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ALTA HOSPITALAR / EXAME FISICO PEDIATRICO / EXAMES DE TRIAGEM NEONATAL / FISIOLOGIA DA LACTACAO / DERMATOSES

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Lúria Niemic Onofre, turma XXXIV 
PROBLEMA 3 
CRITÉRIOS PARA ALTA HOSPITALAR 
 Alta precoce aquela que ocorre dentro das primeiras 48 horas pós-parto 
 Alta muito precoce aquela que ocorre dentro das primeiras 24 horas. 
PORTARIA N° 2.068 Art. 9 
A alta da mulher e do RN deverá ser realizada mediante elaboração de projeto terapêutico singular, considerando-se, para o 
tempo de alta, as necessidades individuais. 
Recomenda-se a permanência mínima de 24h em Alojamento Conjunto, momento a partir do qual a alta pode ser considerada, 
desde que preenchidos os critérios abaixo listados: 
I- PUÉRPERA: em BEG, exame físico normal, sem sinais de infecção puerperal/sítio cirúrgico, com loquiação fisiológica; sem 
intercorrências mamárias como fissura, escoriação, ingurgitamento ou sinais de mastite, e orientada nas práticas de massagem 
circular e ordenha do leite materno; com recuperação adequada, comorbidades compensadas ou com encaminhamento 
assegurado para seguimento ambulatorial de acordo com as necessidades; bem orientada para continuidade dos cuidados em 
ambiente domiciliar e referenciada para UBS (retorno até o 7º dia após o parto); estabelecimento de vínculo entre mãe e bebê; 
com encaminhamento para unidade de referência para acesso a ações de saúde sexual e reprodutiva e escolha de método 
anticoncepcional, caso a mulher não receba alta já em uso de algum método contraceptivo, ou para seguimento pela atenção 
básica da prescrição ou inserção de método pela equipe da maternidade; 
II- RN: a termo e com peso adequado para a IG, sem comorbidades e com exame físico normal. Com ausência de icterícia nas 
primeiras 24h de vida; com avaliação de icterícia, preferencialmente transcutânea, e utilização do normograma de Bhutani para 
avaliar a necessidade de acompanhamento dos níveis de bilirrubina quando necessário; apresentando diurese e eliminação de 
mecônio espontâneo e controle térmico adequado; com sucção ao seio com pega e posicionamento adequados, com boa 
coordenação sucção/deglutição, salvo em situações em que há restrições ao aleitamento materno; em uso de substituto do leite 
humano/formula láctea para situações em que a amamentação é contra-indicada de acordo com atualização OMS/2009 "Razões 
médicas aceitáveis para uso de substitutos do leite". 
III- Revisão das sorologias da mulher realizadas durante a gestação ou no momento da internação para o parto, assim como 
investigação de infecções congênitas no RN, conforme necessidade. Entre as sorologias, merecem destaque: sífilis, HIV, 
toxoplasmose e hepatite B. Outras doenças infectocontagiosas, como citomegalovírus, herpes simplex e infecções por arbovírus 
deverão ser investigadas se houver história sugestiva durante a gestação e/ou sinais clínicos sugestivos no recém-nascido; 
IV- Realização de tipagem sanguínea, Coombs da mãe e do RN, quando indicado; 
V- Oximetria de pulso (teste do coraçãozinho) e Triagem Ocular (Teste do Reflexo Vermelho ou teste do olhinho) realizados; 
Triagem Auditiva (teste da orelhinha) assegurada no 1º mês de vida e Triagem Biológica (teste do pezinho) assegurada 
preferencialmente entre o 3º e 5º dia de vida; 
VI- Avaliação e vigilância adequadas dos RN para sepse neonatal precoce com base nos fatores de risco da mãe e de acordo com 
as diretrizes atuais do MS para a prevenção de infecção pelo estreptococo do grupo B; 
VII- A mãe, o pai e outros cuidadores devem ter conhecimento e habilidade para dispensar cuidados adequados ao RN, e 
reconhecer situações de risco como a ingestão inadequada de alimento, o agravamento da icterícia e desidratação nos primeiros 
7 dias de vida; 
VIII- Avaliação do serviço social para os fatores de risco psíquicos, sociais e ambientais, como o uso de drogas ilícitas, alcoolismo, 
tabagismo, antecedentes de negligência, violência doméstica, doença mental, doenças transmissíveis e situações de 
vulnerabilidade social; 
IX- Agenda com a Atenção Básica, o retorno da mulher e do RN entre o 3º e o 5º dia de vida (5º Dia de Saúde Integral); e 
preenchimento de todos os dados na Caderneta da Gestante e na Caderneta de Saúde da Criança. 
 
 
Lúria Niemic Onofre, turma XXXIV 
ORIENTAÇÕES NA HORA DA ALTA HOSPITALAR 
PORTARIA N° 2.068 Art. 10 
I- Procurar a UBS ou o PA caso a mulher apresente sinais de infecção (febre, secreção purulenta vaginal, por ferida operatória ou 
nas mamas), sangramento com odor fétido ou com volume aumentado, edema assimétrico de extremidades, dor refratária a 
analgésicos, sofrimento emocional, astenia exacerbada ou outros desconfortos; 
II- Procurar a UBS se o RN apresentar problemas com aleitamento materno, icterícia ou qualquer outra alteração; 
III- Em caso de intercorrências com as mamas, os Bancos de Leite Humano poderão oferecer a assistência referente às boas 
práticas da amamentação, e orientações sobre a doação de leite humano; 
IV- Realizar vacinação conforme calendário vacinal; 
V- Higienizar as mãos antes e após o cuidado com o RN; 
VI- Evitar ambientes aglomerados ou com pessoas apresentando sinais e sintomas de doenças infectocontagiosas, como gripe e 
resfriado; 
VII- Prevenir a morte súbita do RN com seguintes cuidados: deixar a criança em posição supina, manter a amamentação ao seio 
e evitar o tabagismo materno ou outra forma de exposição da criança ao fumo; 
VIII- Transportar o RN de forma segura e prevenir acidentes domésticos; e para crianças filhos de mães cuja amamentação é 
contraindicada de acordo com razões médicas aceitáveis/OMS/2009, orientar o preparo correto da formula láctea e higienização 
dos utensílios utilizados para preparo e oferta desse alimento. 
ALOJAMENTO EM CONJUNTO 
PORTARIA N° 2.068 Art. 2 
É o local em que a mulher e o RN sadio, logo após o nascimento, permanecem juntos, em tempo integral, até a alta. Possibilita a 
atenção integral à saúde da mulher e do RN, por parte do serviço de saúde. 
VANTAGENS: 
I- Favorece e fortalece o estabelecimento do vínculo afetivo entre pai, mãe e filho; 
II- Propicia a interação de outros membros da família com o RN; 
III- Favorece o estabelecimento efetivo do aleitamento materno com o apoio, promoção e proteção, de acordo com as 
necessidades da mulher e do RN, respeitando as características individuais; 
IV- Propicia aos pais e acompanhantes a observação e cuidados constantes ao RN, possibilitando a comunicação imediata de 
qualquer anormalidade; 
V- Fortalece o autocuidado e os cuidados com o RN, a partir de atividades de educação em saúde desenvolvidas pela equipe 
multiprofissional; 
VI- Diminui o risco de infecção relacionada à assistência em serviços de saúde; e propicia o contato dos pais e familiares com a 
equipe multiprofissional por ocasião da avaliação da mulher e do RN, e durante a realização de outros cuidados. 
DESTINA-SE A: 
I- Mulheres clinicamente estáveis e sem contraindicações para a permanência junto ao seu bebê; 
II- RN clinicamente estáveis, com boa vitalidade, capacidade de sucção e controle térmico; peso >1800g e IG>34 sem; 
III- RN com acometimentos sem gravidade, EX: icterícia, necessitando de fototerapia, malformações menores, investigação de 
infecções congênitas sem acometimento clínico, com ou sem microcefalia; e 
 
