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TRABALHO EFETIVO DISCENTE KALLYNE CAETANO DA SILVA TERAPIA GÊNICA A habilidade de fazer modificações pontuais no genoma humano tem sido o objetivo da Medicina desde o conhecimento do DNA como unidade básica da hereditariedade.Entende-se terapia gênica como a capacidade do melhoramento genético por meio da correção de genes alterados (mutados) ou modificações sítio-específicas, que tenham como alvo o tratamento terapêutico (GONÇALVES E PAIVA, 2017).Existem duas vertentes na terapia gênica, ou seja, a terapia de células somáticas e a terapia de células germinativas. Na primeira o objetivo é corrigir o gene das células de um determinado tecido de um único paciente, sem passar para seus descendentes e, na segunda, são feitas modificações genéticas em células germinativas que darão origem a uma pessoa (PAIVA, 2017). Em termos gerais, a terapia gênica usa a transferência de uma sequência de ácido nucléico para células do paciente. A transferência pode ser realizada por métodos que envolvem um vetor viral ou não-viral e o material genético pode ser um gene, tipicamente na forma de cDNA que codifica uma proteína funcional capaz de alterar um processo celular (STRAUSS E STRAUSS, 2015).Um gene terapêutico considerado sadio, que foi incorporado em uma célula para tratá-la, é denominado transgene (gene transferido) para diferenciá-lo dos genes próprios. O organismo que recebe essa incorporação do gene terapêutico é chamado transgênico. A terapia gênica é considerada eficiente se o transgene passar a sintetizar o produto gênico — antes deficiente — e conseguir recompor o fenótipo normal do indivíduo (SILVA E JUNIOR, 2018). Uma das promessas da terapia gênica é tratar a raiz da doença, melhor ainda, atingir a alteração genética responsável pela patologia. Os tratamentos mais simples são os de doenças monogênicas, onde um único gene mutado causa uma alteração específica em um processo celular (STRAUSS E STRAUSS, 2015). As novas tecnologias de edição genética vem tomando destaque , como é caso da CRISPR(clustered regularly interspaced short palindromic repeats) , técnica baseada no sistema imune de bactérias capaz de editar genes, seu uso como ferramentas na terapia gênica tem sido explorado, é o que aponta Barboza et. al, 2018 , quando diz que “O sistema CRISPR pode ser utilizado para editar curtos erros genéticos envolvidos no silenciamento ou expressão gênica”. Atualmente, a terapia gênica é uma área predominantemente existente em laboratórios de pesquisa, e sua aplicação ainda é experimental.A maioria dos trials são conduzidos nos Estados Unidos, Europa e Austrália. O âmbito desta abordagem é amplo, com potencial tratamento de doenças causadas por desordens em genes recessivos (fibrose cística, hemofilia, distrofia muscular e anemia falciforme), doenças genéticas adquiridas como câncer, e determinadas infecções virais, como HIV/AIDS (GONÇALVES E PAIVA, 2017). A Terapia Gênica é um campo em fase de maturação, a maioria dos protocolos registrados ainda é para ensaios de fase inicial: 78% são de fase I e Fase I / II. Quando os estudos são levados adiante, com base em dados obtidos em experimentos de provas de princípio e modelos animais das ciências básicas, o campo se move para frente em direção de protocolos clínicos de cura(STRAUSS E STRAUSS, 2015).É preciso que os experimentos demonstrem que o gene utilizado é corretamente entregue e permanece nas células de interesse, cumprindo a função designada e sem causar danos expressivos.O maior impedimento para o progresso dos ensaios até o exercício clínico se deve a problemas de segurança da terapia(SILVA E JUNIOR, 2018). A análise dos ensaios clínicos de transferência de genes já realizados evidenciou que a terapia gênica é uma promissora forma de tratamento para as doenças genéticas ou adquiridas. No entanto, é uma realidade que mostra que, mesmo transcorridas mais de duas décadas da aprovação do primeiro teste, ainda não foram obtidos todos os resultados esperados. As dificuldades em produzir sistemas de transferências de genes eficientes e seguros são os grandes obstáculos para o progresso da terapia gênica (SILVA E JUNIOR, 2018). CONCLUSÃO Observamos, portanto, que a terapia gênica tem o objetivo de tratar doenças a partir do uso de material genético, e sua aplicabilidade atinge as mais diversas doenças, técnica novas como CRISPR podem ser uma aliada nessa nova perspectiva de terapêutica, a fim de tratar ou até mesmo auxiliar na cura de patologias , avaliar a segurança e eficácia deste método é um passo para a sua aplicação ser aprovada no cotidiano médico em hospitais e laboratórios. REFERÊNCIAS BARBOZA,Caroline Mota Souza ; TERRA, Marcella Martins ; RIBEIRO, Maria Luísa Candido ; SILVA,Jacksiane Brandão . A TÉCNICA DE CRISPR-Cas9 NA TERAPIA GÊNICA: uma revisão da literatura. Revista Transformar , 2019. E-ISSN:2175-8255. GONÇALVES, Giulliana Augusta Rangel; PAIVA, Raquel de Melo Alves. Terapia gênica : avanço , desafios e perspectivas. Einstein,São Paulo, 2017, v. 15, n. 3 , pp. 369-375. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S1679-45082017RB4024>. ISSN 2317-6385. SILVA, Ana Claudia Ribeiro e; JÚNIOR, José Barbosa. Realidades e perspectivas do uso de terapia gênica no tratamento de doenças.Revista da Faculdade de Ciências Médicas de Sorocaba ,2018. ISSN 1984-4840. STRAUSS, Eugenia Costanzi; STRAUSS,Bryan E. Perspectivas da terapia gênica. Revista de Medicina, São Paulo , 2015 ;94(4):211-22. ISSN 1679-9836.
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