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05/10/2020 SEMIOLOGIA – 2º SEMESTRE 2020 SISTEMA DIGESTIVO DE GRANDES ANIMAIS: EQUINOS - COLICA: - Estômago do equino tem pequena capacidade volumétrica (8-20 litros) - Incapacidade do vomito: musculatura cárdia impedia a regurgitação, não tem estímulos no SNC para êmese. - Diminuição abrupta do diâmetro do lúmen intestinal - Flexura pélvica e cólon menor - Mucosa retal frágil- evitar palpar desnecessariamente, para evitar danos no animal. - Ceco funcional: possui grande volume hídrico. - Apreensão de alimento: com lábios e dentes -> Dentes são extremamente importantes para os equinos · O aparelho digestivo é composto por um complexo sistema estrutural cuja função básica é a de viabilizar os alimentos para a utilização do organismo animal como fonte proteica, energética, vitamínica e mineral - Boca; Faringe; Esôfago; Estômago; Intestino - BOCA: Lábios (apreensão), Dentes (mastigação), Língua, Glândulas salivares (glândulas acessórias) → umectação do alimento (parótidas e sublinguais). - FARINGE: é uma estrutura tubular, comum ao aparelho digestivo e respiratório e possui a finalidade de unir a boca ao esôfago, permitindo a deglutição. - DENTES: - Dentes decíduos 2 [ I 3/3; C 0/0; P 3/3] = 24 - Dentição permanente: 2[ I 3/3; C 1/1; P 3/4 ou 4/3; M 3/3] = 40 ou 42 - Nas éguas os caninos costumam ser muito pequenos e não irrompem, reduzindo o número para 36 ou 38 dentes – muitas vezes não conseguem irromper o dente canino. - Com o desgaste devido a mastigação, os dentes mudam seu arco de arredondado (jovem) para uma arcada dentária mais alongada – a partir de 5 anos, a arcada dentaria que era redonda, passa a ser alongada. - Por possuírem estruturas e formas que se modificam ao longo do tempo, os dentes dos equinos são propícios a uma estimativa de idade quase exata. - Infundíbulo: Aparece aos 5 anos (aos 5 anos o animal já tem todos os dentes permanentes) e desaparece aos 12. - Estrela dentária: é uma estrutura presente nos dentes dos equinos, é uma segunda dentina. Aparece aos 8 anos (aos 8 anos aparece a estrela e o infundíbulo) e desaparece aos 25 anos. - Canino se curva em direção ao interior da boca mais ou menos 8 anos. Na égua, o canino é raro ou ausente. - Sulco de Galvani: Surge no incisivo do canto. - 1⁄4 do dente superior ± 10 anos - 1⁄2 do dente superior: ± 15 anos - Todo comprimento: ± 20 anos - 1⁄2 do dente inferior: ± 25 anos - 1⁄4 do dente inferior: ± 30 anos - Diastema: é o espaço entre os dentes incisivos, que ocorrem na parte frontal da boca do cavalo e os molares, localizados no fundo -> mais comum entre os machos. - ESÔFAGO: - É uma estrutura tubular, provida de forte musculatura lisa, que proporciona a formação de ondas peristálticas responsável pelo transporte dos alimentos ao estômago. Comunica-se ao estômago pelo cárdia (uma forte estrutura muscular que se abre na passagem do alimento e permanece fechada durante a digestão gástrica - ESTÔMAGO: - Formato em “J”: lado direito + curto - Relativamente pequeno: 8 – 20 L - Região aglandular / Região glandular - Esfíncteres - Função: digestão de proteínas (HCl), digestão microbiana, redução e solubilização do conteúdo ingerido. - INTESTINO: - Intestino delgado: Duodeno, Jejuno, Íleo - comprimento de 22 m X 7,5-10 cm de largura. - Duodeno: mesoduodeno e ligamento hepatoduodenal; comprimento: 1 – 1,5 m; ductos pancreático e biliar (o fígado faz toda função biliar, pois em equinos não existe vesícula biliar); regiões cranial, descendente e ascendente - Jejuno: longo nos equinos; posição variada; diâmetro: 6 – 7 cm - Íleo: curto; diâmetro mais estreito que o jejuno; prega ileocecal; projeta-se para o interior do ceco → válvula ileocecal - Ceco (mesma função do rumem, onde ocorre a fermentação – distenção, cólica, timpanismo): Local onde a celulose é desdobrada; decomposição bacteriana (fermentação) – onde mais acumula parasitos intestinais. - Intestino grosso: composto por orifício ileocecal – prestar atenção nas feluxuras, pois são lugares onde normalmente mais tem acumulo de parasitos, formação de cólica e etc - Ceco: 1m/ 33 L - Cólon maior: dosal direito e esquerdo; ventrar direito e esquerdo; 3-4 m/ até 130 L; - Cólon transverso - Cólon menor - Reto - Ânus. EXAME CLÍNICO: - IDENTIFICAÇÃO: - Idade: observar sempre os dentes - Neonatos: diarreia neonatal - Potros jovens: verminoses - Adultos - Sexo - Machos - Fêmeas: tem um número menor de dentes. - ANAMNESE: - Manejo e alimentação: - Criação intensiva: estresse, vícios - Alimentos em pó, com baixa digestibilidade, mofados, velhos - Mudança na alimentação sem adaptação - Mão-de-obra / sobrecarga alimentar Controle parasitário: Esquema de controle parasitário (quando e com que produto) – MUDAR SEMPRE DE PRINCIPIO ATIVO! - Início do processo: agudo ou crônico? - Característica da crise - Crises anteriores - Tratamentos anteriores: Alteração da motilidade intestinal; mascarar