Lúria Niemic Onofre, turma XXXIV 
IV- RN em complementação de antibioticoterapia para tratamento de sífilis ou sepse neonatal após estabilização clínica na UTI 
ou UCI neonatal. 
V- Cabe ao serviço de saúde realizar a gestão eficiente de leitos de forma que mulheres em outras situações ginecológicas e 
obstétricas, especialmente em situação de perda gestacional, não permaneçam no mesmo quarto ou enfermaria com puérperas 
e RN. 
V- Incumbe ao serviço de saúde evitar que puérperas que não podem amamentar por doença de base ou uso de medicamentos, 
permaneçam junto com mulheres que amamentam. 
EXAMES DE TRIAGEM NEONATAL 
É uma ação preventiva que permite fazer o diagnóstico de diversas doenças congênitas ou infecciosas, assintomáticas, no 
períodoneonatal a tempo de se interferir no curso da doença, permitindo, dessa forma, a instituição do tratamento precoce 
específico e a diminuição ou eliminação das sequelas associadas a cada doença. 
Toda criança nascida em território nacional tem o direito à triagem neonatal. 
TESTE DO PEZINHO 
O momento ideal para a coleta é entre o 3º e o 5º dia de vida, nunca antes de 48h de amamentação e nunca superior a 30 dias. 
Uma pequena punção do calcanhar do bebê é feita utilizando agulhas e luvas descartáveis, e o sangue é adsorvido em papel-
filtro, que deverá permanecer em temperatura ambiente até a completa secagem do sangue (2h), e depois deve ser 
encaminhado ao laboratório 
Triagem básica (obrigatória pelo governo): É o exame obrigatório para todos os RN do país, a fim de detectar 2 doenças: a 
fenilcetonúria (PKU) e o hipotireoidismo congênito (HC). 
Triagem ampliada: Além das 2 doenças descritas acima, alguns tipos incluem também o exame para outras doenças, que, se 
tratadas e controladas cedo, evitarão sérios problemas no futuro. Entre as doenças incluídas nesse tipo de exame estão a 
anemia falciforme e outras alterações de hemoglobina (hemoglobinopatias), fibrose cística, hiperplasia adrenal congênita, 
galactosemia, deficiência de biotinidase, deficiência de G6PD e toxoplasmose congênita. 
TESTE DO OLHINHO/ TESTE DO REFLEXO VERMELHO 
Serve para diagnosticar precocemente doenças de visão no bebê, como catarata congênita, tumor, glaucoma ou estrabismo. 
Deve ser feito na ª semana de vida do RN, de preferência ainda na maternidade, mas também pode ser realizado na 1ª consulta 
com o pediatra e repetido aos 4, 6, 12 e 24 meses, sendo uma importante ferramenta para prevenir a cegueira infantil. 
Apesar de ser indicado para todos os bebês, o teste do olhinho é particularmente importante para os bebês que nasceram 
com microcefalia e também para os que as mães foram infectadas com o Zika vírus durante a gravidez porque estes têm maiores 
chances de alterações da visão. 
É realizado pelo pediatra através de um pequeno aparelho que projeta uma luz nos olhos do RN. Quando essa luz é refletida de 
cor avermelhada, alaranjada ou amarelada significa que as estruturas dos olhos do bebê estão saudáveis. No entanto, quando a 
luz refletida é com reflexo branco ou leucoria, pontos pretos ou assimetria, indica a necessidade de dilatação pupilar e mandar 
para um oftalmologista. 
TESTE DA ORELHINHA/ TRIAGEM AUDITIVA NEONATAL (EXAME DE EMISSÕES OTOACÚSTICAS EVOCADAS) 
É obrigatório por lei que deve ser feito ainda na maternidade, nos bebês para avaliar a audição e detectar precocemente algum 
grau de surdez no bebê. É realizado já no 2º ou 3º dia de vida do bebê. As crianças nascidas fora do ambiente hospitalar devem 
fazê-lo antes de completarem 3 meses de vida. 
Existem 2 métodos de triagem: 
Emissões Otoacústicas Evocadas (EOA): é feito com o sono natural do bebê, colocando-se um fone externo ao seu ouvido; 
consiste na emissão de um estímulo sonoro e na captação do seu retorno (eco), sendo registrado no computador e 
 
