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FISIOLOGIA RENAL Metabolism� ácid� bas� ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀ “A concentração de íons hidrogênio é mantida em limites estreitos - [H] de 40 nanomol/l (1 nanomol/l = 10-6 mmol/l) - sendo essencial para o funcionamento celular normal”. “Milionésima parte da concentração por litro do Na, Cl e HCO3.” Para este funcionamento adequado a [H] deve permanecer constante mantendo o pH entre 7,35 e 7,45 Sob o ponto de vista fisiológico existem duas classes importantes de ácidos - ácido carbônico - ácido não carbônico Homeostase AB - pH → concentração de íons hidrogênio expressa em forma logarítmica - Sistema Tampão → substâncias que impedem que ácidos ou bases alterem significativamente o pH de uma solução - Finalidade: minimizar as alterações da [H] de uma solução Sistema Tampão → como funciona? 1. após adição de um ácido o HCO3 consome parte do excesso de Hidrogênio; 2. após adição de uma base o H2CO3 repõe parte do hidrogênio consumido; O pH é inversamente proporcional à concentração de íon hidrogênio Acidemia → aumento da concentração de íon hidrogênio, ocasionando queda do pH Alcalemia → processo contrário - Tamponamento químico - LEC – HCO3 - LIC – proteínas, fosfatos org. e inorg. - Mudanças na ventilação pulmonar pCO2 - Regulação da excreção renal de H controla a [HCO3] do LEC - Reabsorção proximal de bicarbonato - Produção de novo bicarbonato - excreção de ácidos tituláveis H2PO4- e de NH4 Mecanismo de defesa frente a um excesso de ácido Excesso de ácido H+ - Tamponamento extracelular por HCO3- Instantâneo - Tamponamento respiratório por redução da pCO2 - Minutos - Tamponamento intracelular - 2h a 4h - Aumento da excreção renal de H+ - Horas a dias Componente Pulmonar - Responde em minutos as alterações do pH - Realiza ajustes temporários do pH - Regula os níveis do CO2 - Queda HCO3 – hiperventila– elimina CO2 - Aumento HCO3 – hipoventila– retém CO2 Componente Renal - Responde em horas a dias - Realiza ajustes a longo prazo do pH - Reabsorve ou excreta ácidos e bases - Regula os níveis do HCO3 - Aumento pCO2 – retém HCO3 – elimina ácido - Queda pCO2 – elimina HCO3 – retém ácido Segmentos tubulares e equilíbrio renal de íon hidrogênio Túbulo proximal - Reabsorção de ± 80% do HCO3 filtrado - Produz e secreta amônio Segmento espesso ascendente da A.H. - Reabsorção de 10% a 15% do HCO3 filtrado Túbulo contornado distal e ductos coletores - Reabsorção do restante do HCO3 - Produção de acidez titulável - Secreção de HCO3 obs: A maior capacidade secretora de íons hidrogênio ocorre no TP (80 a 90%), AH e TD (10 a 20%) Mecanismos de Reabsorção do Bicarbonato Excreção de Íons H+ ( formação de novo HCO3) - 50 a 100 mEq de íons H devem ser excretados por dia - Esta excreção ocorre por secreção de H pelos T.P., A.H. e T.C. - Íons H devem ser tamponados na luz tubular (HPO4= e NH4) - Acidez titulável é responsável pela excreção de 10 – 40mEq de H/dia Excreção de Íons H+ (excreção de NH4) - Excreção normal de amônio é de 30 a 40mEq/dia - Pode aumentar para mais de 300mEq/dia após carga ácida - Glutamina ⇨ NH3 + glutamato ⇨NH4 + α. Cetoglutarato ⇨ 3HCO3- Excreção de ácido = (acidez titulável + excreção de NH4) – Excreção de