Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Victoria K. L. Cardoso Anestésicos locais Informações gerais Tipos de anestésicos locais: ● Ésteres: degradados no sangue, através de colinesterases: ○ Cocaína. ○ Procaína. ○ Benzocaína. ○ Tetracaína. ● Amidas: degradadas no fígado. ○ Lidocaína - xilocaína. ○ Prilocaína. ○ Bupivacaína - marcaína. ○ Ropivacaína. ○ Mepivacaína. ○ Articaína. Exemplares de AL ● Lidocaína. ● Bupivacaína. ● Ropivacaína. ● Levobupivacaína Composição bioquímica: ● Consiste em um componente hidrofóbico, uma região de ligação e em uma amina substituída (região hidrofílica). Mecanismo de ação Há uma ligação reversível a um receptor específico dos canais de sódio dos nervos, causando um bloqueio temporário dos potenciais de ação na condução nervosa. ● Por se tratar de uma base fraca, esses fármacos precisam passar pela membrana plasmática perdendo um H+ (dissociação) - o meio extracelular é neutro -, que será “reposto” do outro lado da membrana, para se ativar - o meio intracelular é mais ácido. ● Dessa forma, os anestésicos locais bloqueiam a célula de dentro para fora, pois agora o sódio fica bloqueado de entrar na célula, então “a carga positiva não entra” e não ocorre a despolarização. ● Assim, os AL impedem a geração e condução de impulsos nervosos ao interferir na permeabilidade da membrana ao sódio, bloqueando esses canais e impedindo a condução de estímulo na fibra nervosa ● Tem ação mais rápida em fibras menores (menos superfície) e mielinizadas. Victoria K. L. Cardoso ○ Melhor em fibras Delta (mais finas - são sensitivas) do que em fibras Alfa (mais grossas - são motoras). ■ Logo, um AL age melhor na via de sensibilidade do que na via motora. ■ Com o uso de um AL, perde-se a sensibilidade, mas não a capacidade de movimento. ● Todos os anestésicos locais são vasodilatadores (com exceção da cocaína) e tem bloqueio dos nervos simpáticos. ○ Com a aplicação de um anestésico local, os vasos adjacentes irão se dilatar, o que ajuda em uma melhor absorção do medicamento - efeito fugaz. ● Ações: dor, calor, tato, pressão e perda de função. Associações com vasoconstritores e aplicações clínicas Efeitos da associação com vasoconstrictores: ● Prolongamento da anestesia, por diminuir a absorção do anestésico. ● Diminuição da toxicidade, pois com a associação haverá menor necessidade da concentração do anestésico. ● Auxílio na hemostasia. ● Ex. de fármaco: epinefrina-adrenalina. Aplicação clínica: ● Anestesia tópica: anestesia das mucosas com lidocaína, com efeito anestésico máximo dentro de 2 a 5 minutos e a anestesia dura cerca de 30 a 45 minutos. ○ Tem o risco de reações tóxicas sistêmicas, pela rápida absorção na circulação. ● Anestesia por infiltração: atua na pele e tegumentos, usada para sutura de ferimentos. ● Anestesia por bloqueio regional: atua em um ponto distal ao local da aplicação, como no bloqueio axilar para cirurgia de mão. ● Anestesia para bloqueio nervoso: anestésico dentro ou nas proximidades do nervo. ○ Ex: bloqueio de plexo braquial, supraclavicular, interescalenico, nervofemoral, obturador, ileohipogástrico, ileoinguinal por exemplo. ● Anestesia espinhal ou raquianestesia: injetado no espaço subaracnóideo em contato com o líquido cefalorraquidiano. Pode ser associado a opióides e outros fármacos para potencializar a analgesia e a duração. ● Anestesia peridural: injeta-se o anestésico entre o ligamento amarelo e a duramáter. Pode ser usado na analgesia do pós-operatório imediato, controle da dor de câncer e outras aplicações. Victoria K. L. Cardoso ● Arritmias cardíacas: (lidocaína intravenosa) é útil no tratamento de taquicardias supra ventriculares e de disritmias ventriculares com extrassístoles. Tem ação no bloqueio dos canais de sódio abertos ou inativados. ○ Rápida recuperação do bloqueio. Intoxicação Toxicidade: é resultado de uma depressão do SNC, por excesso dos anestésicos locais na circulação sanguínea. Sintomatologia indicativa de intoxicação: ● Formigamento de lábios e língua. ● Zumbidos. ● Distúrbios visuais. ● Convulsões. ● Depressão cardiovascular. ● Inconsciência. ● Coma e parada cardio respiratória. Obs: os AL não devem ser utilizados com outros agentes depressores no seu tratamento. Efeitos adversos sistêmicos por intoxicação: ● Zumbidos, parestesia e dislalia. ● Sedação, confusão, ansiedade e tremor. ● Abalos e inconsciência. ● Convulsão, coma, IRA, hipóxia e choque. ● Parada cardíaca. Tratamento de intoxicação por anestésicos locais: ● Tratamento suporte. ● Parada cardio-vascular: ○ Ventilação. ○ Dose baixa de epinefrina (1o-1oo mg). ○ Não se deve usar: vasopressina, betabloqueadores e bloqueador do canal de cálcio. ● Arritmias ventriculares: amiodarona. ● Crise convulsiva: usar benzodiazepínicos. ● Medicamento que retira o anestésico local da circulação sanguínea: emulsão lipídica a 20%. Obs: NÃO UTILIZAR VASODILATADORES.
Compartilhar