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1 MARC 6 – Heloísa Paraíso 7ºP Delirium DEFINIÇÃO O delirium se caracteriza por um declínio agudo nos níveis tanto de consciência quanto de cognição, com particular comprometimento da atenção. Podendo ser letal, mas ainda potencialmente um transtorno reversível do sistema nervoso central (SNC), o delirium costuma envolver perturbações da percepção, atividade psicomotora anormal e prejuízo do ciclo de sono-vigília. Anormalidades do humor, na percepção e no comportamento são sintomas psiquiátricos comuns. Tremor, asterixe, nistagmo, incoordenação e incontinência urinária são sintomas neurológicos habituais. Em sua forma clássica, o delirium apresenta início repentino (horas ou dias), um curso breve e instável e melhora rápida quando o fator causativo é identificado e eliminado, mas cada um desses aspectos característicos pode variar de um indivíduo para outro. Médicos devem reconhecê-lo para identificar e tratar a causa subjacente e evitar o desenvolvimento de complicações relacionadas ao delirium, como ferimentos acidentais devido ao turvamento da consciência. EPIDEMIOLOGIA Trata-se de um evento comum em pacientes idosos e hospitalizados, em especial naqueles internados em unidade de terapia intensiva (UTI), associando-se a um prognóstico ruim em curto e em longo prazos. 30% dos pacientes em cirurgia cardíaca aberta e mais de 50% daqueles tratados para fratura do quadril. 21% dos pacientes com queimaduras graves e de 30 a 40% daqueles com aids tenham episódios de delirium quando são hospitalizados. 80% dos pacientes com doenças terminais. As causas de delirium pós-operatório incluem estresse decorrente da cirurgia, dor pós-operatória, insônia, medicação analgésica, desequilíbrio de eletrólitos, infecção, febre e perda de sangue. FATORES DE RISCO Fatores predisponentes para delirium Características demográficas Idade a partir dos 65 anos Sexo masculino Estado cognitivo Demência Prejuízo cognitivo História de delirium Depressão Estado funcional Dependência funcional Imobilidade História de quedas Baixo nível de atividade Prejuízo sensorial Audição Visão Redução de ingestão oral Desidratação Desnutrição Fármacos/drogas Tratamento com fármacos psicoativos Tratamento com fármacos com propriedades anticolinérgicas Abuso de álcool Condições clínicas coexistentes Doenças graves Doença hepática ou renal crônica Acidente vascular cerebral Doença neurológica Perturbações metabólicas Infecção por HIV Fraturas ou traumatismos Doenças terminais 2 MARC 6 – Heloísa Paraíso 7ºP Fatores precipitantes de delirium Fármacos/drogas Sedativo-hipnóticos Narcóticos Fármacos anticolinérgicos Tratamento com múltiplos fármacos Abstinência de álcool ou de outras drogas Doenças neurológicas primárias Acidente vascular cerebral, hemisfério não dominante Sangramento intracraniano Meningite ou encefalite Doenças intercorrentes Infecções Complicações iatrogênicas Doença aguda grave Hipoxia Choque Anemia Febre ou hipotermia Desidratação Estado nutricional deficiente Baixos níveis séricos de albumina Perturbações metabólicas Cirurgia Cirurgia ortopédica Cirurgia cardíaca Ponte cardiopulmonar prolongada Cirurgia não cardíaca Ambientais Internação em unidade de tratamento intensivo Uso de contenções físicas Uso de cateter urinário Uso de procedimentos múltiplos Dor Estresse emocional Privação do sono prolongada OBS: A hipoalbuminemia é um achado frequente em pacientes com delirium. Sua relação com o risco de delirium pode ser indireta, uma vez que sinaliza a ocorrência de desnutrição ou doenças mais graves, que responderiam pelo risco mais expressivo. Alternativamente, a hipoalbuminemia pode afetar a farmacocinética das medicações utilizadas, por permitir uma menor disponibilidade de ligação protéica, aumentando assim o risco de toxicidade no sistema nervoso central. ETIOLOGIA As principais causas de delirium são doenças do SNC (p. ex., epilepsia), doença sistêmica (p. ex., falência cardíaca) e intoxicação ou abstinência de agentes farmacológicos