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sistema locomotor IGOR DE ANGELI • MEDICINA – TURMA XXVIII IGOR DE ANGELI • MEDICINA – TURMA XXVIII 1 sistema locomotor A coluna vertebral representa o conjunto de ossos articulados (vértebras) que formam o eixo de sustentação corporal dos vertebrados, contendo em seu interior um orifício que transpassa longitudinalmente cada unidade vertebral, formando um canal no qual se aloja a medula espinhal. • EMBRIOLOGIA DA COLUNA VERTEBRAL: o tecido embrionário que dá origem ao tronco vertebral (ossos) e cartilagens é o mesoderma. E a partir daí, ocorre o desenvolvimento da coluna vertebral a partir da 3ª semana. • DIVISÃO ANATÔMICA: no adulto, a coluna vertebral normalmente tem 33 vértebras, organizadas em cinco regiões: a) 7 VÉRTEBRAS CERVICAIS; b) 12 TORÁCICAS; c) 5 LOMBARES; d) 5 SACRAIS e; e) 4 COCCÍGEAS. Só há movimento significativo entre as 25 vértebras superiores. Das 9 vértebras inferiores, as 5 vértebras sacrais estão fundidas nos adultos formando o sacro e, após aproximadamente 30 anos de idade, as 4 vértebras coccígeas se fundem para formar o cóccix. • CLASSIFICAÇÃO VERTEBRAIS: as vértebras atípicas (caracterizadas por apresentarem alterações do desenvolvimento) são vértebras em que houve alterações da forma e do desenvolvimento, afastando-se das vértebras esquemáticas. São elas: atlas (C1), áxis (C2), e a sétima proeminente (C7). coluna vertebral IGOR DE ANGELI • MEDICINA – TURMA XXVIII 2 sistema locomotor As vértebras típicas ou verdadeiras, são vértebras independentes, contém componentes estruturais que são comuns a todas as vértebras. A vértebra típica consiste em um corpo vertebral, um arco vertebral e sete processos (processo espinhoso, processo articular e processo transverso). • TIPOS DE ARTICULAÇÕES: as principais articulações presentes nas vértebras são: a) ARTICULAÇÕES DOS CORPOS VERTEBRAIS; b) ARTICULAÇÕES DOS ARCOS VERTEBRAIS; c) ARTICULAÇÕES CRANIOVERTEBRAIS (atlantoaxiais e atlantoccipitais); d) ARTICULAÇÕES COSTOVERTEBRAIS; e) ARTICULAÇÕES SACROILÍACAS. • FUNÇÕES DAS ARTICULAÇÕES E DOS DISCOS: as articulações dos corpos vertebrais são sínfises (articulações cartilagíneas secundárias) destinadas a sustentação de peso e resistência. As faces articulares das vértebras adjacentes são unidas por discos intervertebrais e ligamentos. Os discos intervertebrais oferecem fixações fortes entre os corpos vertebrais, unindo-os em uma coluna vertebral semirrígida contínua e formando a metade inferior da margem anterior do forame intervertebral. Além de possibilitarem o movimento entre vértebras adjacentes, sua deformabilidade elástica permite que absorvam o choque. • LIGAMENTOS VERTEBRAIS: a coluna vertebral tem íntima ligação com os ligamentos. Existem ligamentos entre: a) ARCOS VERTEBRAIS e; b) CORPOS VERTEBRAIS. - ARCOS VERTEBRAIS: teremos os ligamentos longitudinal anterior (limita extensão), longitudinal posterior (resiste à hiperflexão), amarelo (auxilia a extensão da coluna após a flexão), interespinhal (unem processos espinhosos), supraespinhal (unem extremidades à processos espinhosos de C7 até o sacro) e nucal (estende parte occipital até C7 nos processos espinhosos). - CORPOS VERTEBRAIS: teremos os ligamentos longitudinal anterior (começa na base do crânio e se estende até o sacro; reforça a estabilidade da porção anterior da coluna) e longitudinal posterior (localizado dentro do canal vertebral). • MÚSCULOS EXTENSORES PRESENTES NO TRONCO: são eles: § Semiespinal do pescoço; § Iliocostal do pescoço; § Esplênio do pescoço; § Levantador da escápula; § Esplênio da cabeça; § Músculo multífido; § Longuíssimo da cabeça; § Semiespinal da cabeça; § Trapézio; IGOR DE ANGELI • MEDICINA – TURMA XXVIII 3 sistema locomotor § M. semiespinal do tórax; § M. eretor da espinha. • TENDÃO: é uma estrutura fibrosa, grossa, rija e flexível, de coloração esbranquiçada, presente em diversas partes do corpo humano, cuja função é a de conectar os músculos aos ossos. Dessa maneira, auxilia no equilíbrio do corpo e no desenvolvimento dos movimentos, distribuindo as forças nos músculos. Pode ser um tendão flexor ou um tendão extensor. • LIGAMENTO: é um feixe de tecido fibroso, formado por tecido conjuntivo denso modelado, e é mais ou menos comprido, largo e robusto, de forma aplanada ou arredondada, que une entre si duas cabeças ósseas de articulação (ligamento articular) ou mantém no seu local fisiológico habitual um órgão interno (ligamento uma suspensor). É constituído por fibras colágenas ordenadas em feixes compactos e paralelos, o que lhe constitui grande resistência mecânica, e não possui potencial de contração. • ARTICULAÇÃO: é quando os ossos se unem uns aos outros para constituir o esqueleto por meio de estruturas formadas por tecidos conjuntivos. Elas podem ser classificadas, quanto ao movimento, em diartroses, que possibilitam grandes movimentos dos ossos, anfiartrose, que possui um movimento discreto e sinartroses, nas quais não ocorrem movimentos ou, quando ocorrem, são muito limitadas. Conforme o tecido que une as peças ósseas, distinguem-se três tipos de sinartroses: as sinostoses/sinfibrose, as sincondroses e as sindesmoses. • MOVIMENTOS DA COLUNA VERTEBRAL: a coluna vertebral faz movimentos de flexão, extensão, flexão e extensão laterais, e rotação (torção). Só há movimento significativo entre as 25 vértebras superiores. A amplitude de movimento da coluna vertebral varia de acordo com a região e o indivíduo. Flexão e extensão, ambas ocorrem no plano mediano. Flexão lateral (para a direita ou esquerda em um plano frontal), ocorrem principalmente nas regiões cervical e lombar – eixo coronal. A rotação em torno de um eixo longitudinal, ocorre basicamente nas articulações craniovertebrais (aumentadas pela região cervical) e também na região torácica. IGOR DE ANGELI • MEDICINA – TURMA XXVIII 4 sistema locomotor • PRINCIPAIS CURVATURAS DA COLUNA VERTEBRAL: normalmente, em adultos, a coluna tem quatro curvaturas que ocorrem nas regiões cervical, torácica, lombar e sacral. Quando se observa a face posterior do tronco, principalmente em vista lateral, as curvaturas normais da coluna vertebral são mais aparentes. As cifoses torácica e sacral são curvaturas primárias que se desenvolvem durante o período fetal em relação à posição fetal (fletida). As lordoses cervical e lombar são curvaturas secundárias que resultam da extensão a partir da posição fetal fletida. Elas começam a aparecer durante o período fetal, mas só se tornam evidentes na lactância. A lordose cervical torna-se bem evidente quando um lactente começa a levantar (estender) a cabeça em decúbito ventral e a manter a cabeça ereta na posição sentada. • LIMITAÇÕES