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{Insuficiência respiratória sem sinais de desconforto Insuficiência respiratória com sinais de desconforto} Complacência pulmonar é a forma com que o parênquima consegue acomodar o volume de ar que entra e sai dos pulmões a cada ciclo respiratório. Emergências respiratórias pediátricas estão entre as causas mais frequentes de internação hospitalar e óbitos em crianças menores de 1 ano de idade • Maior metabolismo e maior consumo de O2→ Língua grande, próxima ao palato mole facilitando a obstrução da via aérea→ Ventilação colateral (canais de Lambert e Poros de Kohn) pobremente desenvolvidos, favorecendo a formação de atelectasias → Diafragma perpendicular ao tórax e caixa torácica mais complacente ocasionando a incoordenação toracoabdominal no sono REM → Musculatura respiratória menos desenvolvida e frequência respiratória mais elevada - fadiga rapidamente→ Pequeno diâmetro das vias aéreas com tendência à obstrução - como o raio é pequeno, aumenta a resistência da passagem do ar → Tórax em barril diminuindo os movimentos compensatórios para aumentar o volume corrente→ Pulmões com menos elastina nas crianças pequenas, ocasionando diminuição na propriedade de recolhimento elástico, com consequente diminuição na complacência pulmonar → Respiração nasal em lactentes, especialmente em menores de 3 meses - qualquer obstrução nasal pode levar a IR→ Particularidades da criança que a predispõem à insuficiência respiratória• São sinais e sintomas que mostram uma padrão respiratório anormal - é uma impressão clínica• Sinais e sintomas: batimento de asa nasal, taquipneia, retrações, estridor, gemido expiratório, dispneia, sibilância, cianose e respiração paradoxal (balancim) • Batimento nasal + letargia/ desinteresse/choro fraco - sugestivos de exaustão, hipercapnia e parada respiratória iminente → Batimento nasal: importante em lactentes - deve ser avaliado com nível de consciência e responsividade• Doenças de complacência pulmonar diminuída: pneumonia e edema pulmonar - respiração rápida e superficial, porque o volume corrente (quantidade de ar em 1 ciclo inspiratório em mL) está diminuído → Doenças obstrutivas: asma e laringotraqueíte - respiração profunda, mas menos rápida→ Taquipneia isolada sem outros sinais de desconforto deve alertar para causas não pulmonares ou não torácicas de desconforto - acidose metabólica (cetoacidose diabética, acidose tubular renal) ou estimulação do centro respiratório (encefalites, ingestão de estimulantes do SNC) → Anormalidades na frequência e profundidade da respiração podem ter causa pulmonar ou não• Retrações indicam aumento do esforço inspiratório.• Estridor inspiratório indica obstrução das vias aéreas altas, já o sibilo expiratório resulta da obstrução das vias aéreas baixas • Mais comum em doenças com capacidade residual funcional diminuída - pneumonia e edema→ Gemido expiratório mostra colapso alveolar e de pequenas vias aéreas, pois na tentativa de aumentar capacidade residual funcional e melhorar oxigenação, criança fecha glote na expiração gerando gemidos • Taquipneia: acima de 60 até 2 m, acima de 50 entre 2m-1a e acima de 40 a partir de 1 ano• Pode ser por impossibilidade de fornecer oxigênio suficiente (insuficiência hipóxica) ou por não remover o dióxido de carbono (falha de ventilação) → Clinicamente caracterizada como PaO2 < 60mmHg respirando ar ambiente ou PaCO2 > 45mmHg - não envolve sinais e sintomas, só leva em consideração a gasometria → Insuficiência respiratória: incapacidade de manter as trocas gasosas entre organismo e o meio ambiente - função do sistema respiratório é transferir o O2 da atmosfera para o sangue e remover o CO2 do sangue • Posso tratar essa insuficiência respiratória somente com sinais clínicos? Taquidispneia é suficiente para iniciar tratamento se associado a sinais de alarme Como eu determino potencial de fadiga iminente? Respiração paradoxal (balancim), sonolência e gemência Na insuficiência respiratória estado geral do paciente, esforço inspiratório e potencial de fadiga iminente são indicadores mais importantes que os valores de gasometria. → Desconforto respiratório é uma impressão clínica, já diagnóstico de insuficiência respiratória é indicada pela inadequação da oxigenação e/ou ventilação • Embora desconforto respiratório resulte mais frequentemente de doenças dos pulmões, vias aéreas e parede torácica, patologias em outros sistemas orgânicos podem se manifestar dessa forma e levar a erro diagnóstico e manejo inadequado → Pode ocorrer em pacientes sem doença respiratória, assim como insuficiência respiratória pode ocorrer em pacientes sem desconforto. Isso pode ocorrer porque sistema