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SOI V – APG Duda Campos A Sra. K., uma mulher de 70 anos, foi levada ao pronto- socorro por policiais. A polícia respondeu a denúncias de vizinhos de que a Sra. K. estava vagando pelo bairro e não cuidava de si mesma. Quando a encontraram em seu apartamento, estava suja, cheirava mal e vestia apenas um sutiã. Seu apartamento também estava imundo, cheio de lixo e comida podre. Ao ser entrevistada, a Sra. K. não olhava para o entrevistador, estava confusa e não respondia à maioria das perguntas. Sabia seu nome e endereço, mas não a data. Foi incapaz de descrever os acontecimentos que levaram a sua admissão. No dia seguinte, o psiquiatra supervisor tentou entrevistá-la. Sua expressão facial ainda não esboçava reação, e ela não sabia o mês nem o nome do hospital em que estava. Explicou que os vizinhos haviam chamado a polícia porque ela estava “doente” e que realmente se sentia doente e fraca, com dores no ombro. Relatou também que não se alimentava havia três dias. Negou já ter estado em um hospital psiquiátrico e ouvir vozes, mas admitiu ter consultado um psiquiatra uma vez porque tinha dificuldades para dormir. Disse que o médico receitara um medicamento, cujo nome não conseguia lembrar. • Síndrome neuropsiquiátrica grave • Desencadeado por uma ampla variedade de condições médicas agudas • Início agudo de déficits de atenção e outros aspectos da cognição • Início repentino, curso breve e instável e melhora rápida quando o fator causativo é identificado e eliminado • Perturbação da percepção, atividade psicomotora anormal e prejuízo do ciclo de sono-vigília • Alteração da excitação, desde resposta reduzida ao coma ou agitação intensa • Podem apresentar sintomas angustiantes de psicose, delírios, alucinações e alterações do humor • Suas características flutuam em presença e gravidade • A maioria das causas se origina fora do cérebro • É variável em duração Qual a diferença para “delírio”? O delirium é um estado confusional de base orgânica, e o delírio é um transtorno psiquiátrico relacionado à formação do juízo crítico. EPIDEMIOLOGIA • Mais comum em adultos mais velhos hospitalizados em ambientes médicos gerais • Delirium pós-operatório é mais comum em pacientes de alto risco submetidos a cirurgia de grande porte, principalmente em condições de emergência • Comum após AVC agudo, em abientes de cuidados paliativos, ambientes de cuidados intensivos e em pacientes ventilados mecanicamente • Comum depois de cirurgias como cirurgia cardíaca e de quadril • 80% dos pacientes terminais Por que ocorre delirium pós-operatório? • Dor pós-operatória • Insônia • Medicação analgésica • Desequilíbrio de eletrólitos • Infecção • Febre • Perda de sangue FATORES DE RISCO FATORES DE RISCO PREDISPONENTES • Características básicas do paciente (fatores pré- mórbidos) • Aumento da idade – a partir dos 65 anos • Sexo masculino • Comprometimento cognitivo – como demência ou atraso no desenvolvimento, história anterior de delirium, depressão • Fragilidade • Comorbidades – doença cardiovascular e renal Delirium SOI V – APG Duda Campos • Depressão ou outra doença psiquiátrica • Uso de álcool • Estado nutricional deficiente • Deficiência visual e auditiva • Indivíduos com atrofia cerebral e/ou maior doença da substância branca • Imobilidade • História de quedas • Baixo nível de atividade • Desnutrição e desidratação • Tratamento com fármacos psicoativos • Tratamento com fármacos com propriedades anticolinérgicas • Abuso de álcool • Condições clínicas coexistentes – doenças graves, AVC, HIV, fraturas ou traumatismos, doenças terminais FATORES PRECIPITANTES • Doenças médicas agudas – sepse, hipoglicemia, acidente vascular cerebral e insuficiência hepática • Trauma – fraturas ou traumatismo craniano • Cirurgia – ortopédica, cardíaca • Desidratação • Problemas psicológicos • Estresse • Uso e a retirada de drogas – sedativo-hipnóticos, narcóticos, anticolinérgicos, tratamentos com múltiplos fármacos, abstinência de álcool ou de outras drogas • Mudanças de medicamentos • Dor mal controlada • Medicamentos: benzodiazepínicos, diidropiridinas, anti-histamínicos e opioides • Ambiente de saúde – ventilação mecânica • Doenças intercorrentes – infecções, complicações iatrogênicas, doença aguda grave, hipóxia, choque, anemia, febre