DOS MOVIMENTOS/DESVIOS DA COLUNA VERTEBRAL: a) HIPERLORDOSE: curvatura com concavidade posterior, acima de 45º, aumentando-se o grau da lordose na parte cervical ou lombar, causando alongamento do pescoço para frente se for cervical ou de forma que a região pélvica fica mais para trás se for uma hiperlordose lombar, podendo ter como causas a malformação óssea, posturas incorretas, falta de exercício físico, desgaste do tecido, mecanismo de compensação, rigidez e contratilidade, osteoporose, doença de Sheuermann, sendo que tais fatores levam a consequências biomecânicas. b) HIPERCIFOSE: curva torácica cifótica demasiada, acima de 45º, também chamada de corcunda, que atinge na maioria das vezes mulheres devido a alterações genéticas, fraqueza muscular ou hábitos de má postura, IGOR DE ANGELI • MEDICINA – TURMA XXVIII 5 sistema locomotor causando dores principalmentedurante atividades que exijam bastante esforço ou durante a realização de movimentos repetitivos. c) ESCOLIOSE: curvatura/desvio lateral maior que 10º da coluna vertebral no plano frontal, acompanhada por rotação das vértebras. Os processos espinhosos giram em direção à concavidade anormal e, quando o indivíduo se curva para frente, as costelas giram posteriormente (projetam-se) no lado da convexidade aumentada. • FATORES ETIOLÓGICOS E FISIOPATOLOGIA DA ESCOLIOSE: as deformidades da coluna vertebral, como a ausência de desenvolvimento de metade de uma vértebra (hemivértebra), são causas de escoliose estrutural. Às vezes, a escoliose estrutural está associada a hipercifose torácica (cifoescoliose), na qual um diâmetro anteroposterior anormal causa restrição grave do tórax e da expansão pulmonar. Cerca de 80% dos casos de escoliose estrutural são idiopáticos, ocorrendo sem que haja outros problemas de saúde associados nem uma causa identificável. A escoliose idiopática surge em meninas entre 10 e 14 anos e em meninos entre 12 e 15 anos. É mais comum e acentuada no sexo feminino. • CLASSIFICAÇÕES DA ESCOLIOSE: a Classificação da Scoliosis Research Society divide em escoliose estrutural (toracoplastia) e não estrutural. A escoliose estrutural apresenta 3 características principais: I) Tecidos moles se retraem na concavidade da curva; II) Surgem alterações na forma dos corpos vertebrais, no tamanho das lâminas, nos pedículos e nos processos transversos das vértebras envolvidas na deformidade e; III) Há deformidade em rotação fixa das vértebras envolvidas, em que o corpo vertebral roda para a convexidade da curvatura. Já a escoliose não estrutural é o desvio lateral da coluna não relacionado a alterações estruturais das vértebras ou dos discos intervertebrais. • ÂNGULO DE COBB: é considerado padrão ouro para avaliação da escoliose através de radiografia panorâmica da coluna cervical. • OSSIFICAÇÃO DAS VÉRTEBRAS: as vértebras começam a se desenvolver durante o período embrionário como condensações IGOR DE ANGELI • MEDICINA – TURMA XXVIII 6 sistema locomotor mesenquimais ao redor da notocorda. Mais tarde, esses modelos ósseos mesenquimais sofrem condrificação e formam-se vértebras cartilaginosas. Tipicamente, as vértebras começam a ossificar perto do fim do período embrionário, com o desenvolvimento de três centros de ossificação primários em cada vértebra cartilaginosa: uma região central endocondral, que mais tarde irá constituir a maior parte do corpo da vértebra, e dois centros pericondrais, um em cada metade do arco neural. A ossificação continua durante todo o período fetal. Ao nascimento, a vértebra em geral e as vértebras sacrais superiores são formadas por três partes ósseas unidas por cartilagem hialina. As vértebras sacrais inferiores e todas as vértebras coccígeas ainda são totalmente cartilaginosas; sua ossificação ocorre durante a infância. As metades dos arcos neurais articulam-se nas articulações neurocentrais, que são articulações cartilagíneas primárias. As metades do arco neural/vertebral começam a se fundir posteriormente ao canal vertebral durante o 1° ano, começando na região lombar e prosseguindo nas regiões torácica e cervical. Os arcos neurais começam a se fundir com os centros na região cervical superior perto do fim do 3° ano de vida, mas geralmente o processo não é concluído na região lombar inferior até depois do 6° ano. Durante a puberdade, surgem cinco centros de ossificação secundários em cada vértebra em geral: um na extremidade do processo espinhoso; um na extremidade de cada processo transverso; e duas epífises anulares, uma na margem superior e outra na margem inferior de cada corpo vertebral (isto é, ao redor das margens das faces superior e inferior do corpo vertebral). Às vezes as epífises anulares hialinas, às quais se fixam os discos intervertebrais, são denominadas lâminas epifisiais de crescimento e formam a zona a partir da qual o corpo vertebral cresce em altura. Quando o crescimento cessa no início da vida adulta, as epífises geralmente se unem ao corpo vertebral. Essa união resulta na margem elevada lisa característica, a margem epifisial, ao redor das margens das faces superior e inferior do corpo vertebral no adulto. Todos os centros de ossificação secundários geralmente se unem às vértebras por volta dos 25 anos de idade. As exceções ao padrão típico de ossificação ocorrem nas vértebras CI, CII e CVII e no sacro e cóccix. IGOR DE ANGELI • MEDICINA – TURMA XXVIII 7 sistema locomotor O ombro inclui as regiões peitoral, escapular e deltóidea do membro superior, e a parte lateral da região cervical lateral (fossa supraclavicular maior). Os ossos que estão presentes nessa região são basicamente a clavícula, a escápula e o úmero. • DETALHAMENTO DOS OSSOS DO OMBRO: - CLAVÍCULA: une o membro superior ao tronco. - ESCÁPULA: é um osso plano triangular situado na face posterolateral do tórax, superposto às 2ª e 7ª costelas. - ÚMERO: o maior osso do membro superior. Articula-se com a escápula na articulação do ombro e com o rádio e a ulna na articulação do cotovelo. • ARTICULAÇÕES DO OMBRO: são elas: a) ARTICULAÇÃO ESTERNOCLAVICULAR (EC): é do tipo sinovial selar, mas funciona como esferoide (disco fibrocartilaginoso). b) ARTICULAÇÃO ACROMIOCLAVICULAR (AC): é do tipo sinovial plana monoaxial. Está de 2 a 3 cm de distância da “ponta” do ombro formada pela parte lateral do acrômio. c) ARTICULAÇÃO GLENOUMERAL: é do tipo sinovial esferóide. É traxial e permite grande amplitude de movimento. Sua mobilidade, porém, torna-a relativamente instável. d) ARTICULAÇÃO ESCAPULOTORÁCICA: a rigor não é uma articulação, pois não une ossos. É um sistema de deslizamento da superfície interna da escápula e do gradil costal. ombro IGOR DE ANGELI • MEDICINA – TURMA XXVIII 8 sistema locomotor