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As relações de Parceria entre Terceiro Setor e o Estado em busca de Educação Inclusiva no Brasil

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0 
 
 
 
 
 
SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO 
SERVIÇO SOCIAL 
 
ALINE DIAS PORTELA, AMILTON FRANCISCO DE OLIVEIRA, 
JOELMA FERREIRA MENDES DE OLIVEIRA, LUCAS ALVES 
BARRETO DE CAMARGO, LUCIMARA XAVIER DIAS DOS SANTOS, 
NATIANNE BONFIM DIAS, REBEKA OLIVEIRA LIMA SOUZA. 
 
 
 
 
 
 
 
As relações de Parceria entre Terceiro 
Setor e o Estado em busca de uma 
educação inclusiva no Brasil 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Itapetinga - Bahia 
2018 
1 
 
 
 
ALINE DIAS PORTELA, AMILTON FRANCISCO DE OLIVEIRA, 
JOELMA FERREIRA MENDES DE OLIVEIRA, LUCAS ALVES 
BARRETO DE CAMARGO, LUCIMARA XAVIER DIAS DOS SANTOS, 
NATIANNE BONFIM DIAS, REBEKA OLIVEIRA LIMA SOUZA. 
 
 
 
 
 
 
 
 
As relações de Parceria entre Terceiro 
Setor e o Estado em busca de uma 
educação inclusiva no Brasil 
 
 
 
 
 
 
 
 
Trabalho acadêmico de grupo apresentado ao curso 
de Serviço Social da UNOPAR - Universidade 
Pitágoras Unopar, para as disciplinas Educação 
Inclusiva, Serviço Social na Educação, Terceiro Setor , 
Meio Ambiente e Sustentabilidade, Trabalho de 
Conclusão de curso e Seminários. 
 
Prof. Amanda Boza, Juliana Lyra, Maria Angela 
Santini e Paulo Sergio Aragão. 
 
 
 
 
 
 
 
Itapetinga - Bahia 
2018 
 
2 
 
 
SUMARIO 
 
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................ 3 
 
2. DESENVOLVIMENTO .............................................................................. 4 
2.1 CARACTERISTICAS DO TERCEIRO SETOR E SUA IMERSÃO NO BRASIL 
.............................................................................................................. 4 
2.2 CONCEPÇÃO DE POLÍTICA PÚBLICA E O PAPEL COMPLEMENTAR DO 
TERCEIRO SETOR ...................................................................................... 5 
2.3 EDUCAÇÃO INCLUSIVA COMO MOVIMENTO DE INSERÇÃO DE PÚBLICO 
ALVO DA EDUCAÇÃO ESPECIAL ............................................................ 8 
2.3.1 DIREITO A ESCOLARIZAÇÃO DOS ALUNOS PAEE, NO ENSINO 
REGULAR E A DECLARAÇÃO DE SALAMANCA ........................................ 8 
2.3.2 TRAJETÓRIA HISTÓRICA E FASES DE TRANSFORMAÇÕES ........... 9 
2.3.2.1 Da Exclusão à Segregação .................................................................... 9 
2.3.2.2 Da Segregação à Integração ............................................................. 10 
2.3.2.3 Da Integração à Inclusão .................................................................... 11 
2.4 DIMENSÃO TECNICO-OPERATIVA DO ASSISTENTE SOCIAL NA POLÍTICA 
DE EDUCAÇÃO ..................................................................................... 11 
 
