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Regulação da Ingestão Hídrica e Comportamento da Sede INGESTÃO HÍDRICA Sede: percepção da necessidade de bebe líquidos mecanismo regulatório essencial na homeostase. Dois diferentes sinais fisiológicos que estimulam o comportamento de beber: Hipovolemia = redução do volume sanguíneo; Hipertonicidade = aumento na concentração de substâncias dissolvidas no sangue (solutos). Ambos estímulos desencadeiam a sede por diferentes mecanismos: SEDE VOLUMÉTRICA induzida por neurônios do SNS + SR (renal) + hipotálamo + hipófise = hipovolemia SEDE OSMOMÉTRICA induzida por neurônios OVLT devido à desidratação celular = hipertonicidade. CONTROLE HIPOTALÂMICO DA NEURO-HIPÓFISE O hipotálamo se localiza próximo, tendo uma conexão, da hipófise – dependência das secreções hipofisárias pelo hipotálamo. As maiores células neurossecretoras hipotalâmicas, capazes de secretar hormônios, são as células magnocelulares, que enviam seus axônios para o lado posterior da hipófise (neuro-hipófise) secreção de neurorormônios – ocitocina (ejeção do leite; contrações uterinas no parto; hormônio do “amor” – situações afetivas, inclusive, familiares pode ser encontrada elevada, porém não é regra) e ADH/vasopressina. COMUNICAÇÃO ENTRE ENCÉFALO E RINS Privação de água = redução de volume sanguíneo, consequentemente diminuição da PA (hipovolemia), assim como uma maior concentração de solutos no sangue (hipertonicidade) – suficiente para regular a resposta hídrica no corpo. SISTEMA RENINA-ANGIONTENSINA- ALDOSTERONA: A redução da pressão arterial é detectada nos rins, iniciando toda a cascata secreção da renina, saindo dos rins (converte o angiotensinogênio em angiotensina I). A angiotensina I é convertida, pela enzima conversora de angiotensina – ECA, em angiotensina II (realiza vários mecanismos e resulta na regulação da pressão arterial e restabelecimento do mecanismo de pressão do corpo). A angiotensina II também é reconhecida no encéfalo por um grupo de receptores chamado órgão subfornical (osmorreceptores), isso estimula o hipotálamo a ativar as células magnocelulares para a secreção dos neurorormônios o ADH volta a atuar nos rins. Osmorreceptores: detectam tanto a presença da angiotensina II como as concentrações de sal elevadas no sangue. Os neurônios que contêm vasopressina recebem informação sobre essas mudanças e respondem liberando vasopressina, que age diretamente nos rins e leva à retenção de água e à redução na produção de urina. VASOPRESSINA/ADH Peptídeo com 9 aminoácidos. Produzida pelas células magnocelulares do hipotálamo e liberada na neurohipófise. Vasopressina = ADH (Hormônio Antidiurético) regula os níveis volumétricos e de concentração salina no sangue, atuando diretamente nos rins: aumentando a retenção de água e inibindo a produção de urina. - MECANISMO DE AÇÃO: Age principalmente nas células dos ductos coletores dos túbulos renais (local naturalmente impermeável à água) – quando existe a presença da vasopressina, se torna permeável a água e ocorre a reabsorção de água para o sangue. As células produzem aquaporinas (AQP) – proteínas de membranas, produzidas a partir da vasopressina, ou reutilizam aquaporinas anteriormente usadas. As AQP ficam armazenadas em vesículas específicas no citoplasma das células dos ductos coletores. - AQUAPORINAS: Proteínas canais de membrana, que funcionam como poros de água. Possuem pelo menos 10 isoformas diferentes nos tecidos de mamíferos. Os rins possuem várias isoformas de aquaporinas, incluindo a aquaporina 2 (AQP2), o canal de água é regulado pela vasopressina: Encontrada em dois locais nas células do ducto coletor – na membrana apical, voltada para o lúmen tubular, e na membrana das vesículas de armazenamento, no citoplasma. ATIVAÇÃO E FORMAÇÃO DAS AQUAPORINAS: A vasopressina chega ao ducto coletor se liga aos seus receptores V2R na membrana basolateral das células ativação da proteína G e do sistema de segundo mensageiro do AMPc fosforilação de proteínas intracelulares vesículas de AQP2 se movem para a membrana apical e fundem-se com ela a exocitose insere os poros de água AQP2 na membrana apical, tornando a célula permeável à água. 1. A vasopressina liga-se ao receptor de membrana. 