Lúria Niemic Onofre, turma XXXIV 
confeccionado um gráfico. Avalia apenas o sistema auditivo pré-neural, ou seja, sistema de condução e cóclea. É um teste 
rápido, fácil e que não necessita de sedação. Resultados falso-positivos podem ser produzidos pela presença de verniz caseoso 
ou secreções no conduto auditivo. Se o resultado vier alterado, recomenda-se a sua repetição até os 3 meses de vida. 
Bera – Potencial Auditivo de Tronco Encefálico: é um exame mais complexo, requer pessoal treinado e sedação. Fones de 
emissão sonora são colocados nos ouvidos do bebê; os eletrodos são posicionados na cabeça e têm função de captar as ondas 
eletrofisiológicas geradas pelos estímulos sonoros deflagrados pela fonte. Portanto, é um método capaz de detectar alterações 
na via neural até o tronco encefálico. Pode ocorrer grande número de falso-positivos pela imaturidade do SNC, e por isso 
recomenda-se repetição do exame nos casos alterados após os 4 meses. 
TESTE DO CORAÇÃOZINHO 
Todo bebê tem direito de realiza-lo ainda na maternidade, entre 24h a 48h após o nascimento. O teste é simples, gratuito e 
indolor. Consiste em medir a oxigenação do sangue e os batimentos cardíacos do RN com o auxílio de um oxímetro no pulso e 
no pé do bebê. Caso algum problema seja detectado, o bebê é encaminhado para fazer um ecocardiograma. Se alterado, é 
encaminhado para um centro de referência em cardiopatia para tratamento. 
Faz a detecção precoce das cardiopatias congênitas críticas, isto é, aquelas cujo fluxo pulmonar ou sistêmico é dependente de 
canal arterial, como: 
 Cardiopatias críticas com fluxo pulmonar dependente de canal: atresia de artéria pulmonar; 
 Cardiopatias críticas com fluxo sistêmico dependente de canal: hipoplasia de coração esquerdo e coarctação grave de 
aorta; 
 Cardiopatias com circulação em paralelo: transposição de grandes vasos. 
TESTE DA LINGUINHA 
Consiste na avaliação da anquiloglossia ou língua presa, condição na qual o frênulo lingual é curto ou possui tecido em excesso, 
limitando a movimentação da língua e, consequentemente, os movimentos que exerce (sucção, deglutição, mastigação e fala). O 
exame é clínico e indolor, podendo ser feito pelo fonoaudiólogo ou pediatra. Apenas anquiloglossias congênitas graves 
necessitam de correção cirúrgica. 
ALEITAMENTO MATERNO 
FISIOLOGIA DA LACTAÇÃO 
As mulheres adultas possuem de 15 a 25 lobos mamários (glândulas tubuloalveolares), constituídos, cada um, por 20 a 40 
lóbulos. Estes, são formados por 10 a 100 alvéolos. Envolvendo os alvéolos, encontram-se as células mioepiteliais e, entre os 
lobos mamários, os tecidos adiposo, conjuntivo, linfático, nervoso e vascular. 
O leite é secretado nos alvéolos por uma cadeia única de células epiteliais 
altamente diferenciadas e conduzido até o exterior por uma rede de ductos. 
Durante as mamadas, enquanto o reflexo de ejeção do leite está ativo, os ductos 
sob a aréola se enchem de leite e se dilatam, formando o que antes se chamava 
de seios lactíferos. 
 
Na gravidez, a mama é preparada para a lactação sob a ação de diferentes hormônios. Os mais importantes são o estrogênio, 
responsável pela ramificação dos ductos lactíferos, e o progestogênio, pela formação dos lóbulos. Outros hormônios também 
estão envolvidos na aceleração do crescimento mamário, como lactogênio placentário, prolactina e gonadotrofina coriônica. 
Apesar de a secreção de prolactina estar muito aumentada na gestação, a mama não secreta leite durante a gravidez, graças à 
inibição pelo lactogênio placentário. 
O início da secreção do leite, caracterizando o começo da fase II da lactogênese, ocorre graças à queda acentuada nos níveis 
sanguíneos maternos de progestogênio após o nascimento da criança e a expulsão da placenta, com consequente liberação de 
prolactina pela hipófise anterior. Assim, a síntese do leite após o nascimento da criança é controlada basicamente pela ação 
hormonal, e a “descida do leite”, que costuma ocorrer até o 3º ou 4º dia após o parto, ocorre mesmo sem a sucção da criança ao 
seio. 
 
 
Lúria Niemic Onofre, turma XXXIV 
Em seguida, inicia-se a fase III da lactogênese, também denominada galactopoese. Essa fase, que persiste por toda a lactação, é 
de controle autócrino e depende primordialmente da sucção do bebê e do esvaziamento da mama. Qualquer fator materno ou 
da criança que limite o esvaziamento das mamas pode causar diminuição na síntese do leite, por inibição mecânica e química. A 
remoção contínua de peptídios supressores da lactação do leite garante a reposição total do leite removido. Outro mecanismo 
local que regula a produção do leite, ainda não bem elucidado, envolve os receptores de prolactina na membrana basal do 
alvéolo. À medida que o leite se acumula nos alvéolos, a forma das células alveolares fica distorcida e a prolactina não consegue 
se ligar aos seus receptores, criando assim um efeitoinibidor da síntese de leite. 
Grande parte do leite de uma mamada é produzido enquanto a criança mama, sob o estímulo da prolactina, que é liberada 
graças à inibição da liberação de dopamina, que é um fator inibidor da prolactina. A liberação de prolactina e ocitocina é 
regulada pelos reflexos da produção e ejeção do leite, ativados pela estimulação dos mamilos, sobretudo pela sucção da criança. 
A liberação da ocitocina também ocorre em resposta a estímulos condicionados, como visão, olfato e audição (ouvir o choro da 
criança), e a fatores de ordem emocional, como motivação, autoconfiança e tranquilidade. Por outro lado, a dor, o desconforto, 
o estresse, a ansiedade, o medo, a insegurança e a falta de autoconfiança podem inibir o reflexo de ejeção do leite, 
prejudicando a lactação. 
A secreção de leite aumenta de menos de 100 mL/dia no início da lactação para 600 mL no 4º dia, em média. O volume de leite 
produzido na lactação já estabelecida varia de acordo com a demanda da criança. Em média, é de 850 mL por dia no 6º mês na 
amamentação exclusiva. A taxa de síntese de leite após cada mamada varia, sendo maior quando a mama é esvaziada com 
frequência. Habitualmente, a capacidade de produção de leite da mãe é maior que a demanda de seu filho. 
COMPOSIÇÃO E ASPECTO DO LEITE MATERNO 
O leite maduro só é secretado por volta do 10º dia pós-parto. Nos 1ºs dias, a secreção láctea é chamada de colostro, que 
contém mais proteínas e menos lipídios do que o leite maduro, e é rico em imunoglobulinas, em especial a IgA. 
O principal carboidrato é a lactose, e a principal proteína é a lactoalbumina. As gorduras são o componente mais variável do 
leite materno e são responsáveis por suprir até 50% das necessidades energéticas da criança pequena. Os ácidos graxos poli-
insaturados de cadeia longa são essenciais no desenvolvimento cognitivo e visual, e na mielinização dos neurônios. 
A concentração de gordura no leite (e consequentemente o teor energético) aumenta no decorrer de uma mamada. Assim, 
o leite do final da mamada (leite posterior) é mais rico em energia e sacia melhor a criança; daí a importância de a criança 
esvaziar bem a mama. 
Levando em consideração que o leite materno contém baixas concentrações de vitamina K, vitamina D e ferro, é recomendado a 
suplementação das crianças amamentadas: vitamina K ao nascimento, vitamina D diária até os 18 meses para as crianças sem 
exposição regular ao sol, e ferro até os 2 anos de idade a partir da introdução da alimentação complementar em crianças 
nascidas a termo, ou antes em lactentes pré-termo. 
A cor e o aspecto variam ao longo da mamada como decorrência das variações na sua composição e também de acordo com a 
dieta da mãe. Por exemplo, o leite é mais amarelado quando a mãe tem uma dieta rica em betacaroteno, e esverdeado em 
dietas ricas em riboflavinas. 
No início da mamada, o teor de água e a presença de constituintes hidrossolúveis confere ao leite coloração de água de coco; no 
meio da mamada, com o aumento da concentração de caseína, o leite tende a ter uma coloração branca opaca; e, no final da 
mamada, em virtude da concentração dos pigmentos lipossolúveis, o leite é mais amarelado. 
Possui vários fatores imunológicos específicos e não específicos que conferem proteção ativa e passiva contra infecções nas 
crianças amamentadas. A IgA secretória atua contra microrganismos que colonizam ou invadem superfícies mucosas. A 
especificidade dos anticorpos IgA no leite humano é um reflexo dos antígenos entéricos e respiratórios da mãe, o que 
proporciona proteção à criança contra os agentes infecciosos prevalentes no meio em que ela está inserida. A concentração de 
IgA no leite materno diminui ao longo do 1º mês, permanecendo relativamente constante a partir de então. 
Outros fatores de proteção são: leucócitos, que matam microrganismos; lisozima e lactoferrina, que atuam sobre bactérias, vírus 
e fungos; oligossacarídios, que previnem ligação da bactéria na superfície mucosa e protegem contra enterotoxinas no intestino, 
ligando-se à bactéria; fator bífido, que favorece o crescimento do Lactobacilus bifidus na criança, uma bactéria saprófita que 
acidifica as fezes, dificultando a instalação de bactérias que causam diarreia, como Shigella, Salmonella e Escherichia coli. 
 
