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• Nervos Cranianos tem funções exclusivamente motoras/ exclusivamente sensitivas ou mistos • Nervos cranianos fazem função de cabeça e pescoço • Eles saem aos pares: um vai para direita e outro para esquerda • Paralisia de nervos cranianos: lembrar que maior parte dos nervos cranianos possuem seus núcleos/origem/comando no tronco encefálico/ cerebral, logo, lesão nessa região pode levar a paralisia de algum nervo craniano • Nervos cranianos fazem função parassimpática • Sensibilidade essencial (visão, paladar, audição, olfato) é mediado através dos nervos cranianos • Tronco cerebral: composto por mesencéfalo, ponte, pedúnculo cerebelar, bulbo; • Do forame magno para baixo há início da medula cervical • Nervo que nasce na direita vai para a estrutura a direita do rosto (homolateral); se nasceu na esquerda, vai para lado esquerdo do rosto • Com exceção do 2º- nervo craniano, eles não cruzam (direita-direita; esquerda- esquerda) • Nervos cranianos tem seu comando/ origem no córtex • Via que liga regiões corticais com núcleos (dos nervos cranianos) que se situam no tronco cerebral: via cortico-nuclear; raro haver paralisia dos nervos cranianos nesse trajeto (5-10%) • Lesão no tronco cerebral exclusivamente: ex – AVC – caso clinico de paralisia de nervos cranianos – 45-55%; SNC • Nervo percorre certo caminho até estrutura superficial: nervo propriamente dito – nervo que saiu de seu núcleo, e se extende até seu órgão alvo • Lesão do nervo propriamente dito – lesão no SNP, pois saiu de seu núcleo; 35-45%; ex: tumor do nervo ou lesão traumática compressiva do nervo • Paciente com paralisia de nervos cranianos: maioria: lesão do nervo na sua extensão até órgão alvo, ou lesão no tronco cerebral (SNC) • É raro ter lesão mais alta, acima do tronco cerebral; pode acontecer principalmente no 7º- par • Alteração motora/ sensibilidade de braço/ perna + sintomatologia de paralisia de nervos cranianos = lesão do SNC, tronco cerebral; via corticoespinal/ piramidal/ espinotalamico/ lemniscal passam pelo tronco cerebral e geralmente são acometidos em conjunto com nervos cranianos • Paralisia de nervos cranianos, sem acometimento de funções motoras de braço/ perna = paralisia de nervo propriamente dito: vias que sobem/ descem pelo tronco cerebral não se alteram Nervos cranianos: • Nomenclatura romana de acordo com ordem crânio-caudal • I – olfatório • II – óptico • III – oculomotor • IV – troclear • V – trigêmeo • VI – abducente • VII – facial • VIII – vestíbulo troclear • IX – glossofaríngeo • X – vago • XI – acessório • XII -hipoglosso • Mesencéfalo, ponte, bulbo – tronco cerebral • 4 pares cranianos em uma estrutura do tronco cerebral (com algumas exceções) • 2 primeiros nervos cranianos nascem direto do córtex cerebral, dos lobos cerebrais (não se origina no tronco cerebral) • 3º e 4º possuem seu núcleo no mesencéfalo • 5/6/7/8 – nascem na ponte • 5º: um pouco mais calibroso que outros; tem raíz menor que vai em direção ao mesencéfalo e uma raiz mais longa internamente que vai em direção ao bulbo; ex: lesão bulbar mais profundamente – pode alterar sensibilidade do rosto – feito pelo nervo trigêmeo; mas classicamente as lesões que acometem esse nervo são na ponte • 8º: nasce no sulco bulbo-pontino; • 9/10/11/12 – núcleos bulbares • Ex: AVC geralmente é unilateral, acometendo vaso a direita/ esquerda; • Ex: AVC a direita na ponte – perda de função de 5/6/7/8 a direita • Ex: lesão isquêmica – AVC isquêmica – no bulbo a esquerda – quadro clinico além da paralisia contralateral de perna/braço ao lado da lesão, paralisia de 9/10/11/12 a esquerda • Quadro clinico de rosto de um lado e de braço/perna de outro I – Olfatório • Exclusivamente Sensitivo; não faz funções motoras • Nervo da sensibilidade especial: olfato • Nasce do lobo temporal (onde ocorre a percepção), passa por debaixo do lobo frontal, e passa entre o frontal e parte óssea; penetra na lamina crivosa e preenche cavidade mucosa/ nasal, se ligando a quimiorreceptores • Cheiro entra pela narina, receptores levam informação em direção ao lobo temporal • Nervo a direita/ esquerda • Embora não cruzem, há