Buscar

FIBROSE CISTICA

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

CASO FIBROSE CÍSITICA 
 INFECÇÕES RESPIRATÓRIAS RECORRENTES (IRR) 
 Causas possíveis: 
 Atopia: Asma, rinite, sinusite 
 Genéticas 
o Fibrose cística 
o Deficiência de a-1-antitripsina 
o Imunodeficiências primarias 
o Discinesia ciliar 
 Desnutrição 
 Tuberculose 
 Bronquiolite 
 Pneumonia lobar 
 Bronquiectasia congênita 
 Síndrome dos cílios imóveis 
 Aspiração de corpo estranho 
 Refluxo gastroesofágico (DRGE)  broncoaspiração 
 Fatores ambientais  creche, poluição, tabagismo 
passivo. 
 Infecção viral - hipereatividade brônquica 
 Os vírus são os principais agentes etiológicos nas doenças do trato respiratório 
superior na infância. Os principais vírus envolvidos são: vírus sincial respiratório (RSV), 
rinovírus, parainfluenza, influenza, metapneumovírus e adenovírus. Os patógenos 
bacterianos mais importantes nesses quadros são: Streptococcus pneumoniae, 
Haemophilus influenzae B, Bordetella pertussis (agente da coqueluche) e Mycoplasma 
pneumoniae. 
 Para melhor abordagem, recomenda-se dividir as crianças com infecções respiratórias 
recorrentes em: crianças provavelmente saudáveis (50%), crianças alérgicas (30%), 
crianças com afecções crônicas (cerca de 10%) e crianças com imunodeficiência (10%). 
Desta última categoria só 1% a 2% delas têm imunodeficiência primária. 
 Diagnóstico de IRR – 1º AFASTAR DOENÇAS DE BASE QUE JUSTIFIQUEM AS IRR 
o 6 ou + IR em 1 ano 
o 3 ou + IR do trato inferior no ano 
o 1 ou + IR mensais 
o Pelo menos 2 internamentos em 6 meses com RX limpo entre as crises. 
 
 SINAIS DE PERIGO: 
 A criança não 
consegue beber nem 
mamar; 
 A criança 
vomita tudo o que 
ingere; 
 A criança 
apresentou convulsões 
 A criança está 
letárgica ou 
inconsciente. 
 
 
 Quais principais patógenos resistentes causadores de pneumonia? 
 Klebsiella pneumoniae, staphyçococcus aureus, Pseudomonas Aeruginosa, Burkolderia 
cepacia, Streptococcus pneumoniae, haemophilus influenzae, S. aureus ( Pneumonia 
comunitária). 
 Que causam pneumonia atípica: Legionella pneumoniae, Mycoplasma pneumoniae, 
Chamydia pneumoniae ou Trachonatis 
 Por que as crianças são mais propensas a IRR: calibre das vias aéreas (nas crianças 
são mais estreitas), menor complacência da caixa torácica, diminuição de alvéolos e 
poros laterais, maior quantidade de eosinófilos e mastócitos. 
 
FIBROSE CÍSITICA 
 Principal causa de doença respiratória crônica grave 
em crianças 
 Doença autossômica recessiva multissistêmica que 
envolve as glândulas exócrinas do revestimento 
epitelial do sistema respiratório, gastrintestinal e 
reprodutivo. 
 Mais comum em indivíduos brancos 
 A morbi-mortalidade é regida pelo comprometimento 
pulmonar – 90% 
 Para ter a FC , têm que ocorrer mutação em ambos os 
alelos: 2 mutações 
 Em países desenvolvidos, a idade mediana de 
sobrevida para os indivíduos com FC é, atualmente, de 
36,5 anos, e 43% deles têm mais que 18 anos. Média 
de Sobrevida no Brasil: 18,4 anos 
 Está associada com infecções respiratórias 
persistentes, que resultam em progressivo declínio da 
função pulmonar e morte prematura. 
 O gene defeituoso é o CFTR (regulador 
transmembranar da fibrose cística) e seu produto 
proteico causa espessamento excessivo do muco, que 
obstrui os pulmões e pâncreas. 
 A proteína codificada pelo gene regula o transporte 
bidirecional de Cl- através das membranas epiteliais  
Anormalidade: doença nas glândulas exócrinas com 
envolvimento pulmonar frequente e grave (aumenta 
Cl- nas secreções dessas glândulas e alterações nas 
suas propriedades físicas). 
 MANIFESTAÇÕES: 
1. Deficiência exócrina pancreática 
2. Elevação da concentração de cloreto de sódio no suor. 
3. Observam-se também pólipos nasais, sinusite, pancreatite e colelitíase. 
4. Em meninos: inexistência congênita bilateral dos vasos deferentes 
(azoospermia) 
 A doença pode se manifestar de várias maneiras, mas as mais comuns são: TOSSE 
CRÔNICA, DIARREIA CRÔNICA E DESNUTRIÇÃO. 
 Em geral, apresenta-se como um envolvimento multissistêmico, caracterizado por 
doença pulmonar progressiva, disfunção pancreática exócrina, doença hepática, 
 
