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Introdução As principais funções do sistema respiratório são a troca de gases entre a atmosfera e sangue, regulação homeostática do pH do corpo, proteção contra patógenos e substâncias irritantes inaladas e vocalização. Fluxo global: troca de ar entre o meio externo e os espaços aéreos do interior dos pulmões. CO2 + H20 -> H2CO3 -> H+ + HCO3- – formação do ácido carbônico que se desassocia em hidrogênio e bicabornato – ÁCIDO VOLÁTIL. Quando há acúmulo de CO2 ocorre alteração do pH do organismo, pode gerar uma acidose. Oxigênio é muito importante de forma global para todo o organismo. Formação de ATP necessita de oxigênio – respiração intracelular/interna. Glicólise, Fosforilação oxidativa. Ciclo de Krebs produz CO2 que deve ser eliminado em função da não-alteração do pH (que não pode estar muito ácido para o funcionamento do corpo). Respiração: A respiração externa ocorre quando o ar atmosférico entra no organismo e vai para os alvéolos pulmonares. A difusão ocorre da maior concentração para a menor concentração. Os capilares pulmonares passam por ali e carregam o oxigênio para o resto do corpo. Dos capilares para as células ocorre também uma difusão, e quando o sangue passa por todo o corpo, ele já está novamente pobre em oxigênio e com bastante CO2 – oxigênio foi para respiração celular. Ocorre troca de ar entre a atmosfera e os pulmões, depois ocorre troca de O2 e de CO2 entre os pulmões e o sangue, transporte de O2 e CO2 pelo sangue e troca de gases entre o sangue e as células. Nos alvéolos pulmonares, pelo CO2 estar em maior concentração, ele vai chegar e vai ser eliminado para as vias aéreas – expiração. PO2 ou PCO2 significa a pressão parcial. Dependente das moléculas, quando mais moléculas, maior pressão e maior concentração da molécula. Difusão ocorre por essa diferença de pressão parcial. Os alvéolos possuem fibras elásticas ao seu redor, uma vascularização por capilares, e são similares a pequenos sacos. Existem células diferentes no epitélio alveolar, o pneumócito tipo I e pneumócito tipo 2 (produz surfactante alveolar, evita o colabamento alveolar) e também alguns macrófagos. Existe uma superfície de troca entre o alvéolo e o capilar. O oxigênio vai do alvéolo para o capilar, passa pelas células do epitélio alveolar (membrana basal), passar pelas células do endotélio (capilar), membrana das células Difusão e Troca de Gases endoteliais. Por isso é importante a pressão parcial com o objetivo de passar por essa barreira alvéolo- capilar. O CO2 precisa fazer o contrário, ele vai sair dos capilares e vai para o alvéolo. Assim, ele também necessita de uma pressão parcial para de difundir pela barreira alvéolo-capilar. O O2 é em parte (2%) dissolvido e transportado dessa forma e 98% vai ser transportado ligado a proteína hemoglobina dentro dos eritrócitos/hemácias. Depois ele se espalha pelos tecidos e participa da respiração celular que devolve CO2. Situações Comprometedoras: Hipóxia com pouco oxigênio nos tecidos (ar rarefeito em locais mais elevados, menor pressão parcial de O2) e hipercapnia com concentração elevada de CO2 no sangue (problemas na eliminação de CO2, por alguma coisa pode ficar retido). Para evitar isso o corpo possui sensores para monitorar a composição do sangue arterial. Quimiorreceptores detectam a quantidade de O2, a concentração de CO2 e a acidez do pH. Se o CO2 é retido, ele age como depressor do SNC e acaba gerando um estado de acidose. Se há muita retenção de CO2, ocorre a maior produção de H+, aumenta a acidez, enzima nidrase carbônica vai influenciar e pode ajudar em causar acidose no organismo. A respiração monitora o pH plasmático e faz ajustes quando necessário. Hiperventilação para aumentar a maior liberação de CO2. Tipo de hipóxia Definição Causas comuns H. Hipóxica Baixa PO2 Grande altitude, hipoventilação alveolar, diminuição da capacidade de difusão pulmonar, relação perfusão-ventilação anormal H. Anêmica Diminuição da quantidade total de O2 ligado a Hb Perda de sangue, anemia (baixa Hb) ou ligação