comunicação pequena entre as cavidades nasais • • ➢ Como testar? • Perda do olfato; quem perde o olfato, dificilmente/ poucas vezes procura o médico, pois na maior parte do tempo não sentimos cheiro • Quando paciente suspeitar? Quando todos em um ambiente sentirem um cheiro menos o indivíduo • Olfato tem importância no paladar: percebe gosto da comida, mas está diferente de antes • Principais perdas do olfato não são neurológicas – são de causa de otorrino – infecções das vias aéreas superiores e patologia da cavidade nasal; temporárias • Causa neurológica para perda do olfato: se associa a outros sinas e sintomas – RED FLAG • Como testar se primeiro nervo craniano está íntegro: testar sensibilidade de olhos fechados; paciente oclui uma narina e inala substancia com algum odor (canela, tabaco, café..) e deve dizer qual é o cheiro; fazer dos dois lados • Hiposmia (lesão parcial ou unilateral; lesão sutil/moderada) ou anosmia (lesões bilaterais; perda do olfato completa) = sintomas negativos • Hiposmia: Paralisia de um nervo, e o outro compensa: paciente percebe cheiro, mas não é normal • Lesões no lobo temporal: onde há a interpretação do estímulo; paciente pode ter perda da percepção do olfato, e pode ter alucinação olfatória – excesso do cheiro onde não deveria ter (sintoma positivo); pode ter perversões; • Perversão do cheiro – parosmia • Cheiro desagradável: cacosmia • Toda cacosmia é uma parosmia; mas nem toda parosmia é cacosmia ➢ Transtornos: • Traumatismo cranioencefálico – laceração do osso; base do crânio frontal lacera o nervo olfatório, causando lesão periférica do nervo (SNP); pode também ter lesão do lobo temporal ao atingir superfície óssea (SNC) • Tumores na base do lobo frontal – meningioma pode fazer compressão/ destruição do nervo craniano; tumores proximos da base do crânio podem comprimir nervo contra osso o Meningioma: tumor que nasce na meninge e cresce; é um tumor extraxial – de fora para dentro – empurra cérebro • Doenças neurodegenerativas (Parkinson): corpos de Levi podem acometer antes dos núcleos da base, acometer 1º- nervo craniano; paciente subclinicamente, antes de ter sintomas extrapiramidais/ motores pode ter paralisia desse nervo II – óptico • Nasce no lobo occipital (exclusivo para a visão), passa por dentro do lobo temporal/ parietal; passa no quiasma óptico, e cada nervo óptico vai em direção ao globo ocular, onde se acopla em sua parte posterior • Quadro clínico da perda da visão/ paralisia do nervo óptico: cegueira, alteração da visão (borrado), partes escuras do campo visual • ➢ Avaliação neurológica do óptico: • Acuidade visual (Snellen) o Principal causa de alteração da acuidade visual é alteração do cristalino: miopia, astigmatismo, hipermetropia o Alterações da refração do olho – encaminhar para oftalmologista o Snellen: teste onde oftalmologista mostra cartaz com letras grandes que diminuem; como se fosse exame de triagem, que diferencia lesão oftalmológica de neurológica; o Visão normal – 20/20 (feet) o Analfabeto: posição dos traços da letra “E” o • Fundo de Olho (oftalmoscópio) o Visualizar através do oftalmoscópio retina e final do nervo óptico (disco) o Procurar visualizar papila óptica – terço final do nervo óptico - verificar se está norma ou inflamado/ inchaço o Retina normal: vermelha/ alaranjada; mácula bem vascularizada (mais escura e central); receptores/ fotorreceptores (cones/ bastonetes); na região medial háestrutura arredondada, com bordas bem delimitadas, raso, disco – disco óptico/ papila óptica/ parte final do nervo; vasos se confluem em direção do nervo óptico; vênulas/ arteríolas o o Lesões: papiledema (esquerda) – pode enxergar bem/mal; inflamação do nervo óptico/ tumor = aumento da pressão e há expansão para fora do disco, como se fosse em lesão em boca de garrafa, não sendo possível delimitar bem as bordas; geralmente é agudo/ subagudo; é possível reverter/ evitar quadro progressivo o Esquerda: Segundo nervo craniano é como se fosse prolongamento do cérebro em direção ao globo ocular ▪ Paciente pode ter hipertensão intracraniana/ tumor cerebral/ hidrocefalia – pode ser externado pelo nervo óptico o o Direita: lesão mais crônica: atrofia do nervo óptico - atrofia óptica; visão perdida; disco mal delimitado, reto, esbranquiçado; vasos escassos/ somem, pois não precisa mais de vascularização – nervo morto • Campo visual (campimetria por confrontação) o Avalia campo visual do paciente; se tem mancha escura na visão o Localização da mancha escura o Mesmo olhando reto, há amplitude do olhar, é possível observar objeto na periferia; geralmente é de 130- 150 a angulação o Enxergamos cruzado/ invertido, e isso inverte no córtex occipital o Lobo occipital esquerdo é responsável por toda visão na metade direita da visão, tanto no olho direito quanto esquerdo; o Lobo occipital direito é responsável pela informação, da metade do meio para esquerda, nos dois olhos o Lobo occipital esquerdo: duas fitas nascem nesse lobo: um ramo mais externo não cruza, e vai se juntar a retina do mesmo lado, na parte mais externa; e outro ramo mais interno cruza e vai para lobo ocular contralateral, na parte interna o Fita externa – vai para parte externa do mesmo lado, sem cruzar; fita interna – cruza, e vai para lado interno do lado contralateral o A retina recebe imagem, através da pupila, cruzada o OLHO ESQUERDO: metade esquerda do objeto/campo visual - quem recebe a informação, no olho esquerdo, é a parte mais interna; e a metade direita do objeto - é a parte mais externa do olho esquerdo que enxerga o OLHO DIREITO: metade direita do objeto/campo visual – quem percebe é a retina mais interna do olho direito; metade esquerda – quem percebe é a retina mais externa o A: Lesão a direita: do quiasma para frente, até inserção do globo ocular: perda da visão a direita; paciente cego do olho a direita; esquerda ele enxerga = AMAUROSE DIREITA (cegueira naquele lado); perda da função do olho direito – nenhuma informação chega ao lobo occipital ▪ Amaurose: cegueira do mesmo lado da lesão; causado por tumor do nervo ou lesão traumática; cego de um olho só o B: Lesão exatamente no meio do quiasma óptico; quiasma óptico fica acima da hipófise, logo, há lesão das fitas mediais primeiro (tumor começa nas fitas que cruzam no meio); ▪ Perda da visão de fora (retina medial olha para fora); ▪ Campo visual diminuído; ▪ Visão em túnel – perda da visão periférica; no centro enxerga bem ▪ Paciente tropeça muito, bate muito nos objetos, gira muito a cabeça ▪ Tumores da hipófise causam esse quadro; ▪ Hemianopsia – perda de metade do campo visual E D o C: Lesão do quiasma para trás: dentro do cérebro (lobos) - AVC, tumor cerebral; ▪ Lesão no lobo occipital direito – perde metade da retina a direita, nos dois olhos ▪ AVC no lobo occipital direito perde campo visual a esquerda; os dois olhos só conseguem enxergar da metade para direita; da metade para esquerda = mancha escura ▪ Meningioma: lesão afeta campo visual contralateral ▪ Metade do campo visual apagado e outra metade visualizável o A: olho até quiasma; B – em cima do quiasma; D/F – quiasma para occipital – alteração do campo visual contralateral ❖ Como testar campo visual? o Paciente precisa ser capaz de dizer quais números medico está fazendo com dedos na posição em 4 quadrantes; avalia-se um olho do paciente enquanto ele mantém o outro tampado, e depois troca o olho o Paciente não pode estar em nível diferente – deve estar no mesmo nível dos olhos - angulação pode atrapalhar a interpretação o Hemianopsia – ausência de metade do campo visual o Hemianopsia homônima – mesmo lado do campo visual perdido nos dois olhos o Hemianopsia heterônima – campo visual diferente perdido; de um olho a esquerda e de outro a direita ▪ Perda do campo visual da retina mais interna = perda do campo visual externo = lesão no quiasma óptico o Amaurose – perda de toda visão de um olho enquanto outro está normal; lesão do olho até antes do quiasma o Hemianopsia heterônima com perda do campo visual do centro – não ocorre; raríssimo; deveria ocorrer lesão bilateral das fitas externas ao mesmo tempo • Reflexo fotomotor (lanterna clínica) o Lanterna joga luz nos olhos para verificar a contração das pupilas o Presença de luz – pupila contrai o Luz chega no tronco cerebral, transmitido através desse nervo, e contração é feita pelo nervo