 
problemas na motilidade intestinal, infertilidade masculina (azoospermia obstrutiva) 
e concentrações elevadas de eletrólitos no suor. 
 ETIOPATOLOGIA 
 Mutações em único gene no braço longo do cromossomo 7, que codifica o CFTR, que 
funciona como canal de íons cloreto (Cl-) nas membranas epiteliais. A mutação torna a 
membrana impermeável ao íon cloreto. 
 Existem 6 classes de mutações no gene CFTR, que correspondem a um espectro de 
aproximadamente 2.000 mutações. As mutações no gene CFTR conferem variações 
nas células epiteliais pulmonares quanto à 
expressão da proteína CFTR: 
 Mutação de classe I: ausência total de síntese; 
 Mutação de classe II: bloqueio no processamento da 
CFTR, causando degradação da proteína e não ancoragem 
no epitélio; 
 Mutação de classe III: bloqueio na regulação da proteína 
que está presente na superfície celular; 
 Mutação de classe IV: condutância alterada por mutações 
que modificam a translocação do cloro pelo poro da 
proteína; 
 Mutação de classe V: síntese da CFTR reduzida; 
 Mutação de classe VI: degradação precoce da proteína 
por instabilidade na superfície celular. 
 As classes de mutações I, II e III são associadas 
às manifestações graves da FC (doença clássica), enquanto as classes IV, V e VI 
resultam em fenótipos de menor gravidade. 
 Pode ocorrer por várias alterações, mas 70% dos indivíduos são portadores da 
mutação F 508, que é uma deleção de 3 bases que causam a perda de fenilalanina e 
um fenótipo mais grave. 
 Outros têm uma perda parcial de CFTR e só se manifestará com uma lesão aguda, 
como pneumonia e o indivíduo pode precisar de intubação e ventilação mecânica. 
 Nas glândulas sudoríferas, a concentração de Na+ e Cl– secretada para o lúmen da 
glândula permanece inalterada, mas deixa de ocorrer a reabsorção de Cl por meio do 
CFTR e a subsequente reabsorção de Na+ nos ductos. Esse defeito é responsável pela 
alta concentração de NaCl no suor de pessoas com FC.  suor hipertônico 
 
Maior risco em Lactentes -> 
desidratação com hiponatremia 
e alcalose metabólica 
hipoclorêmica. 
 
 Nas vias respiratórias o comprometimento do transporte de Cl–, em última análise, 
conduz a uma série de eventos secundários, incluindo o aumento da absorção de Na+ 
e de água das vias respiratórias para o sangue, reduzindo o teor de água da 
cobertura de revestimento mucociliar do epitélio respiratório, tornando-o mais 
viscoso. 
 
 
 
 
 
 A desidratação da camada mucosa conduz a defeitos na função mucociliar e ao 
acúmulo de secreções viscosas que obstruem as vias respiratórias e predispõem a 
infecções pulmonares de repetição. 
 
QUANDO SUSPEITAR DE FIBROSE CÍSTICA? 
Crianças com história pessoal ou antecedente familiar sugestivo (nível de cloro 
elevado e/ ou óbitos por doença respiratória crônica), íleo meconial, doença 
pulmonar crônica (uma vez excluídas as mais prevalentes, como asma), diarreia 
crônica, desnutrição, déficit de crescimento, distúrbios hidreletrolíticos 
(hiponatremia/alcalose metabólica) e isolamento de P. aeruginosa em secreções 
respiratórias (P. aeruginosa no escarro alerta possibilidade de FC). 
 
 MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
 RESPIRATÓRIO 
 Problema no cloro e sódio. 
 As mutações resultam na perda ou redução da secreção de 
cloreto no lúmen e aumento da absorção ativa de sódio luminal, 
aumentando a reabsorção passiva de água do lúmen. Isso 
provoca a desidratação do muco, que fica espesso. 
 Muco espesso por desidratação. 
 Acúmulo de muco viscoso nos brônquios  comprometimento do 
transporte mucociliar e infecções pulmonares (sobretudo 
Pseudomonas aeruginosa - tem propensão a sofrer transformação 
mucoide nas céls epiteliais de paciente com FC ou nos líquidos da 
superfície) 
 Inflamação pulmonar causa declínio da função respiratória em 
pessoascom FC e pode precipitar o surgimento da infecção 
crônica. 
 As manifestações respiratórias, a mais comum é a tosse 
persistente, às vezes coqueluchoide, que pode aparecer nas primeiras semanas de 
vida. Também são frequentes: bronquiolite grave, sibilância sem resposta aos 
broncodilatadores, pneumonias de repetição e bronquiectasias. 
 Fases avançadas, os pacientes apresentam expectoração purulenta, principalmente 
matinal, frequência respiratória aumentada, dificuldade expiratória, cianose 
periungueal, asma refratária ao tratamento, baqueteamento digital acentuado e 
alterações da caixa torácica. Nessa fase, queixam-se de falta de ar durante exercícios e 
fisioterapia e, posteriormente, em repouso. 
 Pulmão: muco espesso e pouco hidratado, prejudicando o clearance mucociliar das 
bactérias. Além disso, proteases liberadas por neutrófilos contribuem para destruição 
do parênquima pulmonar. 
 BRONQUIOLITE CRÔNICA E BRONQUITE  passam meses e anos ocorrendo 
alterações estruturais na parede brônquica  BRONQUIECTASIAS (dilatação 
permanente de brônquios e bronquíolos, devido ao acúmulo de muco espesso e a 
destruição das células musculares lisas que ficam frouxas) 
 VAS: As alterações provocadas pelas mutações podem levar a sinusite, alteração do 
desenvolvimento dos seios da face, espessamento da mucosa (na tentativa de resistir 
faz hipertrofia e hiperplasia) e a formação de pólipos nasais, decorrente da constante 
inflamação que leva a substituição do epitélio ciliado por escamoso. Tal substituição 
epitelial ainda propicia a formação de abscessos. 
 Microrganismos associados às frequentes infecções: Pseudomonas aeruginosa (cepa 
mucoide = pior prognóstico), Haemophilus influenzae e Staphylococcus pyogenes. 
 