Hb-O2 alterada, envenenamento por monóxido de carbono H. Isquêmica Redução do fluxo sanguíneo Insuficiência cardíaca, choque (h. periférica), trombose (h. de um único órgão) H. Histotóxica Falha das células em utilizar O2, envenenadas Cianeto (fosforilação oxidativa) ou venenos metabólicos VALORES NORMAIS: Difusão é o movimento de uma molécula de uma região de maior concentração, para uma de menor. Gases (como O2 e CO2) se movem de uma região de maior pressão parcial para uma de menor pressão parcial. Fatores que influenciam na troca gasosa: A respiração é influenciada pela quantidade de O2 presente nos alvéolos. Se ocorrer uma baixa composição de ar, haverá menos oxigênio. Há dependência também da ventilação alveolar, maior frequência respiratória, mais oxigênio. Complacência pulmonar está relacionada com a expansão, capacidade de distensibilidade dos pulmões. Pode estar comprometida por tecido cicatricial em grande quantidade, muitas fibras colágenas, menor ventilação e menor oxigenação. Pode haver também a resistência das vias aéreas gerando menor volume de O2 sendo passado e consequentemente, menores quantidades de O2. Área de superfície e distância da difusão também é muito importante. Se houver um edema pulmonar, por exemplo, o oxigênio terá muita dificuldade de passar pelo líquido (pouco solúvel) e pela maior distância. Além disso, quando maior a área de superfície, maior a difusão, quando maior a distância, menor a difusão. Fatores que afetam a difusão: gradiente de pressão do gás, solubilidade do gás no líquido e temperatura. O2 é menos solúvel do que CO2 em água. Por isso só uma pequena parte é dissolvida e transportando no plasma. Hemoglobina: O O2 é dissolvido no plasma (2%) e o resto é ligado a hemoglobina formando a oxihemoglobina (HbO2). A hemoglobina é muito importante pois ela aumenta a capacidade de transporte de oxigênio. Se houver uma menor pressão parcial de O2 na atmosfera, mas houver eritrócitos, ainda é possível transportar numa capacidade maior. Possui 2 tipos de globina: duas cadeias alfa e duas cadeias beta e 4 grupamentos HEME. Possuem 4 sítios de ligação com oxigênio e podem estar em 2 estados: T (tenso) e R (oxigenado, relaxado, ligação do oxigênio). Mudança conformacional do T para o R à medida que o O2 se liga a hemoglobina. Quando há a ligação de O2 num grupamento heme, aumenta a probabilidade de ligação em outro ligamento heme. Muda do estado tenso para o estado relaxado, sítios livres, exposição do grupamento heme para que o oxigênio se ligue. O oxigênio se liga no átomo de Fe central da hemoglobina. O Fe é muito importante. Curva de ligação da oxi-hemoglobina mostram a saturação de oxigênio ocorrendo no organismo – quanto maior a ligação, maior a saturação. Nos alvéolos, a saturação é quase de 100%. Sítios do grupamento heme nessa região ficam cheios de oxigênio. Depois, quando as hemácias passam para os tecidos e liberam o oxigênio, a saturação sofre uma queda. Alguns fatores reduzem a afinidade da Hb pelo O2. Essa redução da afinidade, significa liberar oxigênio para os tecidos. Isso pode ocorrer através do aumento da concentração de H+, aumento da PCO2, aumento da 2,3-difosfoglicerato (DPG – produto da via glicolítica da hemácia, aumenta na hipóxia) e aumento da temperatura. pH mais baixo, acidose causa a diminuição da saturação do O2, isso significa que quando há queda do pH, diminui a saturação e a hemoglobina começa a perder afinidade pelo O2. O contrário ocorre quando háo aumento do pH. A temperatura também causa essas diferenças. Quanto maior a temperatura, menor a saturação ocorre e menor fica a afinidade da Hb pelo oxigênio, mais oxigênio para tecidos. Em temperaturas mais baixas ocorre ao contrário. A redução da afinidade da Hb pelo O2 facilita a difusão do capilar para o tecido. Esse efeito é chamado de Efeito Bohr, importante nos tecidos para que recebam o O2 importante na respiração celular. No caso do 2,3-BPG, ocorre o controle da afinidade. Ajuda a reduzir a afinidade, fica ligado na hemácia. Em situações de hipóxia, ocorrerá o aumento