oculomotor o Integridade do 2º e 3º nervo – reflexo ok III – oculomotor; IV – troclear; VI – abducente • Esses 3 movem o globo ocular; inervam os 6 músculos do olho • • Oculomotor sai do mesencéfalo e vai para músculo periocular • Troclear nasce no mesencéfalo, por trás (único nervo que nasce por trás do tronco cerebral e faz volta) e faz volta para frente • Abducente – nasce no começo da ponte e vai em direção ao globo ocular • Cada olho tem 6 músculos: 4 retos e 2 oblíquos – reto lateral, reto medial, reto inferior e reto superior; • Estímulo do reto lateral – olho vai para fora; reto medial – olho gira para dentro/meio; reto superior – olho sobe; reto inferior – gira para baixo; retos movem globo ocular na direção de seu nome • Oblíquos – gira globo ocular para dentro e faz direção ao contrário do seu nome: superior – gira globo para dentro e para baixo; oblíquo inferior – para dentro e para cima • Quando um contrai, seu homólogo relaxa • Quando 2 músculos “opostos” estão ok, o globo ocular fica em equilíbrio, parado no centro • Lesão de um lado = desvio do globo ocular para lado sadio • Ex: Paralisia do reto lateral: globo ocular desvia para dentro – paciente vesgo • Oculomotor inerva maioria dos músculos: reto superior, reto inferior, oblíquo inferior, reto medial • Troclear só inerva o oblíquo superior • Abducente só inerva o reto lateral • O 3º inerva o músculo levantador ou elevador da pálpebra: músculo que faz com que olho fique aberto; paralisia do 3º - ptose palpebral • Geralmente pálpebra toca borda superior da íris; pálpebra superior em contato da pupila = ptose • 3º inerva musculatra intrínseca do olho/ pupila: faz miose • Olho faz midríase (abre pupila) e miose (fecha pupila) • Paralisia do 3º: olho fica com midríase paralítica; só tem tônus simpático • Anisocoria – diferença do tamanho da pupila ➢ Reflexo fotomotor direto e indireto: • 2º- via aferente; 3º- via eferente; se um deles falhar, não tem reflexo fotomotor; • Se um olho contrai com luminosidade – reflexo fotomotor direto presente; • Reflexo fotomotor consensual ou indireto: joga luz no olho direto (reflexo fotomotor consensual a direita) – e observa se esquerdo contrai; reflexo fotomotor consensual esquerdo – joga luz no olho esquerdo e observa se direito contrai • Mesmo jogando a luz só de um lado, a resposta é bilateral, por isso contrai dos dois lados; o lado em que incidiu a luz contrai mais • • Exemplo: • Reflexo fotomotor direto negativo do lado esquerdo e reflexo fotomotor direto direito presente: segundo e terceiro nervos ok do lado direito; • Não é possível dizer se o 2º- ou 3º-do lado esquerdo foi lesado; mas é certo que o lado da lesão é do lado esquerdo; • O reflexo consensual/ indireto – joga luz do lado direito, se contrai é positivo e se não contrair é negativo – se for positivo chega luz e há contração do lado esquerdo – 3º- ok; se for negativo, 3º- da esquerda está alterado • Direto +: tanto o 2º como o 3º, neste lado, estão normais • Direto -: lesão é neste lado; 2º- ou 3º-?? • Indireto/consensual: verifica a integridade do 2º- neste lado e 3º contralateral • Logo, se consensual +: 2º- neste lado está ok e o 3º- contralateral também está ok ➢ Como testa musculatura do olho? • Trava cabeça do paciente, segurando na testa, queixo; pede para ele olhar para ponta do dedo, objeto, e movimenta para esquerda, cima, baixo, meio, outro lado, desenhando um H = 9 posições • ➢ Transtornos: • Desalinhamento dos músculos • Angulação de um lado, e angulação diferente do outro – imagens ficam sobrepostas = diplopia – imagens bem nítidas, em angulações diferentes – ao fechar um dos olhos, imagem dupla some (tanto olho com paralisia quanto olho sadio) – cérebro só forma uma imagem • Diplopia é diferente da miopia (borrado/ sem nitidez); • Paciente olha para frente: espera-se que globo ocular esteja na posição neutra, no meio; anisocoria; ptose do lado direito; olho direito desviado para fora; paralisia da musculatura reto medial – vence reto lateral; 3º- inerva reto medial; o DM tipo 2 – causa comum de paralisia do 3º; descompensação leva isquemia; causa periférica o AVC no mesencéfalo: causa central; o Hemorragia