e) ARTICULAÇÃO SUBDELTOIDEA: localiza- se entre a cabeça do úmero e o arco coracoacromial. • LIGAMENTOS DO OMBRO: são eles: a) LIGAMENTOS DA ARTICULAÇÃO ESTERNOCLAVICULAR: a resistência da articulação EC depende de seus ligamentos e de seu disco articular. b) LIGAMENTOS DA ARTICULAÇÃO ACROMIOCLAVICULAR: o ligamento acromioclavicular se estende do acrômio até a clavícula e fortalece a articulação AC superiormente. No entanto, a integridade da articulação é mantida por ligamentos extrínsecos distantes da articulação. c) LIGAMENTOS DA ARTICULAÇÃO DO OMBRO: são os glenoumerais (reforçam a face anterior da cápsula articular), o coracoumeral (uma faixa larga e forte que vai da base do processo coracoide até a face anterior do tubérculo maior do úmero) e o arco coracoacromial (estrutura osteoligamentar que forma um arco protetor situado sobre a cabeça do úmero, impedindo seu deslocamento superior da cavidade glenoidal). • MÚSCULOS DO OMBRO: a musculatura do ombro é dividida em: - MÚSCULOS TORACOAPENDICULARES ANTERIORES: peitoral maior, peitoral menor, subclávio e serrátil anterior. - MÚSCULOS TORACOAPENDICULARES POSTERIORES: trapézio, latíssimo do dorso, levantador de escápula, romboides maior e menor. IGOR DE ANGELI • MEDICINA – TURMA XXVIII 9 sistema locomotor - MÚSCULOS ESCAPULOUMERAIS: deltoide, supraespinhal, infraespinhal, redondo menor e maior e subescapular. • CINTURA ESCAPULAR: a cintura escapular é um anel ósseo, incompleto posteriormente, formado pelas escápulas e clavículas e completado anteriormente pelo manúbrio do esterno (parte do esqueleto axial). É composta por 5 articulações: glenoumeral, esternoclavicular, acromioclavicular, coracoclavicular e escapulotorácica. • NERVOS DO OMBRO(PLEXO BRAQUIAL): O plexo braquial é formado pela união dos ramos anteriores dos quatro nervos cervicais inferiores e da parte maior do ramo anterior do primeiro nervo torácico. Quando o ramo de C4 é grande, o de T2 está quase sempre ausente e o ramo de T1 é reduzido, formando um tipo “prefixado” de plexo. Se o ramo de C4 for pequeno ou ausente, a contribuição de C5 é reduzida, mas a de T1 é grande e há sempre contribuição de T2: esta disposição constitui o tipo “pós-fixado” de plexo. - NERVO AXILAR: à ORIGINADO: fascículo posterior (recebe fibras de C5 e C6). à ORIGINA: N. cutâneo lateral superior do braço. à INERVA: deltoide, m. redondo menor e articulação do ombro. à TRAJETO: sai da fossa axilar posteriormente, atravessando o “espaço quadrangular”; termina se espiralando ao redor do colo cirúrgico do úmero. à MECANISMO DE LESÃO: vacina na parte posterolateral do deltoide. IGOR DE ANGELI • MEDICINA – TURMA XXVIII 10 sistema locomotor - NERVO RADIAL: à ORIGINADO: fascículo posterior (recebe fibras de C5 a T1). à ORIGINA: Nn. radiais superficial e profundo. à INERVA: todos os músculos posteriores do braço e os extensores: tríceps braquial, braquiorradial, ancôneo, extensores do antebraço, pele da região posterior. à TRAJETO: sai da fossa axilar posteriormente à artéria axilar. à MECANISMO DE LESÃO: fratura na parte medial do úmero. à SINAL: mão caída (impossibilidade de estender o punho). Ao exame físico o paciente pode apresentar dificuldade de extensão do braço, antebraço e punho. - NERVO MUSCULOCUTÂNEO: à ORIGINADO: fascículo lateral (recebe fibras de C5 – C7). à ORIGINA: N. cutâneo lateral do antebraço. à INERVA: músculo anteriores/flexores do braço: coracobraquial, bíceps braquial e braquial. à TRAJETO: sai da axila perfurando o m. coracobraquial, desce entre os mm. Bíceps e braquial, inervando ambos. à MECANISMO DE LESÃO: pode ser causada por carregar mochila pesada. à SINAL: dificuldade para fletir o cotovelo. - NERVO MEDIANO: à ORIGINADO: raiz lateral do nervo mediano (é ramo do fascículo lateral - C6 e C7) e raiz medial (é ramo do fascículo medial - C8 e T1). à INERVA: Mm. do compartimento anterior do antebraço (com excessão do flexor ulnar do carpo e metade ulnar do m. flexor profundo dos dedos), 5 músculos intrínsecos na metade tenar da palma e a pele da palma. à TRAJETO: inicialmente é paralelo à artéria axial; continua descendo e no braço está lateral à artéria braquial; passa a se situar medialmente à fossa cubital; atravessa o túnel do carpo. à MECANISMO DE LESÃO: cotovelo, punho, e compressão do túnel do carpo. à SINAL: mão de benção (flexão dos dedos 1, 2 e 3 prejudicada – somente ao exame físico). IGOR DE ANGELI • MEDICINA – TURMA XXVIII 11 sistema locomotor - NERVO ULNAR: à ORIGINADO: fascículo medial (recebe fibras de C8, T1 e muitas vezes de C7). à INERVA: M. flexor ulnar do carpo e metade ulnar do m. flexor profundo dos dedos, a maioria dos mm. Intrínsecos da mão, pele da mão medial à linha axial do 4º dedo. à TRAJETO: desce a região medial do braço, passa posteriormente ao epicôndilo medial do úmero, desce pela face ulnar do antebraço até a mão. à MECANISMO DE LESÃO: cotovelo; no punho, compressão do canal de Guyon. à SINAL: mão em garra (pode ser percebida em repouso). • ESTABILIZAÇÃO DINÂMICA E ESTÁTICA DO OMBRO: os estabilizadores dinâmicos são: músculos do manguito rotador e os escapuloumerais. Já os estabilizadores estáticos são: glenóide óssea, lábio glenoidal, cápsula articular, ligamentos glenoumerais e intervalo dos rotadores. • MOVIMENTOS DO OMBRO: IGOR DE ANGELI • MEDICINA – TURMA XXVIII 12 sistema locomotor (A) Flexão; (B) Extensão; (C) Abdução; (D) Adução; (E) Rotação interna; (F) Rotação externa; (G) Abdução horizontal; (H) Adução horizontal. • BURSAS: são cavidades saculares que contêm películas capilares de líquido sinovial secretado pela membrana sinovial, perto da articulação do ombro. As bolsas estão situadas nos locais onde há atrito dos tendões contra o osso, os ligamentos ou outros tendões e onde a pele se move sobre uma proeminência óssea. • LÍQUIDO SINOVIAL: composto por ácido hialurônico secretado por células sinoviais na membrana sinovial e líquido intersticial filtrado do plasma sanguíneo, têm como função o transporte de substâncias entre a cartilagem articular (avascular) e o sangue presente nos capilares da membrana sinovial. Nutrientes e O2 passam do sangue para a cartilagem articular, e o CO2 se difunde no sentido contrário. - COMPOSIÇÃO BIOQUÍMICA E CITOLÓGICA DO LÍQUIDO SINOVIAL: bioquimicamente, há a presença de mucina, albumina, gordura e sais minerais. Na composição citológica, encontram-se linfócitos, monócitos, neutrófilos, células sinoviais, ragócitos, lipófagos e células LE. Um dos elementos mais importantes na redução do atrito é o proteoglicano lubricina. A mão é a extremidade do membro superior, articulada com o antebraço pelo punho e terminada pelos dedos. • INERVAÇÃO DA MÃO E DO PUNHO: a inervação dessas duas partes