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................... 12 
 
REFERÊNCIAS .......................................................................................... 14 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
1. INTRODUÇÃO 
O presente trabalho tem por finalidade, ampliar o conhecimento acerca das 
parcerias estabelecidas entre o Terceiro Setor e o Estado, na execução de política 
públicas no Brasil. Especificando o debate sobre a busca de equidade voltada a 
Educação Inclussiva no Brasil e os conceitos e especificidades do Serviço Social 
junto a política social de educação. 
O Terceiro Setor tende a auxiliar o Estado na busca de Inclusão escolar, 
trazendo a população com deficiência à interagir nas decisões para o futuro da 
sociedade. Papel fundamental do Assistente Social aqui é buscar estratégias 
através da dimensão tecnico-operativa no intuíto de inserir a política de educação 
inclusiva na comunidade, combatendo a questão social e preconceitos. 
A proposta da educação inclusiva é acolher e dar condições para a pessoa 
com deficiência exercer seus direitos no que tange ao cumprimento da inclusão 
escolar, isso se refere também a todos os indivíduos, sem distinção de cor, raça, 
etnia ou religião. Inclusão é interagir com o outro, sem separação de categorias de 
aprendizagem, sendo assim, um regime escolar único capaz de atender a toda 
sociedade. Para conseguirmos reformar a instituição escolar primeiramente 
devemos rever nossos preconceitos. Estamos vivenciando uma crise de 
paradigmas que geram medos, inseguranças, incertezas e insatisfações, mas 
propõe-se que este seja o momento de ousar e de buscar alternativas que nos 
sustentem e nos direcione para realizarmos as mudanças que o momento propõe. 
O compromisso de enfrentar com segurança e otimismo as divergências 
impostas pela sociedade na aceitação da inclusão, nos mantém em constantes 
discussões, pois tratar de unificar a educação torna-se um paradigma constante 
na sociedade, e acaba de certa forma atendendo somente a um lado. Por isso 
manter-se firme na proposta de melhorias para enxergarmos com clareza e 
obviedade ética que a inclusão está trabalhando em prol de um objetivo, nos 
norteara para a quebra desse paradigma. 
O exercício da cidadania para todos, engloba progresso educacional e 
social e a questão das mudanças torna-se imprescindível para que as escolas se 
tornem centros de conexão total dos indivíduos, não só na mudança da estrutura 
organizacional, mas também da reformulação de todos os aspectos que envolvem 
a escola. 
4 
 
 
2. DESENVOLVIMENTO 
2.1 CARACTERISTICAS DO TERCEIRO SETOR E SUA IMERSÃO NO BRASIL 
"O estudo do terceiro setor está diretamente ligado aos interesses do povo, 
interesses sociais que, devido a sua essencialidade, são abraçados pelo direito e 
se refletem no mundo jurídico como a tutela constitucional dos direitos coletivos”. 
ainda mais estreita é a sua a relação com a cidadania, por ser esta o conjunto de 
direitos e deveres do indivíduo inserido na sociedade. (TAVARES neto; 
Fernandes, 2010, p. 372). 
 Para Vilanova (2004, p. 32) 
 “[...] o terceiro setor é o conjunto de organizações privadas que desenvolvem 
ações que visam à prestação de serviços considerados de interesse público, cujos 
resultados alcançados se revertem à própria sociedade”. essa concepção também 
é destacada por delegado (2005, p. 9) ao considerar que o terceiro setor pode ser 
apresentado como aquele desenvolvido “[...] por instituições com preocupações 
voltadas para a execução de práticas sociais, sem fins lucrativos, gerando, direta 
ou indiretamente, bens e serviços que se assemelham aos prestados pelo poder 
público”. 
O terceiro setor no Brasil, segundo Falconer (1999), apresenta como 
principais categorias de organizações: formado por instituições religiosas e 
entidades ligadas a igrejas, as organizações não governamentais e novos 
movimentos sociais, os empreendimentos “sem fins lucrativos” de serviços, a 
entidade paraestatal, nascida sob a tutela do estado e as fundações e entidades 
empresariais. 
Segundo Débora Nacif de Carvalho(2009), o Terceiro Setor no Brasil possui 
quatro momentos marcantes. O primeiro compreendendo o período situado entre 
a época da colonização até meados do século XX. Nele encontram-se as ações 
de assistência social, saúde e educação realizadas especialmente pela Igreja 
Católica, delineando o primeiro momento desta evolução. O segundo momento 
histórico do Terceiro Setor, segundo a autora já citada ocorreu no governo de 
Getúlio Vargas, que com o apoio de organizações sem fins lucrativos para a 
implementação de políticas públicas, o Estado assume o papel de formulador e 
implementador destas políticas. Para tanto, é promulgada, em 1935, a lei que 
declara utilidade pública para estas entidades. Em 1938, é criado o Conselho 
Nacional de Serviço Social (CNSS), que estabeleceu que as instituições nele 
5 
 