subaracnoide: causa periférica; paciente pode ter aneurisma antes – aneurisma da art. comunicante posterior – faz compressão do 3º - paralisia do oculomotor; a “melhora” da paralisia pode ser decorrente do rompimento do aneurisma = em seguida, pode entrar em coma o Obs.: Aneurismas são mais comuns no polígono de Willis • Olho mais inclinado para baixo/ dentro que outro: paralisia do músculo oblíquo superior – inervado pelo troclear – paciente fica com olho para fora e para cima; posição de melhora da visão – inclinação da cabeça para outro lado, para alinhar 2 olhos; posição/ postura viciosa o TCE – causa paralisia do 4º; pancada na cabeça, principalmente posteriormente o 4º fica próximo de partes ósseas • Paciente olha para frente: olho para dentro – quem deveria fazer oposição ao reto lateral está fraco; paciente vesgo com olho para dentro – paralisia do 6º par craniano o Hidrocefalia, hipertensão intracraniana, AVC (na ponte) – pode causar paralisia do 6º o O 6º- é um dos nervos mais finos Relembrando... • Neurônios da região cortical se confluem na cápsula interna • Feixes quando descem passam pelos núcleos da base, tálamo, tronco cerebral • Via corticoespinal/ piramidal/ primeiro neurônio motor – no final do bulbo, cruza para outro lado e desce para membros • Via piramidal/ corticoespinal controla musculatura voluntária do pescoço para baixo – tronco, braço, pernas • Lesão na cápsula interna a direita: braço e perna que perde força – esquerdo; • Lesão em mesencéfalo/ ponte/ bulbo a direita: clínica para paralisia de braço e perna a esquerda • Via cortico-nuclear: núcleos no tronco cerebral são responsáveis por comandar nervos cranianos; • Destino final/comunicação dos núcleos é com regiões mais altas/ corticais; • A via cortico-nuclear sobe do mesmo lado, e quando passa do mesencéfalo, pelo tálamo, os núcleos sobem contralateralmente; • A via cortico-nuclear cruza antes do tálamo; • Exceto pelo primeiro e segundo nervos cranianos que nascem do cérebro, 3º- até 12º- cruzam • Corticoespinal cruza na parte final do bulbo, e corticonuclear cruza um pouco antes de chegar no tálamo • Lesão do tálamo para cima: paralisia da função sensitiva ou motora do rosto; lesão na direita, perda da função do núcleo a esquerda o Lesões na cápsula interna: paralisia contralateral de membros/ tronco/rosto ao lado da lesão o Lesões supratalâmicas: padrão rosto/ braço/ perna contralateral ao lado da lesão • Lesão na ponte a direita: paralisia do rosto a direita • Lesões no tronco cerebral: padrão alterno/ cruzado; sintomatologia de um lado do rosto (do mesmo lado da lesão), e de braço/ perna contralateral V – Trigêmeo • Nervo que sai da ponte • Um dos mais calibrosos • Nervo misto: função sensitiva maior (maior parte) – sensibilidade do rosto; • Função do ramo motor – músculo da mastigação = 4 músculos = temporal, masseter, pterigoideo (lateral, medial) (4 de um lado e 4 de outro) • Masseter: fica no ângulo da mandíbula • Morder: sente-se temporal contraído; • Pterigoideo – fica dentro da cavidade oral; faz lateralização da mandíbula, ajusta bolo alimentar na cavidade oral; • Ramo oftálmico (V1), ramo maxilar (V2), ramo mandibular (V3) • Ramo oftálmico: ápice do crânio; testa, região superior da pálpebra, porção do nariz • Ramo maxilar: espaço periocular, por baixo do olho, maxilar, narinas • Ramo mandibular: principalmente região da mandíbula; • Parte sensitiva do ângulo da mandíbula – raízes cervicais C2/C3 comandam; não é pelo trigêmeo ➢ Como testar? • Paralisia desse nervo: o Sintomas positivos - dor neuropática, parestesia, disestesia o Sintomas negativos – perda da sensibilidade o Dificuldade de mastigar e começar a digestão • Pedir para paciente fechar olhos e com alfinete espetar regiões do rosto e perguntar se sabe localização do estímulo, se sente dor • Pedir para paciente morder, e palpar masseter – se tiver paralisado, quando o paciente morder não se sente contração muscular daquele lado; normalmente se sente contração do masseter bilateralmente • Coloca mão na fossa temporal e quando paciente morde sente musculatura temporal contraída • Pede para paciente abrir um pouco a boca e pedir para lateralizar