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IAM e Choque Cardiogênico Infarto Agudo do Miocárdio É a necrose miocárdica por isquemia severa, que pode ocorrer por deslocamento de placa de ateroma ou trombo, resultando na obstrução aguda de uma artéria coronária, interrompendo assim o fluxo sanguíneo. 3 Fisiopatologia “ Tipos: O IAM pode ser classificado em 5 tipos: Tipo 1: É o mais comum, ocorre uma ruptura de uma placa de gordura localizada em uma artéria do coração. Essa ruptura acarreta a formação de um trombo (coagulo) que interrompe o fluxo sanguíneo neste local da artéria afetada; Tipo 2: Há um desequilíbrio entre consumo e oferta de oxigênio para o miocárdio. Pode ocorrer após cirurgias não cardíacas, anemia profunda, crise tireotóxica ou secundário a baixo debito; Tipo 3: É o infarto que cursa com morte súbita chamado de "infarto fulminante" no qual paciente evolui para óbito antes de qualquer tipo de tratamento; 4 Tipos: Tipo 4: São os casos de infarto do miocárdio que ocorrem após uma angioplastia coronariana ou por trombose do stent. Tipo 4a: Após a destruição de uma placa de gordura, durante uma angioplastia coronariana, fragmentos podem obstruir vasos menores localizados longe da obstrução tratada; Tipo 4b: Forma-se um coagulo em torno do stent.; Tipo 5: É o infarto do miocárdio que ocorre após uma cirurgia de revascularização do miocárdio, popularmente conhecida como cirurgia de ponte de safena. 5 Localização do Infarto 6 O IAM compromete predominantemente o ventrículo esquerdo, mas a lesão pode estender-se ao ventrículo direito ou aos átrios. Infarto do ventrículo direito; Infarto inferoposterior; Infartos anteriores. 7 Extensão do Infarto O infarto pode ser: Transmurais, que envolvem toda a espessura do miocárdio, do epicárdio ao endocárdio, e costumam ser caracterizados por ondas Q anormais no ECG. Não transmural, não atravessam a parede ventricular e provocam apenas alterações no segmento ST e na onda T. Normalmente, envolvem o terço interno do miocárdio, onde a tensão de parede é mais elevada e o fluxo sanguíneo é mais vulnerável às alterações circulatórias. 8 Fatores de Risco O Infarto resulta de uma série de agressões acumuladas ao longo dos anos, como: Tabagismo, Obesidade, Diabetes, Hipertensão arterial, Níveis de colesterol alto, Estresse, Sedentarismo. Quadro Clinico Dor precordial; Irradiação para MMSS; Dor em região epigástrica; Parestesia em região cervical e mandibular; Dor em região inter escapular; Náuseas e vômitos; Sudorese; Dispnéia; Fraqueza muscular; Palidez cutânea; Síncope. 9 Incidência As doenças cardiovasculares são líderes em morte no mundo, sendo responsáveis por quase 30% das mortes no Brasil. Dentre estas, o infarto é uma das principais causas. Segundo a OMS, as doenças cardiovasculares são responsáveis por 1/3 de todas as mortes de mulheres no mundo, o equivalente a cerca de 8,5 milhões de óbitos por ano, mais de 23 mil por dia. Estimativas também apontam que a probabilidade da mulher morrer de infarto é 50% maior quando comparada aos homens. 10 ECG periódicos; Marcadores cardíacos periódicos: CK-MB (é a enzima mais específica de necrose miocárdica, há elevação após 06h a 08h do início dos sintomas, com pico em 24 horas). Mioglobina; Troponina (enzima específica de necrose muscular miocárdica) que se eleva em 01h). Angiografia coronária imediata para pacientes com IMCST ou complicações; Angiografia coronária tardia para pacientes com IMSST sem complicações. 