 
 PÂNCREAS 
 Problema no bicarbonato  ocasiona a acidez das secreções, dimiuindo o pH 
luminal, causando precipitação de mucina e entupimento de dutos, além de 
propiciar o aumento da ligação de bactérias a mucinas entupidas. 
 A secreção de água também é prejudicada, pois não há mais um gradiente osmótico 
suficiente para conduzir a água para o duto. 
 Devido às secreções ácidas, os pacientes com FC tendem a ter déficit nutricional, até 
pela autólise e inflamação do pâncreas exócrino, levando a um prejuízo de absorção. 
O que resulta, muitas vezes, em retardo mental. 
 Aqui o muco é espesso por precipitação da mucina. 
 Pode ocasionar insuficiência pancreática  pancreatite. 
 A obstrução dos ductos por uma secreção viscosa que impede que as enzimas 
pancreáticas atinjam o intestino e funcione, em um pH ótimo. 
 Paciente pode desenvolver insuficiência pancreática endócrina (atinge as ilhotas de 
Langhears): hiperglicemia (principalmente após 10 anos de idade – desenvolvem 
DM). 
Obs: Embora as ilhotas de Langerhans sejam relativamente preservadas, a destruição do 
pâncreas pode causar disfunção pancreática endócrina. A incidência de DM associada à 
FC é relacionada à idade e aproximadamente 7% de todos os pacientes são afetados. 
 Função pancreática anormal podendo ter esteatorreia, diarreia e desconforto 
abdominal. 
 RN: íleo meconial: os canais de Cl- do CFTR desempenham papel central na secreção 
de sal e água. A ruptura desse processo parece produzir conteúdos intestinais 
desidratados que obstruem o íleo do recém-nascido, causando o íleo meconial e 
produzindo a síndrome da obstrução intestinal distal em fases posteriores da vida.- 
a porção anterior à obstrução fica distendida e repleta de fluido, com colapso na 
porção posterior à obstrução. 
 
 
 FÍGADO 
 Obstrução canalicular 
 Proliferação ductular 
 Inflamação portal 
 Esteatose hepática  
deficiência de apolipoproteínas 
 Cirrose biliar fecal 
O aumento da viscosidade das 
secreções leva ao comprometimento 
no fluxo da bile e sucos pancreáticos 
causam má digestão e má absorção, 
além de insuficiência hepática e 
pancreática, levando à diabetes 
relacionada à FC. Pacientes com FC ainda têm tendência à obstrução intestinal pelo 
espessamento do muco, além de prolapso retal. 
 DIAGNÓSTICO 
 Manifestações respiratórias e gastrointestinais típicas da FC, histórico de FC em irmão 
ou resultado positivo no teste de triagem neonatal (determinação de tripsinogênio 
imunorreativo, que em RN apresentem níveis elevados, presumivelmente por 
obstrução da secreção no pâncreas). 
 Triagem Neonatal: O aumento do TIR sérico secundário ao refluxo de secreção 
pancreática, provocado pela obstrução dos ductos no pâncreas. A dosagem do TIR 
 
 
(sensibilidade de 95% e baixa especificidade) é indicador indireto da doença, pois 
avalia a integridade da função pancreática e, se ela estiver normal por ocasião do 
nascimento, o teste poderá ser negativo. Se o teste for positivo com valores acima 
do padrão adotado, geralmente 70 ng/mL, deve ser repetido em até 30 dias, e caso 
persista positivo, o paciente deve ser submetido ao Teste do Suor (TS) para 
confirmar ou afastar FC. 
 O diagnóstico da FC é feito de acordo com os critérios propostos no consenso da Cystic 
Fibrosis Foundation publicado em 1998. O diagnóstico de FC deve se basear na 
presença de uma ou mais manifestações fenotípicas (clínicas) características: 
o Doença sinusal ou pulmonar crônica e/ou 
o Alterações gastrointestinais e nutricionais e/ou 
o Síndrome da perda salina e/ou 
o História familiar de FC (p. ex. em irmão) e/ou 
o Teste duplamente positivo de triagem neonatal. 
 
 TESTES LABORATORIAIS DE 
CONFIRMAÇÃO: 
 TESTE DO SUOR: PADRÃO OURO, usa iontoforese 
com pilocarpina para coletar o suor  análise 
química de seu teor de cloreto. Possui elevadas 
sensibilidade e especificidade (> 95%), baixo custo e não é invasivo. 
 Diagnóstico de FC é confirmado quando a concentração de cloretos é superior a 60 
mEq/L. No 1º ano de vida, consideram-se normais níveis de cloro menores que 30 mEq/L. 
Após o 1º ano de vida, níveis normais são inferiores a 40 mEq/L e dosagens entre 40 e 60 
mEq/L devem ser consideradas duvidosas 
 Diagnóstico de FC deve ser confirmado com dois testes positivos, realizados em 
momentos diferentes. 
 Em pacientes com FC, tanto o cloro como o sódio estão elevados, a diferença entre eles 
não deve ultrapassar 15 a 20 mEq/L e a relação cloro/sódio deve ser > 1. 
 Análise de Mutações: A identificação de duas mutações patogênicas no gene CFTR 
confirma o diagnóstico de FC, sendo decisivo no paciente com quadro clínico 
compatível e teste do suor não conclusivo. 
 Anormalidades bioelétricas no epitélio nasal (pesquisa) – o teste de diferença de 
potencial nasal apresenta maior acurácia. 
 Exames Complementares: avaliação da função pancreática, avaliação funcional 
pulmonar, avaliação microbiológica do escarro, avaliação dos seios da face e avaliação 
geniturinária masculina (azoospermia obstrutiva). 
 