2. O receptor ativa o sistema de segundo mensageiro do AMPc. 3. A célula insere poros de água (AQP2) na membrana apical. 4. A água é reabsorvida por osmose para o sangue. SEDE VOLUMÉTRICA Mecanismos necessários para estimular a liberação de vasopressina na sede volumétrica: HIPOVOLEMIA Resposta à redução do fluxo sanguíneo para os rins ativação do SRAA (sistema renina- angiotensina-aldosterona) com liberação de angiotensina II – atua nos neurônios do órgão subfornical ao telencéfalo estímulo das células neurossecretoras magnocelulares do hipotálamo secreção de vasopressina. Redução da PA é detectada por mecanorreceptores (barorreceptores – receptores de alteração pressão arterial) dos grandes vasos e do coração sinal chega ao hipotálamo via nervo vago e núcleo do trato solitário (NTS) estímulo das células neurossecretoras magnocelulares secreção de vasopressina. Atuação do SNS vasoconstricção de arteríolas para corrigir queda de PA. Motivação do indivíduo para procurar e consumir água. SEDE OSMOMÉTRICA Está relacionada a questão de hipertonicidade – percebida por neurônios específicos do telencéfalo órgão vascular da lâmina terminal (OVLT), osmorreceptores. O OVLT detecta as concentrações elevadas de sal no sangue (sangue hipertônico) levando a perda de água por osmose neurônios do OVLT sofrem alterações nos disparos de Potenciais de Ação (aumento) = estimulam duas respostas: Estimulam diretamente as células neurossecretoras magnocelulares que secretam vasopressina; Estimulam a sede osmométrica: a motivação de beber água quando se está desidratado. DISTÚRBIOS RELACIONADOS Defeitos na sinalização dos osmorreceptores; Defeitos na produção/secreção de ADH; Defeitos no acoplamento dos canais de AQP; Defeitos na interação entre ADH e V2R. Alguns distúrbios são naturais e temporários, como a retenção hídrica gestacional, causada pelo excesso de AQP2, tendo maior reabsorção de água – ocorre de forma gradativa. - SÍNDROME DA SECREÇÃO INAPROPRIADA DO ADH (SIADH): Excesso da produção/secreção de ADH. Em alguns casos, o volume de urina por dia não excede 1L, apesar da ingestão de água estar muito acima desse valor. A retenção de líquido resultante causa a hiponatremia (redução de Na+ no plasma) e, consequentemente, hipervolemia, pois toda a água dissolveu os solutos e o volume do sangue aumentou. A hipervolemia inibe a ação do aldosterona (participa também da regulação do balanço hidro-eletrolítico, especificamente na ação da bomba de sódio e potássio) – impedindo sua ação eficaz, não conseguindo corrigir a hiponatremia – não consegue fazer com que o sódio seja eliminado, onde a água também seria excretada, porém a quantidade de líquido é tão grande que as de sódio se diluem. PRINCIPAIS CAUSAS: Doenças do SNC (AVC, infecções, traumas, neoplasias, etc.) Tumores; Drogas; Grandes cirurgias; Doenças pulmonares; SIADH hereditária. - DIABETES INSIPIDUS CENTRAL: Perda seletiva de neurônios secretores de vasopressina do hipotálamo como consequência da ausência de vasopressina, os rins removem água demais do sangue para a urina (poliúria). ADH = Na+ (hipernatremia) leva a desidratação – provoca forte motivação para beber água (polidipsia), mas a água absorvida pelo intestinopassa rapidamente através dos rins para a urina. 75% das causas são devidas à lesões no hipotálamo lateral (tumores, cirurgias e infecções). Pode ser tratada pela reposição de vasopressina. - DIABETES INSIPIDUS NEFROGÊNICA: Resistência do ADH ao seu receptor – ausência de reconhecimento do ADH com seu receptor V2R ou não acoplamento correto das AQP. Sem ADH para reabsorver a água, o Na+ se acumula nos líquidos extracelulares, causando desidratação celular e a diurese fica descontrolada. Doença rara que afeta mais homens do que mulheres. 90% está associada à mutações genéticas. PRINCIPAIS SINTOMAS: Poliúria Polidipsia. RESUMINDO...
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