HCO3 Gasometria Arterial Eq. de Henderson-Hasselbalch [H] = 24 x [pCO2] / [HCO3] pH = 7,40 ± 0,05 PCO2 = 40 ± 5mmHg PO2 = 96mmHg – 0,4 x idade [HCO3] = 24 ± 2mEq/litro Excesso de Bases (BE) = 0 ± 2,5 Saturação de O2 ≥ 94% Desvio do pH normal - Compromete o bem estar geral, o equilíbrio eletrolítico, a atividade de enzimas fundamentais e a própria função celular - Em geral fatal se < 6,8 ou > 7,8 - Indica acidose se < 7,35 - Indica alcalose se > 7,45 Na avaliação de um DAB atenção aos seguintes pontos: - Observar o padrão respiratório do paciente; - Avaliar o nível de consciência; - Avaliar a presença de doença pulmonar; - Avaliar a volemia do paciente; - Avaliar sinais de hipocalcemia. Como interpretar uma gasometria arterial - Verificar o pH - Verificar a pCO2 - Verificar o HCO3 - Procurar sinais de compensação - Calcular o anion gap Para cada 0.1U de aumento no pH multiplica-se a [H] por 0.8 Para cada 0.1U de queda no pH divide-se a [H] por 0.8 6.80 6.90 7.00 7.10 7.20 7.30 7.40 7.50 7.60 7.70 7.80 (pH) 160 125 100 80 63 50 40 32 26 20 16 (H) Distúrbios do Equilíbrio Ácido-Base Metabólicos - Acidose → diminuição primária do HCO3 e queda compensatória da pCO2 - Alcalose → aumento primário do HCO3 e elevação da pCO2 Respiratórios - Acidose → aumento primário da pCO2 e elevação do HCO3- - Alcalose → queda primária da pCO2 e queda do HCO3 Características dos distúrbios AB Distúrbio pH [H+] Distúrbio primário Distúrbio compensatória Acidose metabólica ↓ ↑ ↓[HCO3-] ↓PCO2 Alcalose metabólica ↑ ↓ ↑[HCO3-] ↑PCO2 Acidose respiratória ↓ ↑ ↑PCO2 ↑[HCO3-] Alcalose respiratória ↑ ↓ ↓PCO2 ↓[HCO3-] Resposta Compensatória aos Distúrbios Ácido-Base Distúrbio Alteração primária Resposta compensatória Ac. metabólica ↓ [HCO3] Para cada queda de 1mEq/l do HCO3 ⇨ queda de 1.2mmHg da pCO2 Alc. Metabólica ↑ [HCO3] Para cada aumento de 1mEq/l do HCO3 ⇨ aumento de 0.7 mmHg da pCO2 Distúrbio Alteração primária Resposta compensatória Ac. metabólica - aguda - crônica ↑ pCO2 Para cada aumento de 10mmHg da pCO2 ⇨ aumento de 1mEq/l do HCO3 Para cada aumento de 10mmHg da pCO2 ⇨ aumento de 4,0mEq/l do HCO3 Alc. Metabólica - aguda - crônica ↓ pCO2 Para cada queda de 10mmHg da pCO2 ⇨ queda 2.0mEq/l do HCO3 Para cada queda de 10mmHg da pCO2 ⇨ queda de 4.0mEq/l do HCO3 Acidose Metabólica Queda primária no HCO3 Causas: - Acúmulo de substâncias ácidas - Perda de fluidos contendo bicarbonato - Retenção apenas de hidrogênio ANION GAP: 7 a 13mEq/l - Equilíbrio eletrolítico - Total de Cátions = Total de Ânions - Na + Cnd = Cl + Bic + And (KCaMg) SO4 PO4 Alb. Anions org. - AG = And - Cnd - And: ânions não dosados - Cnd: cátions não dosados - AG = [Na] – [Cl + HCO3] - Correção = hipoalbuminemia = para cada redução de 1g/dL na albumina sérica o AG apresenta redução de 2,5mEq/L - AG corrigido = AG + 2,5 x (4 – albumina) Ânion gap normal - Na 140 - HCO3 4 - Cl 126 - AG: 10 Ânion gap alto - Na 140 - HCO3 4 - Cl 106 - AG: 30 Aníon Gap Urinário AGU = [Na] + [K] – [Cl] - Geralmente o AGU é negativo. - Quando positivo indica que a acidose tem origem renal. Diagnóstico diferencial (Ac. metabólica): AG. Aumentado: Normoclorêmicas - Redução da excreção de ácidos - IRA e IRC - Produção de ácidos aumentada - Cetoacidose: diabética, alcoólica e