no ano 5 do reinado de Roboão, o faraó Sesac I usou-se da divisão do reino de Salomão para tomar de volta a Palestina, o rei Roboão foi obrigado a dar as riquezas que tinha no templo e também em seu palácio. Após a invasão e a saída dos egípcios de terras agora hebreias, Roboão decidiu reforçar o centro de Judá(Lugar menos afetado durante a invasão), e lá ele fez crescer fortaleza, aproveitou-se da destruição egípcia e atacou Jeroboão, que se instalou em Tirsa, e preparou seu filho para ser resistência contra o outro reino, a guerra entre os reinos durou até as próximas gerações, terminando no reinado de Asa sobre Israel (1Rs 15:6). Jeroboão deixou um filho chamado Nadabe, esse reinou em Israel apenas dois anos. A queda de Nadabe ocorreu por intermédio de um golpe de Estado (1Rs 15:27), seu filho Baasa reinou, mas caiu por oposição do profeta Jeú, Baasa deixou um filho Elá, que governou Israel e também sofreu oposição, dessa vez por Zambri, comandante da metade dos carros. Após exterminar toda a descendencia de Baasa , Zambri foi proclamado rei de Israel, porém o exercito não aceitou o golpe de Estado e sob o comando de Amri, incendiaram o palácio real com Zambri dentro, que não aguentou e morreu. A guerra civil durou quatro anos, após o fim dela, Amri se tornou rei de todo o Israel. A dinastia de Amri Lemaire também nos fala de uma dinastia que até então foi a única que trouxe paz entre os reinos do sul e do norte, para André Lemaire foi uma das melhores época dos hebreus, pois o crescimento econômico e cultural foi grande, ele a assemelha aos tempos de Davi e Salomão, no livro em questão Amri tentou conseguir a paz para o reino de Israel , o palácio de Tersa havia sido destruído no ataque à Zambri, então ele fundou a nova capital em Samaria, ele desejava aproximação com a Fenícia, e casou seu filho Acab com a princesa Jezabel, filha de Etbaal, rei de Tiro(1 Rs 16:31). A aliança foi importante por causa da clara ameaça dos assírios, que fizeram uma expedição ao mediterrâneo e algumas cidades como Tiro, Sidom, Biblos e Anarode foram obrigadas a pagar tributos a eles. Amri poisfim a guerra contra o reino de Judá, ao fim do reinado de Asa, o reino de Judá estava enfraquecido, militar e financeiramente, já não representava ameaça ao reino de Israel. Acab e Jezabel Contrariando a cultura bíblica, Lemaire não achava interessante mexer no “time que esta ganhando", para ele o reinado de Acab e Jezabel foi bom pro reino pois foi possível aumentar o acervo cultural e religioso, da época, o casamento dessas duas famílias reais representava mais do que um casamento politico, representava também um casamento entre a arte, segundo diz Lemaire. Ele continua em seu livro com a morte de Amri, posteriormente eu filho Acab reina em seu lugar com Jezabel, a fenícia. As relações fenicio-israel se desenvolveram, tanto politicamente como econômico e cultural. Israel e Judá se aproximaram por uma aliança matrimonial de Atalia filha de Acab, com Jorão filho de Josafá, rei de Judá(2Rs 18:16-26). Jezabel teve grande influência no reino de Israel, ela insistiu a adoração ao deus Baal, e pareceu ameaçar a unidade religiosa israelita em torno do culto a Jeová. Com isso a corte real feriu profundamente os israelitas tradicionais , e Elias, o profeta se fez porta-voz destes(1Rs 18:2) O fim da dinastia de Amri Após a morte de Acab, seu filho Ocozias reinou pouco tempo, pois sofreu um acidente no palácio (2Rs 1:2-17). O rei de Moab aproveitou a situação para se revoltar, isso também ocorreu com os Arameus, a intensão deles era se apoderar de Ramot de Galaad. Ocozias não deixou descendentes, quem o sucedeu foi seu irmão Jorão, que usando sua aliança com Judá, tentou restabelecer a situação no além-jordão. Ele organizou uma expedição conjunta que reagrupava Israel, Judá e um contingente edomita, e contornando as defesas de Moab pelo sul do mar morto. Um general de Jorão, Jeú, aproveitou esse enfraquecimento