ou hipertermia, desidratação, estado nutricional deficiente, baixos níveis séricos de albumina, perturbações metabólicas • Ambiente – uso de contenção física, cateter urinário, internação em UTI, procedimentos múltiplos, privação de sono prolongada DESFECHOS • A história natural do delirium é marcada pela heterogeneidade • A duração do delirium pode variar – de dias a semanas ou meses • Delirium persistente não é raro • Associado a vários desfechos ruins, incluindo aumento da mortalidade pós-alta e demência • Fortemente associado à demência • Sinal de prognóstico ruim ETIOLOGIA • Distúrbios do SNC • Distúrbios metabólicos • Doenças sistêmicas • Medicamentosa • Síndrome serotonérgica • Fitoterapia sem receita médica • Doenças cardíacas, pulmonares, endócrinas, hematológicas, renais • Neoplasias • Drogas de abuso • Toxinas – metais pesados e alumínio MECANISMOS/FISIOPATOLOGIA • Interação entre uma predisposição subjacente e um estressor agudo – o comprometimento cognitivo prévio é um fator de risco progressivo – conforme a cognição basal diminui, o risco de delirium aumenta de forma linear VULNERABILIDADE DO CÉREBRO • Falha do cérebro em mostrar resiliência em resposta a um estressor agudo Pode ser causada por: • Mudanças na conectividade do cérebro • Alterações neuroinflamatórias e das células gliais • Alterações vasculares MUDANÇAS NA CONECTIVIDADE DO CÉREBRO • A conectividade da rede cerebral é prejudicada pelo envelhecimento e neurodegeneração • As populações neuronais colinérgicas e noradrenérgicas degeneram com o aumento da idade e da demência CÉLULAS DA GLIA • São preparados pela neurodegeneração para produzir respostas pró-inflamatórias exageradas a estímulos inflamatórios secundários – isso aumenta a inflamação em áreas vulneráveis pela degeneração • Perda de interação com neurônios saudáveis durante a neurodegeneração SOI V – APG Duda Campos ALTERAÇÕES NA VASCULATURA CEREBRAL • Levam à perfusão cerebral prejudicada e a reatividade vascular • Interrupção do transporte de proteínas plasmáticas importantes para o cérebro • Vazamento da barreira hematoencefálica – torna o cérebro mais vulnerável a interrupções no fornecimento de energia ou oxigênio e os efeitos das moléculas inflamatórias circulantes Essa circunstância pode ser potencializada por má nutrição e hidratação, insuficiência renal e hepática, causando metabolismo lento e depuração de drogas e metabólitos neurotóxicos. O cérebro estando vulnerável, aumenta a permeabilidade de medicamentos administrados sistemicamente que podem ter efeitos psicoativos e deletérios sobre a função cerebral DISTÚRBIOS AGUDOS QUE OCORREM DURANTE UMA DOENÇA AGUDA OU TRAUMA TÊM EFEITOS MAIORES EM UM CÉREBRO VULNERÁVEL DO QUE EM UM CÉREBRO JOVEM E SAUDÁVEL. MECANISMOS QUE PRECIPITAM O DELIRIUM METABOLISMO DE ENERGIA DO CÉREBRO • O cérebro precisa de grande quantidade de energia • Doenças agudas podem prejudicar o metabolismo cerebral Condições de hipóxia • Limita o metabolismo energético neuronal Choque séptico • Reduz o fluxo sanguíneo, produzindo hipóxia e suprimento deficiente de glicose Disfunção microcapilar cerebral • Pode produzir hipóxia do tecido cerebral e neuroglicopenia Acoplamento neurovascular prejudicado • Os vasos podem falhar em atenderàs demandas da atividade neuronal – há o bloqueio das funções cerebrais • Mesmo com a perfusão cerebral normal, os aumentos dinâmicos na atividade cerebral regional podem não ser suportados – a glicose o oxigênio podem não alcançar as regiões rcerebrais Hipoglicemia sistêmica • Pode levar ao fornecimento insuficiente de glicose ao cérebro • Resistência à insulina – pode resultar na utilização prejudicada da glicose Expressão alterada de transportadores de glicose • Pode limitar a captação de glicose pelo endotélio, astrócitos ou neurônios Comprometimento da função dos astrócitos • Pode limitar a capacidade de liberar glicogênio dos depósitos intracelulares, metabolizar a glicose e fornecer Lac aos neurônios para o metabolismo energético • Os astrócitos participam do metabolismo de energia do cérebro pela mobilização de glicogênio e pelo funcionamento do shunt astrócito-neurônio-lactato Oxigenação sanguínea • A função pulmonar prejudicada durante a dificuldade respiratória causa hipoxemia, o choque hemodinâmico pode prejudicar o fluxo sanguíneo