ou tóxicos. Ao avaliar pacientes com delirium, o clínico deve presumir que todos os fármacos ou drogas que o paciente consumiu podem ser etiologicamente relevantes para o transtorno. Causas comuns de delirium Distúrbio do sistema nervoso central - Convulsão (pós-ictal, estado não convulsivo, estado convulsivo) - Enxaqueca - Lesão cerebral traumática, tumor cerebral, hemorragia subaracnoide, hematoma subdural, hematoma epidural, abscesso, hemorragia intracerebral, hemorragia cerebelar, acidente vascular não hemorrágico, isquemia transitória Distúrbio metabólico - Anormalidades de eletrólitos - Diabetes, hipoglicemia, hiperglicemia ou resistência a insulina Doença sistêmica - Infecção (p. ex., sepse, malária, erisipelas, viral, peste, doença de Lyme, sífilis ou abscesso) - Traumatismo - Mudança no estado dos líquidos (desidratação ou sobrecarga de volume) - Deficiência nutricional 3 MARC 6 – Heloísa Paraíso 7ºP - Queimaduras - Dor incontrolável - Insolação - Altitude elevada (normalmente superior a 5 mil metros) Medicamentosa - Medicamentos analgésicos (p. ex., meperidina ou morfina durante o pós-operatório) - Antibióticos, antivirais e antifúngicos - Esteroides - Anestesia - Medicamentos para o coração - Anti-hipertensivos - Agentes antineoplásicos - Agentes anticolinérgicos Síndrome serotonérgica - Síndrome neuroléptica maligna Preparados sem receita médica - Chás, infusões, fitoterápicos e suplementos nutricionais Botânica - Figueira-do-diabo (Datura stramonium), oleandro (Nerium oleander), dedaleira (Digitalis), cicuta, comigo- ninguém-pode (Caladium seguinum) e cálice-da-morte (Amanita phalloides) Cardíaca - Insuficiência cardíaca, arritmia, infarto do miocárdio, aparelho de assistência cardíaca, cirurgia do coração Pulmonar - Doença pulmonar obstrutiva crônica, hipoxia, SIHAD, perturbação, distúrbio ácido-base Endócrina - Crise suprarrenal ou insuficiência suprarrenal, anormalidade tireoidiana, anormalidade paratireoidiana Hematológica Anemia, leucemia, discrasia sanguínea, transplante de células-tronco Renal Falência renal, uremia, SIHAD Hepática - Hepatite, cirrose, falência hepática Neoplásica - Neoplasma (encefálico, metástase, síndrome paraneoplásica) Drogas de abuso - Intoxicação e abstinência Toxinas - Intoxicação e abstinência - Metais pesados e alumínio SIHAD, Síndrome de secreção inapropriada de hormônio antidiurético. FISIOPATOLOGIA O delirium pode ser considerado um distúrbio reversível de base metabólica. A fisiopatologia do delirium ainda não está elucidada, mas parece ser multifatorial. Basicamente, existem quatro fatores que parecem estar associados: Alterações de neurotransmissores Há um aumento da função dopaminérgica e uma deficiência colinérgica. Sabe- se que a dopamina é um neurotransmissor responsável por uma maior excitabilidade neuronal. Por isso, essa maior atividade dopaminérgica pode explicar o porquê as drogas usadas para o tratamento do Parkinson podem causar delirium e por que os antipsicóticos, que atuam antagonizando os receptores de dopamina, são eficazes no controle do delirium. Por sua vez, a acetilcolina causa uma menor excitabilidade neuronal. Logo, situações que cursam com deficiência de acetilcolina estão associadas com o surgimento do delirium, como na doença de Alzheimer. Inflamação A resposta inflamatória sistêmica tem um papel importante na disfunção de múltiplos órgãos, e no cérebro, não é diferente. Algumas citocinas, como o TNF- alfa, atravessam a barreira hematoencefálica e associam-sea alterações eletroencefalográficas encontradas no delirium. Além disso, o estado inflamatório pode causar uma redução no fluxo cerebral pela geração de microtrombos e pela vasoconstrição. A histamina é um outro importante modulador das funções neurais. Receptores histamínicos tanto do tipo H1 quanto do H2 alteram a polarização e a homeostase elétrica dos neurônios hipocampais e corticais. A ação de drogas anti- histamínicas pode levar ao delirium, e, por outro lado, em condições associadas ao excesso de liberação de histamina, como no estresse cirúrgico e na hipoxia, ocorre indução de mecanismos de apoptose neuronal. Assim, acredita-se que tanto o excesso quanto a deficiência de histamina podem estar envolvidos na fisiopatologia do delirium. 