jejum - Acidose lática - Intoxicações: metanol, etilenoglicol, salicilatos A.G. Normal: Hiperclorêmicas - Perda de bicarbonato digestivo - Diarréia, fístulas, derivação ureteral - Perda de bicarbonato renal - Acidose tubular renal, Inibidores da anidrase carbônica, Diuréticos poupadores de potássio - Retenção primária de hidrogênio - Nutrição parenteral total, Insuficiência renal crônica Repercussão clínica - acidose metabólica - Hiperventilação – Kussmaul - Cardiovascular – redução do DC, hipotensão, arritmias - SNC – redução do sensório - Metabólico – resistência à insulina, hipercalemia, hiperfosfatemia Quando o HCO3 < 10mEq/L o pH pode ficar <7.10, comprometendo o sistema respiratório, cardíaco e nervoso. Gasometria Parâmetros Não compensada Compensada pH < 7,35 Normal pCO2 normal < 35 HCO3- <22 <22 Estimação do déficit de HCO3- - Clássico: Déficit HCO3 = BE x Peso x 0,3 ↓ HCO3 (mEq) = 0,5 X Pc x (HCO3c- – [HCO3a]) espaço do HCO3- espaço do HCO3- = [0.4 + (2,6 ÷ HCO3-)] x Peso ∆AG / ∆HCO3 = ( AG - 10) / ( 24 – HCO3a) - 1.0 – 2.0 = acidose metabólica com AG elevado - < 1.0 = acidose metabólica com AG normal associado - > 2.0 = acidose metabólica associada com alcalose metabólica Acidose Metabólica: Controvérsias no tratamento - Acidose lática e cetoacidose diabética – evitar o uso do bicarbonato - Intoxicações por salicilatos, IR e acidose metabólica com AG normal – uso de bicarbonatoEfeitos indesejáveis do uso do bicarbonato - Hipervolemia e hipernatremia - Hipocalcemia sintomática - Redução do pH intracelular - Hipopotassemia - Alcalose de rebote Alcalose metabólica Caracterizada por: - Aumento do pH arterial - Aumento da concentração plasmática de HCO3 - Aumento da PCO2 Causas: - Perda de Hidrogênio - G.I = vômitos, aspiração - Renais = diuréticos, hiperaldo - Hipocalemia - Administração de bicarbonato - Alcalose de contração. Manutenção - Volume - Depleção de cloro - Hiperaldosteronismo - Hipopotassemia Manifestações clínicas - Não há sinais ou sintomas patognomônicos - Paciente expandido com HAS e hipocalemia - Hiperaldosteronismo - Paciente depletado com hipocalemia - Perda renal - diuréticos - Perda GI - vômitos - pH > 7,70 causa VC cerebral, queda do nível de consciência e depressão respiratória. Gasometria Parâmetros Não compensada Compensada pH > 7,5 Normal pCO2 normal > 45 HCO3- > 26 > 26 Tratamento - Reposição de solução salina isotônica - Depleção de EEC, de Cloretos e de Potássio - Reposição de ácido clorídrico - Se pH > 7.55 - Encefalopatia hepática, arritmia, intoxicação digitálica ou alteração do estado mental - HCl 0.1N = 0,5 x P x Redução desejada HCO3 Relacionamento entre K e H ↓ 0.1U pH - ↑ 0.6mEq/l K ↑ 0.1U pH - ↓ 0.4mEq/l K Abordagem do paciente com DAB - Avaliar o pH - Se pH < 7,35 = acidose - Se pCO2 > 45mmHg = Ac. Respiratória ou misto - Se HCO3 < 24mEq/l → pCO2 = 1,5 x HCO3 + 8 (± 2) - Se PCO2 dentro dos limites = Ac. Met. Isolada - Se PCO2 fora dos limites = Distúrbio misto - Se pH > 7,45 = alcalose - Se pCO2 < 35mmHg = Alc. Respiratória ou Misto - Se HCO3 > 24mEq/l → Alc. Metabólica ou Misto - Se pH entre 7,35 e 7,45 → valores normais da pCO2 e HCO3 - SIM → sem distúrbio AB - NÃO → presença de distúrbio misto
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