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Inibidores de PC e Aminoglicosídeos Antibióticos - Farmacologia - SP3 e SP4 CARBAPENÉNS: ● Os carbapenéns (imipeném, doripeném, ertapeném, meropeném) estão estruturalmente relacionados com os antibióticos βlactâmicos. ● São sintéticos; ● Exibem amplo espectro, com boa atividade contra numerosos bastonetes Gram-negativos, inclusive P. aeruginosa (- ertapenem), microrganismos Gram-positivos e anaeróbios. ○ Direcionados para tratar mais gram-negativos. ○ Mas em especial infecções ESBL → PRIMEIRA LINHA DE TRATAMENTO. ● Mostram-se resistentes à maioria das βlactamases, mas não às carbapenemases ou metalo-β-lactamases. ● Os carbapenéns penetram adequadamente nos tecidos e líquidos corporais, inclusive no líquido cerebrospinal. ● Todos sofrem depuração renal, e a sua dose precisa ser reduzida em pacientes com insu�ciência renal. IMIPENEM (Tienam ®) Bactericida - carro chefe de hospitais ● Antibiótico de amplo espectro mostra-se ativo contra vários micro-organismos Gram+ , Gram- , e anaeróbios ● Notadamente resistente a ação das -lactamases ● Não é absorvido via oral, administrado via IV ● No rim passa para o �ltrado glomerular, sendo parcialmente degradado por uma desidropeptidase. ● É associado com Cilastatina inibidor especí�co dessa enzima - inibe metabolismo tubular renal e impede a formação de compostos nefrotóxicos → retardar o metabolismo do Imipenem, fazendo com que ele tenha uma maior duração, evitando uma sobrecarga e possível dano renal. ○ Inibe enzima que faz com que esse medicamento �que com uma duração maior, não tendo uma ação antibacteriana. ● Dose: 1-2 g diários 6/6h ou 8/8h (0,25 a 0,5g cada dose) MEROPENEM (Meronem 500mg ou 1g ®) Bactericida ● Antibiótico de amplo espectro atua contra quase todas as bactérias aeróbias e anaeróbias Gram-positivas e Gramnegativas (+ efetivo). ● Doses: 0,5 a 1 g – 8/8h ● EA: náuseas, vômitos, diarreia, exantemas cutâneos, reações no local da infusão, convulsões (imipenem) ● Usos em infecções causadas por microrganismos sensíveis resistentes a outros fármacos - P. aeruginosa, e de infecções aeróbias e anaeróbias mistas. ● Efetivos contra bactérias Gram-negativas ESBL. ○ infecção abdominal; ○ infecções do sistema nervoso central; ○ pneumonia; ○ infecção de pele e partes moles; ○ infecção do trato urinário; ○ infecção ginecológica; Constituem alternativa no tratamento de pacientes granulocitopênicos febris. ● A resistência aos carbapenens em microrganismos Gram Negativos pode ser decorrente de: ➔ Diminuição da permeabilidade da membrana externa aos antimicrobianos, pela perda ou expressão reduzida de proteínas de membrana externa; ➔ Hiperexpressão de bombas de e�uxo, que reduzem a concentração de antimicrobiano no interior das células; ➔ Produção de enzimas (β-lactamases) que degradam os carbapenems -carbapenemases, enzimas conhecidas como metalo-β-lactamases (MβLs)- KPC - super enzimas destruidoras de anel beta-lactâmico ➔ Carbapenemases ○ Estas enzimas são produzidas intrinsecamente por alguns micro-organismos, tais como: Stenotrophomonas maltophilia, Bacillus cereus, Chryseobacterium meningosepticum, C. indologenes, Legionella gormanii, Caulobacter crescentus e Aeromonas spp. ○ Adquiridas: P. aeruginosa e K. pneumoniae (KPC) ○ A aquisição de genes codi�cadores de MβLs representa a diminuição de sensibilidade aos β-lactâmicos, incluindo carbapenems, e impossibilitando a sua utilização como opção terapêutica. ○ Dentre as opções terapêuticas disponíveis, estão as �uoroquinolonas (grande maioria das vezes são resistentes) e polimixinas (geralmente muitos EA’s), que podem ser utilizadas dependendo do resultado dos testes de sensibilidade. MONOBACTÂMICOS (NÃO VAI CAIR NA PROVA): ● AZTREONAM (Azactam®) ○ Ativo APENAS contra Gram- aeróbios. NÃO serve para anaeróbios. ○ É sensível