inscritas pudessem receber subsídios governamentais. Neste período, a Igreja 
continua tendo papel importante na prestação de serviços sociais, recebendo, em 
alguns casos, financiamentos do Estado para as suas obras. Já o terceiro marco 
histórico relevante para o Terceiro Setor no Brasil teria ocorrido durante o regime 
militaronde se caracteriza por uma intensa mobilização da sociedade, muitas 
organizações conhecidas por caráter filantrópico e assistencial se uniram às 
organizações comunitárias e aos chamados “movimentos sociais” para serem 
porta-vozes dos problemas sociais. É neste período que surgem as organizações 
sem fins lucrativos ligadas à mobilização social e à contestação política. O quarto 
e último marco histórico do Terceiro Setor no Brasil ocorreu a partir de 1980 com a 
diminuição da intervenção do Estado nas questões sociais e com a 
redemocratização do País e o declínio do modelo intervencionista do Estado, a 
questão da cidadania e dos direitos fundamentais passa a ser o foco das 
organizações sem fins lucrativos. 
 
2.2 CONCEPÇÃO DE POLÍTICA PÚBLICA E O PAPEL COMPLEMENTAR DO 
TERCEIRO SETOR 
O Terceiro setor acaba cumprindo funções públicas, fazendo a sociedade 
perceber a sua prática como uma nova forma de articulação de uma emergente 
esfera pública social e consideram-se precursoras de uma nova institucionalidade. 
Em suma, essas entidades podem assumir um papel estratégico quando se 
transformam em sujeitos políticos autônomos e levantam a bandeira da cidadania, 
da democracia e da busca de um novo padrão de desenvolvimento que não 
produza a exclusão social e a degradação ambiental. 
Há, portanto, um campo fértil para a sustentabilidade das ONGs para além 
do simples dispêndio de parcelas dos orçamentos públicos. A isso devemos somar 
o fato distinto, mas aparentado, de haver uma tendência de aumento da 
responsabilidade social entre o empresariado brasileiro. Isso sinaliza não apenas 
ações diretas do setor privado com objetivo de produzir bem-estar, mas uma outra 
fonte de patrocínio para as atividades sócio-ambientais do terceiro setor, via 
parcerias entre empresas e ONGs. 
A compreensão histórica do legado das políticas públicas no Brasil, 
singularizando ademais o lugar da Assistência Social neste contexto, conduz a 
6 
 
certos desafios; alguns previsíveis devido à amplitude do tema, outros nem 
tanto, na medida em que parte destes desafios decorrem de sua localização 
particular, ou seja, estão referidos a um olhar e a uma perspectiva de análise 
também voltados para a reflexão do Serviço Social, informada aqui especialmente 
pela análise histórica destes processos e de suas interconexões. Este é o cerne 
da questão: gerir políticas sociais é mais que governar e satisfazer as 
necessidades públicas, pois é também aderir ao projeto de instituição de uma 
esfera pública. Esse objetivo é central, sob pena de confundir até mesmo o que 
são as necessidades públicas, ou de relativizá-las sob perspectivas ideológicas 
distintas. 
Para garantir uma sintonia do Serviço Social com os tempos atuais, é 
necessário romper com uma visão endógena, focalista, uma visão’ de dentro’ do 
Serviço Social, prisioneira em seus muros internos. Alargar os horizontes, olhar 
para mais longe, para o movimento das classes sociais e do Estado, em suas 
relações com a sociedade; não para perder ou diluir as particularidades 
profissionais, mas ao contrário, para iluminá-las com maior nitidez. (1998, p. 20). 
A emergência e desenvolvimento de uma política social é, por um lado, a 
expressão contraditória da relação apontada [capital e trabalho], sendo, ao mesmo 
tempo, fator determinante no curso posterior desta mesma relação entre as forças 
sociais fundamentais. Assim sendo, para o campo das políticas sociais confluem 
interesses de natureza contraditória, advindos da presença de cada um destes 
atores na cena política, de sorte que a problemática da emergência da intervenção 
estatal sobre as questões sociais encontra-se quase sempre multideterminada. 
(TEIXEIRA, 1987, p. 48). 
O Chamado Novo Marco Regulatório do Terceiro Setor, fundamentado 
através da Lei 13.019/2014, traz uma série de mudanças para a formalização de 
parcerias entre as organizações da sociedade civil e a Administração Pública. 
Assim, uma análise mais criteriosa da norma pode proporcionar um melhor 
entendimento de como se dará legal, formal e operacionalmente, tal relação 
contratual, que já sofreu algumas alterações em dezembro de 2015 por meio da 
Lei 13.204/2015. A citada lei começou a vigorar em janeiro de 2016 nos âmbitos 
da União, Estados e Distrito Federal. No entanto, para os Municípios foi 
estabelecido o início de sua vigência para 1° de janeiro de 2017. Toda entidade do 
7 
 