dos MMSS ocorre pelos seguintes nervos: - NERVO MEDIANO: a) Sensibilidade para o polegar, indicador, dedo médio e metade radial volar do anular. b) Motricidade dos músculos flexores extrínsecos (flexor radial do carpo, flexor longo do polegar, flexor superficial para todos os dedos e mão e punho IGOR DE ANGELI • MEDICINA – TURMA XXVIII 13 sistema locomotor porção radial do flexor profundo dos dedos e palmar longo). c) Motricidade dos músculos intrínsecos (cabeça superficial do flexor curto do polegar, oponente do polegar, abdutor curto do polegar e lumbricais para os dedos indicador e médio). - NERVO ULNAR: a) Sensibilidade para os dedos mínimos e metade ulnar do anular. b) Motricidade de músculos extrínsecos (flexor ulnar do carpo, porção ulnar do flexor profundo dos dedos). c) Motricidade de músculos intrínsecos (cabeça profunda do flexor curto do polegar, adutor do polegar, músculos da eminência hipotenar, interósseos palmares, dorsais e lumbricais para os dedos anular e mínimo). - NERVO RADIAL: a) Sensibilidade para a região da tabaqueira anatômica e dorso do polegar, indicador, médio e metade radial do anular até a articulação interfalângica distal. b) Motricidade dos músculos extensores extrínsecos (extensor ulnar do carpo, extensor comum dos dedos, extensor próprio do indicador, extensor próprio do dedo mínimo, extensor radial curto e longo do carpo, abdutor longo do polegar, extensor curto e longo do polegar). • OSSOS DO PUNHO: o punho, ou o carpo, é formado por oito ossos carpais, dispostos em duas fileiras, proximal e distal, de quatro ossos. Esses pequenos ossos conferem flexibilidade ao punho. São eles: § ESCAFÓIDE; § SEMILUNAR; § PIRAMIDAL; § PISIFORME; § TRAPÉZIO; § TRAPEZOIDE; § CAPITATO; § HAMATO. IGOR DE ANGELI • MEDICINA – TURMA XXVIII 14 sistema locomotor • ARTICULAÇÕES DO PUNHO E DA MÃO: são essas as articulações presentes no punho e na mão: a) RADIOULNAR DISTAL: é sinovial trocoidea. Permite a pronação e supinação. b) RADIOCÁRPICA (PUNHO): é sinovial elipsoide. Permite a flexão/extensão, abdução/adução e circundação. c) MÉDIOCARPICA: é sinovial plana. Permite a flexão/extensão, abdução/adução e circundação. d) INTERCÁRPICAS: é sinovial plana. Permite a flexão/extensão, abdução/adução e circundação. e) CARPOMETACARPAIS: é sinovial plana. Permite a flexão/extensão, abdução/adução e circundação. f) INTERMETACARPAIS: é sinovial plana. Permite a flexão/extensão, abdução/adução e circundação. g) METACARPOFALÂNGICAS: é sinovial elipsóidea. Permite a flexão/extensão,abdução/adução e circundação. h) INTERFALÂNGICAS: é sinovial elipsóidea. Permite a flexão e extensão. • LIGAMENTOS DO PUNHO E DA MÃO: os ligamentos do punho e da mão acompanham os mesmos nomes que as articulações. a) RADIOULNAR DISTAL: ligamento anterior e ligamento posterior. b) RADIOCÁRPICA (PUNHO): ligamentos radiocarpais palmares e dorsais; ligamento colateral ulnar e radial. c) MÉDIOCARPICA E INTERCÁRPICA: ligamento anterior, posterior e interósseo. d) CARPOMETACARPAIS E INTERMETACARPAIS: ligamentos carpometacarpais, metacarpais palmares, metacarpais dorsais, metacarpais interósseos e metacarpais transversos. e) METACARPOFALÂNGICAS E INTERFALÂNGICAS: ligamento colateral medial e lateral, palmares e metacarpais transversos profundos. • MOVIMENTOS DO PUNHO: o movimento no punho é produzido principalmente pelos músculos “carpais” do antebraço, cujos tendões estendem-se ao longo dos quatro ângulos do punho para se fixar às bases dos ossos metacarpais. São os movimentos: flexão, extensão, abdução e adução. a) FLEXÃO: realizado pelos flexores radial do carpo, ulnar do carpo, flexor dos dedos e do polegar, palmar longo e abdutor longo do polegar. b) EXTENSÃO: realizado pelos extensores radial longo do carpo, radial curto do IGOR DE ANGELI • MEDICINA – TURMA XXVIII 15 sistema locomotor carpo, ulnar do carpo, dos dedos e do polegar. c) ABDUÇÃO: realizado pelo abdutor longo do polegar, flexor radial longo do carpo, extensor radial curto do carpo e extensor radial longo do carpo. d) ADUÇÃO: realizado pelo extensor ulnar do carpo e flexor ulnar do carpo. • MOVIMENTOS DA MÃO: • MÚSCULOS DA MÃO: existem os músculos da eminência tenar, da eminência hipotênar e os intrínsecos da mão. - EMINÊNCIA TENAR: § ABDUTOR CURTO DO POLEGAR: à ORIGEM: escafoide, trapézio e retináculo dos flexores. à LOCALIZAÇÃO: falange proximal do polegar. à INERVAÇÃO: nervo mediano. à AÇÃO: abdução e flexão do polegar. § FLEXOR CURTO DO POLEGAR: à ORIGEM: trapézio, trapezoide, capitato e retináculo dos flexores. à LOCALIZAÇÃO: falange proximal do polegar. à INERVAÇÃO: nervo mediano e nervo ulnar. à AÇÃO: flexão da articulação metacarpofalangiana do polegar. § OPONENTE DO POLEGAR: à ORIGEM: trapézio e retináculo dos flexores. à LOCALIZAÇÃO: 1º metacarpal. à INERVAÇÃO: nervo mediano. à AÇÃO: oposição do polegar. § ADUTOR DO POLEGAR: à ORIGEM: 2º e 3º metacarpais e capitato. à LOCALIZAÇÃO: falange proximal do polegar. à INERVAÇÃO: nervo ulnar. à AÇÃO: adução do polegar. - EMINÊNCIA HIPOTENAR: § ADUTOR DO DEDO MÍNIMO: à ORIGEM: pisiforme e flexor do carpo. à LOCALIZAÇÃO: falange proximal do dedo mínimo. à INERVAÇÃO: nervo ulnar. à AÇÃO: abdutor do dedo mínimo. § OPONENTE DO DEDO MÍNIMO: à ORIGEM: hamato e retináculo dos flexores. à LOCALIZAÇÃO: 5º metacarpal. à INERVAÇÃO: nervo ulnar. à AÇÃO: oposição do dedo mínimo. IGOR DE ANGELI • MEDICINA – TURMA XXVIII 16 sistema locomotor § FLEXOR CURTO DO DEDO MÍNIMO: à ORIGEM: hamato e retináculo dos flexores. à LOCALIZAÇÃO: falange proximal do dedo mínimo. à INERVAÇÃO: nervo ulnar. à AÇÃO: flexão da articulação metacarpofalângica do dedo mínimo. - INRÍNSECOS DA MÃO: § PALMAR LONGO. § LUMBRICAIS. § INTERÓSSEOS PALMARES. § INTERÓSSEOS DORSAIS. • MÚSCULOS DO ANTEBRAÇO: aqui, encontram-se os músculos flexores e extensores do punho. - FLEXORES DO PUNHO: à FLEXOR RADIAL DO CARPO: inervado pelo nervo mediano. à PALMAR LONGO: inervado pelo nervo mediano. à FLEXOR ULNAR DO CARPO: inervado pelo nervo ulnar. - EXTENSORES DO PUNHO: à EXTENSOR ULNAR DO CARPO: inervado pelo nervo radial. à EXTENSOR RADIAL LONGO DO CARPO: inervado pelo nervo radial. à EXTENSOR RADIAL CURTO DO CARPO: inervado pelo nervo radial. • TENDÕES: o retináculo dos músculos extensores garante o trajeto dos músculos extensores da mão. Para tanto, ele é subdividido em seis compartimentos, os quais, a partir da direção radial, são numerados de 1 a 6. § 1º COMPARTIMENTO TENDÍNEO: músculo abdutor longo do polegar e músculo extensor curto do polegar. § 2º COMPARTIMENTO TENDÍNEO: músculo extensores radiais longo e curto do carpo. § 3º COMPARTIMENTO TENDÍNEO: músculo extensor longo do polegar. § 4º COMPARTIMENTO TENDÍNEO: músculo extensor