4 MARC 6 – Heloísa Paraíso 7ºP Resposta aguda ao estresse A ativação do sistema hipotálamo-hipófise-adrenal, com a liberação de cortisol, é uma resposta comum do organismo frente a situações de estresse (infecção, trauma ou cirurgia). Sabe-se que a elevação do cortisol está associada com o surgimento do delirium. Aumentos agudos (muitas vezes iatrogênicos) do cortisol levam a disfunções hipocampais transitórias. Isso é compatível com o fato de doenças crônicas que cursam com hipercortisolemia (como, por exemplo, a doença de Cushing) levarem à redução do volume hipocampal. Esse processo está associado a disfunções mitocondriais e a mecanismos de morte neuronal por apoptose. O aumento de cortisol basal é comum no período pós-operatório; além disso, sugere-se que pacientes com alterações mitocondriais prévias teriam maior predisposição a desenvolver delirium. Lesão neuronal Pode ocorrer por insultos metabólicos, como hipoglicemia e hipoxemia, e por insultos isquêmicos decorrentes das alterações de perfusão. A hipoxia pode também levar ao aumento da liberação e à diminuição da recaptura da dopamina. Sabe-se que a hiperestimulação dopaminérgica pode exercer efeitos tóxicos ao metabolismo neuronal, pela formação de radicais livres, bem como alterar sua função, por meio da potencialização da atividade glutamatérgica. O glutamato exerce ação central na lesão neuronal mediada por cálcio (excitotoxicidade), mas não é suficiente para precipitar a lesão sem a ação concomitante da dopamina. CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS As características fundamentais de delirium incluem consciência alterada, como: nível reduzido de consciência; atenção alterada, que pode incluir capacidade reduzida de concentrar, manter ou deslocar a atenção; prejuízo nos outros domínios do funcionamento cognitivo, que pode se manifestar como desorientação (em especial quanto a tempo e espaço) e diminuição da memória; início relativamente rápido (de horas a dias); curta duração (em geral de dias a semanas); frequência de oscilações acentuadas e imprevisíveis quanto a gravidade e outras manifestações clínicas no decorrer do dia, às vezes piores à noite (confusão noturna), e que podem variar de períodos de lucidez a prejuízo cognitivo e desorganização graves. Características clínicas associadas costumam estar presentes e podem ser proeminentes. Elas podem incluir: desorganização de processos de pensamento (desde tangencialidade leve até incoerência manifesta) perturbações da percepção, como ilusões e alucinações, hiperatividade e hipoatividade psicomotora distúrbio do ciclo de sono-vigília (frequentemente manifestado como sono fragmentado à noite, com ou sem sonolência diurna) alterações do humor (desde irritabilidade sutil até disforia, ansiedade ou mesmo euforia evidentes) manifestações de função neurológica alterada (p. ex., hiperatividade ou instabilidade autonômica, espasmos mioclônicos e disartria). O EEG normalmente mostra lentidão difusa de atividade de segundo plano, embora pacientes com delirium causado por abstinência de álcool ou de sedativo- hipnóticos apresentem atividade rápida de baixa voltagem. CLASSIFICAÇÃO Hiperativo: O indivíduo tem um nível hiperativo de atividade psicomotora que pode ser acompanhado de oscilação de humor, agitação e/ou recusa a cooperar com os cuidados médicos. Mais fácil de diagnosticar, porém é o menos comum. Hipoativo: O indivíduo tem um nível hipoativo de atividade psicomotora que pode estar acompanhado de lentidão e letargia que se aproxima do estupor. Possui um prognóstico pior do que a forma hiperativa. 