dessa substância. Monóxido de Carbono: Se liga no mesmo sítio que o oxigênio. Competem no mesmo local, mas o monóxido tem muito mais afinidade pela hemoglobina. Ele se liga com tanta afinidade que não permite a ligação de oxigênio e não permite que, se houver algum O2 ligado, esse vá para os tecidos. Ligação com CO é 250 veze mais potente. Deve-se administrar O2 puro e mante uma terapia com O2, aumentar a ventilação. Transporte de CO2: Pode ser transportado na forma dissolvida (7%), ligado a hemoglobina (23%) e transportado na forma de bicarbonato, HCO3- (70%). O oxigênio se liga no Fe central e causa a liberação de H+ e CO2. Esse efeito é conhecido como Efeito Haldane, e promove o transporte de CO2 – ocorre principalmente nos alvéolos pulmonares. Controle da respiração: Bulbo e ponte são responsáveis pela regulação da expressão. De lá saem neurônios rítmicas, processo automático e involuntário. Manda eferências vias neurônios motores para o controle do diafragma (músculo inspiratório) e outros músculos auxiliares da respiração. A expiração é um processo passivo, ocorre relaxamento dos músculos expiratórios. Quando Efeito da mudança no pH na afinidade Hb O2 Efeito da mudança na temperatura na afinidade Hb O2 Efeito da mudança na 2,3-BPG na afinidade Hb O2 virar um processo ativo, como no caso de uma respiração mais forte, músculos intercostais são envolvidos na expiração ativa. Existem sensores que levam a informação pro tronco encefálico, quimiorreceptores, que detectam a informação da periferia, levam informações para os centros respiratórios, saem eferências para o estímulo de neurônios motores, e gerar a contração dos músculos efetores. No tronco encefálico existe o grupo respiratório dorsal, o grupo respiratório ventral e o centro pneumático ou grupo pontino, que juntos formam o centro respiratório. O grupo respiratório dorsal (GRD) está localizado na porção dorsal do bulbo, desencadeia principalmente a inspiração. O grupo respiratório ventral fica localizado na região ventro-lateral do bulbo e desencadeia tanto a inspiração quanto a expiração (“forçada”). O centro pneumático (ou grupo pontino) localiza-se dorsalmente na porção superior da ponte, auxilia no controle da frequência respiratória. No núcleo do trato solitário existem os neurônios do grupo respiratório dorsal (GRD), enviam para o diafragma, neurônios inspiratórios. Controle do nervo frênico e da contração do diafragma pelo GRD. O grupo respiratório pontino (GRP) recebe as informações do GRD e influencia no início e no término da respiração, mudança na frequência respiratória. O grupo respiratório ventral (GRV) possui neurônios que disparam espontaneamente e que podem atuar como marca-passo básico para o ritmo respiratório. Regulação do ritmo da respiração, possui interação com o GRD. Fibras originadas dessa área inervam a laringe, faringe e língua, mantendo as vias aéreas superiores abertas durante a respiração. A ventilação está sujeita a modulação contínua por vários reflexos associados a quimiorreceptores, mecanorreceptores e por centros encefálicos superiores. Influência do CO2, de O2 e do pH sobre a ventilação: O excesso de CO2 ou íons H+ no sangue tem ação direta sobre o centro respiratório, alterando a inspiração e expiração. Por outro lado, o O2 atua sobre quimiorreceptores periféricos que se localizam nos corpos carotídeos e aórticos que transmitem sinas para o centro respiratório. O centro respiratório possui uma área quimiossensível localizada bilateralmente ao ventre do bulbo. Essa área é muito sensível a alterações na concentração de CO2 e H+. Quando essa região quimiossensível é ativada por aumento de PCO2, ela envia sinais para o centro respiratório aumentando a ventilação. O2 estimula a respiração apenas quando a PO2 sanguínea é muito baixa. Mudanças no pH por acidose metabólica também altera a ventilação. CO2 refletido pelas mudanças no pH é o mais importante estímulo do controle respiratório. OBS! Alcalose gera hipoventilação e acidose gera hiperventilação.
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