para o cérebro, e mesmo após a normalização da pressão arterial, o comprometimento da microcirculação ainda pode resultar em diminuição da perfusão cerebral e hipóxia tecidual INFLAMAÇÃO • Mediadores inflamatórios, leucócitos • Secreção de citocinas, quimiocinas e prostaglandinas no endotélio cerebral e macrófagos perivasculares • Trauma inflamatório, cirurgia, infecções e sepse – desencadeiam a ativação de macrófagos teciduais e de monócitos sanguíneos e a secreção de mediadores inflamatórios, como interleucinas, fator de necrose tumoral e prostaglandina E2 • Essas moléculas podem, até certo ponto, cruzar a barreira hematoencefálica – mas sua produção é induzida no endotélio cerebral e secretada no parênquima cerebral por macrófagos endoteliais, epiteliais e perivasculares cerebrais • As micróglias são acionadas para produzir citocinas que afetam os astrócitos e neurônios • Os astrócitos são estimulados a produzirem quimiocinas, recrutando monócitos e outras populações de células imunológicas para o cérebro SOI V – APG Duda Campos • Níveis aumentados de quimiocinas, como a IL-8, estão associadas ao delírio humano • A inflamação também pode contribuir para o delirium por meio da promoção da coagulação, que é comum na sepse, e mais recentemente, na COVID-19. DROGAS, ESTRESSE E DESEQUILÍBRIO DE NEUROTRANSMISSORES • O uso de drogas e alterações de medicamentos podem precipitar o delirium • Os medicamentos podem afetar os sistemas de neurotransmissores como acetilcolina, dopamina e GABA • A função renal e hepática prejudicadas podem levar à concentração de drogas no sangue • A função colinérgica agudamente prejudicada pode desencadear delirium e pode contribuir para os sintomas de delirium, mas é mais provável que isso aconteça em pacientes que já possuem uma vulnerabilidade colinérgica existente. • A noradrenalina elevada vem sendo associada ao delirium pós operatório, assim como os níveis elevados de cortisol • O impulso noradrenérgico excessivo também está presente durante a abstinência do álcool *Embora antes considerados como um tratamento adequado para delirium, os benzodiazepínicos aumentam o risco de transição para delirium em pacientes de UTI SUBSTRATOS NEUROANATÔMICOS E FALHA DE CONECTIVIDADE DE REDE • A perda de integridade no corpo caloso inter- hemisférico está associada ao aumento da duração do delirium • Anormalidades em estruturas e tratos de substância branca estão associados com incidência e gravidade do delirium • Predisposições subjacentes e estressores sobrepostos podem se combinar para causar uma falha de conectividade funcional em redes neurais, levando a uma falha profunda na função cerebral normal • O delirium está associado a redes cerebrais enfraquecidas que se tornam menos integradas QUADRO CLÍNICO • Consciência alterada ou nível reduzido de consciência • Atenção alterada – capacidade reduzida de concentrar, manter ou deslocar a atenção • Prejuízo nos outros domínios do funcionamento cognitivo – desorientação, principalmente quanto a tempo e espaço; diminuição da memória; • Início relativamente rápido • Curta duração – dias a semanas • Oscilações acentuadas e imprevisíveis quanto a gravidade • Confusão noturna • Pode variar de períodos de lucidez a prejuízo cognitivo e desorganização graves • Desorganização de processos de pensamento – de tangencialidade leve até incoerência manifesta • Perturbações da percepção, como ilusões e alucinações • Hiperatividade e hipoatividade psicomotora • Distúrbio do ciclo de sono-vigília – sono fragemtnado à noite, com ou sem sonolência diurna • Alterações do humor – irritabilidade, disforia, ansiedade, euforia • Hiperatividade ou instabilidade autonômica, mioclonia, disartria DIAGNÓSTICO Critérios: • Presença de distúrbios na atenção e consciência – orientação reduzida para o ambiente ou excitação alterada • Pelo menos um déficit cognitivo que se desenvolveu em um curto período de tempo – geralmente horas ou dias • Exclusão de explicações alternativas para os distúrbios os distúrbios anteriores, como outros distúrbios neurocognitivos ou condições médias, uso ou abstinência de drogas ou exposição a toxinas Duas etapas fundamentais no diagnóstico; 1) Avaliação clínica do paciente à beira do leito para determinar o nível de atenção e excitação e a presença de outros déficits