Lúria Niemic Onofre, turma XXXIV 
Alguns dos fatores de proteção do leite materno são total ou parcialmente inativados pelo calor, razão pela qual o leite humano 
pasteurizado (submetido a uma temperatura de 62,5°C por 30 minutos) não tem o mesmo valor biológico que o leite cru. 
PARA UMA BOA TÉCNICA DE AMAMENTAÇÃO 
Posicionamento 
 Rosto do bebê de frente para a mama, com nariz em oposição ao mamilo 
 Corpo do bebê próximo ao da mãe 
 Bebê com cabeça e tronco alinhados (pescoço não torcido) 
 Bebê bem apoiado 
A OMS, MS e a SBP recomendam AM por 2 anos ou +, sendo de forma exclusiva nos primeiros 6 meses. 
BENEFÍCIOS DO AM: 
 Reduz a incidência de mortalidade infantil 
 Reduz a incidência e a gravidade da diarreia 
 Reduz a incidência de morbidade por infecção respiratória e otite média 
 Reduz a incidência de alergias: dermatite atópica e asma 
 Reduz a incidência de doenças crônicas: obesidade, DM 2, P.S/D mais baixas e níveis menores de colesterol total 
 Melhor nutrição: contém todos os nutrientes essenciais para o crescimento e o desenvolvimento 
 Melhor desenvolvimento cognitivo e inteligência 
 Melhor desenvolvimento da cavidade bucal 
 Proteção contra doenças na mulher: câncer de mama e de ovário, DM 2, além do efeito anticoncepcional 
 Economia: reduz gastos com leites tipo fórmula, gás para cozinhar alimentos etc 
 Promoção do vínculo afetivo entre mãe e filho 
ORDENHA DO LEITE 
A ordenha é útil para aliviar o desconforto provocado por uma mama muito cheia, manter a produção de leite quando o bebê 
não suga ou tem sucção inadequada, aumentar a produção de leite e retirar leite para ser oferecido à criança na ausência da 
mãe ou para ser doado a um banco de leite humano. 
A ordenha do leite pode ser feita manualmente ou com o auxílio de bombas de extração de leite. A ordenha manual, além de ser 
eficiente, é mais econômica e prática, possibilitando que a nutriz retire seu leite mais facilmente em locais e situações diversas. 
Passos da ordenha manual do leite com técnica correta: 
I. Procurar uma posição confortável, relaxante. Pensar no bebê pode auxiliar na ejeção do leite. 
II. Massagear delicadamente a mama com a ponta dos dedos, com movimentos circulares, da base da mama em direção à 
aréola. 
III. Manter o tórax curvado sobre o abdome, para facilitar a saída do leite e aumentar o seu fluxo. 
IV. Posicionar os dedos da mão em forma de “C”, com o polegar na aréola ACIMA do mamilo e o dedo indicador ABAIXO do 
mamilo na transição aréola-mama, em oposição ao polegar, sustentando o seio com os outros dedos. 
V. Usar preferencialmente a mão esquerda para ordenhar a mama esquerda e a mão direita para a mama direita, ou as 2 
mãos simultaneamente (técnica bimanual). 
VI. Fazer leve pressão do polegar e do dedo indicador, um em direção ao outro, e leve pressão em direção à parede 
torácica. Pressão muito forte pode bloquear os ductos lactíferos. 
VII. Após a pressão, soltar. Repetir essa manobra tantas vezes quanto necessárias. A princípio o leite pode não fluir, mas 
depois de pressionar algumas vezes, o leite começa a pingar e pode fluir em jorros se o reflexo de ocitocina for ativado. 
VIII. Mudar a posição dos dedos ao redor da aréola para que todas as áreas da mama sejam esvaziadas. 
IX. Iniciar a ordenha da outra mama quando o fluxo de leite diminuir. Alternar a mama e repetir a massagem e o ciclo 
várias vezes. Lembrar que ordenhar leite de peito adequadamente leva mais ou menos 20 a 30 minutos, em cada 
mama, especialmente nos 1ºs dias, quando apenas uma pequena quantidade de leite pode ser produzida. 
X. Podem ser ordenhados os 2 seios simultaneamente.O leite ordenhado deve ser oferecido à criança de preferência utilizando-se copo, xícara ou colher. 
Pega 
 Aréola um pouco mais visível acima da boca do bebê 
 Boca bem aberta 
 Lábio inferior virado para fora 
 Queixo tocando a mama 
 
