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Rayane Aguiar – P5 Psicofarmacologia em situações especiais *Gravidez e saúde mental: campo fértil em situações de transtornos mentais. Transtornos mentais na gestação e puerpério: Depressão, ansiedade, transtorno de adaptação, TOC, transtorno bipolar, esquizofrenia. Depressão: 10 – 16% dos casos. - tristeza, desânimo, perda de interesse, mudanças no apetite, sono e libido, sensação de vazio, dificuldade de concentração, falta de disposição, cefaleia. Fatores predisponentes: história de abortamento, estresses, falta de apoio, violência doméstica. Ansiedade: preocupações excessivas, medo, crises: taquicardia, falta de ar, angústia, desespero. Dúvidas comuns: o que fazer se achar que tem depressão ou outra doença mental? Como é feito o tratamento na gravidez? Pode tomar remédio? Respostas: procure ajuda e orientação e o tratamento é possivel sem complicações. A grávida que tiver depressão deve parar o tratamento? Não. Deve-se ajustar o medicamento e a dose. Consequências para a mãe: - exposição a situações de risco - automedicação - uso de álcool, tabaco e outras substâncias. - desnutrição - menor preocupação com seu estado de saúde e menos adesão ao pré natal - vínculo entre a mãe e o bebê comprometido - risco de suicídio. Consequências para a criança: - parto prematuro e complicações obstétricas - risco de desenvolver doenças mentais e comportamentais a longo prazo - crescimento fetal diminuído - perímetro cefálico diminuído. A maioria dos psicofármacos são seguros durante a gravidez e não põe em risco a gestação. As consequências não são sérias. A piora da depressão na mulher acontece: fase lútea, menopausa, puerpério (baixa de estrógeno) Puerpério: período imediato após a gestação. Incômodo, dúvidas, fragilidade, atenção, dor. Atenção às mães de natimortos! Alta precoce, pacto de silêncio, o bebê como “não pessoa”, culpa. Atenção às mães adolescentes: menos preparação ; maiores índices de depressão ; ansiedade e tentativas de suicídio. “Maternity blues”: sintomas depressivos transitórios no puerpério. Acontece em 50 a 85% das mulheres no puerpério. Sintomas: tende a ser breve, dura de 2 a 3 semanas. Labilidade emocional, insônia, choro fácil, ansiedade, irritabilidade, inadequação. Depressão pós parto: acontece tardiamente. Acontece em cerca dos 13%. Blues puerperal evolui para depressão, após 2 a 3 semanas pós parto. Sintomas: tristeza, alucinações, inquietação, desespero, ideias delirantes, angústia, culpa. Insônia. Risco de suicídio e filicídio! Psicose puerperal: 1 a 4 a cada 1000. Sintomas: agitação, agressividade, alucinações, desorganização, insônia, discurso desconexo, alucinações e ideias delirantes. Risco de suicídio e filicídio! Mulheres que fazem psicose puerperal, no futuro vai desenvolver episódio de mania. As veses a psicose é o primeiro surto de mania. Rayane Aguiar – P5 Psicofarmacologia em situações especiais Como prevenir e ajudar: - apoio familiar ; sem julgamentos ; atenção aos sinais e sintomas ; intervenção precoce ; procura por tratamento imediato ; psicoterapia é essencial (TCC , interpessoal). Psicofarmacologia na gravidez: antes de prescrever para mulheres no período fértil, pergunte sobre o uso de anticoncepcionais. Na gravidez: sempre pesar risco X benefício e o desejo da paciente. Principios gerais: entendendo os diferentes riscos 1º trimestre: malformações estruturais 3º trimestre: toxicidade neonatal Pós parto: atraso no desenvolvimento ou teratogênese comportamental. Princípios : Sempre pregerir iniciar após o 1º trimestre. Usar a dose adequada. A menor dose eficaz possível. Preferir a monoterapia A farmacocinética muda durante a gravidez Não retirar a medicação semanas antes do parto (maior risco de recaída) Planejar a amamentação durante a gestação. Considerar ECT (eletroconvulsoterapia) em situações críticas. ISRS: inibidores da recaptação de serotonina. Não há contraindicação das medicações. Pesquisas orientam cuidado e prudência no uso de ISRS na gravidez. Considerar em quadros moderados a graves. Doses elevadas e politerapia nitidamente aumentam os riscos. Mais indicados: sertralina, citalopram, escitalopram. EVITAR: paroxetina e clomipramina: malformações cardiovasculares. Podem ser utilizados na lactação. Benzodiazepínicos: 1º trimestre: lábio leporino e fendas oropalatinas. 