11 Diagnóstico Tratamento 12 Cuidados pré-hospitalares: Oxigênio; Nitratos e/ou opioides para dor; Encaminhamento para um centro médico apropriado. Terapia medicamentosa preconiza: Analgesia; Diminuição da ansiedade e desconforto; Antiplaquetários (AAS); Antiarrítmicos; Anticoagulantes. Tratamento 13 Terapia de reperfusão: Para IAM com elevação do segmento ST, reperfusão de emergência com fármacos fibrinolíticos, intervenção percutânea (angioplastia) ou, ocasionalmente, cirurgia de revascularização miocárdica. Para IAM sem elevação do segmento ST, a reperfusão é por meio de intervenção percutânea (angioplastia) ou cirurgia de revascularização do miocárdio. Quanto mais precoce for a reperfusão, maior a chance de reestabelecer o fluxo sanguíneo do miocárdio. Tratamento 14 Cirurgia de revascularização do miocárdio é a cirurgia que usa uma parte da veia safena da perna para desviar sangue da aorta para as artérias coronárias. Angioplastia é o tratamento não cirúrgico das obstruções das artérias coronárias por meio de cateter balão, com o objetivo de aumentar o fluxo de sangue para o miocárdio. 15 Reabilitação Cardíaca Os objetivos da reabilitação, deverá ser traçado de acordo com a fase em que o paciente se encontra. Durante a Internação Hospitalar: Reduzir os efeitos deletérios do repouso prolongado no leito; Manter o controle do estado emocional; Diminuir o tempo de internação hospitalar. Diminuição das complicações pulmonares; Mobilização precoce do paciente; Deambular; Melhora da capacidade funcional; Melhora na qualidade de vida. A reabilitação cardíaca é dividida em 4 fases: FASE 1: Paciente hospitalizado (UTI/PS) Duração media de 20 minutos – 2x ao dia. 16 Reabilitação Cardíaca Objetivos: Prevenir perda de capacidade física; Evitar efeitos do repouso prolongado; Evitar complicações respiratórias e tromboembólicas; Facilitar a alta precoce; Informar o paciente e família sobre a doença e os cuidados básicos. Condutas: Deve ter início após 24 horas do IAM (sem complicações) Realizar atividades LEVES; MHB; MRP; Solicitação de tosse; Exercícios com pressão positiva; Cinesioterapia Respiratória; Exercícios metabólicos; Alongamentos musculares globais. Índice de Percepção de Esforço de Borg 17 MET’S 18 MET= Intensidade de Esforço e Equivalente Metabólico 1 MET= 3,5 ml O2 consumido/Kg/min O MET – Relaciona-se com a demanda de O2 pelo miocárdio. STEP’S A fisioterapia motora deve ser realizada de forma gradual e progressiva, com sessões de curta duração. STEP 1 - Consumo Calórico = 2 equivalentes metabólicos (METs) Paciente deitado, exercícios respiratórios, exercícios ativos de extremidades STEP 2 - Consumo Calórico = 2 METs Paciente sentado, exercícios respiratórios associados aos exercícios de membros superiores (MMSS); movimentos diagonais, exercícios de cintura escapular, exercícios ativos de extremidades. STEP 3 - Consumo Calórico = 3 a 4 METs Paciente em pé, exercícios ativos de MMSS (movimentos diagonais e circundução), alongamento ativo de membros inferiores (MMII) deambulação: 35 metros(m); STEP’S 20 STEP 4 - Consumo Calórico = 3 a 4 METs Paciente em pé, alongamento Ativo de MMSS e MMII, exercícios ativos de MMSS, exercícios ativos de MMII , deambulação: 50m (25m lentos/25m rápidos), ensinar contagem de FC - pulso. STEP 5 - Consumo Calórico = 3 a 4 METs Paciente em pé, alongamento ativo de MMSS e MMII, exercícios ativos de MMSS (dissociados), exercícios ativos de MMII, rotação de tronco e pescoço, marcar passo com elevação de joelho, deambulação: 100m (checar pulso inicial e final); STEP 6 - Consumo Calórico = 3 a 4 METs Paciente em pé, alongamento ativo de MMSS e MMII, exercícios ativos de MMSS e MMII (dissociados), associados à caminhada, descer escadas lentamente e retornar de elevador, deambulação: 165m (medir pulso inicial e final), instruções para continuidade dos exercícios em casa; STEP 7 - Consumo Calórico = 3 a 4 METs