longo dos dedos e músculo extensor do dedo indicador. § 5º COMPARTIMENTO TENDÍNEO: músculo extensor do dedo mínimo. IGOR DE ANGELI • MEDICINA – TURMA XXVIII 17 sistema locomotor § 6º COMPARTIMENTO TENDÍNEO: músculo extensor ulnar do carpo. De modo semelhante aos músculos flexores, os músculos extensores seguem em curtas bainhas tendíneas, através dos compartimentos do retináculo. A aponeurose dorsal é uma estrutura ligamentar que consiste em um trato medial e um trato lateral: § TRATO MEDIAL: é formado, principalmente, pelo musculo extensor longo dos dedos e se insere nas falanges proximal e média. § TRATO LATERAL: consiste, principalmente, nos tendões de inserção dos músculos lumbricais e se insere na falange distal. • TÚNEIS SINOVIAIS: são facilitadores do deslocamento dos tendões flexores durante os movimentos de flexão e extensão das articulações metacarpo/metatarso falangeana ou interfalangeana e, juntamente com o ligamento anular volar, mantém os tendões flexores em suas posições normais, permitindo a máxima vantagem biomecânica à ação deles. Os principais túneis sinoviais existentes são o Túnel do Carpo e o Canal de Guyon (ulnar). - TÚNEL DO CARPO: o espaço côncavo anterior formado pelo pisiforme e hamato (no lado ulnar) e escafóide e trapézio (no lado radial), com a cobertura superior do retináculo dos músculos flexores (fortes feixes fibrosos de tecido conjuntivo), consiste no Túnel do Carpo. É uma faixa fibrosa através do qual passam os tendões dos músculos flexores superficiais e profundos dos dedos, flexor longo do polegar e o nervo mediano. Nessa região, os tendões flexores são envolvidos por membranas sinoviais, sendo o líquido sinovial de grande importância para sua nutrição e lubrificação. O estreitamento desse túnel, em decorrência de fatores como inflamação, pode dar origem a uma condição chamada de Síndrome do Túnel do Carpo. IGOR DE ANGELI • MEDICINA – TURMA XXVIII 18 sistema locomotor - CANAL DE GUYON (ULNAR): o nervo ulnar passa por um túnel separado na região do carpo, delimitado pelo hâmulo do hamato e pisiforme, denominado Canal de Guyon. Os tendões extensores são envolvidos por membrana sinovial no punho. Nessa região, encontramos seis compartimentos, tendo a cápsula articular dorsal do punho como assoalho, e o ligamento transverso, ou retináculo dos extensores, como teto. • TENDINOPATIAS: podem ocorrer em qualquer articulação que tenha tendões inseridos. O problema mais comum relacionado aos tendões é chamado de tendinite, que é a inflamação do tendão. - TENDINOSSINOVITE: o dedo em gatilho (também chamado de tenossinovite flexora estenosante) é causado por uma disparidade no tamanho dos tendões flexores e do sistema de polia retinacular circundante na primeira polia anular (A1) que recobre a articulação metacarpofalangiana (MCP). O tendão flexor trava quando tenta deslizar através de uma bainha relativamente estenótica, resultando na incapacidade de flexionar ou estender suavemente o dedo. Em casos graves, o dedo pode travar em flexão ou extensão, exigindo a manipulação passiva do dedo para atingir o movimento normal. O quadril, ou articulação coxo-femoral, é formado pelos ossos da bacia (pelve) e pelo fêmur, o osso mais longo do corpo humano. • DIVISÃO DA PELVE: a pelve é subdividida em pelve maior (falsa) e pelve menor (verdadeira). Cada parte dessa divisãopossui sua especificidade. - PELVE MAIOR (FALSA): é circundada pela parte inferior do cíngulo do MMII que forma a estrutura óssea dos compartimentos da cavidade pélvica e do períneo. Têm grande importância na obstetrícia e ginecologia. - PELVE MENOR (VERDADEIRA): é circundada pela parte superior do cíngulo do MMII. quadril e pelve IGOR DE ANGELI • MEDICINA – TURMA XXVIII 19 sistema locomotor - COMPARAÇÃO ENTRE AS PELVES ÓSSEAS MASCULINA E FEMININA: • OSSOS DA PELVE E DO QUADRIL: § ÍLIO: é um osso plano e chato com irregularidades que forma a maior parte do osso do quadril e contribui para formar a parte superior do acetábulo. Possui corpo, espinhas ilíacas anterossuperiores e anteroinferiores, crista ilíaca, espinha ilíaca posteroinferior, linhas glúteas posterior, anterior e inferior, fossa ilíaca e face auricular e tuberosidade ilíaca. § ÍSQUIO: forma a parte posteroinferior do osso do quadril. Possui ramo, incisura isquiática maior, espinha isquiática, incisura isquiática menor e túber esquiático. § PÚBIS: forma a parte anteromedial do osso do quadril, contribuindo para a parte anterior do acetábulo, e é local de fixação proximal dos músculos mediais da coxa. § FORAME OBTURADO: é uma grande abertura oval ou triangular irregular no osso do quadril. É limitado pelo púbis e ísquio e seus ramos. § ACETÁBULO: é a grande cavidade caliciforme na face lateral do osso do quadril que se articula com a cabeça do fêmur para formar a articulação do quadril. § SACRO E CÓCCIX. • ARTICULAÇÕES DA PELVE: as principais articulações do cíngulo do membro inferior são as articulações sacroilíacas e a sínfise púbica. § ARTICULAÇÕES SACROILÍACAS: fortes e sustentam peso. São formadas por uma articulação sinovial anterior e uma sindesmose posterior. Diferem da maioria das articulações sinoviais porque a mobilidade é limitada, uma consequência de seu papel na transmissão de peso da maior parte do corpo para os ossos do quadril. O movimento da articulação sacroilíaca é limitado a leves movimentos de deslizamento e rotação pelo IGOR DE ANGELI • MEDICINA – TURMA XXVIII 20 sistema locomotor entrelaçamento dos ossos que se articulam e os ligamentos sacroilíacos. § SÍNFISE PÚBICA: consiste em um disco interpúbico (geralmente mais largo em mulheres) fibrocartilagíneo e ligamentos adjacentes que unem os corpos dos ossos do púbis no plano mediano. Possui mobilidade limitada. § ARTICULAÇÕES LOMBOSSACRAIS: anfiartrose do tipo sínfise por discointervertebral entre seus corpos e sinovial (diartrose) plana entre suas faces articulares. Possui mobilidade moderada. § ARTICULAÇÃO SACROCOCCÍGEA: articulação cartilagínea secundária com um disco intervertebral. A fibrocartilagem e os ligamentos unem o ápice do sacro à base do cóccix. Possui maior estabilidade do que mobilidade. • LIGAMENTOS DA PELVE: os principais ligamentos são os relacionados às articulações sacroilíacas, à sínfise púbica, às articulações lombossacrais e à articulação sacrococcígea. - LIGAMENTOS RELACIONADOS ÀS ARTICULAÇÕES SACROILÍACAS: a) LIGAMENTOS SACROILÍACOS ANTERIORES: são as continuações externas que revestem a articulação sacroilíaca. b) LIGAMENTOS SACROILÍACOS POSTERIORES E INTERÓSSEOS: são as principais estruturas associadas à transferência de peso da parte superior do esqueleto axial para os dois ílios do esqueleto apendicular. c) LIGAMENTOS