 
 
 TRATAMENTO 
 Manejo Sintomático e Correção das disfunções orgânicas. 
 Ainda não existe TTO aprovados para corrigir os defeitos genéticos da FC ou para 
reverter alterações no transporte de íons associados ao CFTR disfuncional. 
 Medicamentos concentrados: terapia de reparação de proteína (em teste) 
 Medidas terapêuticas estão direcionadas para retardar a progressão da 
disfunção orgânica secundária e as sequelas, como infecção pulmonar crônica 
e insuficiência pancreática. Ex. terapia de reposição enzimática (quando 
incompetência de pâncreas exócrino) 
 Quando insuficiência pancreática: O padrão-ouro é a estimulação da secreção 
pancreática com secretina, avaliando-se a resposta com a quantificação das enzimas 
no suco duodenal (alto custo). Faz medidas não invasivas como: dosagem de enzimas 
nas fezes, entre elas a elastase-1 fecal, que representa o teste mais eficaz para 
detecção da insuficiência pancreática na FC (sensibilidade de 96%; especificidade de 
100%). 
 Uso de ATB para evitar e tratar infecções: IMPORTANTÍSSIMO 
 Indicações para ATB orais: existência de sintomas do S. respiratório e 
identificação de microrganismos patogênicosem culturas de vias respiratórias. 
(PORTH) 
 ATB intravenosos: tratar sintomas progressivos e refratários a outros TTO’s. 
 Pacientes com FC devem ser avaliados rotineiramente, idealmente a cada quatro 
meses, quanto à microbiologia e antibiograma do escarro. 
 Pacientes com exacerbações mais graves é preconizado o tratamento com 
antibióticos por via intravenosa por 14 a 21 dias, em geral exigindo hospitalização. 
 Tratando S. aureus: além do curso de antibiótico na exacerbação, a erradicação 
precoce dessa bactéria, utilizando curso de antibiótico por 2 a 4 semanas, mesmo na 
ausência de sintomas. 
 Tratando P. aeruginosa: precoce e agressico para tentar a erradicação e prevenir a 
infecção crônica (ciprofloxacina oral com a colistina inalatório por 3 a 6 semanas). 
o Se for recidivida após TTO nos últimos 06 meses ou pacientes com cepas 
mucoides é sugerido 1 curso mais prolongado de 03 meses. 
o Tobramicina inalatória por 28 dias obteve-se significativa erradicação 
o ATB Via intravenosa + ATB inalatórios : erradicação, porém com desvantagens 
econômicas e logísticas. 
o TTO oral com macrolídeo (azitromicina) melhora função pulmonar e diminui a 
frequência de exacerbações. 
 AGENTES ANTI-INFLAMATÓRIOS - Corticosteróides orais na dose de 1 a 2 mg/kg em 
dias alternados parecem retardar a progressão da doença pulmonar, mas os 
benefícios são contrabalançados pela ocorrência de importantes efeitos adversos, 
especialmente desenvolvimento de catarata e prejuízo no crescimento. 
 Fisioterapia torácica (percussão e drenagem postural – facilitar por ação da gravidade 
a remoção de secreção). 
 Agentes mucolíticos – diminui a viscosidade do escarro na FC pela degradação do DNA 
extracelular em pequenos fragmentos, evitand0 obstrução de vias respiratórias 
 Terapia Nutricional 
 Atividade física – melhora o clearance das vias aéreas. 
 
 ABORDAGEM DAS MANIFESTAÇÕES EXTRAPULMONARES: 
 Pacientes com FC e fenótipo de insuficiência pancreática exócrina devem receber 
suplementação de enzimas pancreáticas nas refeições e nos lanches. 
 
 
 Pacientes com insuficiência pancreática estão predispostos à má-absorção das 
vitaminas lipossolúveis A,D,E e K. A suplementação dessas vitaminas é 
recomendação de rotina. 
 A prevalência de diabetes melitus e de intolerância à glicose aumenta com a idade. O 
rastreamento regular com testes orais de tolerância à glicose, combinado com a 
vigilância clínica, permite a intervenção precoce com insulina. 
 Prevenir osteoporose consiste em vigilância intensa, principalmente durante a 
puberdade, associada a exercício físico e suplementação com cálcio e vitaminas D e K. 
Os bifosfonados, por via oral ou intravenosa, são úteis para tratar doença 
estabelecida. 
 INDICAÇÃO DE TRANSPLANTE PULMONAR: 
 Na FC, a técnica mais utilizada é o transplante pulmonar duplo, por meio de 
procedimento cirúrgico sequencial bilateral, com doador cadavérico. 
 Critérios para referenciar o paciente incluem: 
 VEF1 30% menor que previsto; 
 Hipoxemia grave; 
 Hipercapnia; 
 Prejuízo funcional crescente ou aumento na duração 
 Frequência do tratamento hospitalar para exacerbações; complicações 
pulmonares ameaçadoras à vida, como hemoptise; 
 Aumento da resistência dos patógenos bacterianos aos antibióticos 
 
 COMPLICAÇÕES DA FIBROSE CÍSTICA 
 Hemoptises recorrentes, impactações mucoides brônquicas, atelectasias, empiema, 
enfisema progressivo, pneumotórax e fibrose pulmonar, que podem evoluir para cor 
pulmonale. 
 IVAS são comprometidas em todos pacientes: pan-sinusite crônica, com 
reagudizações, otite média crônica ou recorrente, anosmia, deficiências auditivas e 
rouquidão transitória. 
 Polipose nasal ocorre em aproximadamente 20% dos pacientes e pode ser a primeira 
manifestação da doença.  criança com pólipo nasal sempre investigar FC. 
 Manifestações digestivas costumam surgir precocemente, podendo ocorrer mesmo 
na vida intrauterina: obstrução ileal, perfuração intestinal e peritonite meconial. RN 
 o íleo meconial (IM) é a manifestação inicial da insuf. Pancreática e pode acometer 
15 a 20% dos pacientes, sendo indicativo de gravidade e presença de mutações no 
gene CFTR de classe I, II e/ou III. 
o A maioria dos diagnósticos de íleo meconial deve-se à FC, o que deve servir 
de alerta para a possibilidade diagnóstica poder ser sugerida ainda intra-útero, 
quando a obstrução da luz intestinal por mecônio espesso pode ser vista no 
exame de ecografia durante o 2º trimestre de gravidez. No exame físico do 
neonato, observa-se distensão abdominal progressiva, com vômitos biliosos 
e ausência/retardo de evacuação de mecônio. 
o A radiografia de abdome mostra sinais de obstrução intestinal baixa: alças 
distendidas sem níveis hidroaéreos, ausência de ar distalmente e aparência 
mosqueada, como se fosse vidro fosco, pela mistura do ar com o mecônio 
desidratado. O exame contrastado (enema opaco) mostra um microcólon e a 
obstrução em íleo distal. A maioria dos casos de íleo meconial necessita de 
resolução cirúrgica. 
 Má digestão intestinal causando má absorção de nutrientes. 
 