às ESBL, algumas sim, outras não. ○ Uso Hospitalar - mas quase não utilizado pois não há uma vantagem especí�ca. ○ Atividade antimicrobiana primária contra enterobactérias. ○ Administrado por via parenteral (IM ou IV) e excretado pela urina ○ Tem boa distribuição tecidual e penetra na maior parte dos tecidos e líquidos orgânicos incluindo ossos, próstata, pulmão, secreção traqueal, sistema nervoso central e trato gastrointestinal. ○ Usos: tratamento de infecções das vias urinárias, aéreas infecções pélvicas, intra-abdominais, respiratórias. ■ Sem nenhuma vantagem comparado aos carbapenêmicos ○ Doses: 0,5 e 1 g – (8-12 h) GLICOPEPTÍDEOS (classe): Vancomicina (ATB muito potente - mais comum em ambiente hospitalar), Teicoplanina, Dalbavancina ● EXCLUSIVAMENTE PARA INFECÇÕES GRAM POSITIVAS QUE TENHAM RESISTÊNCIA NAS PBP’s (proteína de ligação à penicilina) - (Staphylococcus aureus) ○ Resistência MRSA ● EV pq não são absorvidas, são super hidrossolúveis, não sofrendo metabolização renal. ● Per�l de resistência que se re�ra à alteração das PBP’s, resistência VRE e GRSA (cepa de glicopeptídeos resistentes, sta�lococcus [ já temos enterococcus] resistente aos glicopeptídeos) ● Nenhuma penicilina, cefalosporina, quinolona e outros fariam efeito. ● Inibem a síntese da parede celular por meio de sua ligação �rme à extremidade terminal DAlaDAla do pentapeptídeo peptidoglicano em crescimento. ● Essa ligação inibe a transglicosilase (transfere unidades de açúcar na parede celular), impedindo o alongamento do peptidoglicano e a ligação cruzada, desestabilizando a membrana. ● Em consequência, o peptidoglicano �ca enfraquecido, e a célula torna-se suscetível à lise. ● A membrana celular também é dani�cada, contribuindo para o efeito antibacteriano. ● Bactericida para bactérias Gram-positivas. ● Não é absorvida pelo TGI → Tratamento da colite pseudomembranosa e enterocolites. ○ Via parenteral IV → tratamento de sepse, endocardite causada por esta�lococos resistentes, infecções no TR, SNC . ○ Uso hospitalar ● Efeitos Adversos: �ebite, calafrios, febre, ototóxica (principalmente se associada à aminoglicosídeos) e nefrotóxica se associada (é o que mais aparece - molécula que precipita no rim) com aminoglicosídeos. ● A resistência à vancomicina nos enterococos e S. aureus deve-se a uma modi�cação do sítio de ligação DAlaDAla da unidade de formação do peptidoglicano, em que a DAla terminal é substituída por Dlactato. Não se liga ao alvo. ● Resistência chamada GRSA = Staphylococcus aureus resistente aos glicopeptídeos (alem de ter alteracao nas PBP’s, ela também nao tem permeabilidade → nao realiza seu efeito) POLIMIXINAS - sempre última escolha (olhar primeiro se quinolonas e aminoglicosídeos são possíveis): ● As atividades antimicrobianas da polimixina B e da colistina são semelhantes e limitam-se às bactérias gram-negativas → INFECÇÕES GRAVES POR GRAM-NEGATIVAS (aquelas que como fator de resistência a expressão da enzima carbapenemase). ● As polimixinas são agentes an�páticos tensoativos → ação tipo detergente. ● Para KPC de 3 a 5 dias ● EXTREMAMENTE TÓXICA PARA O HOSPEDEIRO: ○ Interagem fortemente com os fosfolipídeos (“dissolvem eles”) e desorganizam a estrutura das membranas celulares. ○ A permeabilidade da membrana bacteriana modi�ca-se imediatamente em contato com o fármaco. ○ A polimixina B liga-se à porção lipídica A da endotoxina (o lipopolissacarídeo da membrana externa das bactérias gramnegativas) e inativa essa molécula. ○ Não são absorvidas por via oral. ○ São depuradas pelo rim, e é necessário efetuar uma modi�cação da dose em pacientes com comprometimento da função renal ● Usos tópicos: sulfato de polimixina B está disponível para uso oftálmico e otológico - por Pseudomonas aeruginosa é uma causa comum de infecção de úlceras da córnea. ● Usos sistêmicos: infecções por bactérias