ÍLIOLOMBARES. d) LIGAMENTO SACROTUBERAL: liga a parte posterior do ílio a parte lateral do sacro e cóccix, formando o grande forame isquiático. Têm como função impedir a rotação da parte superior do sacro em situação de aterrissagem ou levantamento de peso na posição de pé. e) LIGAMENTO SACROESPINHAL: liga parte lateral do sacro e cóccix à espinha isquiática, divide o forame isquiático em maior e menor. Têm como função impedir a rotação da parte superior do sacro. • MÚSCULOS DA PELVE E DO QUADRIL: os principais músculos da pelve e do quadril são: psoas maior, ilíaco piriforme, quadrado femoral, obturador interno e externo, gêmeo superior e inferior, glúteo máximo, médio e mínimo, além dos músculos do assoalho pélvico (levantador do ânus e coccígeo). § PSOAS MAIOR: inervado por L2 e L3. Flete, abduz e gira lateralmente a coxa na articulação do quadril; flete a perna na articulação do joelho. IGOR DE ANGELI • MEDICINA – TURMA XXVIII 21 sistema locomotor § ILÍACO: inervado por L2 e L3. Age na flexão da coxa e na articulação do quadril, em conjunto com outros músculos. § PIRIFORME: inervado por L5 e S1. Roda lateralmente a coxa estendida e abduzem a coxa fletida. § QUADRADO FEMORAL: inervado por L5 e S1. Roda lateralmente a coxa. § OBTURADOR INTERNO: inervado por L5 e S1. Roda lateralmente a coxa estendida e abduzem a coxa fletida. § OBTURADOR EXTERNO: inervado por L3 e L4. Roda lateralmente a coxa. § GÊMEO SUPERIOR: inervado por L5 e S1. Roda lateralmente a coxa estendida e abduzem a coxa fletida. § GÊMEO INFERIOR: inervado por L5 e S1. Roda lateralmente a coxa estendida e abduzem a coxa fletida. § GLÚTEO MÁXIMO: inervado por L5, S1 e S2. Estende a coxa e ajuda em sua rotação lateral. § GLÚTEO MÉDIO: inervado por L5 e S1. Aduz e roda medialmente a coxa, mantendo o nível da pelve durante a fase de balanço. • ARTICULAÇÃO DO QUADRIL: a articulação do quadril é a coxofemoral, que é do tipo sinovial esferóide multiaxial. Têm a função de unir o ápice do sacro à base do cóccix. Possui mobilidade elevada. • LIGAMENTOS DO QUADRIL: são eles: § LIGAMENTO ÍLIOFEMORAL: une o ílio ao fêmur. É considerado o mais forte do corpo. Sua função é de impedir a hiperextensão da articulação do quadril durante a postura ereta. § LIGAMENTO PUBOFEMORAL: une o púbis ao fêmur. Sua função é de impedir a abdução excessiva da articulação do quadril. § LIGAMENTO ISQUIOFEMORAL: une o ísquio ao fêmur. Sua função é a de estabilizar o quadril em extensão. § LIGAMENTO DA CABEÇA DO FÊMUR: é uma prega sinovial que conduz um vaso sanguíneo. É fraco e tem pouca importância no fortalecimento da articulação do quadril. § LIGAMENTO TRANSVERSO DO ACETÁBULO: é a continuação do lábio do acetábulo. • MOVIMENTOS DA ARTICULAÇÃO DO QUADRIL: são eles: flexão, extensão, abdução, adução, rotação medial e rotação lateral. § FLEXÃO E EXTENSÃO: ocorre no plano sagital, no eixo latero-lateral e é realizada pelos músculos pectíneo, iliopsoas e sartório. § ABDUÇÃO: ocorre no plano coronal, no eixo antero-posterior e é realizada pelos músculos glúteo médio e mínimo, IGOR DE ANGELI • MEDICINA – TURMA XXVIII 22 sistema locomotor auxiliados pelos músculos tensor da fáscia lata e sartório. § ADUÇÃO: ocorre no plano coronal, no eixo antero-posterior e é realizada pelos músculos adutores longo, curto e magno, auxiliados pelo músculo pectíneo e grácil. § ROTAÇÃO MEDIAL: é realizada pelo músculo tensor da fáscia lata e pelas fibras anteriores dos músculos glúteo mínimo e médio. § ROTAÇÃO LATERAL: é realizada pelos músculos obturadores, gêmeos e quadrado do lombo, auxiliados pelos músculos piriforme, glúteo máximo e sartório. • CINTURA PÉLVICA: é o nome dado à união do esqueleto axial ao esqueleto apendicular nos membros inferiores. Têm como função sustentar o peso da parte superior do corpo nas posições sentada e ortostática, transferir o peso do esqueleto axial para o esqueleto apendicular inferior para ficar de pé e caminhar, proporcionar fixação aos fortes músculos da locomoção e postura, bem como aquelas da parede abdominal, resistindo às forças geradas por suas ações. • EIXOS MECÂNICOS DA ARTICULAÇÃO DO QUADRIL: o ângulo de inclinação corresponde ao ângulo formado entre o eixo do colodo fêmur e da diáfise (eixo diafisário), é também chamado de ângulo cervico- diafisário de Muller. O ângulo de anteversão é formado entre os eixos transversais condilianos e o eixo do colo femoral. Em condições normais a tíbia forma um ângulo ligeiramente valgo em relação ao fêmur. O eixo diafisário entre a tíbia e o fêmur deve formar um ângulo aberto para o lado externo da perna de 170-175°. O ângulo formado pelo eixo transverso dos côndilos femorais e o eixo do colo do fêmur varia de 8 a 35°, com um ângulo normal de 15°. • ÂNGULO DE INCLINAÇÃO DO FÊMUR: as faces articulares do acetábulo e da cabeça do fêmur coincidem melhor quando o quadril está fletido a 90°, abduzido a 5° e rodado lateralmente 10° (posição quadrúpede). A região proximal do fêmur é “curva” (em forma de L) de modo que o eixo longitudinal da cabeça e do colo se projeta em sentido superomedial e forma um ângulo com o corpo oblíquo. Esse ângulo de inclinação obtuso é maior (quase formando uma linha reta) ao nascimento e diminui gradualmente (torna-se mais agudo) até ser alcançado o ângulo do adulto (115 a 140°, média de 126°). • COXA VARA E VALGO: a região proximal do fêmur é “curva” (em forma de L) de modo que o eixo longitudinal da cabeça e do colo IGOR DE ANGELI • MEDICINA – TURMA XXVIII 23 sistema locomotor se projeta em sentido superomedial e forma um ângulo com o corpo oblíquo. - COXA VARA (> 140º): descreve um osso ou articulação em um membro cuja deformação afasta distalmente o elemento da linha mediana. - COXA VALGO (≤ 105): descreve qualquer osso ou articulação de um membro que tenha sofrido deformação que causa desvio distal do elemento em direção à linha mediana. • FASES DA MARCHA: os movimentos dos membros inferiores durante a marcha em superfície plana podem ser divididos em fases alternadas de balanço e de apoio. - FASE DE APOIO: começa com o toque do calcâneo, quando o calcâneo toca o solo e começa a sustentar todo o peso do corpo, e termina com a saída da parte anterior do pé (propulsão) – resultante da flexão plantar. à MÚSCULOS UTILIZADOS: m. glúteo máximo, m. glúteo médio e mínimo, m. tibial anterior, m. quadríceps femoral, m. glúteo médio e mínimo, tensor da fáscia lata e m. tríceps sural (sóleo e gastrocnêmico). - FASE DE BALANÇO: exige flexão do quadril para que a aceleração do membro livre seja maior do que o movimento anterior do corpo. Durante o balanço inicial, há flexão quase simultânea do joelho, em razão do impulso (sem gasto energético), seguida por dorsiflexão (elevação da parte anterior do pé) na articulação talocrural. à MÚSCULOS UTILIZADOS: m. iliopsoas, m. reto femoral, m. tibial anterior e m. quadríceps femoral. O joelho é uma articulação complexa que exige flexibilidade e estabilidade ao mesmo tempo. • OSSOS DO JOELHO: os ossos que compõem o joelho são o fêmur, a tíbia, a fíbula e a patela. - FÊMUR: é o mais longo e mais pesado osso do corpo. Têm por função transmitir o peso do osso do quadril para a tíbia quando a pessoa está de pé. - TÍBIA: é um osso longo que se articula com os côndilos do fêmur superiormente e o tálus inferiormente. - FÍBULA: é um osso que atua principalmente como fixação para músculos, mas também é para a estabilidade da articulação do tornozelo. joelho e coxa IGOR DE ANGELI • MEDICINA – TURMA XXVIII 24 sistema locomotor - PATELA: é o maior osso sesamóide, constituído de tecido ósseo trabecular, coberto por uma delgada lâmina de tecido ósseo compacto. Têm por função conectar os músculos do quadril e da coxa com a perna, proteger a região anterior da articulação do joelho, além de permitir o movimento de flexo-extensão. • ARTICULAÇÕES DO JOELHO: são as maiores e mais superficiais articulações do corpo. São basicamente sinoviais do tipo gínglimo que permitem a flexão e extensão. Entretanto, os movimentos de dobradiça são associados ao deslizamento e rolamento e à rotação em torno de um eixo vertical. § ARTICULAÇÕES FEMOROTIBIAIS: é classificada como uma articulação sinovial do tipo gínglimo uniaxial (diartrose). § ARTICULAÇÃO FEMOROPATELAR: é classificada como uma articulação sinovial do tipo plana uniaxial. - ÂNGULO Q: a posição do fêmur na coxa é diagonal, enquanto a posição da tíbia na perna é quase vertical, criando, no joelho, um ângulo entre os eixos longitudinais desses ossos. O ângulo entre os dois ossos, clinicamente designado ângulo Q, é avaliado traçando-se uma linha que vai da EIAS até o meio da patela e uma segunda linha (vertical) que atravessa o meio da patela e a tuberosidade da tíbia. - MENISCOS DA ARTICULAÇÃO DO JOELHO: são lâminas em forma de meia-lua (“hóstias”) de fibrocartilagem na face articular da tíbia que aprofundam a superfície e absorvem o choque. Têm por função promover e ampliar a estabilidade da articulação, gerar informações sobre a posição do joelho (propriocepção), distribuir o líquido de lubrificação articular (sinovial) e seus nutrientes, proteger a cartilagem articular e ampliar a área de contato entre o fêmur e a tíbia. • LIGAMENTOS DO JOELHO: são classificados em ligamentos capsulares, intracapsulares e extracapsulares. - LIGAMENTOS EXTRACAPSULARES: a cápsula articular é fortalecida por cinco ligamentos extracapsulares: IGOR DE ANGELI • MEDICINA – TURMA XXVIII 25 sistema locomotor § LIGAMENTO COLATERAL FIBULAR OU LATERAL (LCF): muito forte, estende-se inferiormente a partir do epicôndilo lateral do fêmur até a face lateral da cabeça da fíbula. O tendão do poplíteo passa profundamente ao LCF, separando-o do menisco lateral. O tendão do bíceps femoral é dividido em duas partes pelo LCE. § LIGAMENTO COLATERAL TIBIAL OU MEDIAL (LCT): faixa forte, plana, intrínseca (capsular) que se estende do epicôndilo medial do fêmur ao epicôndilo medial e parte superior da face medial da tíbia. A lesão do LCT, que é mais fraco do que o LCF, é mais comum. Consequentemente, o LCT e o menisco medial rompem-se com frequência durante a prática de esportes de contato. § LIGAMENTO DA PATELA (ANTERIOR). § LIGAMENTO POPLÍTEO OBLÍQUO. § LIGAMENTO POPLÍTEO ARQUEADO. - LIGAMENTOS INTRACAPSULARES: § LIGAMENTO CRUZADO ANTERIOR (LCA): o mais fraco dos dois ligamentos cruzados, origina-se na área intercondilar anterior da tíbia, imediatamente posterior à fixação do menisco medial. Limita a rolagem posterior dos côndilos do fêmur (rolagem anterior da tíbia) sobre o platô tibial durante a flexão, convertendo-o em rotação (sem sair do lugar). Também impede o deslocamento posterior do fêmur sobre a tíbia e a hiperextensão da articulação do joelho. § LIGAMENTO CRUZADO POSTERIOR (LCP): o mais forte dos dois ligamentos cruzados, origina-se da área intercondilar posterior da tíbia. O LCP limita a rolagem anterior do fêmur sobre o platô tibial durante a extensão, convertendo-a em rotação. Também impede o deslocamento anterior do fêmur sobre a tíbia ou o deslocamento posterior da tíbia sobre o fêmur e ajuda a evitar a hiperflexão da articulação do joelho. § MENISCO MEDIAL. § MENINSCO LATERAL. § LIGAMENTOS CORONÁRIOS. § LIGAMENTO TRANSVERSO DO JOELHO. à LESÕES LIGAMENTARES IMPORTANTES: a) LESÃO DO LIGAMENTO COLATERAL TIBIAL: ocorre com uma hiperangulação em valgo, levando o joelho em valgo. b) LESÃO DO LIGAMENTO CRUZADO ANTERIOR: ocorre por uma hiperextensão, levando ao deslizamento anterior da tíbia sob o fêmur. IGOR DE ANGELI • MEDICINA – TURMA XXVIII 26 sistema locomotor c) LESÃO DO LIGAMENTO CRUZADO POSTERIOR: rompe-se quando há uma hiperflexão, comprimindo a tuberosidade da tíbia. d) LESÃO DOS MENISCOS: agindo semelhante aos discos intervertebrais, são fibrocartilagens do tipo sinovial,agindo dando suporte contra a compressão do peso, suporte aos ligamentos e articulações. Lesões nos meniscos podem ser causadas por desidratação, uma vez que são ricos em ácido hialurônico e GAG’s), compressão excessiva, protrusão, prolapso e hérnia. • MÚSCULOS EXTENSORES E FLEXORES DO JOELHO: - EXTENSORES DO JOELHO: todos os extensores do joelho são inervados pelo nervo femoral (L2, L3 e L4) e têm a sua principal ação estender a perna na articulação do joelho. a) RETO FEMORAL. b) VASTO LATERAL. c) VASTO MEDIAL. d) VASTO INTERMÉDIO. - FLEXORES DO JOELHO: a) SEMITENDÍNEO: à FIXAÇÃO PROXIMAL: túber isquiático. à FIXAÇÃO DISTAL: face medial da parte superior da tíbia. à FUNÇÃO: estende a coxa, flete a perna e gira medialmente quando o joelho está fletido. Quando a coxa e perna estão fletidas, pode estender o tronco. b) SEMIMEMBRANÁCEO: à FIXAÇÃO PROXIMAL: túber isquiático. à FIXAÇÃO DISTAL: parte posterior do côndilo medial da tíbia. à FUNÇÃO: estende a coxa, flete a perna e gira medialmente quando o joelho está fletido. Quando a coxa e perna estão fletidas, pode estender o tronco. c) BÍCEPS FEMORAL: à FIXAÇÃO PROXIMAL: cabeça longa – túber isquiático – e cabeça curta – linha áspera e supracondilar lateral do fêmur. à FIXAÇÃO DISTAL: face lateral da cabeça da fíbula. à INERVAÇÃO: nervo isquiático. à FUNÇÃO: flete a perna e roda-a lateralmente quando o joelho está fletido. • MOVIMENTOS DO JOELHO: a articulação do joelho pode ser descrita de modo simplista como uma articulação em dobradiça modificada, que permite tanto flexão como extensão, além do movimento rotatório. § EXTENSÃO: em joelho saudáveis, ocorre em até 