 
o Má digestão e má absorção intestinal devem ser consideradas em casos de 
distensão abdominal, diarreia crônica, com perda de gordura nas fezes, baixo 
ganho ou perda de peso e apetite voraz. 
 A obstrução do íleo terminal por mecônio espesso é a manifestação clínica mais 
precoce da FC e está presente em aproximadamente 10 a 20% dos pacientes. Existe a 
possibilidade de diagnóstico intrauterino, quando tal obstrução por mecônio espesso 
pode ser identificada no exame de ecografia no 2º trimestre de gravidez. 
 Edema hipoproteinêmico é uma manifestação que surge no período neonatal 
(prevalência próxima de 5%), sendo secundária a insuficiência pancreática e 
desnutrição. 
 O prolapso retal ocorre em até 20% dos pacientes com idade entre 6 e 36 meses com 
Insuficiência Pancreática, principalmente antes da TER (terapia de reposição 
enzimática) ou com reposição de baixas doses de enzimas pancreáticas, sendo raro 
após 5 anos de idade. É recomendada a realização do teste do suor (TS) em todo 
lactente que apresente prolapso retal. Acredita-se que o prolapso esteja relacionado 
com diarreia crônica, fezes volumosas, tônus musculares diminuídos, desnutrição e 
tosse intensa. 
 
FIBROSE CÍSITICA + INFECÇÃO RESPIRATÓRIA 
 Infecção Intratável: (especialmente P. aeruginosas) 
1- FC prejudica as defesas pulmonares, predispondo à infecção. 
2- Microrganismos desenvolvem características de crescimento alteradas, e o 
hospedeiro desenvolve um estado inflamatório crônico. 
 Infecção crônica está associada com uma resposta neutrofílica intensa anormalmente 
profusa  estímulo inflamatório remodela vias aéreas, causa hipertrofia das glândulas 
submucosas e aumenta a saída de muco. 
 A combinação: aumento do muco + abundancia de neutrófilos + fragmentos 
inflamatórios (incluem DNA, actina e outras macromoléculas)  escarro purulento e 
espesso que obstrui as vias aéreas  Resulta em bronquite, bronquiectasia 
progressiva e insuficiência respiratória. 
 Há casos de infecções recorrentes do trato respiratório da infância até a vida adulta. 
 Indivíduos com FC sofrem infecções repetidas por bactérias, inicialmente 
Staphylococcus aureus e Haemophylus influenzae e, posteriormente, Pseudomonas 
aeruginosa e Burkholderia cepacia. 
 O organismo responde à infecção crônica aumentando a produção de imunoglobulina 
G específica que promove reação inflamatória contínua. 
 Infecções crônicas e progressivas levam à bronquiectasias, podendo haver 
ulcerações, abscessos e destruição do parênquima, sendo a maior causa de 
morbimortalidade em pacientes com FC. 
 
COLONIZAÇÃO PULMONAR 
 Lactentes 
-H. influeanzae 
- S. aureus 
 Escolares 
- S. aureus oxacilino-resisistente 
(MRSA) 
- Pseudomonas aeruginosa não-
mucoide 
 Adolescente/ Adultos 
-Pseudomonas aeruginosa mucoide 
- Burkholderia cepacia 
 
 
 
A doença pulmonarevolui para cor pulmonale em praticamente 100% dos fibrocísticos. Nas fases 
avançadas, os pacientes têm tórax em barril, expectoração purulenta, principalmente matinal, frequência 
respiratória aumentada, dificuldade expiratória, cianose periungueal e baqueteamento digital 
acentuado. Nessa fase, queixam-se de falta de ar durante exercícios e fisioterapia e, posteriormente, em 
repouso. 
 
QUADRO CLÍNICO EM LACTENTES 
o Desidratação 
o Hiponatrêmica 
o Alcalose metabólica hipoclorêmica 
o Síndrome disabsortiva 
o Baixo ganho pondero-estatural 
o Esteatorreia 
o Íleo meconial 
- Obstrução do íleo por mecônio espesso 
- Primeiras 48h de vida 
- Apresentam-se com distensão abdominal, vômitos biliosos, ausência de eliminação do 
mecônio. 
- 50% casos complicam: volvo, perfuração e necrose de alça intestinal. 
Obs. Ileo meconial faz o teste do pezinho ser falso negativo para FC. Por isso, todo 
paciente com íleo meconial deve realizar teste de cloro no suor. 
o Pneumonia de repetição 
BRONQUIECTASIA 
 TC é o exame de escolha pra identificar bronquiectasias. 
 Os sinais precoces da doença são hiperinsuflação, que reflete a presença de 
obstrução das pequenas vias aéreas por muco, e o espessamento das paredes 
brônquicas no lobo superior direito, mais bem visualizado na incidência lateral. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BRONCO
Bronquiectasias 
em ápice direito 
Espessamento e acúmulo de 
secreção em base esquerda 
Bronquilectasias: acúmulo de secreção 
nos bronquíolos terminais: LESÃO EM 
ÁRVORE EM BROTAMENTO 
Bronquiecta
sias 
Bronquiectasias 
Bronquiectasias em 
ápice direito 
 