gram-negativas resistentes a diversos fármacos (Acinetobacter spp., P. aeruginosa e Klebsiella spp.) apesar de sua toxicidade. ● Efeitos adversos: nefrotoxicidade. As reações neurológicas incluem fraqueza muscular, apneia, parestesias (de todos os MMSS), vertigem e fala arrastada. Órgãos vitais sofrem danos muitos signi�cativos. Daptomicina (Cubicin- 500 mg) ● A daptomicina é um antibiótico bactericida seletivamente ativo contra bactérias gram-positivas aeróbias, facultativas e anaeróbias. ● Para infecções do tipo GRSA ● Uso hospitalar. ● Utilizada, também, quando paciente não pode tomar Vancomicina. ● MA: Mexe na despolarização da célula e nos �uxos de íons disponibilizados pela célula. Daptomicina liga-se à membrana celular bacteriana levando ao e�uxo de potássio (sai do citosol da célula, leva à morte celular bacteriana) e à subsequente despolarização da membrana, com consequente morte celular. ● Farmacocinética: IV lenta (30 minutos), liga-se fortemente às proteínas do plasma (> 90%). ● Sua meia-vida tem cerca de 8 h. ● Eliminação predominantemente renal. ● Uso: tratamento de infecções de pele/partes moles, de bacteremia e de endocardite – para infecções graves que não respondem à vancomicina - alternativa à vancomicina. ● Efeitos Adversos: Distúrbios GI, miopatia (grave → monitorar com dosagem diária de fosfocreatina). INIBIDORES DA SÍNTESE PROTEICA Glicilciclinas Tigeciclina (Tygacil® 50 mg – IV lento – 12/12h) ● Análogo sintético das tetraciclinas, exibindo atividades típicas das tetraciclinas e também contra micro-organismos resistentes a esta classe (resistente ao e�uxo e alteração ribossômica). ○ Inibe síntese proteica, inibindo a formação de proteínas importantes para bactéria, afetando somente sua multiplicação. ● Apresenta potente atividade antimicrobiana potente, com largo espectro de ação. ● MA: inibe a síntese proteica por meio da ligação à subunidade 30S do ribossomo. ● Ação bacteriostática - não consegue �nalizar e curar a infecção sozinha, depende do sistema imune. ● Infecções graves (se o paciente não estiver TÃO grave). ● Ativa contra bactérias aeróbicas, anaeróbicas e patógenos Gram-positivos resistentes, além disso, é ativa também frente à micro-organismos Gram-negativos produtores de βlactamases, apresentando ação limitada apenas contra P. aeruginosa (não funcina). ● A tigeciclina não afeta o sistema enzimático P450, apresentando baixo potencial de interação com outros fármacos sendo os seus principais efeitos adversos gastrointestinais como náuseas, vômitos e diarreia. ● Extremamente danosas ao estômago e intestino. ● PRINCIPAL EA: NÁUSEA E VÔMITO → paciente vai precisar de antieméticos para aliviar. ● Excretado principalmente via biliar (importante pois não precisa se preocupar com questões renais). ● Indicação clínica: ○ Infecção complicada de pele e tecidos moles. ○ Infecções complicadas intra-abdominais. Linezolida (Zyvox) - 3a opção (última escolha) ● A linezolida – classe das oxazolidinonas, com atividade in vitro contra as bactérias Gram-positivas aeróbicas, algumas bactérias Gram-negativas e micro-organismos anaeróbicos. (do tipo GRSa) ● Mecanismo de ação: Inibe seletivamente a síntese proteica bacteriana ao bloquear a formação do complexo ribossômico que inicia a síntese proteica. ● Não tem resistência cruzada. ● Farmacocinética: bem absorvida via oral, ½ vida de 4-6 h. Dose de 600 mg 2 x dia. ● Efeitos adversos: problemas hematológicos graves: trombocitopenia, neutropenia (detona com a medula óssea = APLASIA MEDULAR). AMINOGLICOSÍDEOS: ● São fortemente básicos e hidro�ílicos – não são metabolizados. ● Utilizados em infecções graves por gram-positivas. ● Excretados inalterados. ● São hidrossolúveis e básicos. ● São geralmente restritos para tratar infecções por Gram Negativas - infecções graves. ● Não devem ser usados de forma