Continuação do STEP 6, descer e subir lentamente (um andar). STEP’S Contra Indicações 21 Angina instável; Insuficiência cardíaca / Choque; Arritmia não controlada Infecção sistêmica Aguda; Instabilidade hemodinâmica; Diabetes melito; CRM prévia; Fração de ejeção do VE < 0,40. FASE 2: Reabilitação cardiovascular após a alta, realiza-se em centro de reabilitação 22 Reabilitação Cardíaca Objetivos: Melhorar a capacidade funcional do paciente; Conseguir modificações dos fatores de risco; Conseguir recuperar a autoconfiança do paciente depois do eventocardíaco. Recomendações: O período de exercícios pode ser iniciado 24h após a alta hospitalar FASE 3: supervisão selecionada a pacientes de moderado a elevado risco 23 Reabilitação Cardíaca Objetivos: Aumentar ou manter a capacidade funcional; Continuar com o plano de exercícios; Controle da pressão arterial; Recomendações: O paciente ingressa nesta etapa quando atinge estabilização do quadro e evolução nos exercícios; Os pacientes controlam a intensidade do exercício realizado segundo a escala de Borg e mediante o controle da frequência cardíaca. Condutas Fases 2 e 3 24 AQUECIMENTO (5 A 15 MINUTOS) Alongamento estático: MMSS + MMII + coluna lombossacra; Exercícios aeróbicos de baixa intensidade;Caminhada de 3 a 5 minutos; Exercícios respiratórios. CONDICIONAMENTO (20 A 30 MINUTOS) Exercícios aeróbicos; Exercícios resistidos (iniciados leves e ir progredido ao longo das sessões). RELAXAMENTO (5 A 10 MINUTOS) Exercicios respiratórios; Alongamento estático; Exercicios leves. Analisa sinais vitais (FC; SapO2) e Bog a cada 05 minutod Duração 40- 60 minutos durante 3 x/semana. 25 Artigo Choque Cardiogênico O choque cardiogênico acontece quando o coração perde sua capacidade de bombear sangue em quantidade adequada para os órgãos, causando diminuição acentuada da pressão arterial, falta de oxigênio nos tecidos e acúmulo de líquidos nos pulmões. Este tipo de choque é uma das maiores complicações do IAM e se não for tratado com urgência, pode levar à morte em quase 50% dos casos. 27 Fisiopatologia A fisiopatologia básica é a obstrução coronária que leva à isquemia miocárdica, causando diminuição da contratilidade miocárdica e do desempenho ventricular, que resulta em hipotensão com hipoperfusão sistêmica e coronariana. A persistência da situação de baixo débito acaba por acentuar a hipóxia tecidual, o que leva ao acúmulo de metabólitos, acidose e dano endotelial e celular, favorecendo a extensão da área de necrose miocárdica. A área isquêmica pode precipitar arritmias cardíacas que prejudicam ainda mais o desempenho cardíaco e podem precipitar o óbito. “ 28 Fatores de Risco Doenças das válvulas cardíacas; Insuficiência ventricular direita; Miocardite aguda; Doença arterial coronariana; Arritmias cardíacas; Trauma direto no coração; Intoxicação do coração por medicamentos e toxinas; Além disso, na fase mais avançada da sepse, também pode surgir choque cardiogênico, resultando quase sempre em morte. Quadro Clinico Os sintomas que podem indicar um possível choque cardiogênico são: Confusão mental; Dor torácica; Dispneia; Taquicardia; Desmaio repentino; Pulso fraco; Sudorese; Pele pálida e extremidades frias; Diminuição da quantidade de urina. 29 São considerados critérios para o diagnóstico: Hipotensão Índice cardíaco reduzido Pressão capilar pulmonar elevada O diagnóstico de choque cardiogênico precisa ser feito o mais rápido possível no hospital. 30 Diagnóstico Não existem marcadores laboratoriais específicos para o diagnóstico, o médico poderá utilizar alguns exames. Biomarcadores cardíacos; Devem ser solicitados eletrólitos e pesquisa da função renal e exames hepáticos; Gasometria arterial; Eletrocardiograma; Radiografia de tórax; Ecocardiograma; Mensurações da pressão venosa central. 