Terceiro Setor que esteja devidamente habilitada a ser uma Parceira da 
Administração Pública terá que observar o sistema de seleção através de 
Chamamento Público. 
O marco regulatório, imbuído de um espírito renovador e modernizador da 
administração pública, previu em diversos dispositivos a necessidade de 
planejamento prévio da pareceria público-privada. Compreende o trinômio 
diagnóstico x solução x controle. 
 
2.3 EDUCAÇÃO INCLUSIVA COMO MOVIMENTO DE INSERÇÃO DE PÚBLICO 
ALVO DA EDUCAÇÃO ESPECIAL. 
A educação inclusiva é um novo modelo de escola em que o acesso e a 
permanência de todos os alunos, independente de suas condições 
socioeconômicas, raciais, culturais ou de desenvolvimento é possível, 
identificando e removendo barreiras para a aprendizagem substituindo os 
mecanismos de seleção e discriminação, necessitando de formação de 
professores e equipe de gestão, estruturação e organização no projeto 
políticopedagógico, nos recursos didáticos, metodologias, estratégias e avaliação 
de ensino; a Educação Inclusiva é uma nova cultura escolar que traz uma 
concepção de escola que visa o desenvolvimento de respostas educativas que 
atinjam a todos os alunos (GLAT; BLANCO, 2007). 
A partir da promulgação da Constituição da República Federativa do Brasil 
em 1988, e com a regulamentação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação 
Nacional/LDBEN, Lei nº. 9.394/96, as pessoas com deficiência têm reconhecido o 
seu direito a uma educação de qualidade e com ênfase na inclusão escolar. 
Desde então, ao longo deste período, alterações no processo avaliativo, nas 
estratégias metodológicas e didáticas e na implementação de novas tecnologias 
assistivas foram feitas com o intuito de aperfeiçoar o sistema educacional nos 
diversos níveis de ensino,como também de fortalecer o princípio da inclusão. 
De acordo com os estudos de Mazzotta (2005), é possível destacar três 
atitudes sociais que marcaram o desenvolvimento da Educação Especial no 
tratamento dado às pessoas com necessidades especiais, no que diz respeito às 
pessoas com deficiência, sendo elas: marginalização, assistencialismo e 
educação/reabilitação. A escola permaneceu inalterada, dividida entre a educação 
8 
 
regular e especial, com enfoque pedagógico nas patologias. 
 
2.3.1 DIREITO A ESCOLARIZAÇÃO DOS ALUNOS PAEE, NO ENSINO 
REGULAR E A DECLARAÇÃO DE SALAMANCA 
O Decreto nº 3.956/2001 vem reafirmar que as pessoas com deficiência 
têm os mesmos direitos humanos e liberdades fundamentais que as demais 
pessoas, definindo como discriminação com base na deficiência toda 
diferenciação ou exclusão que possa impedir ou anular o exercício dos direitos 
humanos e de suas liberdades fundamentais. Em 1994 o Documento elaborado na 
Conferência Mundial sobre Educação Especial, em Salamanca, na Espanha, 
trouxe novos objetivos para prover diretrizes básicas para a formulação e reforma 
de políticas e sistemas educacionais de acordo com o movimento de inclusão 
social. Este documento é considerado mundialmente um dos mais dentro do 
movimento de inclusão social, conforme o texto que discute a Declaração de 
Salamanca: "promoveu uma plataforma que afirma o princípio e a discussão da 
prática de garantia da inclusão das crianças com necessidades educacionais 
especiais nestas iniciativas e a tomada de seus lugares de direito numa sociedade 
de aprendizagem". 
O autor ainda cita que “a Declaração de Salamanca ampliou o conceito de 
necessidades educacionais especiais,incluindo todas as crianças que não 
estejam conseguindo se beneficiar com a escola, seja por que motivo for. Assim, a 
idéia de "necessidades educacionais especiais" [...] “o princípio fundamental da 
escola inclusiva é o de que todas as crianças deveriam aprender juntas, 
independentemente de quaisquer dificuldades ou diferenças que possam ter”. 
 