respiratório abrange SNC (medula e bulbo), SN periférico (nervo frênico), músculos respiratórios, parede torácica, pulmões, vias aéreas superiores, árvore brônquica, alvéolos e circulação pulmonar - sinais dependem do local de acometimento • DESCONFORTO RESPIRATÓRIO FREQUÊNCIA RESPIRATÓRIA RETRAÇÕES SONS OBSTRUÇÃO VIAS SUPERIORES ↑ ↑↑↑↑ (de fúrcula, esternal) Estridor OBSTRUÇÃO VIAS INFERIORES ↑↑↑ ↑↑(intercostal, subdiafragmática) Sibilos DOENÇA PULMONAR ↑↑↑↑ ↑↑↑(intercostal, subdiafragmática) Gemidos e estertores INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA AGUDA sexta-feira, 9 de abril de 2021 15:58 Página 1 de MD941 - Ped PaO2 baixa PaO2 baixa PaO2 baixa PaCO2 baixa PaCO2 normal PaCO2 alta Tipo 1: hipóxica - incapacidade dos pulmões de fornecer oxigênio suficiente→ Tipo 2: hipercapnêica - incapacidade dos pulmões de remover dióxido de carbono por falha de ventilação → Insuficiência respiratória pode ser dividida em 2 tipos:• Em geral, começam com quadro de insuficiência hipóxica que evolui para quadro de hipóxica+hipercapnia• Em indivíduo normal, ventilação é inversamente proporcional ao nível de CO2 . Assim, se taquipneico nível de CO2 deve ser baixo. Caso esteja normal, sugere que capacidade de hiperventilar está diminuída. → É intra-cardíaco quando passa do lado direito para esquerdo sem oxigenar através de algum orifício, Já no extracardíaco pulmonar, sangue passa pelo pulmão mas alvéolo não está ventilado. □ Shunt: sangue que entra no sistema vascular arterial sem passar pelo pulmão ventilado. Característica mais importante é que oxigênio a 100% não corrige a hipoxemia. Em geral, PaCO2 está habitualmente normal ou diminuído dado que ventilação minuto está aumentada por mediação de quimiorreceptores. ▪ Causas fisiológicas: alteração da relação da relação V/Q e shunt pulmonar→ Causas de hipoxemia arterial: baixa fração inspirada de oxigênio (FiO2), hipoventilação (PaCO2 aumentado), shunt intrapulmonar (pneumonia, atelectasia, ICC, SARA) limitação da difusão → Pode ser causada por obstrução de pequenas vias aéreas, aumento das barreiras à difusão (ex. edema intersticial, fibrose) ou alvéolos colapsados/cheios de líquido (ex. SDRA, pneumonia, atelectasia, edema pulmonar) → Tipo 1 - hipóxica: PaO2 < 60 mmHg ou SatO2 <90%, já a PaCO2 é normal ou baixa levando a pH normal ou alto - essa é a forma mais comum de insuficiência respiratória. Nesses casos, doença pulmonar interfere na troca pulmonar de O2, mas a ventilação é mantida (CO2 normal ou baixo) • Hipoventilação determinará sempre valor elevado de PaCO2, mesmo que em uso de oxigênio suplementar▪ PaO2 do gás alveolar é resultado do equilíbrio entre a captação e a eliminação, assim PO2 alveolar é determinado pelo nível de ventilação alveolar. Se ventilação diminui, PaO2 cai e PaCO2 sobe. → Aguda: pH arterial baixo - overdose de drogas sedativas, fraqueza muscular aguda (miastenia gravis), doença alveolar grave onde ventilação alveolar não pode ser mantida (asma e pneumonia) ▪ Crônica: hipercapnia e hipoxemia - doença pulmonar crônica▪ Causas→ Tipo 2 - hipercapnêica: PaCO2 > 45 mmHg levando a acidose respiratória - pH depende do nível de HCO3 (bicarbonato) e nível de HCO3 depende da duração da hipercapnia, uma vez que resposta renal ocorre em dias(> 72hrs) ou semanas.Hipoxemia sempre está presente no ar ambiente, só não está na presença de oxigênio suplementar. • Ex: paciente taquipneico durante quadro de febre - para produzir temperatura, criança aumenta metabolismo produzindo mais CO2 e levando, por consequência, à taquipneia Volume minuto é a quantidade de ar, em litros, que entra e sai por minuto. Já a ventilação alveolar é o volume de ar que participa do gás troca. A PaCO2 é apenas uma medida que reflete a ventilação alveolar e a relação com a produção de CO2 - produção de CO2 é contínua, mas não constante • Fase 1: devido à doença, ocorre queda da PaO2 - é uma fase virtual, paciente aparece a partir dessa fase→ Fase 2: paciente apresenta aumento do volume respiratório por minuto, o que evita quedas maiores da PaO2 e causa diminuição da PaCO2 - alcalose respiratória → Fase 3: apesar do aumento do trabalho respiratório, PaO2 diminui progressivamente, mas PaCO2 começa a aumentar, voltando aos valores normais - PaCO2 não fica acima da referência (não há hipercapnia) → Fase 4: falência respiratória aguda, com PaCO2 acima do limite superior do valor de referência (45 mmHg-acidose) e hipoxemia (PaO2<60mmHg) decorrentes da fadiga muscular → Presença de PaCO2 normal em paciente dispneico significa comprometimento da capacidade ventilatória e uma maior gravidade do quadro - precisa de suporte ventilatório e monitorização em UTI Evolução temporal da PaO2 e a PaCO2 podem ajudar a classificar a insuficiência.