isolada para tratar infecções por Gram +. ● Concentram-se nos rins e são excretados por �ltração glomerular - inalterado – pH alcalino: aumenta ação em infecções do trato urinário. ○ Dieta deve retirar alimentos ácidos. ● Principais fármacos: ○ Gentamicina, Amicacina (ambos hospitalar e mais frequentes), Estreptomicina, Tobramicina, Canamicina, Neomicina (oral – ação local – intestino grosso = ambulatorial(raro)), Netilmicina. ○ Utilização sistêmica é IM ou IV - não há VO pois são extremamente hidrossolúveis. ● Os aminoglicosídeos se ligam a proteínas ribossomais especí�cas da subunidade 30S. ● Penetram no citosol bacteriano por difusão passiva por meio dos canais de porinas. ● Ativos principalmente contra bacilos gram-negativos aeróbicos. ● Interferência com o complexo de iniciação de formação do peptídeo; ● Leitura errônea do RNAm, o que provoca a incorporação de aminoácidos incorretos no peptídeo e resulta em uma proteína afuncional ou tóxica e, portanto, exerce uma ação bactericida. ● Clivagem dos polissomas em monossomas não funcionais. ● Essas ações ocorrem simultaneamente e o efeito global é irreversível e letal para a célula. ● No início tem ação bacteriostática. ● Bactericida após 3-5 dias de uso (quando as toxicidades começam a aparecer também). ● Usos: ○ Tratamento de infecções graves TGU (pielonefrite), intraabdominais, ósseas, sepse, pneumonia hospitalar (quando provável infecção por aeróbios gram-negativos resistentes a múltiplos fármacos). ○ Infecções oculares. ○ A gentamicina é o antibiótico mais comumente usado no tratamento de infecções graves causadas por bacilos Gramnegativos (Escherichia coli, Klebsiella pneumoniae, e Proteus, Serratia, Acinetobacter, Citrobacter, e Enterobacter spp.). ○ Combinados com beta-lactâmicos na terapêutica empírica inicial de sepse → sinergismo de ação. ○ A combinação de gentamicina e clindamicina é útil em pacientes com uma infecção intra-abdominal Resistência aos aminoglicosídeos ● Inativação por enzimas microbianas ● Diminuição de penetração do fármaco no citosol bacteriano ● Falta de ligação dos fármacos aos ribossomos devido a uma mutação que afeta o sítio de ligação: Estreptomicina ● Farmacocinética: ○ Baixa absorção via oral- estrutura policatiônica (IM e IV). ○ Distribui-se em todos os �uidos (exceto LCR). ○ São mais ativos em meio alcalino. ○ Eliminação renal na forma ativa (depende da eliminação renal). ○ Os aminoglicosídeos apresentam meia-vida de 2-3 h → insu�ciência renal → 24- 48 h. ● Efeitos adversos: ○ Os aminoglicosídeos podem provocar graves efeitos tóxicos que estão relacionados à dose e tempo de uso. Estudos clínicos única dose diária → e�caz e mais segura. ○ As principais complicações após cinco dias de uso: ■ OTOTOXICIDADE: (à nível neurossensorial - coclear) lesão e destruição das células sensitivas irreversíveis podem constituir de: VERTIGEM, PERDA DE EQUILÍBRIO e PERDA AUDITIVA. ■ NEFROTOXICIDADE: lesão dos túbulos renais e pode ser revertido com a suspensão do tratamento. Monitoramento da depuração de creatinina (primeiro indicativo que a lesão está ocorrendo devido acúmulo do fármaco). ● Doses: ○ Ajustes de doses devem ser feitos para evitar acúmulo do medicamento: ■ Dose mantida e intervalo aumentado ■ Intervalo mantido e dose diminuída ■ Obs: penicilinas podem inativar aminoglicosídeos. ■ Fórmula simples: Dose / Valor de creatinina sérica. Função renal normal ( 1 mg/dL) ■ Ex: Paciente 60 kg - gentamicina dose máxima: 5mg/kg/dia → dose de 300 mg/dia, enquanto paciente com creatinina 3mg/dl deve receber 100mg/dia. Única dose diária (IV) - lesivo para a cóclea no início da adm, tendo, depois, uma constante sem lesionar tanto → menos tempo exposto à uma DOSE OTOTÓXICA em comparação com com a administração de 8/8h. NÃO PRECISA COLOCAR NA COLINHA.
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