2.3.2 TRAJETÓRIA HISTÓRICA E FASES DE TRANSFORMAÇÕES 
Ao pensar na história do PAEE na sociedade, a pessoa com deficiência 
carrega em sua trajetória uma discriminalização em decorrência de fatores sócio-
políticoeconômico. Durante séculos ocorreram poucas iniciativas de atendimento 
educacional ao PAEE, que muitas vezes eram restritas a atendimentos isoladas. A 
maior parte dos atendimentos que existiam eram de caráter assistencialista, sem a 
preocupação de escolarizar essas pessoas, mas sim desenvolver aprendizagens 
ocupacionais e sociais. Ainda hoje se faz necessário avanços nas práticas 
9 
 
políticas para que possamos ver essas pessoas se inter-relacionando dentro de 
comunidades livres de barreiras atitudinais como preconceito, discriminalização e 
segregação. 
 
2.3.2.1 Da Exclusão à Segregação 
A deficiência era, para os egípcios, indiciadora e portadora de beneficios e, 
por isso, divinizava-se. Para os gregos e para os romanos pressagiava males 
futuros, os quais se afastavam, abandonando ou atirando da Rocha Tarpeia, as 
crianças deficientes. Os tempos medievais viram surgir, contudo, as primeiras 
atitudes de caridade para com a deficiência – a piedade de alguns nobres e 
algumas ordens religiosas estiveram na base da fundação de hospícios e de 
albergues que acolheram deficientes e marginalizados. No entanto, perdurou ao 
longo dos tempos e, em simultâneo com esta atitude piedosa, a ideia de que os 
deficientes representavam uma ameaça para pessoas e bens. A sua reclusão, que 
se processou em condições de profunda degradação, abandono e miséria, foi 
vista, por conseguinte, como necessária à segurança da sociedade. Ao longo do 
século XIX e da primeira metade do século XX, os deficientes foram, assim, 
inseridos em instituições de cariz marcadamente assistencialista. O clima social 
era propício à criação de instituições cada vez maiores, construídas longe das 
povoações, onde as pessoas deficientes, afastadas da família e dos vizinhos, 
permaneciam incomunicáveis e privadas de liberdade. (García, 1989, citado por 
Jiménez, 1997). 
A institucionalização teve, pois, numa fase inicial, um carácter assistencial. 
A preocupação com a educação surgiu mais tarde, pela mão de reformadores 
sociais, de clérigos e de médicos, com a contribuição de associações profissionais 
então constituídas e com o desenvolvimento científico e técnico que se foi 
verificando, de que os testes psicométricos de Binet e Simon, cuja escala métrica 
da inteligência permitia avaliar os alunos que iam para escolas especiais, são um 
exemplo. 
 