queixo – testa contração do pterigoide (lateral/medial) ➢ Transtornos: • Doença que acomete perifericamente o nervo – ramo que já saiu de seu núcleo • Acometimento em faixa, que respeita território de ramo/ dermátomo – é periférica • Herpes zoster – acometimento periférico do ramo trigêmeo; dor em queimação intensa; não passa com dipirona; pior a noite; respeita o território de um ramo específico (V1/V2/V3) • ❖ Neuralgia do trigêmeo: • Pode confundir com enxaqueca/ dor de dente; dor em V2, V3 (geralmente); dor rápida que pode ser desencadeado por mastigação; dor em choque – muito forte; • Acometimento central ou periférico; tem 2 picos de incidência – primeiro pico é no idoso (ambos os sexos) e 2º- é uma mulher jovem ou adulto ou idoso de ambos os sexos • Afrouxamento dos tecidos ocorre com envelhecimento – vaso sanguíneo/alça vascular antes suspenso por enfraquecimento das musculaturas/ colágeno, cai e encosta no nervo trigêmeo, o que causa dor, pois irrita nervos • Idosos de ambos os sexos tem predileção de ter esse acometimento • Tratamento: tratamento da dor neuropática – antidepressivos (age no centro da dor), antipiléticos (diminui potencial de ação do nervo) ❖ Esclerose múltipla: • Acomete jovem – doença desmielinizante, autoimune, que acomete SNC; • Mulher jovem tem muito (caucasiana); • Pode desencadear neuralgia do trigêmeo ❖ Síndrome de Wallenberg: • AVC de ponte ou bulbo, com acometimento do núcleo ou raíz do trigêmeo; • Paciente não tem perda de força, mas perde sensibilidade em metade do rosto e no corpo perde sensibilidade contralateral ao rosto; VII – Facial • Musculatura da mímica facial – expressões, fala, sorriso, fala • Nervo misto – função predominantemente motora, mas tem função sensitiva • Importante para paladar (inerva língua):doce, salgado, amargo, azedo, umami • Língua é dividida em terço distal, intermediário/ médio e proximal • 2 terços proximais – paladar é feito pelo 7º- • Terço distal da língua – paladar é controlado pelo glossofaríngeo e vago • Função autonômica/ parassimpática – inerva glândulas do rosto – lacrimal, parótida, submandibular, submentoniana, sublingual • Núcleo do facial no tronco cerebral é subdividido em superior e inferior • Hemisfério cerebral direito manda comando para subnúcleo contralateral inferior e superior; ele também manda ramo para subnúcleo superior do mesmo lado = subnúcleo superior tem inervação bilateral, enquanto que subnúcleo inferior só tem comando contralateral • Subnúcleo superior – comanda do olho pra cima – fechar olhos, franzir a testa • Subnúcleo inferior – comanda musculatura do rosto do olho para baixo – sorrir, assobiar, fazer bico, contração do platisma (musculatura do pescoço) • Ex: lesão na cápsula interna, do tálamo para cima, a esquerda – perde comando do subnúcleo contralateral superior e inferior, e perde para mesmo lado no subnúcleo superior = paralisia facial do andar inferior; paralisia facial central – lesão no SNC; • Paralisias faciais tipo central – preserva função do rosto na parte superior – olho pra cima e perde da metade para baixo; canto da boca desviado para lado sadio; apagamento do sulco nasolabial • Lesão do nervo periférico ou lesão do núcleo: perda de toda função do rosto do mesmo lado da lesão; paralisia facial periférica – lesão do núcleo (em cima do tronco cerebral) ou do nervo na sua extensão • Perda de função de braço e perna – lesão de tronco cerebral; lesão do 7º- nervo perifericamente – não tem acometimento de braço e perna • • A: central – desvio da comissura labial para lado sadio; apagamento do sulco nasolabial; enruga testa • B: periférico – paralisia total do lado direito; • ➢ Como testar? • Pedir para paciente franzir a testa • Pedir para fechar olho com força • Pedir para paciente sorrir, mostrar dentes, assobiar, encher boca de ar • Paciente com paralisia facial não consegue assobiar • Ver musculatura do pescoço (platisma); pedir para ele tentar esticar a pele do pescoço – platisma contraído ➢ Reflexo córneo-palpebral: • Reflexo mediado pelo trigêmeo (sensibilidade), via aferente, que usa nervo facial (via eferente; motora) • Algodão na íris – paciente automaticamente fecha