• Garantir patência e manutenção da via aérea superior - posicionamento, aspiração e abertura vias aéreas1) Oferecer suporte respiratório - oxigenação e ventilação - o objetivo primário é reverter e prevenir hipoxemia, o objetivo secundário é controlar a PaCO2 e acidose respiratória 2) Otimizar suporte cardiovascular3) Tratamento da doença de base4) Tratamento da insuficiência respiratória• Escolha do sistema de O2 determinada pela condição clínica da criança e pela concentração desejada de oxigênio→ Oferta de oxigênio é mandatória na insuficiência respiratória aguda, mesmo com a saturação acima de 92%, a fim de otimizar o transporte de O2 aos tecidos e diminuir o trabalho respiratório. Se a criança estiver mantendo a ventilação espontânea efetiva, pode-se administrar O2 por meio de numerosos dispositivos • Máscara simples de oxigênio - fluxos de O2 de 6-10 L/min fornecem 35-60% de oxigênio▪ Cânula ou cateter: dispositivo adequado para crianças que requerem baixas concentrações de oxigênio suplementar - concentração depende da frequência respiratória, do esforço e do tamanho corporal - fluxo máximo é de 4 L/min, maior que isso provoca irritação da nasofaringe ▪ Baixo fluxo→ Tenda facial: mais tolerado que a máscara, concentração de oxigênio não passa de 40% ´permite acesso à aspiração de vias aéreas sem interrupção de fluxo ▪ Máscara com reinalação parcial: máscara com bolsa reservatório - com fluxos de 10-12L/min de O2 fornece uma concentração inspirada de 50-60% ▪ Máscara não reinalante: máscara com uma bolsa reservatório e 2 válvulas - om fluxos de 10-15L/min de O2 fornece uma concentração inspirada de 95-100% ▪ Máscara de Venturi: sistema capaz de fornecer concentrações baixas a moderadas de oxigênio inspirado 25-50% ▪ Ventilação assistida: se a ventilação do paciente não for efetiva, com movimentos insuficientes e sons ▪ respiratórios inadequados, mesmo com as vias aéreas pérvias, deve-se proceder à ventilação assistida. Alto fluxo→ Dispositivos de fornecimento de oxigênio podem ser divididos em sistemas de alto e baixo fluxo• Página 2 de MD941 - Ped Efeitos adversos da VPP: pode reduzir débito cardíaco por levar à diminuição do retorno venoso e ao aumento da pós-carga do coração direito pela elevação da pressão intratorácica e distensão dos alvéolos □ respiratórios inadequados, mesmo com as vias aéreas pérvias, deve-se proceder à ventilação assistida. Indicações: controle inadequado da ventilação pelo sistema nervoso central, presença de obstrução funcional ou anatômica grave das vias aéreas, perda dos reflexos de proteção das vias aéreas, trabalho respiratório excessivo levando à fadiga e insuficiência respiratória, necessidade de alto pico de pressão inspiratória para manter as trocas gasosas e necessidade de proteção das vias aéreas. □ Intubação: método mais efetivo e confiável de ventilação assistida▪ Apenas na gasometria arterial pode valorizar e interpretar o PaO2 - gasometria venosa não pode ser utilizada• INTERPRETAÇÃO GASOMETRIA Faixa normal do pH situa-se entre 7,35 a 7,45 - valor de referência é 7,4• Distúrbio primário: qualquer valor abaixo de 7,4 é uma acidose - qualquer valor acima de 7,4 é uma alcalose - mesmo que dentro de uma faixa de normalidade • Organismo ao compensar a situação nunca chega ao extremo de hipercorrigir indo de uma acidose metabólica para uma alcalose → Lembrar ao interpretar que organismo nunca hipecorrige• ETAPA 1 - Leitura e interpretação do pH Faixa de normalidade entre 35-45 mmHg - valor de referência é 40 mmHg• Qualquer valor acima de 40 é interpretado como acidose respiratória e abaixo disso como alcalose respiratória• Para avaliar se é um efeito primário ou fenômeno de compensação avaliar pH• ETAPA 2 - Leitura e interpretação do pCO2 Faixa de normalidade entre 22-26 mEq/L - valor de referência 24 mEq/L• Qualquer valor acima de 24 é interpretado como uma alcalose metabólica e abaixo uma acidose metabólica• Para avaliar se é um efeito primário ou fenômeno de compensação avaliar pH• pH de 7,25; pCO2 25 e HCO3 10,7 - há uma acidemia indicando acidose no pH - CO2 sugere alcalose respiratória e bicarbonato uma acidose metabólica - assim, distúrbio primário é a acidose metabólica parcialmente compensada, a alcalose respiratória é um fenômeno compensatório → Exemplos - pensar como se fosse um "cabo de guerra"• Hipoxia associada à hipoventilação é facilmente corrigida pelo aumento da FiO2• Sempre manter doente em vigilância clínica rigorosa pois pode ocorrer uma deterioração súbita• ETAPA 3 - Leitura e interpretação do HCO3 (bicarbonato) Página 3 de MD941 - Ped
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