2.3.2.2 Da Segregação à Integração 
A consciencialização, por parte da sociedade, da desumanização, da fraca 
qualidade de atendimento nas instituições e do seu custo elevado, das longas 
10 
 
listas de espera, das investigações sobre as atitudes negativas da sociedade para 
com os marginalizados e dos avanços científicos de algumas ciências, permitiu 
perspectivar, do ponto de vista educativo e social, a integração das crianças e dos 
jovens com deficiência (Jiménez, 1997), à qual estava subjacente o direito à 
educação, à igualdade de oportunidades e ao de participar na sociedade. 
À integração subsistiu o princípio da normalização, definida, nos finais da 
década de cinquenta do século XX, por Bank-Mikkelson, director dos Serviços 
para Deficientes Mentais da Dinamarca e, posteriormente, incluído na legislação 
daquele país, como a possibilidade de que o deficiente mental desenvolva um tipo 
de vida tão normal quanto possível. Nirje (1969), director da Associação Sueca 
Pró Crianças Deficientes, perspectivou este conceito de um modo mais 
abrangente, defendendo a introdução de normas o mais parecidas possível com 
as que a sociedade considerava como adequadas na vida diária do “subnormal”, 
como designou as pessoas com deficiência (Jiménez, 1997). 
A integração escolar decorreu da aplicação do princípio de “normalização” 
e, nesse sentido, a educação das crianças e dos alunos com deficiência deveria 
ser feita em instituições de educação e de ensino regular. 
 
2.3.2.3 Da Integração à Inclusão 
A aceitação e a valorização da diversidade, a cooperação entre diferentes e 
a aprendizagem da multiplicidade são, assim, valores que norteiam a inclusão 
social, entendida como o processo pelo qual a sociedade se adapta de forma a 
poder incluir, em todos os seus sistemas, pessoas com necessidades especiais e, 
em simultâneo, estas se preparam para assumir o seu papel na sociedade. 
Carmo (2000) afirma que "a inclusão é um assunto que deve ser refletida e 
investigada com muita precisão, já que a sociedade pode estar criando uma nova 
modalidade: a de excluídos dentro da inclusão.", podemos concluir nossa reflexão 
da seguinte maneira: para que aconteça o efetivo trabalho pedagógico no 
processo de ensino e aprendizagem dos alunos (PAEE), esse professor deve ter 
compromisso e consciência desse paradigma de educação inclusiva, devendo-se 
preparar em cursos de formação de professores repensando seus pressupostos 
epistemológicos, filosóficos e pedagógicos tanto na formação inicial quanto em 
serviço, e terá que tentar conciliar a teoria sobre o assunto com sua prática e a 
11 
 
realidade da sala de aula. Lembrando também que este processo de 
aprendizagem requer a reciprocidade das experiências entre o aluno que é 
público-alvo da educação especial, o professor e os demais alunos. Um processo 
de aprendizagem onde todos participem. 
 
2.4 DIMENSÃO TECNICO-OPERATIVA DO ASSISTENTE SOCIAL NA POLÍTICA 
DE EDUCAÇÃO 
As atribuições e competências dos/as assistentes sociais, sejam aquelas 
realizadas na educação ou em qualquer outro espaço sócioocupacional, são 
orientadas e norteadas pelos princípios, direitos e deveres inscritos no Código de 
Ética Profissional de 1993 (CEP), na Lei de Regulamentação da Profissão (Lei 
8.662/1993), bem como nas Diretrizes Curriculares da ABEPSS (1996). As 
competências e atribuições dos/as assistentes sociais, nessa direção e com base 
na Lei de Regulamentação da Profissão, requisitam do/a profissional algumas 
competências gerais que são fundamentais à compreensão do contexto sócio-
histórico em que se situa sua intervenção, a saber: 
 
I. apreensão crítica dos processos sociais de produção e reprodução das relações 
sociais numa perspectiva de totalidade; 
II. análise do movimento histórico da sociedade brasileira, apreendendo as 
particularidades do desenvolvimento do capitalismo no país e as particularidades 
regionais; 
III. compreensão do significado social da profissão e de seu desenvolvimento sócio-
histórico, no cenário internacional e nacional, desvelando as possibilidades de ação 
contidas na realidade; 
IV. identificação das demandas presentes na sociedade, visando formular 
respostas profissionais para o enfrentamento da questão social, considerando as 
novas articulações entre o público e o privado (ABEPSS, 1996). 
O reconhecimento da questão social como objeto de intervenção 
profissional pressupõe compreender como as expressões da questão social se 
expressam no cotidiano profissional. Dessa forma, 
A ampliação exponencial das desigualdades de classe, densas de disparidades de 
gênero etnia, geração e desigual distribuição territorial radicaliza a questão social 
em suas múltiplas expressões coletivas inscritas na vida dos sujeitos, densa de 
tensões entre o consentimento e rebeldia (...) (IAMAMOTO, 2009: 343). 
O enfrentamento da questão social envolve a luta pela construção, 
materialização, consolidação dos direitos sociais, como uma mediação paraa 
12 
 
