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INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA · Introdução: A respiração consiste no processo fisiológico responsável pelas trocas gasosas entre o organismo e o meio ambiente. O processo envolve a entrada do oxigênio (O2) e a remoção do gás carbônico (CO2) do sangue, e depende do aparelho respiratório, composto por: Vias aéreas, pulmões, diafragma, caixa torácica, o controle do SNC e SNP, e aparelho cardiocirculatório. Todos eles interagem para adequar o balanço entre o volume de ar que chega aos alvéolos e o fluxo sanguíneo no capilar pulmonar, de onde resulta a troca gasosa. A desregulação deste processo, traduzida pela incapacidade em manter normal a oferta de O2 aos tecidos e a remoção de CO2 dos mesmos, define a insuficiência respiratória. · O que é a insuficiência respiratória? A insuficiência respiratória então é uma condição, que ocorre sempre que a troca de O2 por dióxido de carbono nos pulmões não pode ser compatibilizada com a velocidade de consumo do O2 e de dióxido de carbono nas células do organismo. Isso pode resultar em uma queda da pressão de O2 no sangue (Hipoxemia), e pode levar a um aumento da pressão de dióxido de carbono no sangue (Hipercapnia). · Classificação e fisiopatologia: A insuficiência respiratória pode ser classificada, quanto à fisiopatologia, em: Insuficiência respiratória hipoxêmica (tipo I), ocorre por uma alteração nas trocas gasosas pulmonares na região da barreira alveoloarterial, acarretando hipoxemia; Insuficiência respiratória ventilatória (tipo II), ocorre diminuição da ventilação alveolar e consequente hipercapnia. Insuficiência Respiratória Hipoxêmica (Tipo I): ocorre quando uma determinada alteração das trocas gasosas pulmonares, é suficiente para causar hipoxemia. A hipoxemia decorre dos seguintes mecanismos: · Desequilíbrio da relação ventilação-perfusão (V/Q); · Shunt direito-esquerdo; · Distúrbios da difusão do O2 pela barreira alveolocapilar; · Hipoventilação alveolar (discutida com a insuficiência respiratória tipo II); · Diminuição da pressão venosa de O2 (PvO2); · Respiração de ar com baixa pressão de O2. Insuficiência Respiratória Ventilatória (Tipo II): ocorre quando a ventilação alveolar não pode ser mantida em valores satisfatórios para determinada demanda metabólica, havendo, então, aumento da PaCO2. As principais causas desse aumento se da por três mecanismos: · Depressão do drive respiratório; · Incapacidade do sistema neuromuscular; · Aumento da carga ventilatória. Outros fatores que podem contribuir para retenção de CO2 na presença de falência ventilatória: · Aumento da produção de CO2; · Shunt direito-esquerdo; · Ventilação de espaço morto. · Sintomas: A insuficiência respiratória hipoxêmica e a insuficiência respiratória hipercárbica causam, sintomas semelhantes onde ambos causam muita falta de ar. Os baixos níveis de oxigênio no sangue podem causar a falta de ar e resultar em uma coloração azulada da pele (cianose). Baixos níveis de oxigênio, altos níveis de dióxido de carbono e um aumento da acidez no sangue causam confusão e sonolência. Se a respiração for normal, o corpo tenta se livrar do dióxido de carbono através de uma respiração profunda e rápida. Entretanto, se os pulmões não funcionam normalmente, este padrão respiratório pode não ajudar. E assim, o cérebro e o coração apresentam mau funcionamento, resultando em sonolência (levando, por vezes, à inconsciência) e ritmos cardíacos anormais (arritmias), podendo levar à morte. · Insuficiência respiratória aguda x insuficiência respiratória crônica A diferença entre IRA e IRC se da pelo tipo de falência respiratória e sua exarcebação. A IRA é caracterizada pela falência respiratória que surge no paciente cujos os pulmões eram funcionalmente normais antes do início da atual doença que o compromete. Já a IRC é caracterizada pela falência observada em paciente com doença pulmonar crônica, como: Bronquite crônica, enfisema ou doença do pulmão negro (doença do minerador de carvão). Pacientes tanto com IRA ou IRC, desenvolvem uma tolerância a Hipoxia e