 
Lúria Niemic Onofre, turma XXXIV 
ORIENTAÇÕES BÁSICAS: 
INÍCIO DA AMAMENTAÇÃO: deve ser iniciada tão logo quanto possível após o parto. 
FREQUÊNCIA DAS MAMADAS: Habitualmente, o RN mama com frequência, sem regularidade quanto a horários. É comum um 
bebê em AME sob livre demanda mamar de 8 a 12 vezes ao dia. 
O tamanho das mamas da mãe pode exercer alguma influência na frequência das mamadas. As mulheres com mamas maiores 
têm maior capacidade de armazenamento de leite e, por isso, podem ter mais flexibilidade com relação ao padrão de 
amamentação. Já as mulheres com mamas pequenas podem necessitar amamentar com mais frequência em virtude da sua 
pequena capacidade de armazenamento de leite. No entanto, o tamanho da mama não tem relação com a produção do leite. 
Toda criança experimenta períodos de aceleração do crescimento, o que se manifesta por um aumento da demanda por leite 
(dura de 2 a 3 dias). Em geral, ocorrem 3 episódios de aceleração do crescimento antes dos 4 meses: o 1º entre 10 e 14 dias de 
vida, 2º entre 4 e 6 semanas e um 3º em torno dos 3 meses. Bebês prematuros podem experimentar vários períodos de 
aceleração do crescimento nos primeiros meses. 
DURAÇÃO DAS MAMADAS: O tempo de permanência na mama em cada mamada não deve ser preestabelecido, pois o tempo 
necessário para esvaziar uma mama depende da fome, do intervalo transcorrido desde a última mamada e do volume de leite 
armazenado na mama. Independentemente do tempo necessário, é importante que a criança esvazie a mama, pois o leite do 
final da mamada – leite posterior – contém mais calorias e sacia a criança. 
Uso de suplementos: Água, chás e, sobretudo, outros leites devem ser evitados, pois há evidências de que o seu uso está 
associado com desmame precoce e aumento da morbimortalidade infantil. A mamadeira, além de ser importante fonte de 
contaminação, pode ter efeito negativo sobre o AM, pois algumas crianças desenvolvem preferência por bicos de mamadeira, 
apresentando dificuldade para amamentar ao seio. Alguns autores atribuem esse comportamento à “confusão de bicos”. 
CHUPETA: O uso de chupeta tem sido desaconselhado por diversas razões, entre as quais a possibilidade de interferir com o AM. 
Crianças que usam chupetas, em geral, são amamentadas menos frequentemente, o que pode prejudicar a produção de leite. 
Além de interferir com o AM, afeta negativamente a formação do palato. 
DESMAME: O ideal seria que ele ocorresse naturalmente, na medida em que a criança, sob a liderança da mãe, vai adquirindo 
competência para isso. Na mãe, o desmame abrupto pode precipitar ingurgitamento mamário, estase do leite e mastite, além 
de tristeza ou depressão, por luto pela perda da amamentação ou por mudanças hormonais. No desmame natural, a criança 
autodesmama-se gradualmente, o que pode ocorrer em diferentes idades, em média entre 2 e 4 anos, e, raramente, antes de 1 
ano. 
Deve-se estar atento para não confundir autodesmame natural com a “greve de amamentação” do bebê, que ocorre 
principalmente em crianças menores de 1 ano. De início súbito e inesperado, a criança parece insatisfeita e, em geral, é possível 
identificar uma causa: doença, dentição, diminuição do volume ou sabor do leite, estresse e excesso de mamadeira ou chupeta. 
Essa condição usualmente não dura mais que 2 a 4 dias. 
DERMATOSES 
ERITEMA TÓXICO NEONATAL 
É uma erupção autolimitada, benigna e assintomática que incide em 20 a 60% dos RN a termo e geralmente aparece no 2º ou 3º 
dia de vida. As lesões são vesículas, pápulas e pústulas, rodeadas por halo eritematoso, e seu início ocorre entre 24 e 72 horas 
de vida. Pode acometer todo o tegumento, poupando regiões palmares e plantares, e apresenta involução espontânea em 7 
dias. A etiologia é desconhecida são sugeridos fatores ambientais, irritação mecânica e química. Como o desaparecimento é 
espontâneo, é necessário apenas assegurar a mãe quanto à benignidade dessa alteração cutânea neonatal. 
MELANOSE PUSTULOSA TRANSITÓRIA NEONATAL 
É uma dermatose benigna e autolimitada que acomete menos de 1 a 4% dos RN e é mais observada em crianças com fototipo V 
e VI. As lesões estão presentes já ao nascimento e são vesicopústulas, podem ocorrer em qualquer região do corpo, inclusive nas 
palmas e plantas. Na evolução, as lesões rompem-se e deixam uma descamação em colarete que evolui com mancha 
hipercrômica. As manchas hipercrômicas residuais podem ser mais numerosas que as demais lesões já ao nascimento e, quando 
 
Lúria Niemic Onofre, turma XXXIV 
associadas a pústulas, facilitam o reconhecimento dessa dermatose. A coleta de material da pústula pode auxiliar nos casos de 
dúvida diagnóstica, pois mostra acúmulo de neutrófilos e escassos eosinófilos; a cultura para bactérias é negativa. Ocorre 
melhora espontânea, sem lesões residuais e, portanto, não requer tratamento. 
CISTOS DE MÍLIA 
Ocorrem em aproximadamente 50% dos RN, consistem de cistos de inclusão epidérmica e podem persistir por vários meses. 
Trata-se de lesão benigna e nenhuma terapia é necessária. São caracterizados na clínica por pápulas peroladas, levemente 
endurecidas, localizadas na região frontal e/ou mento, mas podem ocorrer em outras localizações, como na região genital. 
MILIÁRIA 
Causada pela sudorese associada à obstrução das glândulas sudoríparas que ainda não estão totalmente desenvolvidas na 
criança, sobretudo no período neonatal. Ocorre com maior frequência nas crianças que habitam em regiões de clima quente, 
nos estados febris, nos RN colocados em incubadoras e com o uso excessivo de agasalhos. Piora diante de estresse térmico e uso 
de roupas apertadas. Na miliária cristalina ou sudâmina, a obstrução é produzida pelos detritos de queratinócitos, resultando 
em vesículas superficiais, sem presença de eritema ao redor. Localiza-se na face, na cabeça, no colo e no tronco superior e 
ocorre nos primeiros dias de vida. Na miliária rubra, a obstrução é mais profunda, na derme, resultando em pápulas 
avermelhadas pelo processo inflamatório. Tem início em geral depois da 1ª semana de vida. Para melhora, deve-se evitar o 
aquecimento excessivo que promove a sudorese, utilizar roupas adequadas ao clima e manter a criança em local fresco. 
MANCHA SALMÃO 
É uma lesão plana de coloração rósea clara com limites imprecisos que desaparece à vitropressão e torna-se mais intensa frente 
ao choro e sucção, pois é causada por imaturidade vascular. Localiza-se na região occipital, conhecida como a “bicada da 
cegonha”, também na região frontal, na glabela (“beijo dos anjos”) e/ou nas pálpebras superiores. Ocorre em 50-70% dos RN 
brancos, evolui com melhora gradativa e desparece até o 3º ano de vida, quando ocorre maturação do sistema autonômico que 
inerva esses vasos sanguíneos. 
MANCHAS MONGÓLICAS 
Localizadas com maior frequência na região lombossacral; são manchas de coloração marrom-azulada ou arroxeada, mas podem 
acometer qualquer localização. O tamanho é variável e desaparece ao passar dos anos. Ocorre por um defeito na migração dos 
melanócitos da crista neural no desenvolvimento embrionário, e essas células ficam acumuladas na derme. Pelo caráter 
autoinvolutivo, não necessitam tratamento. 
HEMANGIOMA DA INFÂNCIA 
É o tumor vascular benigno mais comum na infância; em 50% dos casos, não está presente ao nascimento (ou há uma lesão 
precursora), com crescimento durante os primeiros 15 dias de vida. Apresenta uma fase de crescimento rápido até os 6 a 9 
meses de vida e regride de forma lenta até os 9 anos de idade. As meninas e os prematuros são mais acometidos. Em geral, são 
lesões tumorais de coloração vinhosa, localizados principalmente na cabeça e no pescoço. Lesões múltiplas e pequenas são 
denominadasde hemangiomatose e podem estar associadas a lesões em outros órgãos, como o fígado. São classificados em 
superficiais, profundos e mistos, dependendo da profundidade de acometimento. Na maioria dos casos, não é necessário 
tratamento ativo, pois ocorre involução espontânea. Nos casos em que existe alteração funcional, por conta do tamanho ou da 
localização, ou por compromisso estético, o propranolol está indicado e deve ser iniciado o mais precoce possível. Para tanto, o 
pediatra deve orientar aos pais para que retornem prontamente se houver crescimento rápido da lesão em qualquer localização 
e que procurem avaliação precoce do dermatopediatra nas lesões com potencial de complicações, como aquelas localizadas na 
face, sobretudo ponta nasal, região perioral e periocular, e lesões grandes em qualquer localização. 
IMPETIGO 
Apresenta-se sob duas formas clínicas: o impetigo não bolhoso ou crostoso e o impetigo bolhoso. O diagnóstico de ambas as 
formas é clínico, pelo aspecto típico da lesão. 
IMPETIGO CROSTOSO: Esta forma de piodermite pode ocorrer em adultos e crianças, 
mas raramente acontece antes dos 2 anos de idade. O S. aureus é responsável pela quase 
totalidade dos casos. 
 