cognitivos, características psicóticas ou outras anormalidades do estado mental 2) Buscar evidência de mudança aguda da atenção e consciência basal, que pode flutuar em presença e gravidade – perguntar aos cuidadores, equipe, prontuários médicos SOI V – APG Duda Campos A. Perturbação da atenção (i.e., capacidade reduzida para direcionar, focalizar, manter e mudar a atenção) e da consciência (menor orientação para o ambiente). B. A perturbação se desenvolve em um período breve de tempo (normalmente de horas a poucos dias), representa uma mudança da atenção e da consciência basais e tende a oscilar quanto à gravidade ao longo de um dia. C. Perturbação adicional na cognição (p. ex., déficit de memória, desorientação, linguagem, capacidade visuoespacial ou percepção). D. As perturbações dos Critérios A e C não são mais bem explicadas por outro transtorno neurocognitivo preexistente, estabelecido ou em desenvolvimento e não ocorrem no contexto de um nível gravemente diminuído de estimulação, como no coma. E. Há evidências a partir da história, do exame físico ou de achados laboratoriais de que a perturbação é uma consequência fisiológica direta de outra condição médica, intoxicação ou abstinência de substância (i.e., devido a uma droga de abuso ou a um medicamento), de exposição a uma toxina ou de que ela se deva a múltiplas etiologias. FERRAMENTAS DE AVALIAÇÃO • Testes • Ferramentas • Triagem de verificação de delirium AVALIAÇÃO DO DELIRIUM EPISÓDICO EM AMBIENTES FORA DA UTI MÉTODO DE AVALIAÇÃO DE CONFUSÃO – CAM 4 características: • Início agudo e curso flutuante • Desatenção • Pensamento desorganizado • Nível de consciência TESTE 4A’S 4 itens: • Vigilância • Cognição – breve teste de orientação • Atenção – recitação dos meses em ordem inversa • Presença de mudança aguda ou curso flutuante TESTE DE PROXY DE STANFORD DE 12 ITENS PARA DELIRIUM • O enfermeiro avalia o paciente quanto à presença de itens sugestivos de Delirium nas últimas 8 horas, sendo que 3 ou mais itens sugerem a presença de Delirium MONITORAMENTO DE DELIRIUM DE INÍCIO RECENTE EM PACIENTES INTERNADOS • Registrar o nível de excitação e mudança cognitiva aguda AVALIAÇÃO DO DELIRIUM NA UTI CAM-UTI • Compreendeos quatro itens do CAM, com a diferença de que a atenção e o pensamento desorganizado são avaliados por meio de testes cognitivos curtos incorporados e perguntas sim/não na entrevista ICDSC 8 itens: • Nível de consciência • Desatenção • Desorientação • Psicose • Alterações psicomotoras • Alterações da fala ou do humor • Distúrbios do ciclo vigília-sono • Flutuação de sintomas *4 ou mais que 4 itens presentes é indicativo de delirium FERRAMENTAS DE TRIAGEM ULTRABREVES • Para avaliar rapidamente o paciente à beira do leito • Levam menos de 1 minuto para serem realizadas DELIRIUM TRIAGE SCREEN • Pedir ao paciente para soletrar a palavra “almoço” ao contrário • Observar se ele tem um nível alterado de excitação ULTRA BRIEF 2 ITEM SCREENER • Perguntar qual o dia da semana • Pedir para dizer os meses do ano ao contrário, começando de dezembro PERGUNTA SIMPLES PARA AVALIAÇÃO FÁCIL DA CONSCIÊNCIA Critérios do DSM-5: SOI V – APG Duda Campos • Pedir ao paciente para nomear um lugar que gostaria de visitar e que não tenha visitado antes • Descrever como faria a viagem AVALIAÇÃO FENOMENOLÓGICA OU NEUROPSICOLÓGICA DETALHADA DELIRIUM RATING SCALE • Distúrbios do ciclo sono-vigília • Alucinações • Labilidade de afeto • Atenção • Capacidade visuoespacial TESTE COGNITIVO PARA DELIRIUM • Testes que abrangem orientação, atenção, memória, compreensão e vigília AVALIANDO A GRAVIDADE DO DELIRIUM • Extensão do comprometimento cognitivo • Nível de despertar • Duração do delirium • Número de critérios de delirium presentes • Nível de sofrimento experimentado pelos pacientes INVESTIGAÇÕES CLÍNICAS DE DELIRIUM • Revisão geral detalhada que considera os vários possíveis gatilhos da síndrome do Delirium • Testes clínicos padrão como exames de sangue e exames radiológicos de rotina • EEG utilizado quando houver suspeita de estado de mal epiléptico não convulsivo • A punção lombar deve ser realizada quando houver suspeita de infecção do SNC ou doenças autoimunes Desafios na detecção de delirium • Ainda é muito subdiagnosticado e não detectado • Falta de treinamento • Uso de termos alternativos, como “confusão” • Falta