a dor (banamine, corticoide, alguns medicamentos podem mascarar a dor no momento da avaliação) - Defecação e Micção: Aparência das fezes /urina – ingere agua? - Prenhez: Contrações (cólicas – fisiológico, vai passar assim que a fêmea parir); torção de útero, metrite (pós parto) - INSPEÇÃO: - Comportamento e atitude do animal: dor: grau e tipo – bovino é muito susceptível a dor, demonstra mais - Aparência do animal: alerta ou prostrado - Modificações do formato do abdome Grau de dor Manifestação Alteração Leve Discretas. Sem alterações nos parâmetros vitais. Moderada Cavar, deitar, rolar. Respiratória: aumento FC, dispneia. Grave Rolar, se jogar, sudorese intensa. Circulatória: mucosa, TPC alto, pulso rápido. Obs: equinos podem deitar para descansar e rolar para se coçar ou depois do banho, então sempre associar as manifestações com as alterações dos parâmetros vitais!! -Equinos com dor: vai sempre se estirar e olhar em direção ao flanco (local que está dolorido), vai deitar e levantar (impaciente – cuidado com coice ou pisão), sudorese excessiva e o macho ainda pose apresentar exposição peniana (priapismo) - Timpanismo de cólon maior: compactação gástrica; - Timpanismo de ceco: compactação gástrica; - Timpanismo ceco-cólico: compactação gástrica AVALIAÇÃO DOS PARÂMETROS VITAIS - Temperatura retal - Hipotermia → choque - Febre → inflamação ou infecção - Frequência respiratória - Aumentada devido à dor, acidose metabólica, compressão - Pneumonia por aspiração, Hérnia diafragmática - Diminuída devido à alcalose metabólica - Frequência cardíaca e Pulso - FC aumentada → dor, hipovolemia, endotoxemia - FC e pulso elevados → dor - Pulso fraco → hipovolemia, DC baixo - Pulso filiforme e fraco → choque hipovolêmico ou endotoxêmico – entrar com fluido! - Mucosas e TPC - Avalia a perfusão sanguínea - Vasoconstrição: incial → mucosas pálidas e TPC - Persistente → mucosas cianóticas e TPC - Avançada → mucosas congestas, TPC -Halo endotoxêmico - Hidratação - Desidratação leve (5-10), moderada (10) ou grave (>15) - Avaliação: turgor cutâneo, umidade e viscosidade da mucosa oral, retração do globo ocular - CAVIDADE ORAL: ? Galndulas salivares: fenda palatina em potros - Palpação: exterma: cabela, articulação, mandíbula - Dor, aumento de volume, massa - Olfação -FARINGE: inspeção em busca de corpo estranho - ESÔFAGO: - Inspeção: estenose, endoscopia (perfuração, ulceração, inflamação) - Palpação: obstrução, ruptura (crepitação), megaesofago - ABDOME - Palpação - Externa: compressão digital profunda (peritonite) → dor, contração - Retal: importante - 2/3 da cavidade abdominal é palpável - Conhecimento da anatomia - Animal precisa estar sempre bem contido (seu limiar de dor é baixo, então ele não vai deixar ficar cutucando) - Cuidados para evitar ruptura do reto -> mucosa do reto é muito irrigada e friável (fácil de romper), portanto, muito cuidado na hora de palpar! - 1ª: cólon menor - Dorsal: aorta, mesentério, artéria mesentérica cranial - DD: base do ceco – válvula ileocecal → tensão das tênias - Flexura pélvica - Percussão: Presença de gás ou líquido nas alças ou peritônio- Som timpânico / som maciço - Auscultação: Tipo, quantidade e tempo de alimentação (de 6-12 horas para esvaziamento dos intestinos) - 4 / 4 – ventral, dorsal, cranial e caudal - Dor → hipomotilidade – animal não está evacuando, muitas vezes, ao se movimentar, o animal volta a ter motilidade - Timpanismo / obstrução → hipermotilidade → hipomotilidade→ ileus - Som metálico AUSCULTAÇÃO - Nos equinos: Borborigmos de 4 – 8 por minuto - Lado direito: ceco (avaliar os movimentos e a descarga da válvula íleo-cecal: 1/1min); cólon ventral e cólon dorsal; intestino delgado (crânio-ventral) - Lado esquerdo: fossa paralombar – cólon menor; avaliar cólon ventral e dorsal; intestino delgado (acima e cranial ao cólon menor) - Ventralmente: cólon ventral e flexura pélvica; estômago. - SONDAGEM NASOGÁSTRICA - Fornecimento de água (8-20 litros) - Fornecimento de alimento, caso o animal não esteja conseguindo se alimentar/mastigar - Fornecimento de medicações via oral - Descompressão → dor (equinos não vomitam, mas sondando é possível ocasionar a eliminação de gases) - Contenção - Passagem da sonda: Narina, Esôfago, Estômago - Avaliação do conteúdo: Volume, Cor, Odor, pH - LAVAGEM GÁSTRICA - Conteúdo ou muco * Desidratação – administrar água pela sonda gastrica - Retirada da sonda: tampar a extremidade para não causar intussucepsão. Cuidado - EXAMES COMPLEMENTARES -Paracentese abdominal: · Avaliação do líquido: cor pálida, claro · PT = < 2,5 g/dL · CN = < 5.000/mL · Predomínio de PMNs / céls. Mesoteliais · Morfologia celular · Presença de bactérias · [Fb] > 100 mg/dL → inflamação aguda - Avaliação ultrassonográfica - Hemograma: hematócrito, PT (por conta da desidratação) - Radiografia - Endoscopia - Laparoscopia – pouco utilizada em equinos.
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