 
PNEUMONIA 
 Infecção de rápida instalação que atinge os brônquios. Como essas estruturas levam o ar para todas as 
regiões dos pulmões, a infecção se espalha e atinge o órgão todo. É um quadro diferente da pneumonia 
comum, que costuma afetar uma ou duas divisões do pulmão, ficando mais restrita. 
 A broncopneumonia pode ser a etapa final de muitas doenças, que acabam acometendo os pulmões e 
piorando o quadro. 
 Essa doença é uma das principais causas de uso de antibióticos, internação hospitalar e mortes no Brasil e 
no mundo. 
 Causas: a principal causa de broncopneumonia é a infecção por bactérias. Pode também ser decorrente 
de infecções virais ou, mais raramente, por complicações de outras doenças infecciosas como o sarampo 
ou broncoaspiração (facilita a colonização bacteriana). 
 Idosos, bebês e pessoas imunosuprimidas são mais suscetíveis ao desenvolvimento de 
broncopneumonias. 
 SINTOMAS: febre alta, falta de ar ou dificuldade para respirar, cansaço, fraqueza, calafrios, tosse com 
catarro. Em pessoas idosas, quadros de confusão mental. 
 DIAGNÓSTICO: A confirmação é feita pelo exame físico do médico e exames de imagem. Os principais 
exames são a RAIO-X do tórax e a TC, que permite imagens mais detalhadas dos pulmões. Outros exames 
solicitados são cultura do catarro e exames de sangue, como hemograma, PCR, ureia, gasometria. 
 TRATAMENTO: é baseado em antibiótico. Outras medicações para reduzir os sintomas podem ser 
prescritas, como corticoides e inalação. 
OBSTRUÇÃO INTESTINAL NA INFÂNCIA 
 Quadro abdominal agudo no lactente: predominam as síndromes obstrutivas, sendo a quase totalidade 
dos casos no primeiro semestre devido à hérnia inguinal encarcerada, e no segundo semestre, à 
invaginação intestinal. 
 Incidência significativa após o primeiro mês de vida: estenose hipertrófica do piloro, enterocolite 
necrosante, obstrução intestinal por bridas congênitas , o volvo intestinal secundário ao vício de rotação e 
o linfoma não Hodgkin (mais frequentes nas placas de Peyer do íleo terminal). 
MECÔNIO 
 Substancia verde-escura, pastosa e viscosa, constituída por muco, enzimas e sais de bile, que se encontra 
no intestino de um feto de 36 semanas de gestação. 
 A eliminação do mecônio, primeira matéria fecal do RN, é estimulada pela ingestão do colostro. 
 A liberação do mecônio para o líquido amniótico durante a gravidez pode ser um sintoma de stress e 
sofrimento fetal, sinal de que não recebe oxigênio suficiente através da placenta ou complicações do 
cordão umbilical. 
 O risco de o feto aspirar essa mistura de líquido amniótico com mecônio, ainda no útero ou no decurso do 
parto, deve-se a possíveis complicações respiratórias pela obstrução das vias aéreas e irritação dos 
pulmões, levando a perda de surfactante , e consequente atelectasia, diminuição da oxigenação também 
cerebral. 
 Todos os bebês devem eliminar o mecônio nas primeiras 24 horas após o nascimento. Após 3 a 4 dias de 
nascimento, pode-se notar uma mudança na cor e consistência das fezes, o que indica que o intestino 
consegue desempenhar corretamente sua função. 
 Quando o bebe nasce após 40 semanas de gestação, há grande risco de aspiração do mecônio, o que 
pode levar a graves problemas. 
 Pode acontecer do bebe demorar ou ter dificuldade em expeli-la. Este atraso ou a impossibilidade de 
evacuar pode dever-se a paralisia intestinal, a malformação ou a obstrução do intestino por um tampão de 
mecônio endurecido que, na maioria das vezes, pode ser extraído mediante um ou mais cliteres suaves, 
devendo também ser feito exames para confirmar diagnóstico. 
 
 
ANEMIA NO CASO 
 A anemia é caracterizada pela deficiência na concentração de hemoglobina ou na produção de hemácias. 
 Mucosa descorada é um sinal clínico da anemia. 
 Nas anemias crônicas, a baixa na produção de hemoglobina provoca palidez cutânea e nas mucosas, 
cansaço, falta de memoria, tonturas, fraqueza, dores musculares, sonolência, dispneia, palpitação e 
taquicardia, porque o devido a necessidade de oxigênio, quimiorreceptores periféricos do seio carotídeo, 
induz a taquidispneia e a taquicardia (bombear mais para aumentar o fluxo sanguíneo com oxigênio para o 
corpo). 
 A viscosidade sanguínea está diminuída em quadros de anemia devido ao menor número de hemácias, 
com isso, ocorre um turbilhonamento do sangue nas câmeras cardíacas, o que caracteriza o sopro anêmico 
plurifocal sistólico. 
 
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL 
 Refluxo gastresofágico: O diagnóstico de RGE é mais 
frequente no paciente com FC, devido ao aumento da 
pressão abdominal, desencadeado pela tosse e pelo 
rebaixamento diafragmático. O diagnóstico de RGE 
como causa de pneumopatia crônica ou de repetição, 
principalmente quando associado ao diagnóstico de 
déficit de crescimento, pode muitas vezes retardar o 
diagnóstico de FC. 
 
 Asma brônquica: a hiperreatividade brônquica 
apresenta-se tanto na asma como na FC. Pode inclusive 
haver resposta aos broncodilatadores na FC. Chama a 
atenção para o diagnóstico de FC o fato de que, nessa 
situação, os sintomas aparecem muito precocemente 
na vida: por exemplo, tosse e sibilância já nos 
primeiros meses de vida. Nessa situação, entra 
também no diagnóstico diferencial a bronquiolite viral 
aguda, ou asma de difícil controle. A sinusite crônica 
ocorre tanto associada com a asma brônquica (40%) 
quanto com a FC (90%). 
 
