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UNIVERSIDADE LURIO Modelos de Intervenção Psicológica I Estratégias e Técnicas de Intervenção: Relação Terapêutica Papel do Terapeuta Docentes: MARIA ALICE LUIS 1 A relação terapêutica tem sido definida como “a qualidade pessoal do paciente, a qualidade do terapeuta, e a interacção entre ambos”. As condições de exercício do terapeuta exigem que este possua simultaneamente, bons conhecimentos gerais, saber-fazer variadas tarefas que lhe permitam adaptar-se a qualquer tipo de pedido e ainda, habilidades especificas dos pacientes. Nesta perspectiva, no presente tema serão abordados aspectos como relação terapêutica, aliança terapêutica, vinculação, resistência e as habilidades do terapeuta no processo terapêutico – Papel do Terapeuta. 2 Introdução Freud -“Transferência Positiva”; Nas teorias psicodinâmicas enfatizam o ganho do insight na relação terapêutica; (Gilbert & Leahy, 2007 citados por Portela, Almeida, Seabra, Nunes, 2008). Menciona-se 3 elementos nucleares a ter em conta na relação terapêutica: ligações, tarefas e objectivos – não sendo estes mutuamente exclusivos […] Nas teorias cognitivo comportamentais, uma relação positiva é vista como necessária, embora não suficiente, para a mudança ocorrer. A relação terapêutica 3 Contudo, o que falta nesta definição é a consideração sobre o que o cliente e o terapeuta trazem através das suas experiencias das suas relações passadas. (Gilbert & Lealhy, 2007 citados por Portela et al, 2008). Assim, os componentes que contribuem para a qualidade e forca da relação terapêutica são: a ligação e a sociedade, o consenso cognitivo sobre os objectivos e as tarefas; e a relação da história dos participantes. A relação terapêutica cont. 4 Aliança terapêutica O conceito de aliança terapêutica tem origem na literatura psicanalítica, com Freud - “pacto analítico”; A aliança reflecte três aspectos importantes: o vínculo ou sentimentos que os participantes têm em relação uns aos outros, o nível de acordo existente entre eles sobre os objectivos da terapia e o modo como irão alcançar esses objectivos. O desenvolvimento da colaboração – visa criar um clima emocional que proporcione um vínculo caloroso e de confiança. Conceitos fundamentais da relação terapêutica 5 Uma das formas de ajudar no desenvolvimento e manutenção da aliança terapêutica para trabalhar nas emoções, é transmitir que o foco principal do tratamento são as preocupações do paciente e os sentimentos dolorosos subjacentes. Na TCC – relação colaborativa – o terapeuta tem um papel activo; Vinculação Maior tarefa nas primeiras três á cinco sessões de terapia. Parte importante de uma aliança vinculativa inicial e continua a ser importante durante todo o tratamento. Conceitos fundamentais da relação terapêutica (Cont.) 6 Os terapeutas não devem transmitir a mensagem de que a sensação dos pacientes tem de modificar-se, ou que as suas emoções são inválidas. Devem ajudar o paciente com as suas sensações e compreensões facilitando-lhes uma auto-revelação. Este processo facilita e realça a importância do auto-conhecimento. A vinculação é fortalecida quando os pacientes começam a ficar mais conscientes e experimentam o alívio e os benefícios de explorar a sua própria experiencia. Conceitos fundamentais da relação terapêutica (Cont.) 7 Resistência A discordância ou a falta de progresso na terapia podem ser entendidas como resultado de estratégias e papéis que o paciente activa numa tentativa de afirmar esquemas pessoais, de evitar perdas posteriores e de defender-se-á si próprio. A assunção é que os pacientes estão a tentar proteger-se de danos subsequentes, de desapontamentos, do criticismo, pois o que procuravam são resultados desejados pelo terapeuta. Conceitos fundamentais da relação terapêutica (Cont.) 8 Tipos de Resistência Resistência de validação O paciente fica preso ao foco exclusivo na validação da dor. As intervenções para a resistência a validação abrangem, por um lado, o reconhecimento da necessidade de validação e, por outro, a divulgação ao paciente de que a terapia envolve um dilema.[…] – estratégias de auto-anulação para encolher a validação. Resistência da vítima O paciente acredita que a sua identidade é definida apenas por ser uma vitima, não podendo fazer nada para mudar as coisas, pois ele não é a causa do seu problema. […]: “as outras pessoas pediram desculpa e recompensaram. Assim é que consigo obter melhor”. As intervenções úteis englobam o reconhecimento da legitimidade das queixas do paciente e de que ele é de facto uma vitima. Conceitos fundamentais da relação terapêutica (Cont.) 9 Resistência moral Acredita que ao mudar pode correr risco de violar os seus padrões morais ou éticos. O terapeuta não pode rejeitar a “resistência moral” mas, de preferência, tem de implementar necessidades morais mais “racionais” e “sensatas”. Resistência esquemática Os esquemas pessoais do paciente limitam a mudança…[…] assim, o presente e o futuro acarretam evidências de que os esquemas pessoais mal adaptativos são válidos. O terapeuta pode utilizar técnica para modificar os esquemas persistentes, procurando examinar a origem dos mesmos, desenvolvendo esquemas alternativos de adaptação e experimentando estes últimos contra os primeiros. Conceitos