construção de uma outra sociabilidade. Uma das formas de acessar e garantir 
esses direitos é por meio das políticas sociais. E as políticas sociais que compõem 
a proteção social tem se constituído em respostas, muitas vezes fragmentadas, 
para as complexas expressões da questão social produzidas neste sistema de 
exploração e dominação. 
Nesse sentido, é importante ressaltar que a autonomia não é dada, na 
verdade é construída em densas tensões no cotidiano profissional ancorada na 
necessidade de independência técnica para fazer escolhas que estejam em 
sintonia com os princípios e normas do Código de Ética Profissional na 
perspectiva de empreender um trabalho de qualidade, que possibilite garantir e 
ampliar direitos à população usuária. (BARROCO e TERRA, 2012). 
 
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
No respectivo trabalho, pode-se compreender a importância do Terceiro 
Setor na parceria com o Estado na busca por direitos à educação inclusiva com a 
especificidade da categoria profissional. Aqui foi relatado a história do Terceiro 
Setor e sua importância junto a comunidade, a trajetória da população com 
deficiência marcada por preconceitos e lutas na defesa dos direitos, inclusão 
escolar dos alunos PAEE, além do papel do Assistente Social frente a esta 
questão social. 
O Terceiro Setor é, contudo, somente pequena parcela de um grande e 
variado conjunto de organizações da sociedade civil. O aproveitamento de sua 
participação na transformação da educação praticada no Brasil decorrerá também 
do que fizerem pela mobilização ampla e pelo diálogo constante em torno da 
tomada de decisões sobre política educacional, desde as definições legais até as 
práticas diretas nos estabelecimentos educacionais. Realizar a educação como 
direito depende do fortalecimento tanto do Estado quanto da sociedade civil, assim 
como depende da interlocução entre estes polos e da influência recíproca entre 
educação e sistema político. A atuação do Terceiro Setor tem vagado com 
diferentes sentidos em cada um destes aspectos, desarticuladamente, algumas 
desfazendo o que outras fazem. 
O profissional de Serviço Social ao integrar a equipe suscita, contribui para 
uma visão social sobre cada fenômeno apresentado e também enriquece sua 
13 
 
prática na área com os conhecimentos dos demais profissionais. Há uma 
aproximação maior das famílias e procura-se trabalhar temas mais condizentes 
com a realidade de vida das mesmas, o que inclusive desencadeiam o interesse 
por participar. Através de análises da realidade escolar considerando aspectos 
sociais, econômicos e culturais, o assistente social indica alternativas de 
equacionamento de situações apresentadas junto à equipe de profissionais. 
Considerando o conjunto de relações sociais estabelecidas em nossa sociedade, 
bem como sua estruturação, a atuação profissional se aproxima mais da realidade 
e apreende os rebatimentos da questão social neste contexto. 
Questões como agressividade, discriminação, evasão escolar, dificuldades 
de aprendizagem e sociabilidade não são consideradas isoladamente, mas 
procura-se conexões com aspectos gerais da sociedade. Há uma apreensão do 
aluno enquanto sujeito histórico e social, envolto por uma realidade e relações 
complexas. Essa apreensão dos rebatimentos da questão social no campo 
educacional e do aluno e suas formas de inserção em sociedade permitem 
diagnosticar a necessidade de encaminhamentos a serviços e equipamentos 
sociais de alunos e familiares. 
Não se trata apenas de buscar a garantia o acesso e permanência do aluno 
na escola, ou propiciar melhores condições de aprendizagem, mas também de 
viabilizar o exercício de cidadania. A transmissão de informações, o exercício de 
atividades sócio-educativas que atingem não só os alunos, mas também as 
famílias permitem trabalhar a sociabilidade, a reflexão a respeito da realidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
 
REFERÊNCIAS 
 
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