momentaneo para vibrar o ultimo golpe no rei de Israel, matou o rei, a rainha Jezabel e toda a familia real que estava em Israel e Samaria. A dinastia de Jeú O golpe de Estado de Jeú provocou mudanças políticas e cultural na história de Israel(2Rs 10) Esse golpe foi apoiado pelo profeta Elias, que tinha grande influência sobre o povo(2Rs 9). Israel passou por grandes problemas com o rei da Assíria Salmanassar III, e para Judá as coisas não iam muito bem, quando foi anunciado o golpe de Estado de Jeú em Israel, a rainha-mãe Atalia, filha de Acab e Jezabel, subiu ao poder para impedir que a mesma reforma religiosa e politica se estendesse em seu reino, Judá, ela continuou a politica de Acab, aliança com a Fenícia e cultos a deuses como por exemplo Baal (2Rs 11-1:2). Durante o levante ao trono de Atalia, ela mandou matar a familia real, com medo de que os conservadores israelitas voltassem ao poder e destruísse o desenvolvimento que seus pais levaram ao reino, porém um herdeiro real foi escondido na câmara do templo de Jeová por seis anos, enquanto Atalia governava, o menino era criando pela esposa de Joiada, sacerdote do templo, o nome do herdeiro era Joás, um dos filhos de Ocozias que era irmão de Atalia. Joiada decidido a acabar com o governo da rainha, chamou a guarda real que o apoiando tirou Joás do esconderijo e o proclamou rei, ele tendo apenas sete anos, e mataram Atalia, e assim como ocorreu em Israel com Jeú, Joás mandou destruir o templo de baal e matou o sacerdote do templo, Matan. O reinado de Joás trouxe uma grande reforma religiosa e administrativa como diz André Lamaire, os sacerdotes passaram a participar na direção do reino, principalmente o sacerdote Joiada. Com o passar do tempo se levantou uma conspiração ao reino de Joás por parte dos sacerdotes (pois o rei decidiu tomar a frente da administração do reino, a conspiração resultou na morte do rei Joás (2Rs 12:18-22). O filho de Joás, Jeroboão II passou a reinar, e reinou por longos quarenta anos, ele teve sucesso semelhante ao rei Davi, ele assegurou prosperidade economica por uma alianca com os fenicios, ele sofreu forte oposição por parte dos profetas, particularmente do profeta Amós. Com a morte de Jeroboão II, seu filho Zacarias reinou, mas apenas seis meses, ele foi morto por Selum. O assassinato de Zacarias desestabilizou o reino de Israel mais uma vez. Conclusão Durou pouco mais de dois séculos a coexistencia dos dois reinos hebreus. Os reinos viveram guerras constante, por fronteira, vassalagem e outros motivos relevantes. André Lemaire diz que na dinastia de Amri os reinos foram unidos e houve até mesmo casamento entre as famílias reais para estabelecer a paz, mas durou pouco tempo, e logo a paz acabou e os reinos voltaram a se enfrentar. Após um tempo de separação do reino por Jeroboão, eles perderam suas semelhanças, até mesmo as estruturas politicas e sociais dos dois reinos hebreus eram bem diferentes. Em dois séculos, o reino de Israel passou pelo menos por oito golpes de Estado, trocando as famílias reais. Muito numerosas são as razões dessa instabilidade política, em parte, o motivo foi a revolta de Jeroboão. No novo Estado, o rei era sobretudo um chefe militar rapidamente destronado quando sofria uma derrota. O reino de Israel era geograficamente mais extenso que onde Judá. O poder real era contrabalançado pela moral e autoridade religiosa dos profetas, estes desempenhavam um poder político muito importante, ora apoiava reis, ora os derrubavam, suas intensões era proteger o povo Israelita das influências estrangeiras que cercavam a região. Bibliografia: • História do povo hebreu – André Lemaire • Bíblia Sagrada Livro de Gênesis Livro de Hebreus Livro de Êxodo Livro de 1 Reis Livro de 2 Reis Livro de Salmos Livro de Juízes Livro de 2 Crônicas Origens A Confederação Israelita Os Dois Reinos: Israel e Judá A dinastia de Amri Acab e Jezabel O fim da dinastia de Amri A dinastia de Jeú Conclusão