os olhos – reflexo de defesa – avalia integridade desses 2 nervos; ausência do reflexo – fraqueza do facial ou trigêmeo ➢ Sinal de Bell e sinal dos cílios de Barré: • Encontrado na paralisia facial periférica APENAS • Demonstra fraqueza do andar superior do rosto • Sinal de Bell: não consegue fechar bem olhos e globo ocular sobe (só visualiza esclera) – fecha olhos voluntariamente e globo ocular sobe; paciente com incapacidade de fechar olho • • Sinal dos cílios de Barré: aparecimento dos cílios ao pedir para paciente fechar fortemente olhos – sinal de fraqueza • • Paralisia de Bell = paralisia facial periférica: idiopática ou etiologia viral (herpes simples tipo 1) • Choque térmico/ estresse – sistema imunológico abaixa e vírus da herpes pode atacar; lembrando que muitos de nós temos o vírus da herpes latente no corpo • Paralisia periférica – benigno; AVC – grave VIII – vestibulococlear • Nervo sai na zona entre bulbo e ponte e se liga ao labirinto, que fica no ouvido interno • Labirinto – parte coclear – responsável pela audição; parte vestibular – se liga a canais semicirculares • • Se junta na estrutura óssea dentro do ouvido interno: cóclea + vestíbulo e canais semicirculares = labirinto; um ramo se liga a cóclea para a função da audição, e outro ramo se liga aos dcanais semicirculares (dão posição da cabeça; influencia no equilíbrio dinâmico e estático) • Centro vestibular – sistema da propriocepção da cabeça - influencia no equilíbrio dinâmico e estático • Função de equilíbrio + audição ➢ Como testar? • Paciente pode ter misto de hipoacusia/ acusia e comprometimento do equilíbrio (tonteira, vertigens) – ou o paciente pode ter acometimento de um ramo só • Paciente fecha olhos, chega próximo da orelha e fricciona dedos próximo do ouvido do paciente para testar se ouve • Condução AÉREA > condução óssea o Se refere ao som no ouvido o Som se propaga melhor por meio sólido o Ouvido é mais sensível ao som na fase aérea do que condução sólida; é natural perceber mais sons aéreos do que na condução sólida, embora som se propague melhor no sólido • Teste de Weber: o Problema otológico: lesão na cóclea, labirinto, membrana timpânica inflamada, rolha de cerume o Vibra diapasão e coloca no ápice do crânio – em pessoas normais que escutam bem escuta-se som (“zooooom”); deve-se perceber igualmente nos dois ouvidos o Teste normal: não lateraliza; fica no centro ou vai de modo igual para dois lados o Ex: escuta alterada do lado direito – escuta som maior a direita – encaminha para otorrino; escuta mal a direita mas som vai com volume maior a esquerda (orelha sadia) – manda para neuro o Quando falamos algo com orelha tapada, escutamos melhor no ouvido tampado; o que obstrui passagem aérea do som – ao falar, provoca som internamente na cabeça, e caixa craniana vira caixa acústica o Se nervo está lesado do lado direito – som só vai para lado sadio • Teste de Rinne o Vibra diapasão – encosta ponta no processo mastoide, e escuta-se som do lado que se estimula o Depois colocar próximo do ouvido quando vibração estiver menor – paciente deve ser capaz de escutar o Fase aérea > fase óssea o Otorrino: escuta bem ao encostar no processo mastoide; não ouve próximo do ouvido o Neurológico: paciente não escuta nada ao encostar no processo mastoide; só sente vibração; ao colocar próximo do ouvido – sem som • Como testar equilíbrio? o Avalia sinal de Romberg – verifica se paciente tem alteração da propriocepção ou vestibular o Se paciente fecha olhos, e cai do mesmo lado (ao repetir o teste) – lesão vestibular o Canais semicirculares – faz com que vestibular do lado esquerdo empurre para lado contralateral; lado direito empurra corpo para lado esquerdo o Dois vestibulares preservados = forças se equiparam – paciente fica parado no centro ou vai para frente – não cai o Lesão do vestibular – paciente cai para o lado da lesão o Manobra dos braços estendidos: braços vão em direção ao lado da lesão ao fechar os olhos; o Estagmo – lesão no lóbulo floculonodular; olhos desviam para lado da lesão (os dois); olho se movimenta mais rápido para um lado e passa da linha média; visto em lesões unilaterais do labirinto ou nervo ▪ Correção do desvio: fase rápida ▪ Fase lenta: desvio para lesão ▪ Lado da lesão é o contrário da fase rápida ▪ Cérebro corrige rápido para lado contralateral ▪ Paciente com neurite vestibular/ labirintite apresenta esse quadro ➢ Transtornos • Schwannoma (neurinoma) do acústico: tumor do 8º par • Inflamação de porção do 8º: neurite vestibular - parte coclear não inflamada; labirintite – inflamação de ramo do par craniano; passageiro; geralmente causado por herpes vírus (simples tipo 1) IX – Glossofaríngeo; X – Vago • Saem do bulbo, separados • • Os dois nervos são mistos: glossofaríngeo é mais sensitivo e vago tem peso maior motor • Agem juntos: nascem separados mas passam pelo mesmo forame jugular • OBS.: Forame jugular: por onde passa veia jugular, 9º, 10º e 11º-; tumor da parede do vaso – tumores do glomo jugular – paralisa do 9º/10º - massa no pescoço, que só melhora com cirurgia • Inervam parte de trás da cavidade oral; movimenta palato mole, levanta úvula • Sensibilidadeda parte posterior da cavidade oral • Terço distal da língua – paladar pelo glossofaríngeo e vago • Vago – principal nervo que comanda parassimpático • Lesões do Vago: alteração da PA; alteração do ritmo gastrointestinal; paciente pode ter taquicardia.... – lesão unilateral • Lesão bilateral do Vago: MORTE • Lesões do bulbo muito extensas – complicado • Glossofaríngeo/ vago – inervam cordas vocais • Disartria e disfonia • Dificuldade de engolir – disfagia de transferência – não consegue transferir bolo alimentar da cavidade oral para esôfago ➢ Como testar? • Observação da fala – alteração do 9º-/ 10º- • Pedir para paciente abrir a boca; com cotonete encostar na parte posterior da cavidade oral – reflexo nauseoso – testar dos dois lados • • Reflexo nauseoso = integridade do 9º-/10º- • Avaliar paralisia da úvula – pede para paciente falar AAA bem longo = contração da musculatura do palato mole dos dois lados e úvula sobe; paralisia de um lado – um lado contrai e outro não, e úvula desvia para lado sadio • Um lado do palato mole sobe e outro não - úvula desvia para lado sadio = sinal da cortina ➢ Sinais e sintomas • Sinal da cortina • Disfagia neurológica • Em certos casos, graus de disfonia • Disartria • Anestesia da Laringe XI- nervo acessório • Nervo exclusivamente motor • • Não tem função sensitiva • Comanda trapézio (eleva ombro) e EPON (vira rosto para lado contrário) • EPON da direita gira rosto para esquerda; e o da esquerda gira rosto para direita ➢ Como testar? • Trapézio – elevação do ombro e força contra resistência; se paciente consegue manter – força ok • EPON – pede para paciente virar rosto para um lado e fazer resistência contrária • ➢ Transtorno • O XI, junto com o IV, são os nervos mais raros de serem paralisados • Traumatismo principalmente – causa comum de paralisia do acessório; 90% dos casos • Pode ser AVC do bulbo, esclerose lateral amiotrófica XII – Hipoglosso • Nervo exclusivamente motor • Inerva língua • Nasce no bulbo ➢ Como testar? • Disartria • Dificuldade de engolir – disfagia • Lesão de um lado – músculo atrofiado • Pedir para paciente abrir a boca e observar se tem atrofia, comparando metade da língua com outra, se tem fasciculação e se língua desvia para algum lado • • Observar língua na cavidade oral em repouso • E observar com língua para fora • Língua faz mais de uma função: dentro da cavidade oral – há retração da língua; se dois lados estão normais - língua não desvia para lados, ela vai para frente e trás • Paralisia da metade a esquerda: língua desvia para lado sadio dentro da cavidade oral • Colocar língua para fora – músculo não está mais puxando, está empurrando: paralisia da musculatura esquerda – lado direito empurra mas esquerdo não empurra = desvio para lado da lesão • Sinal invertido no hipoglosso e sinal invertido de Babinski - acontece na paralisia do hipoglosso unilateral • Pedir para movimentar língua para cantos da boca: lado paralisado – dificuldade de encostar língua no canto ➢ Transtorno • Paralisia bilateral – não desvia para nenhum lado – ocorre na esclerose lateral amiotrófica (ELA) – perda da força e movimentação
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