Hipercapnia, que se agrava gradativamente. · IRA - insuficiência respiratória aguda Na IRA, ocorre uma rápida deterioração da função respiratória que leva ao surgimento de manifestações clínicas mais intensas, e as alterações gasométricas do equilíbrio ácido-base, alcalose ou acidose respiratória, são comuns. Porém, após a cura da IRA, os pulmões retornam em geral ao seu estado original. · IRC - insuficiência respiratória crônica Na IRC as alterações das trocas gasosas se instalam de maneira progressiva ao longo de meses ou anos. Nessas situações, as manifestações clínicas podem ser mais sutis e as alterações gasométricas do equilíbrio ácido-base, ausentes. Porém, nesses casos as lesões causadas nos pulmões são irreversíveis. · Insuficiência respiratória crônica agudizada São quadros de IRA que se instalam em indivíduos previamente sadios, ou também, em pacientes com IRC. · Tratamento As metas do tratamento de pacientes com IR incluem: alívio do desconforto respiratório com resolução dos sinais e sintomas relacionados à hipoxemia e/ou hipercapnia, reversão da acidose respiratória e da hipoxemia, além de uma oferta de oxigênio adequada aos tecidos do organismo. Os principais objetivos são: · Garantir a patência e a manutenção da via aérea superior; · Oferecer suporte respiratório (oxigenação e ventilação); · Otimizar suporte cardiovascular; · Tratamento da doença de base. · Oxigenoterapia O Oxigênio suplementar tem como meta reverter a hipoxemia por aumento da pressão alveolar de oxigênio, aumentando a SaO2 em níveis acima de 90%, devendo ser fornecido numa FiO2 de 1 (que é 100%). · Suporte ventilatório mecânico O suporte ventilatório mecânico seja de forma invasiva ou não invasiva está indicado nos quadros de IR com os seguintes objetivos: · Alívio do desconforto respiratório; · Correção da acidose respiratória e da hipoxemia; · Reversão da fadiga muscular respiratória; · Reversão e/ou e prevenção de atelectasias; · Diminuição do consumo de O2 da musculatura respiratória; · Aumento da oferta de O2 aos tecidos; · Diminuição da hipertensão intracraniana. · VNI - ventilação mecânica não-invasiva O suporte ventilatório com pressão positiva pode ser ofertado de forma não-invasiva por máscaras ou interfaces especiais. Tal estratégia deve ser considerada em casos menos graves de pacientes com exacerbação de DPOC e outras condições clínicas (vide capítulo de VNI) desde que não apresente as contra-indicações abaixo: · Agitação psicomotora intensa; · Alterações do nível de consciência (Escore de coma de Glasgow inferior a 8); · Instabilidade hemodinâmica, choque; · Arritmias graves; · Incapacidade de proteção das vias aeras superiores, comprometimento da eficiência da tosse; · Lesões faciais que impossibilitem uso de máscaras; · Hemorragia digestiva alta. · VMI - Ventilação mecânica invasiva Em situações de urgência/emergência, especialmente quando o risco de morte não permite adequada avaliação da função respiratória, a melhor indicação é a instalação de VMI. Os objetivos da VM são: · Reverter a hipoxemia; · Reduzir a fadiga da musculatura respiratória; · Reverter a acidose respiratória; · Reduzir o VO2 e o Desconforto respiratório. · REFERÊNCIAS Eficácia e segurança da ventilação mecânica domiciliar para o tratamento de pacientes com insuficiência respiratória. 2015. CCATES. Insuficiência respiratória.Bhakti K. Patel , MD, University of Chicago. Última revisão/alteração completa abr 2020| Última modificação do conteúdo abr 2020 Insuficiência Respiratória Aguda. Departamento Científico de Terapia Intensiva. Presidente: Werther Brunow de Carvalho. Nº 2, Xxxxxx de 2017. Insuficiência Respiratória Aguda. Adaptado, com autorização, do livro Clínica Médica: dos Sinais e Sintomas ao Diagnóstico e Tratamento. Barueri: Manole, 2007. Insuficiência Respiratória Aguda. URCAMP Curso de enfermagem clínical 1. Insuficiência Respiratória Aguda: classificação, abordagem diagnóstica e terapêutica. Marcelo Alcantara Holanda. INSUFICIÊNCIARESPIRATÓRIA · Introdução: A respiração consiste no processo fisiológico responsável pelas trocas gasosas entre o organismo