fundamentais da relação terapêutica (Cont.) 10 Auto-consciência Tendência para justificar as decisões passadas de insucesso – um processo conhecido como “custos ausentes”. “Não posso abandonar pois já despendi demasiado tempo nisto”. As intervenções para modificar a obrigação de custos ausentes incluem a rejeição da obrigação enquanto oportunidade para novas recompensas. Apenas deve existir a obrigação de ter uma opinião, de ter um amigo, e de poder começar de novo. Risco-aversão As resistências pessoais tornam-se, muitas vezes, uma estratégia de risco de tomada de decisão. […] “ Preciso realmente de saber mais porque isso pode ser verdadeiramente terrível se não se realizar e eu vou sentir-me culpado. Entre o terapeuta e o paciente podem surgir conflitos. As intervenções incluem a avaliação de pontos de vistas alternativos mais flexíveis no calculo de riscos moderados e das oportunidades para a mudança, no sentido de evitar a “paragem” ou a interrupção da terapia demasiado cedo. Conceitos fundamentais da relação terapêutica (Cont.) 11 Auto-sistema de desvantagens Alguns pacientes vem para a terapia evidenciando tendências aparentes de bem sucedidos, mas com uma história de comportamentos limitados, destruídos. “Masoquistas” ou “auto-anuladores”, - estes pacientes resistem, abertamente, a esforços para mudar. […] “não me esforcei verdadeiramente” ou que “não tentei realmente”. O terapeuta pode ajudar o paciente, examinando os modelos de auto-estima de desvantagens, avaliando as ideias globais de vergonha acerca do “insucesso” e ajudando o paciente a fazer um progresso lento para evitar “colocar-se a frente de si mesmo”. Conceitos fundamentais da relação terapêutica (Cont.) 12 O terapeuta é o responsável por: Adquirir conhecimento teórico; Conquistar e demostrar a empatia, Tornar o ambiente favorável; Dentre as habilidades necessárias à formação do vínculo: O apoio social, Ser atencioso, acolhedor, Ter capacidade para desenvolver o relacionamento interpessoal íntimo, Tom de voz e a expressão facial. (Abreu-Motta e cols., 2010; Conte & Regra, 2000; Novaki, 2003; Vermes e cols., 2007; Zamignani, 2005) citados por (Coelho, 2011). Habilidades do Terapeuta no Processo Terapeutico Papel do Terapeuta 13 A primeira tarefa do terapeuta deve ser definir o comportamento de forma objectiva e identificar as contingências que alteram a frequência do mesmo. Ferster (1922/1972) citado por (Coelho 2011) Os terapeutas devem ser competentes a alguns níveis de micro-competências que o facilitarão a passagem de várias fases durante o processo terapêutico; Desenvolvimentoda comunicação; Exploração de possíveis medos, preocupações e expectativas sobre a ida a consulta; Habilidades do Terapeuta no Processo Terapeutico Papel do Terapeuta (Cont.) 14 14 Partilha da compreensão e significado; Exploração da história e dedução dos temas-chave e estilos emotivo cognitivos : 1- fazer a perspectiva histórica; 2- trabalhar no “aqui” e “agora”. Partilha de objectivos terapêuticos; Aumento da consciencialização da relação entre pensamentos, sentimentos e comportamento social; Monitorização dos sentimentos e cognições internas, e desempenho de papéis; Trabalho de casa e desempenho de papéis alternativos. Habilidades do Terapeuta no Processo Terapeutico Papel do Terapeuta (Cont.) 15 15 Pode-se perceber que a relação é primeiramente um vinculo facilitador da mudança psicológica, que conduz ao crescimento e bem-estar. Posteriormente a relação terapêutica, é caracterizada pela presença, empatia, aceitação e congruência, ajuda os pacientes a sentirem-se seguros o suficiente para fazer face aos sentimentos temíveis e memórias dolorosas e deve-se também observar os aspectos como (aliança terapêutica, vinculação e resistência). Assim, torna-se clara a importância da relação terapêutica, bem como o respeito às particularidades de cada indivíduo e sua história de vida. De igual modo na relação de ajuda o terapeuta tem um papel importante para a mudança de comportamento de quem precisa de ajuda, contudo este não dita o que o paciente deve fazer mas, em conjunto encontram meios adequados para a resolução. Conclusão 16 Portela, C; Almeida, D; Seabra, J; Nunes, P; (2008); Relação terapêutica nas terapias cognitivo comportamentais; Coimbra Portugal; recuperado em 19 Abril 2016, ás 14:45 de https://www.google.co.mz/url?sa=&source=web&rct=j&url=http://www.psicologia.pt/artigos/textos/TL0112.pdf&ved=0ahUKEwi4pfTBk6zMAhUsLcAKHT4iDAIQFggZMAA&usg=AFQjCNEYn1Z7MuSU-dStuI6cXrmOX95q4g&sig2=mk2vwIPoWwVfDQszw2fo-g Coelho, A. M; (2011), A Funcionalidade de Recursos Terapêuticos na Pratica Clinica do Analista do Comportamento; Brasília; recuperado em 20 Abril 2016, ás 10:07 de https://wwwgoogle.co.mz/url?sa=t&sourse=web&rct=j&url=http://www.ibac.com.br/arquivos/pdf/Monografia%2520-%2520Andr%2520Coelho.pdf&ved=0ahUKEwicj9jolazMAhVmOMAKHSO-BK4QFggbMAE&usg=AFQjCNHBn8529th1DDX6I8w-vdnqAl63oA&sig2=qH9n8vbZazDawUSlTGo07Q Vogel, A. R.; (2008) O papel do terapeuta na relação terapêutica na Gestalt-terapia e na terapia de família sistémica construcionista social, recuperado de http://www.igt.psc.br/ojs/ISSN1807-2526, acesso em 30.04.2015. Referencias Bibliográficas 17 17 18 OBRIGADO PELA ATENÇÃO DISPENSADA
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