31 Diagnóstico Tratamento 32 O tratamento para choque cardiogênico é iniciado na urgência do hospital, mas depois é necessário ficar internado na UTI, onde podem ser feitos vários tipos de tratamento para tentar aliviar os sintomas, melhorar o funcionamento do miocárdio e facilitar a circulação sanguínea. O tratamento inclui: Medidas de suporte geral, Monitorização hemodinâmica invasiva e metabólica, Tratamento farmacológico, Assistência circulatória mecânica, Reperfusão coronária, Tratamento cirúrgico. Tratamento 33 Medidas de Suporte Geral: Controle da dor; Diuréticos; Oxigenação; Ventilação mecânica; Sedação; Tratamento de arritmias; Hipovolemia. Medicações: Ácido Acetilsalicílico; Heparina; Inibidores IIb/IIIa; Aminas Simpatomiméticas: -Noradrenalina -Dopamina -Dobutamina Inibidores da Fosfodiesterase: -Amrinone -Milrinone Vasodilatadores: -Nitroglicerina; -Nitroprussiato. Tratamento 34 Doses das principais drogas usadas no Choque Cardiogênico Noradrenalina 0,01 – 2,0 mcg/kg/min (não há dose máxima na prática clínica) Dopamina 5,0 – 20,0 mcg/kg/min Dobutamina 5,0 – 20,0 mcg/kg/min Milrinone Ataque: 50mcg/kg em 10 min.; Manutenção: 0,375 a 0,75 mcg/kg/min Nitroglicerina 10,0 – 20,0 mcg/min de infusão (não há dose máxima na prática clínica) Nitroprussiato 0,5 – 10,0 mcg/kg/min (não há dose máxima na prática clínica) Tratamento 35 Assistência Circulatória Mecânica: Suporte Circulatório Mecânico: Dentre os dispositivos de suporte circulatório, o balão intra-aórtico (BIA) é o mais utilizado. Tratamento 36 Reperfusão Coronariana Compreende o uso de trombolíticos e/ou reperfusão mecânica por meio de angioplastia ou cirurgia de revascularização miocárdica. Trombolíticos; Angioplastia e revascularização cirúrgica; Cirurgia Cardíaca. Complicações 37 Falência de múltiplos órgãos nobres como rins, cérebro e fígado, sendo responsável pela maioria das mortes de pacientes internados nos cuidados intensivos. Estas complicações podem ser evitadas sempre que o diagnóstico e o tratamento são feitos precocemente. 38 Artigo 39 DIRETRIZ SUL-AMERICANA DE PREVENÇÃO E REABILITAÇÃO CARDIOVASCULAR https://www.hcor.com.br/especialidades-servicos/servicos/servico-de-reabilitacao/reabilitacao-cardiovascular-e-metabolica/ DIRETRIZ SUL-AMERICANA DE PREVENÇÃO E REABILITAÇÃO CARDIOVASCULAR Diretriz de Reabilitação CardíacaArq. Bras. Cardiol. vol.84 no.5 São Paulo May 2005 https://www.hcor.com.br/hcor-explica/cardiologia/infarto-do-miocardio-adote-habitos-que-protegem-o-seu-coracao-para-poder-evita-lo/ http://cardiol.br/boaspraticasclinicas/ferramentas/paciente/modelo-bpc/FolhetoIAM_2.pdf https://www.fleury.com.br/manual-de-doencas/infarto-agudo-do-miocardio https://drauziovarella.uol.com.br/doencas-e-sintomas/infarto-do-miocardio-ataque-cardiaco/ https://www.editorasanar.com.br/blog/fisioterapia-artigo-infarto-agudo-miocardio-tudo-que-voce-precisa-saber https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/doen%C3%A7as-cardiovasculares/doen%C3%A7a-coronariana/infarto-agudo-do-mioc%C3%A1rdio-iam Thygesen K, Alpert JS, Jaffe AS, et al. the Writing Group on behalf of the Joint ESC/ACCF/AHA/WHF Task Force for the Universal Definition of Myocardial Infarction: ESC/ACCF/AHA/WHF Expert Consensus Document Third Universal Definition of Myocardial Infarction. Circulation 126:2020–2035, 2012. doi: 0.1161/CIR.0b013e31826e1058 https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2179-83972013000300012 https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-42302004000200041 Referências Thanks! 40
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