5 MARC 6 – Heloísa Paraíso 7ºP Nível misto de atividade: O indivíduo tem um nível normal de atividade psicomotora mesmo com perturbação da atenção e da percepção. Inclui ainda pessoas cujo nível de atividade oscila rapidamente. Há flutuação entre os outros dois tipos e é a apresentação mais comum. Agudo: Duração de poucas horas a dias. Persistente: Duração de semanas ou meses. DIAGNÓSTICO Clínico Boa anamnese com um bom exame físico é suficiente para fazer o diagnóstico. No entanto, a simples observação clínica parece subdiagnosticar a real dimensão do problema. Logo, a pesquisa do delirium baseia-se em ferramentas desenvolvidas para esse fim. Critérios diagnósticos do DSM-5 para delirium A. Perturbação da atenção (i.e., capacidade reduzida para direcionar, focalizar, manter e mudar a atenção) e da consciência (menor orientação para o ambiente). B. A perturbação se desenvolve em um período breve de tempo (normalmente de horas a poucos dias), representa uma mudança da atenção e da consciência basais e tende a oscilar quanto à gravidade ao longo de um dia. C. Perturbação adicional na cognição (p. ex., déficit de memória, desorientação, linguagem, capacidade visuoespacial ou percepção). D. As perturbações dos Critérios A e C não são mais bem explicadas por outro transtorno neurocognitivo preexistente, estabelecido ou em desenvolvimento e não ocorrem no contexto de um nível gravemente diminuído de estimulação, como no coma. E. Há evidências a partir da história, do exame físico ou de achados laboratoriais de que a perturbação é uma consequência fisiológica direta de outra condição médica, intoxicação ou abstinência de substância (i.e., devido a uma droga de abuso ou a um medicamento), de exposição a uma toxina ou de que ela se deva a múltiplas etiologias. 6 MARC 6 – Heloísa Paraíso 7ºP Uma vez identificado o quadro de delirium, os exames complementares devem ser solicitados de acordo com a suspeita da causa ou dos fatores relacionados ao delirium, sendo que a exclusão de infecções deve ser o primeiro passo. Alguns exames que podem ser muito uteis são: Hemograma Culturas Urinálise Radiografia de tórax Líquor Provas inflamatórias Avaliação metabólica (glicemia capilar, eletrólitos) Funções renal e hepática. Ademais, os achados nos exames de imagem, por mais que não sejam específicos, podem sugerir o diagnóstico de delirium, como: presença de atrofia dos córtices pré-frontal e temporoparietal, do tálamo e dos gânglios basais, bem como alterações da substância branca e dilatação ventricular. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL Delirium versus demência Os principais pontos diferenciais entre ambos são o tempo de desenvolvimento da condição e a oscilação no nível de atenção no delirium em comparação com a atenção relativamente consistente na demência. OBS: Eventualmente, delirium ocorre em um paciente com demência, uma condição conhecida como demência nebulosa. Um diagnóstico duplo de delirium pode ser realizado quando houver uma história bem estabelecida de demência preexistente. 7 MARC 6 – Heloísa Paraíso 7ºP Delirium versus esquizofrenia ou depressão Deve-se fazer a distinção também entre delirium e esquizofrenia ou transtorno depressivo. Transtornos psicóticos (esquizofrenia) ou episódios maníacos As alucinações e os delírios são mais constantes e mais bem organizados do que os daquelescom delirium Paciente com esquizofrenia costuma não experimentar alteração em seu nível de consciência nem em sua orientação Depressão Aquele com sintomas hipoativos de delirium pode parecer um pouco semelhante a uma pessoa gravemente deprimida, mas os dois podem ser diferenciados por meio de um EEG. Outros diagnósticos psiquiátricos a serem considerados no diagnóstico diferencial de delirium são os transtornos psicótico breve, esquizofreniforme e dissociativos. Transtornos factícios Pode tentar simular os sintomas de delirium, mas geralmente revela a natureza falsa de seus sintomas devido a inconsistências em seu exame do estado mental, e um EEG pode separar os dois diagnósticos com facilidade. CURSO E PROGNÓSTICO Embora o início de delirium costume ser repentino, sintomas prodrômicos (p. ex., inquietação e medo) podem ocorrer nos dias que antecedem o início de sintomas mais