3º trimestre: síndrome do bebê azul, dependência e abstinência. Caso use: lorazepam – meia vida mais curta. Transtorno bipolar e esquizofrenia: manejo sempre junto ao especialista. Pesar riscos X benefícios. ECT pode ser utilizados? Sim! Mas como 3 linha de tratamento. Antipsicóticos: os preferíveis são os típicos como haloperidol. Atpipicos: podem ser utilizados com cautela. Aumentos risco de diabetes e aumento de peso, principalmente olanzapina. Carbonato de lítio: não usar no 1º trimestre. Anormalidades cardíacas, anomalia de ebstein. Pesar o risco X benefício. Deve-se utilizar com cauutela. Anticonvulsivantes: ácido valproico, hidantopina e carbamazepina 1º trimestre: anomalias no tubo neural, anencefalia, microcefalia, hidrocefalia, espinha bífida, disfunção urogenital, deficiência intelectual. Risco menor: lamotrigina, topiramato, gabapentina Psicoterapia na lactação: Concentração no leite geralmente é baixa mas o uso requer cautela Evitar sedativos Evitar em prematuros com deficiência renal ou hepática. Manter a medicação que vinha sendo utilizada na gravidez → menor dose possível. Tomadas em dose única, logo antes da mamada que antecede o sono mais longo do bebê. Monoterapia Rayane Aguiar – P5 Psicofarmacologia em situações especiais SAÚDE MENTAL NA INFÂNCIA Situações desfavoráveis: desestrutura familiar; divórcio dos pais; maus tratos; negligência; violência; abuso sexual ; criança com câncer. Manejo: - Psicoterapia: é imprescindível esse manejo. A resposta será muito maior. -Psicofármacos Princípios gerais: Maior metabolização hepática Maior taxa de filtração glomerular Menor quantidade de tecido adiposo Retém menos Proporção dose/peso maior do que no adulto Começar com doses baixas e aumentar APENAS se necessário. Considerar: - idade: depende da doença. Mas a maioria a partir dos 4 anos de idade. Com exceção da ritalina que só pode ser dada a partir dos 6 anos de idade. - diagnóstico principal - comorbidades - compreensão dos pais - cérebro em desenvolvimento. o psicofármaco atravessa a BHC e pode alterar o desenvolvimento das crianças. - risco – benefício Psicoestimulantes e TDAH Ocorre por hipofunção dopaminérgica no lobo frontal, por isso tem-se dificuldade em controlar os impulsos. Metilfenidato (Ritalina) Curta ação (2,5mg – 10 mg até 4x ao dia); liberação prolongada (ritalina LA, 10, 20, 30, 40mg; concerta 1 - 54mg) Uso em dias escolares ou uso contínuo. Lisdexafetamina (venvanse) Liberação prolongada (venvanse 30, 50, 70mg) Antipsicóticos: TEA, agitação, agressividade/impulsividade TEA: transtorno do espectro autista: dificuldade na comunicação e sociabilidade. Não necessariamente tem o comprometimento da inteligência. Comportamento esteriotipados e restritos. Dificuldade em variação na rotina, a alteração da rotina pode trazer agressividade, agitação inquietude e insônia. Típicos: haldol: 0,5 mg/kg/dia: 2 tomadas Atípicos: risperidona 1-2mg/dia Aripriprazol 2 – 10mg/dia Quetiapina 25-300mg/dia Olanzapina 2,5mg – 10mg Antidepressivos: depressão, ansiedade, impulsividade Fluoxetina, escitalopram, sertralina } depressão (2ª linha) Clomipramina e fluvoxamina } TOC Imipramina } enurese noturna Estalibizadores do humor Litio} 12 anos de idade Ácido valproico} Carbamazepina Rayane Aguiar – P5 Psicofarmacologia em situações especiais Benzodiazepínicos: devem ser evitadas! Servem para transtornos ansiosos, insônia, terror noturno, sonambulismo Tem risco de efeito paradoxal! Diazepam Clonazepam Lorazepam: 12anos SAÚDE MENTAL NO IDOSO A apresentação dos transtornos mentais no idoso tem peculiaridades diferentes. Deve-se atentar em síndromes orgânicas e comorbidades. Principios gerais: - queda da força inotrópica - diminuição da filtração glomerular - massa muscular e percentual de água corporal diminuídos. - monitorar funções hepáticas e renais - comorbidades clínicas são frequentes - interações medicamentosas e mais reações adversas ¼ das doses habituais em jovens. Psicofármacos: Antidepressivos: *ISRS: sertralina e escitalopram *estabilizadores do humor: EVITAR: Tricíclicos: interações medicamentosas, hipertensão, arritmias, constipação Fluoxetina: efeito anorexígeno e piora da ansiedade Anticolinérgicos (prometazina) e anti-histamínicos: podem provocar confusão mental no idoso. Benzodiazepínicos: se necessário, meia vida curta: lorazepam Anfetaminas e anorexígenos Barbitúricos: exceção nas convulsões: se necessário Antipsicóticos típicos e risperidona: risco de sintomas extrapiramidais.