0º. Quadríceps e tensor da fascia lata produzem o movimento. IGOR DE ANGELI • MEDICINA – TURMA XXVIII 27 sistema locomotor § FLEXÃO: ocorre em 120º (quadil estendido), 140º (quadril fletido) e 160º passivamente. Isquiotibiais, cabeça curta do m. bíceps femoral, grácil, sartório, gastrocnêmio e poplíteo produzem o movimento. § ROTAÇÃO MEDIAL: 10° com o joelho fletido e 5º com o joelho estendido. Semitendíneo, semimembranáceo, grácil e sartório produzem o movimento. § ROTAÇÃO LATERAL: 30º. Bíceps femoral produz o movimento. O pé é a parte do corpo humano que se articula com a extremidade inferior da perna. • OSSOS DO PÉ E DO TORNOZELO: o pé é formado por 7 ossos tarsais, 5 metatarsais e 14 falanges. Já o tornozelo é formado pelas partes estreita e maleolar da região distal da perna, proximal ao dorso do pé e calcanhar, e inclui a articulação talocrural. • DIVISÕES DO PÉ: o pé é dividido em antepé, mediopé e retropé. - ANTEPÉ: é constituído pelos metatarsos e falanges. A articulação entre o mediopé e antepé, articulação tarsometatarsal, também é conhecida como articulação de Lisfranc. à ARTICULAÇÃO DE LISFRANC: é uma articulação tarsometatársica (TMT), sinovial e plana, formada por elementos ósseos, ou seja, pelas bases dos cinco metatarsos, com os três cuneiformes e o cuboide, além dos elementos que oferecem estruturação e sustentação, cujo principal componente são os ligamentos. As fraturas ou luxações no local da articulação de Lisfranc (FLTM) são raras, correspondendo a 0,1% de todas as fraturas e, geralmente, possuem como causa, um trauma de alto impacto no nível do médiopé. pé e tornozelo IGOR DE ANGELI • MEDICINA – TURMA XXVIII 28 sistema locomotor - MÉDIOPÉ: é formado pelos ossos navicular, cubóide e cuneiformes medial, intermédio e lateral. A principal articulação é denominada de articulação taluscalcâneonavicular, que é o local onde há grande mobilidade para os movimentos de inversão e eversão do pé. - RETROPÉ: é formado pelos ossos tálus e calcâneo. • ARTICULAÇÕES DO PÉ: são elas: talocalcânea, talocalcâneo-navicular, calcâneo-cubóidea, cuneonavicular, tarso- metatarsal, intermetatarsal, metatarso- falângica e interfalângica. • MÚSCULOS DO PÉ: os principais são os músculos tibial anterior e posterior, fibulares, gastrocnêmio e sóleo. - MÚSCULO TIBIAL ANTERIOR: à INERVAÇÃO: nervo fibular profundo. à AÇÃO: flexão dorsal do tornozelo e inversão do pé. IGOR DE ANGELI • MEDICINA – TURMA XXVIII 29 sistema locomotor - MÚSCULO TIBIAL POSTERIOR: à INERVAÇÃO: nervo tibial. à AÇÃO: flexão plantar do tornozelo e inversão do pé. - MÚSCULO FIBULAR LONGO E CURTO: à INERVAÇÃO: nervo fibular superficial. à AÇÃO: eversão do pé e flexão plantar fraca do tornozelo. - MÚSCULO GASTROCNÊMIO: à INERVAÇÃO: nervo tibial. à AÇÃO: flexão plantar do tornozelo, elevação do calcanhar ao caminhar e fletir a perna na articulação do joelho. - MÚSCULO SÓLEO: à INERVAÇÃO: nervo tibial. à AÇÃO: flexão plantar do tornozelo. • ARTICULAÇÃO DO TORNOZELO: A articulação do talocrural (tornozelo) é sinovial do tipo gínglimo. Está localizada entre as extremidades distais da tíbia e da fíbula e a parte superior do tálus. • LIGAMENTOS DO TORNOZELO: a articulação talocrural é reforçada lateralmente pelo ligamento colateral lateral, uma estrutura composta formada por três ligamentos completamente separados: § LIGAMENTO TALOFIBULAR ANTERIOR: uma faixa plana e fraca que se estende em sentido anteromedial do maléolo lateral até o colo do tálus. § LIGAMENTO TALOFIBULAR POSTERIOR: uma faixa espessa, bastante forte, que segue em trajeto horizontal, em sentido medial e ligeiramente posterior a partir da fossa do maléolo até o tubérculo lateral do tálus. § LIGAMENTO CALCANEOFIBULAR: um cordão redondo que segue em sentido posteroinferior da extremidade do maléolo lateral até a face lateral do calcâneo. A cápsula articular é reforçada medialmente pelo grande e forte ligamento colateral medial (ligamento deltoideo) cuja fixação proximal é no maléolo medial e se divide em quatro partes: § PARTE TIBIOTALAR POSTERIOR. § PARTE TIBIOCALCÂNEA. § PARTE TIBIONAVICULAR. § PARTE TIBIOTALAR ANTERIOR. RECORTE DE IMAGEM QUE IDENTIFICA O LIGAMENTO COLATERAL MEDIAL. IGOR DE ANGELI • MEDICINA – TURMA XXVIII 30 sistema locomotor RECORTE DE IMAGEM QUE IDENTIFICA O LIGAMENTO COLATERAL LATERAL. • MOVIMENTOS DO PÉ E DO TORNOZELO: os principais movimentos da articulação talocrural são dorsiflexão (produzida pelos músculos do compartimento anterior da perna) e flexão plantar (produzida pelos músculos no compartimento posterior da perna). • • ENTORSES E SEUS GRAUS: oconjunto pé/tornozelo pode sofrer de algumas lesões, porém, as principais delas são aquelas que lesam ou o ligamento colateral lateral, formado pelos ligamentos talofibular anterior e posterior, e calceneofibular, ou o ligamento colateral medial, que engloba os ligamentos tibiocalceno, tíbiotalar posterior e anterior, e tibionavicular. Para que a pessoa lese o ligamento colateral medial, é preciso que o indivíduo sofra de uma eversão, enquanto para que uma pessoa rompa possa romper o ligamento colateral lateral, deve-se sofrer de uma inversão. As torções podem ser classificadas em: § GRAU I: é uma lesão sem lágrimas macroscópicas. Não há instabilidade mecânica. Dor e ternura são mínimas. § GRAU II: é uma ruptura parcial. Dor moderada e ternura estão presentes. Pode estar presente instabilidade articular leve a moderada. § GRAU III: é uma lágrima completa. São notadas dor e ternura severas, incapacidade de suportar peso e instabilidade articular significativa. • ARCOS PLANTARES: distribuem o peso sobre o pé, agindo não apenas na absorção de IGOR DE ANGELI • MEDICINA – TURMA XXVIII 31 sistema locomotor choque, mas também como trampolins para impulsioná-lo durante a marcha, a corrida e o salto. - ARCOS LONGITUDINAIS: é formado pelas partes medial e lateral. O arco longitudinalmedial é formado pelo calcâneo, tálus, navicular, três cuneiformes e três metatarsais. A cabeça do tálus é o elemento principal do arco longitudinal medial. O músculo tibial anterior ajuda a fortalecer o arco longitudinal medial. O arco longitudinal lateral é muito mais plano do que a parte medial do arco e apoia-se no solo na posição de pé. É formado pelo calcâneo, pelo cuboide e pelos dois metatarsais laterais. - ARCOS TRANSVERSOS: segue de um lado ao outro. É formado pelo cuboide, cuneiformes e bases dos metatarsais. As partes medial e lateral do arco longitudinal atuam como pilares para o arco transverso. Os tendões dos músculos fibular longo e tibial posterior, que cruzam sob a planta do pé como um estribo, ajudam a manter a curvatura do arco transverso.
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