 Bronquiolite viral aguda: a maioria dos lactentes que 
são infectados, pela primeira vez na vida, pelo vírus 
respiratório sincicial desenvolvem bronquiolite com 
quadro clássico de infecção das vias aéreas superiores, 
com propagação da virose para as vias aéreas inferiores 
e sintomas de coriza, espirros e tosse, seguidos por 
sibilância e cansaço. Aqueles pacientes com 
predisposição genética para asma reagem mais 
intensamente ao VRS, e este poderia se constituir no 
primeiro estímulo para desencadear o processo de 
hiperreatividade da asma. Nos pacientes com FC, a 
infecção pelo VRS pode iniciar o processo de 
colonização/infecção bacteriana crônica pelo S. aureus 
ou pela P. aeruginosa, características da FC. Dessa 
maneira, bronquiolite recorrente ou de repetição ou a 
chamada bronquiolopatia pós-viral podem muito bem 
mascarar um diagnóstico de FC. 
 Tuberculose: devido às dificuldades emse fazer o 
diagnóstico etiológico da tuberculose na infância, ou 
seja, de se isolar o bacilo de Koch, os achados clínicos e 
radiológicos da tuberculose se confundem com os da 
FC. Em ambos pode haver perda de peso, 
emagrecimento, febrícula, tosse crônica, 
bronquiectasias e hemoptise. Os dados epidemiológicos 
são, portanto, muito importantes na sua diferenciação. 
O teste tuberculínico pode estar elevado pela vacinação 
prévia com BCG. Além disso, as duas patologias podem 
coexistir com maior frequência. 
 
 AIDS (SIDA): Pelas características dessa doença, 
ocorrem infecções respiratórias de repetição causadas 
por agentes oportunistas tais como Pneumocystis 
carinii, M. avium intracelularis (MAC), tuberculose, etc., 
além de uma grande incidência de diarréia crônica. 
Nesse sentido, é necessário fazer a dupla checagem, 
tanto para pacientes com suspeita de AIDS, como para 
pacientes com suspeita de FC. 
 
 Discinesia ciliar primária: Doença hereditária 
autossômica recessiva com alterações na ultraestrutura 
ciliar, que resultam em alterações da motilidade ciliar. 
As manifesta es ni as: 
perene desde o nascimento, que pode variar de formas 
leves a graves. Geralmente os pais referem que 
 . m os 
 
 
prin ipais sintomas a a tosse produtiva 
persistente, frequentemente acompanhada por 
pneumonias e bronquiectasias. inossinusites s o 
extremamente frequentes nestes pacientes. A otite 
média om efus o uma situação clinica encontrada 
habitualmente em pacientes com DCP, mas incomum 
em pacientes com FC. A expressão fenotípica máxima da 
discinesia é a SÍNDROME DE KARTAGENER, caracterizada 
pela tríade sinusite-bronquiectasia-situs inversus. 
 
 Imunodeficiência: É uma das imunodeficiências 
humorais mais comuns, é a deficiência seletiva de IgA. 
Tem incidência de 1:328. Ocorre predominantemente 
na raça branca, acometendo duas vezes mais o sexo 
masculino. A deficiência de IgA secretora, principal 
imunoglobulina presente nas secreções, predispõe a 
infecções respiratórias, gastrintestinais e urogenitais. 
Uma pequena parcela dos pacientes pode permanecer 
assintomática. 
Para fazer o diagnóstico diferencial de qualquer pneumopatia crônica na infância, é absolutamente 
necessário que se inclua a dosagem quantitativa de cloro no suor – teste do suor – como propedêutica 
complementar, para que não se deixe passar o diagnóstico de FC e, assim, se perder a oportunidade de 
se instituir uma terapêutica adequada e precoce da mesma. 
 
OBS. FENÓTIPO CLÁSSICO DE FIBROSE CÍSTICA: distúrbio pancreático, infecções 
sinopulmonares e sintomas gastrointestinais. 
 
 
OUTRAS COMPLICAÇÕES DA FIBROSE CÍSTICA 
 DOENÇA GENITURINÁRIA: 
A função sexual dos homens com FC é normal, com espermatogênese preservada, mas a esterilidade é 
decorrente da obstrução intra-uterina dos ductos warffianos (originam epidídimo, ductos deferentes e v. 
seminais). A espermatogênese está intacta e a recuperação do esperma pode ser útil na fertilização in vitro. A 
fertilidade de mulheres portadoras de FC se relaciona ao muco cervical espesso que obstrui o orifício cervical. 
Ainda se relaciona com a má nutrição, infecções pulmonares crônicas. Mulheres com estado nutricional e 
pulmonar gravemente comprometidos podem exibir uma deterioração acelerada durante a gravidez. 
 