 
Lúria Niemic Onofre, turma XXXIV 
 
 
Pode ocorrer de forma 1ª, embora a impetiginização possa surgir sobre uma dermatose prévia, como na dermatite atópica, na 
dermatite de contato, nas picadas de inseto, na pediculose ou na escabiose. Alguns fatores podem contribuir para a 
manutenção da doença, como a higiene precária e a desnutrição. 
 
A lesão inicia-se com uma vesícula ou pústula sobre uma base eritematosa, que se rompe com facilidade e cujo ressecamento dá 
origem a uma crosta aderente e amarelada, também descrita como “melicérica”. 
Frequentemente, acontecem lesões satélites por autoinoculação, que ocorre pela retirada das crostas pela criança. As lesões 
predominam nas áreas expostas, especialmente na face e ao redor do nariz e da boca. A linfadenopatia regional é comum, 
sendo um indicativo da presença de Streptococcus nesses casos, e pode surgir febre nos casos em que houver complicação do 
impetigo. 
IMPETIGO BOLHOSO: É mais comum entre crianças de 2 a 5 anos de idade. Apresenta 
uma importância especial no período neonatal, ocorrendo em geral após a 2ª semana 
de vida, e pode estar presente ao nascimento no caso de ruptura prematura de mem- 
branas. Seu principal agente etiológico é o S. aureus, sendo considerado por alguns au- 
tores uma forma localizada de Síndrome da Pele Escaldada. 
 
Essa forma inicia com vesículas, que se transformam em bolhas flácidas de paredes finas, com conteúdo inicialmente claro que, 
depois, se torna turvo. As bolhas rompem-se facilmente, permanecendo uma erosão rasa rodeada por restos da bolha(colarete), 
e a confluência de bolhas leva à formação de figuras policíclicas. A face é o local mais afetado, embora qualquer região da pele 
possa ser atingida. A linfadenomegalia regional não é comum e está mais associada à presença de infecção por Streptococcus. 
Tratamento: deve ser individualizado para cada paciente, sendo que, a doença é autolimitada e dura até 3 semanas, podendo se 
estender conforme ocorram novas lesões por autoinoculação. 
Deve ser feita a limpeza constante das mãos e o corte das unhas e higiene, pois são o principal fator de autoinoculação. O local 
afetado deve ser mantido limpo, lavando-o com água corrente e sabão, podendo ser utilizados sabonetes antissépticos de 
triclosam, iodopovidona e clorexidina por curtos períodos. 
Tópico: uso de antibióticos tópicos pode ser eficaz quando existe um pequeno número de lesões, ou quando apenas uma região 
topográfica está acometida. A mupirocina (3x/dia, por 7 dias) e a retapamulina (2x/dia, por 5 dias) são antibióticos eficientes 
contra Staphylococcus e Streptococcus. 
Sistêmico: Quando ocorre um número maior de lesões ou o acometimento de duas ou mais regiões topográficas. A cefalexina ou 
a amoxicilina associadas ao ácido clavulânico são os antibióticos mais indicados, e o uso de penicilina benzatina ainda pode ser 
eficaz em regiões onde haja maior prevalência de piodermites com cepas de Streptococcus que ocasionam glomerulonefrite. 
DERMATITE DE FRALDAS 
É o tipo de DCIP mais frequente na infância. Estima-se que ocorra em 7 a 50% dos lactentes, com pico entre 9 e 12 meses de 
idade. A etiopatogenia é complexa e envolve múltiplos fatores, como a oclusão, a maceração, o dano friccional e os 
microrganismos, associados aos irritantes presentes na urina e nas fezes. 
A oclusão produz aumento da umidade local e da permeabilidade cutânea e propicia a proliferação de microrganismos. Além 
disso, também provoca um aumento do pH cutâneo, da atividade de enzimas como ureases bacterianas, proteases fecais, 
lipases e sais biliares, que potencializam o poder de irritação dessas substâncias. No início, poupa as dobras e afeta mais as 
superfícies convexas, como glúteos, grandes lábios e coxas. 
As lesões podem iniciar com eritema e progredir com maceração, escoriações, pápulas, erosões e ulcerações (dermatite 
papuloulcerativa de Jacquet) na sua forma mais grave. Acontece devido a corantes, dos mercaptocompostos e dos aditivos da 
borracha como potenciais alérgenos encontrados nas fraldas descartáveis. 
DERMATOSE SEBORREIA 
É um problema frequente nas 1ªs semanas de vida. É erupção eritematosa coberta por escamas oleosas (amarelo-acinzentadas). 
Acredita-se que é devida à colonização por Malassezia spp., e sua melhora após o tratamento com azoles e clioquinol sugere que 
 