de percepção da importância do delirium PREVENÇÃO Intervenções não farmacológicas • Fisioterapia • Reorientação • Estimulação cognitiva • Mobilização precoce • Promoção não farmacológica do sono • Correção de deficiências sensoriais – aparelho auditivo, óculos, etc • Identificação e tratamento de causas subjacentes ou complicações pós-operatórias • Controle da dor • Prevenção da constipação • Hidratação • Nutrição • Fornecimento de oxigênio • Evitar imobilidade, minimizando as restrições físicas • Manejar hipovolemia, anormalidades eletrolíticas e infecção • Reconhecimento precoce de fatores de alto risco – idade maior que 65 anos, demência, cirurgia de quadril e alta acuidade • Triagem diária para delirum • Orientação ambiental – sensorial, auditiva, visitas familiares • Evitar antipsicóticos • Evitar benzodiazepínicos • Promoção do sono Intervenções farmacológicas • Não se apoia uso de drogas antipsicóticas de segunda geração ou haloperidol na prevenção do delirium TRATAMENTO • Abordar os frequentemente múltiplos gatilhos de delirium • Corrigir distúrbios fisiológicos • Tratar os sintomas de delirium, comunicando-se com o paciente e cuidadores • Abordar riscos atuais e futuros associados ao delirium • A base do tratamento é o tratamento de múltiplos domínios • Não há consenso de que o delirium diagnosticado deva ser tratado com um ou mais medicamentos TRATAMENTO DE DELIRIUM EM VÁRIOS DOMÍNIOS • Intervenções que não incluem terapia farmacológica diferente da usada para tratar causas subjacentes • Agentes antipsicóticos ou outros medicamentos não são recomendados como parte da rotina do tratamento específico para delirium, só se tudo que se tentou não resolveu SOI V – APG Duda Campos TRATAMENTO EM AMBIENTES GERAIS • Avaliação geriátrica detalhada • Fisioterapia • Assistência com orientação • Suporte nutricional • Uso de medicamentos antipsicóticos atípicos se sintomas psicóticos estiverem presentes • Inibidores da colinesterase em pacientes com comprometimento cognitivo significativo TRATAMENTO NA UTI Pacote ABCDEF: A: avaliar, prevenir e controlar a dor B: despertar espontâneo e testes de respiração C: escolha de analgesia e sedação D: avaliar, prevenir e controlar o delirium E: mobilidade precoce e exercícios F: envolvimento e empoderamento da família TRATAMENTO FARMACOLÓGICO DO DELIRIUM TRATAMENTO EM AMBIENTES NÃO UTI • Antipsicóticos e benzodiazepínicos são amplamente utilizados para o tratamento do delirium em cuidados paliativos • Estudos sugerem que antipsicóticos e inibidores da colinesterase não são tão eficazes • O consenso atual é que as drogas não devem ser utilizadas no tratamento de delirium como síndrome • Usar medicamentos para tratamento de sofrimento intratável em pacientes com delirium, quando outras medidas forem ineficazes TRATAMENTO EM AMBIENTE DE UTI • Mesmo benéfico, o manejo não farmacológico nem sempre é eficaz na prevenção ou tratamento do delirium – por isso frequentemente tentam controlar o delirium com medicamentos • Recomendação de não usar haloperidol ou antipsicótico atípico para tratar delirium • Recomendação do uso de dexmedetomidina para delirium em adultos ventilados mecanicamente onde a agitação impede o desmame / extubação QUALIDADE DE VIDA O delirium está associado a vários resultados adversos: Efeitos de curto prazo, como: • Quedas • Pneumonia de aspiração • Angústia • Aumento da mortalidade de curto prazo Efeitos de longo prazo: • Aumento da mortalidade em 1 ano • Incapacidade • Maior risco de desenvolver demência • Pior funcionamento cognitivo • Declínio da memória • Risco aumentado de depressão subsequente, ansiedade e transtorno de estresse pós- traumático • Afeta a saúde mental • Declínio funcional • Déficits cognitivos parecidos com os de lesão cerebral traumática moderada • Aceleração da demência existente • Risco aumentado de demência subsequente • Atrofia hipocampal em pacientes de UTI com delirium de 6 a 24 meses após a alta • Patologias sinápticas • Porém, o delirium pode sinalizar a gravidade do distúrbio cerebral atual, em vez de realmente causar lesões O desenvolvimento e a duração do delirium aumentam o risco de deficiências cognitivas, psiquiátricas e físicas, que se acumulam para reduzir a qualidade de vida do paciente.
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