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Victoria K. L. Cardoso Púrpura trombocitopênica imune Introdução Definição: é uma doença autoimune caracterizada pela destruição imunológica e supressão das plaquetas, resultando em trombocitopenia e predisposição a sangramentos. ● Aqui a trombopoetina (TPO) é frequentemente baixa. Fisiopatologia: ● São causadas por aumento da destruição das plaquetas por linfócitos T ou por auto-anticorpos (IgG), mas pode ocorrer também por redução da produção de plaquetas. Classificações Primária: é idiopática, ou seja, não tem causa definida. ● É definida pela contagem de plaquetas (CP) < 100.000, SEM outras causas ou desordens que podem estar associadas - é diagnóstico de exclusão. ● Tempo de duração: ○ Primária aguda: duração < 3 meses após o diagnóstico. ○ Primária persistente: duração de 3-12 meses após o diagnóstico. ○ Primária crônica: duração > 12 meses após o diagnóstico. Secundária: são causas imunes, exemplo: ● Síndrome de EVANS. ● Lupus. ● HIV. ● Hepatite C. ● CMV. ● Helicobacter pylori. ● Varicela zoster. ● Malária. ● Dengue. Obs: causas não imunes - trombocitopenias congênitas, quimio ou radioterapia, deficiência de vitamina B12 ou folato, leucemias, SMD, deficiência de heparina, quinino, CIVD, PTT e SHU. Obs: pode ser por hiperesplenismo - hipertensão portal e doenças infiltrativas do baço. Victoria K. L. Cardoso História natural da doença História clínica do paciente: ● Infecções, drogas e sangramentos cutâneos mucosos. ● CP < 20.000 - 30.000. ● Presença de: ○ Petéquias. ○ Equimoses. ○ Epistaxe. ○ Gengivorragia. ○ Metrorragia. ○ Hematúria. ○ Melena. ○ Hemorragia em SNC. História familiar: de trombocitopenias congênitas. Exame físico: ● Quadro purpúrico. ● Ausência de adenomegalia e visceromegalia. Victoria K. L. Cardoso Exames laboratoriais e tratamento Objetivo do tratamento: alcançar uma CP de adequada hemostasia, ou seja, CP > 30.000. ● Cura: CP > 100.000. Tratamento: ● Redução da produção de IgG: uso de corticosteróides, azatioprina, ciclofosfamida, rituximabe ou ciclosporina. ● Remoção do sítio de destruição: por esplenectomia. ● Redução da destruição mediada pelos receptores FC: uso de corticosteróides, IVIg, danazol e anti-D. ● Aumento na produção de plaquetas: uso de agonistas da TPO. Tratamento em crianças e adolescentes: ● Paciente sem sangramentos ou com sangramento moderado (presença de petéquias e equimoses): ○ Independente da CP o paciente apenas fica em observação. ● Paciente com sangramento mais grave e ou com outros sintomas: ○ (1* linha) Adm de prednisona por curto período + 1 dose de imunoglobulina (IVIg). ○ Caso o paciente não responsda ao tratamento (2* linha): adm de rituximab (anti-CD20 - tem ação nos linfócitos B); dexametasona em altas doses. ○ Esplenomegalia: nos casos de PTI persistente ou crônica, com sangramentos importantes ou persistentes, não responsivos ou intolerantes a outras terapias. ■ A cirurgia deve ser retardada por pelo menos 12 meses, pois tem potencial risco de infecção e morte. Tratamento em adultos: ● Quando a CP < 30.000� ○ (1* linha) Prednisona: resposta de 4-6 semanas, tem redução lenta e gradual, mas a maioria recai a partir de 6 meses. ○ Prednisona + IVIg: tem um rápido aumento da CP. ○ IV anti-D (Rh+) e IVIg: apenas de a corticoterapia for contraindicada. Victoria K. L. Cardoso ● Pacientes que recaem ou dependentes de corticóide (2*linha): ○ Esplenectomia: tem 70% de resposta a longo prazo. ○ Rituximab ou agonistas dos receptores da trombopoetina (TRAs). ● Tratamento de 3* linha: podem ser usados isoladamente ou em combinação, para pacientes que não responderam a 1* ou a 2* linha. ○ Azatioprina. ○ Ciclosporina. ○ Danazol. ○ Dapsona. ○ Vincristina. Tratamento na emergência: para pacientes com sangramento agudo em SNC, trato gastrintestinal, intensa trombocitopenia (< 10.000) - chance de mortalidade de 5%. 1. Internação. 2. Corticóides em altas doses. ● Metilprednisolona IV, após prednisona. 3. IVIg concomitante. 4. Transfusão de plaquetas. 5. Plasmaférese (eficácia limitada). 6. Esplenectomia.
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