 
Lúria Niemic Onofre, turma XXXIV 
a fermentação tem papel na etiologia desta dermatose. Acredita-se que os hormônios maternos, ao produzirem aumento na 
produção sebácea e fatores nutricionais, como a deficiência de biotina, poderiam ter papel na etiopatogenia. 
Afeta couro cabeludo (crosta láctea), rosto, sobrancelhas, regiões retroauriculares, nariz, pré-esterno e pregas axilares e 
inguinais. Na área da fralda costuma começar como intertrigo; posteriormente, o processo avança além das pregas inguinais. 
Não é pruriginosa. As lesões costumam macerar-se e apresentar infecção bacteriana ou candidiásica. 
ACNE 
É um distúrbio da unidade pilossebácea de etiologia multifatorial. Acne infantil surge geralmente ao redor do 3º mês de vida, 
sendo mais frequente nos meninos. Apresenta comedões no nariz e bochechas, lesões monomórficas, que dura até 6 meses 
devido aos hormônios maternos. 
EXAME FÍSICO 
Caso o RN se apresente aparentemente saudável na avaliação sumária realizada na sala de parto, o exame físico minucioso 
deverá ser feito após algumas horas de vida, preferencialmente antes de o bebê completar 12 horas de vida. Deve ser realizado, 
sempre que possível, com a presença dos pais, o que reforça a relação entre médico e familiares, permitindo o esclarecimento 
de eventuais dúvidas dos genitores. 
EXAME FÍSICO GERAL 
O aspecto geral, a atividade, a intensidade do choro, a movimentação e o estado de hidratação são outras informações que 
devem constar do exame físico geral. O RN apresenta normalmente choro forte, de timbre variável; o choro fraco ou gemência 
podem estar presentes nas infecções e no desconforto respiratório. 
PELE: Textura e Umidade: Depende da IG. RN pré-termo extremo: pele muito fina e gelatinosa. RN a termo: pele lisa, brilhante, 
úmida e fina. RN pós-termo ou com insuficiência placentária: pele seca, enrugada, apergaminada e com descamação acentuada. 
Nos casos de hipotireoidismo congênito pode-se observar pele seca e áspera. 
Cor: Pele clara: cor rosada. Filhos de negros: pele clara com maior quantidade de melanina nos mamilos, região periungueal, na 
pele da borda do umbigo e na genitália. Palidez acentuada: anemia (aguda ou crônica), vasoconstrição periférica ou choque 
Presença de milium, lanugo, vérnix, mancha mongólica, icterícia e anomalias. 
SUBCUTÂNEO: A quantidade de tecido subcutâneo é aferida por meio da prega cutânea, que costumater cerca de 1cm nos RN a 
termo e ser uniformemente distribuída pelo corpo. Indica o depósito de gordura da criança, assim como o turgor da pele. 
O turgor, quando firme, está associado ao bom estado nutricional. Crianças emagrecidas podem apresentar turgor frouxo. O 
turgor pastoso, caracterizado pelo lento retorno do tecido subcutâneo após pinçamento do mesmo, típico de desidratação em 
crianças maiores, em RN está mais associado à desnutrição ao final da gestação, geralmente por insuficiência placentária. 
Em locais relacionados à apresentação fetal pode ser observado edema, especialmente nas pálpebras. Nos RN prematuros pode 
haver edema duro, em membros inferiores e na região genital, que regride em alguns dias (linfedema). Em caso de edema 
acentuado no dorso das mãos e pés, a síndrome de Turner deve ser considerada. 
GANGLIOS: Deve-se procurar palpar todas as cadeias ganglionares: cervicais, occipitais, submandibulares, axilares e inguinais; e 
descrever o número de gânglios palpáveis, seu tamanho, consistência, mobilidade e sinais inflamatórios. 
MUCOSAS: Avalia-se cor, umidade e presença de lesões. O exame da mucosa conjuntival costuma estar prejudicado devido à 
irritação causada pela solução de nitrato de prata a 1% instilada nos olhos dos RN como medida de prevenção da conjuntivite 
gonocócica. O exame da mucosa oral é mais apropriado e pode ser feito em detalhes durante o choro da criança. 
MUSCULATURA: São avaliados o tônus e o trofismo. O RN a termo em decúbito dorsal apresenta os membros superiores 
fletidos e os inferiores semifletidos, cabeça lateralizada e mãos cerradas. O tônus muscular depende da IG; quanto mais próximo 
do termo, maior o tônus flexor. 
 
Lúria Niemic Onofre, turma XXXIV 
O trofismo pode ser averiguado pela palpação do músculo peitoral. Devido ao tônus flexor, quando se faz uma leve extensão do 
braço o músculo peitoral apresenta-se fácil à palpação. Considera-se a espessura em torno de 1cm como trofismo adequado. 
ESQUELETO E ARTICULAÇÕES: Deve-se avaliar a presença de deformidades ósseas, inadequações de mobilidade e dor à 
palpação de todos os ossos e articulações do RN. 
No exame das mãos, atentar para as pregas palmares. Prega palmar única em ambas as mãos associada à ausência de prega 
falangiana no 5º quirodáctilo (dedo mínimo) é observada em situações de hipotonia fetal, como na síndrome de Down. 
A simetria e a adequação da movimentação dos membros devem ser bem avaliadas. Atenção especial deve ser dada à 
movimentação dos membros superiores, que pode estar comprometida por lesões traumáticas do parto. 
Na manobra de Ortolani, a criança é colocada em decúbito dorsal, segurando-se os membros inferiores com os joelhos 
dobrados, e quadris fletidos a 90º e aduzidos (juntos à linha média). A partir dessa posição, faz-se a abdução das coxas com leve 
pressão nos joelhos. A manobra deve ser repetida várias vezes, simultaneamente, para os 2 lados dos quadris ou fixando-se um 
lado e testando-se o outro, aplicando-se diferentes pressões. 
EXAME FÍSICO ESPECIAL 
CRÂNIO: Inicia-se o exame verificando assimetrias. 
A seguir, faz-se a palpação das suturas cranianas. São comuns as sobreposições das bordas dos ossos do crânio (cavalgamentos), 
especialmente no parto normal, as quais desaparecem em poucos dias, bem como as disjunções de suturas, sem qualquer 
expressão patológica. 
Na palpação das fontanelas, deve-se atentar para o tamanho (medido em centímetros nas diagonais), tensão, abaulamentos ou 
depressões e pulsações. 
OLHOS: Observar a distância entre os olhos, entre os cantos internos das pálpebras (distância intercantal interna), a posição da 
fenda palpebral (transversal: normal ou oblíqua:presente em anomalias congênitas) e a presença de sobrancelhas, cílios e 
epicanto. 
OUVIDOS: Verificar a forma, a consistência e implantação dos pavilhões auriculares, e a presença de condutos auditivos 
externos, fístulas retroauriculares e apêndices pré-auriculares. É necessário também avaliar a função do sistema auditivo. 
NARIZ: Quando o RN está calmo, dormindo e com a boca fechada, pode-se observar a permeabilidade nasal ao ar inspirado e 
expirado. 
BOCA: Pode ser feito durante o choro e, na maioria das vezes, não há necessidade de se utilizar abaixador de língua para sua 
melhor visualização. O estímulo da pressão suave na transição mucosa-pele do lábio inferior e leve tração da mandíbula para 
baixo facilita a abertura da boca do RN. 
PESCOÇO: Em sua parte lateral, deve-se verificar a presença de estase jugular e palpar o músculo esternocleidomastoideo a fim 
de verificar a presença de contraturas (torcicolo congênito). É importante verificar a mobilidade e o tônus do pescoço a fim de 
afastar anomalias das vértebras cervicais. 
TÓRAX: Na inspeção do tórax do RN pode-se detectar a sua forma normal, cilíndrica. No RN a termo seu perímetro (passando 
pelos mamilos) é cerca de 2cm menor que o cefálico. Os mamilos e as glândulas mamárias crescem com a IG e em RN a termo 
medem, à palpação, cerca de 1cm. 
APARELHO RESPIRATÓRIO: É importante que se faça com o RN calmo, já que o choro costuma alterar os parâmetros, que devem 
ser medidos em repouso. A respiração do RN é do tipo costoabdominal. São comuns as variações de frequência e ritmo 
respiratório, observando-se pausas respiratórias curtas (cerca de 5 segundos) nos RN prematuros. A palpação, percussão e 
ausculta devem ser feitas em toda a área de extensão do parênquima pulmonar. 
APARELHO CARDIOCIRCULATÓRIO: A FC varia, em média, de 120 a 140bpm. RN em repouso com FC > 160bpm (taquicardia) 
devem ser mais bem avaliados. 
 