 DOENÇA HEPATO-BILIAR: 
O envolvimento do fígado segue o mesmo padrão básico. Os canalículos biliares são obstruídos por 
material mucinoso, acompanhado pela proliferação ductal e inflamação portal. A esteatose hepática pode ser 
observada em espécimes de biópsia. Ao longo do tempo, a cirrose biliar focal se desenvolve em 
aproximadamente um terço dos pacientes, que pode envolver, eventualmente, todo o fígado, resultando em 
nódulos hepáticos difusos. Tal envolvimento hepático grave é encontrado em menos de 10% dos pacientes. 
24% dos pacientes podem apresentar doença obstrutiva do trato biliar, hepatomegalia ou persistência de 
enzimas hepáticas anormais. 
A doença hepática significativa ocorre tardiamente na história natural da fibrose cística e ganha 
importância clínica conforme as expectativas de vida aumentam. Na verdade, depois dos distúrbios 
cardiopulmonares e das complicações relacionadas a transplante, a doença hepática é a causa mais comum de 
morte na fibrose cística. A maioria dos estudos sugere que a doença hepática sintomática ou bioquímica surge 
próximo da puberdade, com prevalência aproximada de 13% a 17% dos indivíduos. Entretanto, a 
hepatomegalia assintomática pode estar presente em mais de um terço dos pacientes. A obstrução do ducto 
biliar comum pode ocorrer devido a litíase ou sedimentos, manifestando-se por meio de dor abdominal e 
aparecimento agudo de icterícia. Como citado anteriormente, a cirrose biliar difusa se desenvolve em menos de 
10% dos indivíduos com fibrose cística. 
 
 GLÂNDULAS SUDORÍPARAS: 
A perda excessiva de sal no suor predispõe as lactentes a episódios de depleção de sais. Especialmente 
durante episódios de gastroenterites ou durante estações mais quentes do ano. Essas crianças apresentam 
quadro de alcalose metabólica. Frequentemente os pais observam a forma o e ‘’ rostas’’ e sa na pe e ou 
um gosto salgado quando beijam os filhos. 
 
 DOENÇA PULMONAR: 
As vias aéreas superiores são comprometidas na totalidade dos pacientes, podendo estar presentes 
sinusite crônicas com episódios de exacerbações, otites médias crônicas ou recorrentes, anosmia, defeitos na 
audição e rouquidão transitória. Rinossinusite crônica está presente em muitos casos devido a secreções 
espessas que favorecem a colonização bacteriana. Pólipos nasais, que são tumores benignos que crescem na 
cavidade nasal ou seios paranasais, podem estar presentes e são decorrentes do processo inflamatório 
crônico. A recorrência desses pólipos se dá em 20% dos casos e pode ser a primeira manifestação da FC. 
Em geral, a tosse é a manifestação inicial. Ela é inicialmente intermitente, ocorrendo com o que 
parece ser uma infecção respiratória aguda. A tosse é pior à noite e ao despertar. Algumas vezes é acompanha 
de sibilos, particularmente em lactentes e crianças novas. Episódios de tosse tendem a persistir por mais tempo 
do que o esperado para uma enfermidade respiratória aguda e, com o tempo, ocorre com maior frequência. À 
 
 
medida que a doença progride, a tosse se torna produtiva com escarro purulento, espesso e normalmente 
esverdeado, de difícil eliminação. Por fim, as exacerbações de tosse e a produção de escarro são 
acompanhadas de dispneia, redução do apetite e perde de peso. A tolerância ao exercício diminui à medida 
que a doença progride. As exacerbações agudas melhoram com a terapia intensiva, porém tendem em 
aumentar em gravidade e frequência até que o paciente apresente sintomas de bronquiectasia (20-30% das 
exacerbações da doença respiratória são causadas pelas infecções por vírus respiratórios, particularmente 
VRS, influenza A e Rinovírus, resultando em deterioração significativa da função pulmonar e favorecendo 
infecções bacterianas). 
Ao exame, os achados variam de acordo com o estágio da doença: inicialmente, têm-se crepitações 
intermitentes, ocorrendo com as exacerbações; posteriormente, os murmúrios vesiculares podem estar 
diminuídos devido à hiperinsuflação pulmonar (aprisionamento excessivo de ar). À medida que a doença 
progride os estertores e os roncos são comuns e contínuos. Unhas em vidro de relógio e baqueteamento 
digital são sinais comuns, relacionados à doença pulmonar não controlada e à hipóxia crônica. Pode haver 
hipertensão pulmonar consequente ao estado de hipóxia crônica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SISTEMA REPRODUTOR 
 Masculino: Infertilidade por azoospermia obstrutiva 
 Feminino: fertilidade reduzida 
- O muco cervical é mais espesso, por contada dilatação e obstrução das glândulas 
submucosas cervicais. 
Solicitar: 
1. Cultura de orofaringe/escarro 
2. Hemograma 
3. Hemocultura 
4. Rx de tórax 
5. Vacinas: Para pacientes com fibrose cística são recomendadas as vacinas 
antipneumocócica, anti-influenza e antivaricela. 
 
Conduta: 
 Internação: se queda do estado geral ou necessidade de suporte ventilatório 
 Antibiótico: direcionado para colonização 
 Domiciliar: 
 S. aureus: amoxicilina- clavulanato 
 P. aeruginosa: ciprofloxacino 
 Internamento: 
 S. aureus: oxacilina 
 P. aeruginosa: ceftazimida + amicacina 
 
SEGUIMETO 
 Avaliação nutricional 
- Ganho de peso adequado? 
 Avaliação da esteatorreia 
-Aspecto das fezes, esteatócrito ou elastase fecal 
 Cultura de orofaringe/escarro 
- Se existe colonização bacteriana 
 Avaliação pulmonar 
- Escarro em todas as consultas 
- Espirometria a cada consulta (>6 anos) 
- Rx de tórax anual 
-TC de tórax se piora clínica, funcional ou radiológica. Se saudável, a cada 2 anos. 
 
Exames Radiológicos: 
Radiografias inicialmente podem ser normais, o que não exclui o diagnostico de FC. 
Evolutivamente, aparecem imagens de espessamento brônquico, hiperinsuflação (mais de 
50% dos casos), infiltrados difusos, áreas de atelectasia (10 a 15% dos casos), além de 
condensações alveolares agudas e crônicas. Essas alterações costumam predominar nos 
ápices e á direita. Pneumotórax e pneumomediastino, com ou sem sintomatologia 
correspondente, são achados mais comuns nos exames radiológicos dos pacientes 
adolescentes e adultos

Continue navegando