e o meio ambiente. O processo envolve a entrada do oxigênio (O 2 ) e a remoção do gás carbônico (CO 2 ) do sangue, e depende do aparelho respiratório, composto por: Vias aéreas, pulmões, diafragma, caixa torácica, o controle do SNC e SNP, e aparelho cardiocirculatório. Todos eles interagem para adequar o balanço entre o volume de ar que chega aos alvéolos e o fluxo sanguíneo no capilar pulmonar, de onde resulta a troca gasosa. A desregulação deste processo, traduzida pela incapacidade em manter normal a oferta de O 2 aos tecidos e a remoção de CO 2 dos mesmos, define a insuficiência respiratória. · O que é a insuficiência respiratória? A insuficiência respiratória então é uma condição, que ocorre sempre que a troca de O 2 por dióxido de carbono nos pulmões não pode ser compatibilizada com a velocidade de consumo do O 2 e de dióxido de carbono nas células do organ ismo. Isso pode resultar em uma queda da pressão de O 2 no sangue (Hipoxemia), e pode levar a um aumento da pressão de dióxido de carbono no sangue (Hipercapnia). · Classificação e fisiopatologia: A insuficiência respiratória pode ser classificada, quanto à fisiopatologia, em: Insuficiência respiratória hipoxêmica (tipo I), ocorre por um a alteração nas trocas gasosas pulmonares na região da barreira alveoloarterial, acarretando hipoxemia; Insuficiência respiratória ventilatória (tipo II), ocorre diminuição da ventilação alveolar e consequente hipercapnia. Insuficiência Respiratória Hipoxêmica (Tipo I): ocorre quando uma determinada alteração das trocas gasosas pulmonares, é suficiente para causar hip oxemia. A hipoxemia decorre dos seguintes mecanismos: · Desequilíbrio da relação ventilação - perfusão (V/Q); · S hunt direito - esquerdo; · Distúrbios da difusão do O 2 pela barreira alveolocapilar; · Hipoventilação alveolar (discutida com a insuficiência respiratória tipo II); · D iminuição da pressão venosa de O 2 (PvO 2 ); · Respiração de ar com baixa pressão de O 2 . INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA Introdução: A respiração consiste no processo fisiológico responsável pelas trocas gasosas entre o organismo e o meio ambiente. O processo envolve a entrada do oxigênio (O2) e a remoção do gás carbônico (CO2) do sangue, e depende do aparelho respiratório, composto por: Vias aéreas, pulmões, diafragma, caixa torácica, o controle do SNC e SNP, e aparelho cardiocirculatório. Todos eles interagem para adequar o balanço entre o volume de ar que chega aos alvéolos e o fluxo sanguíneo no capilar pulmonar, de onde resulta a troca gasosa. A desregulação deste processo, traduzida pela incapacidade em manter normal a oferta de O2 aos tecidos e a remoção de CO2 dos mesmos, define a insuficiência respiratória. O que é a insuficiência respiratória? A insuficiência respiratória então é uma condição, que ocorre sempre que a troca de O2 por dióxido de carbono nos pulmões não pode ser compatibilizada com a velocidade de consumo do O2 e de dióxido de carbono nas células do organismo. Isso pode resultar em uma queda da pressão de O2 no sangue (Hipoxemia), e pode levar a um aumento da pressão de dióxido de carbono no sangue (Hipercapnia). Classificação e fisiopatologia: A insuficiência respiratória pode ser classificada, quanto à fisiopatologia, em: Insuficiência respiratória hipoxêmica (tipo I), ocorre por uma alteração nas trocas gasosas pulmonares na região da barreira alveoloarterial, acarretando hipoxemia; Insuficiência respiratória ventilatória (tipo II), ocorre diminuição da ventilação alveolar e consequente hipercapnia. Insuficiência Respiratória Hipoxêmica (Tipo I): ocorre quando uma determinada alteração das trocas gasosas pulmonares, é suficiente para causar hipoxemia. A hipoxemia decorre dos seguintes mecanismos: Desequilíbrio da relação ventilação-perfusão (V/Q); Shunt direito-esquerdo; Distúrbios da difusão do O2 pela barreira alveolocapilar; Hipoventilação alveolar (discutida com a insuficiência respiratória tipo II); Diminuição da pressão venosa de O2 (PvO2); Respiração de ar com baixa pressão de O2.
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