Lúria Niemic Onofre, turma XXXIV 
ABDOME: 
À inspeção, o abdome do RN apresenta-se semigloboso, com perímetro abdominal cerca de 2 a 3cm menor que o cefálico. Deve-
se, ainda, inspecionar as condições do coto umbilical. Inicialmente gelatinoso, ele seca progressivamente, mumificando-se perto 
do 3º ou 4º dia de vida, e costuma desprender-se do corpo em torno do 6º ao 15º dia. É importante pesquisar a presença de 
secreções na base do coto umbilical ou de eritema da pele ao redor da implantação umbilical. 
Com a percussão abdominal (e torácica) pode-se determinar o tamanho do fígado acompanhando o som sub-maciço. 
Caracteristicamente, encontra-se som timpânico no resto do abdome. Eventualmente, consegue-se delimitar o tamanho do 
baço, especialmente quando aumentado. 
A palpação abdominal fica mais fácil quando realizada com o RN dormindo. Deve ser suave e superficial no início, partindo-se da 
fossa ilíaca em direção ao rebordo costal. Após a palpação superficial, pode-se fazer uma palpação mais profunda. 
Devem-se descrever as características do fígado: consistência (parenquimatosa, endurecida), superfície (lisa, granulada) e borda. 
No RN a borda do fígado é um pouco mais arredondada, diferentemente da borda fina encontrada em crianças maiores e 
adultos. 
Com a palpação superficial, consegue-se palpar o pólo inferior do baço no nível do rebordo costal esquerdo. Sempre que se 
consegue palpar o baço é necessária investigação, devido à possibilidade de infecção ou de incompatibilidade sanguínea. 
APARELHO GENITUNIÁRIO 
A 1ª diurese costuma ocorrer na sala de parto ou nas primeiras 48h. Em mais de 90% ocorrem nas primeiras 24h. Eventualmente 
observam-se manchas avermelhadas nas fraldas, que devem-se à presença de uratos na urina e não tem repercussão clínica. 
O exame da genitália deve ser detalhado e sempre que possível com a presença de um dos pais ou de um auxiliar. Se essa regra 
é fundamental para crianças maiores, não deixa de ser menos importante com um RN. Após inspeção geral, o exame deve 
começar com a palpação do canal inguinal para a detecção de massas ou testículo. 
MASCULINO: A bolsa escrotal é rugosa no RN a termo. Sua palpação permite verificar a presença dos testículos, assim como sua 
sensibilidade, tamanho e consistência. Os testículos têm consistência firme, parenquimatosa, com tamanhode cerca de 1cm, e 
não são hipersensíveis. 
FEMININO: o tamanho dos grandes lábios depende do depósito de gordura e da IG da RN. Afastados os grandes lábios, avalia-se 
o sulco entre os grandes e pequenos lábios, frequentemente recobertos de vérnix. Afastando-se os pequenos lábios examina-se 
o hímen. Deve-se observar a perfuração himenal por onde é comum a saída de secreção esbranquiçada ou translúcida em 
consequência da ação do estrógeno materno, e que costuma desaparecer ao final da primeira semana de vida. 
ÂNUS: O exame do orifício anal deve ser feito obrigatoriamente, podendo-se detectar anomalias anorretais e fístulas. 
SISTEMA NERVOSO 
Quando se inicia o exame físico geral do RN, inicia-se a avaliação neurológica, pois postura, movimentação espontânea, resposta 
ao manuseio e choro são parâmetros importantes dessa avaliação. 
É indicado fazer depois das primeiras 12 horas de vida, afim de, minimizar a influência do estresse do parto, que pode mascarar 
algumas respostas normais, dando falsa impressão de comprometimento. 
Os que habitualmente devem ser avaliados são: 
 Sucção 
 Voracidade: reflexo de procura manifesta quando é tocada a bochecha perto da boca 
 Preensão palmoplantar: leve pressão do dedo do examinador na palma das mãos da criança e abaixo dos dedos do pé. 
 Marcha reflexa e o apoio plantar: segura a criança pelas axilas em posição ortostática. 
 Fuga à asfixia: Coloca a criança em decúbito ventral no leito, com a face voltada para o colchão. O RN deverá virar o 
rosto liberando o nariz para respirar adequadamente. 
 Cutâneo-plantar 
 
Lúria Niemic Onofre, turma XXXIV 
 Moro: resposta de extensão-abdução dos membros superiores 
REFERÊNCIA E CONTRA REFERÊNCIA 
O SUS funciona como uma espécie de rede que deve estar integrada para que o atendimento aos usuários não sofra 
interrupções, sendo o indivíduo acompanhado nos diversos níveis de atenção à saúde de acordo com suas especificidades. O 
sistema inicialmente organizado como uma pirâmide contém a atenção básica (nível primário) na base, sendo ela considerada a 
porta de entrada do usuário nesse sistema. O nível secundário estaria localizado na parte intermediária composta por unidades 
de urgência e emergência, além de consultas especializadas. No topo da pirâmide, tem o nível terciário de atenção que abrange 
as hospitalizações e procedimentos de alta complexidade. Essa hierarquia ainda é mantida e é necessária para a organização 
segundo níveis de complexidade, porém, com uma visão mais ampla do processo, onde estes níveis se interligam e se 
comunicam de forma a manter o vínculo com o usuário. 
O sistema assume papel fundamental para que esse processo ocorra efetivamente. Referenciar um paciente implica em 
transferi-lo a um estabelecimento especializado a partir do Centro de Saúde. Porém, a comunicação deve ocorrer também no 
sentido oposto, ou seja, através da contra-referência desse caso, ocorrendo assim uma dinâmica constante no sistema. 
Devem existir normas claras para o "estabelecimento de mecanismos e fluxos de referência e contra-referência, com o objetivo 
de garantir a integralidade da assistência e o acesso da população aos serviços e ações de saúde de acordo com suas 
necessidades", evitando dessa forma, os furos nos serviços e no acompanhamento dos pacientes. Não deve haver hierarquia 
entre os diferentes nós da rede, e sim uma organização horizontal dos serviços, pois todos são igualmente importantes para os 
objetivos propostos.

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