desenvolvidos. Os sintomas da perturbação costumam persistir enquanto os fatores causais relevantes estiverem presentes, embora o delirium em geral dure menos de uma semana. Após a identificação e a remoção dos fatores causais, os sintomas normalmente retrocedem ao longo de um período de 3 a 7 dias, ainda que alguns possam levar até duas semanas para se resolverem por completo. Quanto mais velho o paciente e maior o tempo em que permaneceu delirante, mais tempo leva para que o transtorno se dissipe. Lembranças do que ocorreu durante um delirium, após seu fim, costumam ser irregulares; o paciente pode se referir ao episódio como um sonho ruim ou um pesadelo mal lembrado. 8 MARC 6 – Heloísa Paraíso 7ºP OBS: períodos de delirium às vezes são seguidos por depressão ou transtorno de estresse pós-traumático. TRATAMENTO Objetivo primário → abordar a causa subjacente. Toxicidade anticolinérgica → indicado o uso de salicilato de fisostigmina, de 1 a 2 mg por via intravenosa ou intramuscular, com repetição da dose em 15 a 30 minutos. Apoio físico, sensorial e ambiental Apoio físico é necessário para que o paciente delirante não se veja em situações nas quais haja risco de acidentes. A pessoa com delirium não deve ter privação sensorial nem estímulo demasiado do ambiente. Normalmente, ela se beneficia da presença de um amigo ou parente no quarto ou de um cuidador regular. Imagens e decorações familiares, a presença de um relógio ou calendário e orientações regulares quanto a pessoa, lugar e tempo podem ajudá-la a ficar mais à vontade. Farmacoterapia Os dois principais sintomas de delirium que podem exigir tratamento farmacológico são psicose e insônia. Psicose Haloperidol, um antipsicótico de butirofenona. Dependendo da idade, do peso e da condição física do indivíduo, a dose inicial pode variar de 2 a 6 mg por via intramuscular, repetidos em 1 hora se ele continuar agitado. Assim que o paciente se acalmar, deve-se iniciar a medicação na forma líquida concentrada ou em comprimidos. Duas doses orais diárias devem ser suficientes, sendo que dois terços da dose devem ser administrados na hora de dormir. Para obter o mesmo efeito terapêutico, a dose oral deve ser cerca de 1,5 vez a dose parenteral. A dose diária total eficaz de haloperidol pode ficar na faixa de 5 a 40 mg para a maioria dos pacientes com delirium. Haloperidol → prolongamento do intervalo QT, por isso deve-se avaliar eletrocardiogramas da situação inicial e, então, periodicamente e também monitorar o estado cardíaco. Droperidol → disponível com fórmula intravenosa (IV) alternativa, porém é tarja preta porque casos de prolongamento de QT e de torsades de pointes foram relatados em pacientes medicados com droperidol. Usado apenas por aqueles que não reagem bem a outros tratamentos. Fenotiazinas devem ser evitadas → devido atividade anticolinérgica significativa. O uso de antipsicóticos de segunda geração, como risperidona, clozapina, olanzapina, quetiapina, ziprasidona e aripiprazol, pode ser considerado para o manejo de delirium, mas experimentos clínicos com esses agentes para essa condição são limitados. Insônia Melhor tratamento: benzodiazepínicos com meias-vidas curtas ou intermediárias (p. ex., lorazepam 1 a 2 mg na hora de dormir). EVITAR: Benzodiazepínicos com meias-vidas longas e barbitúricos, a menos que façam parte do tratamento para o transtorno subjacente (p. ex., abstinência de álcool). OBS: Se o delirium for causado por dor grave ou dispneia, um médico não deve hesitar em prescrever opioides tanto por seus efeitos analgésicos quanto sedativos. 9 MARC 6 – Heloísa Paraíso 7ºP Tratamento em populações especiais Doença de Parkinson → os agentes antiparkinsonianos frequentemente estão implicados nas causas de delirium. A redução da dosagem do agente antiparkinsoniano precisa ser considerada contra um agravamento dos sintomas motores. Se esses agentes não puderem ser reduzidos ainda mais, recomenda-se clozapina. REFERÊNCIA Compêndio de Psiquiatria
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