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Tutoria 14/06 Tema central: ISTs 1) Conhecer as políticas públicas voltadas para as ISTs - Criado em 1986, o Departamento de Vigilância Prevenção e Controle das IST, do HIV/Aids e das Hepatites Virais (DIAHV) tornou-se referência mundial no tratamento e atenção à aids e outras infecções sexualmente transmissíveis. Ligado à Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde , o Departamento trabalha para reduzir a transmissão do HIV/aids e das hepatites virais e para promover a qualidade de vida dos pacientes. - Resultado para a sociedade O DIAHV tem dois grandes objetivos: ● Reduzir a transmissão do HIV, das infecções sexualmente transmissíveis e das hepatites virais. ● Melhorar a qualidade de vida das pessoas com IST, HIV, aids e hepatites virais. - Grandes eixos Para atingir o resultado para a sociedade, seis grandes processos são considerados prioridade: ● Fortalecimento da rede de atenção e linhas de cuidado às IST, aids e hepatites virais. ● Prevenção e diagnóstico precoce da infecção pelo HIV e pelas hepatites virais e redução de risco e vulnerabilidade. ● Promoção de direitos humanos e articulação com redes e movimentos sociais. ● Aprimoramento e desenvolvimento da vigilância, informação e pesquisa. ● Aprimoramento da governança e da gestão. ● Acesso universal aos medicamentos, preservativos e outros insumos estratégicos. - Missão Formular e fomentar políticas públicas de IST, HIV/aids e hepatites virais de forma ética, eficiente e participativa, fundamentadas nos Direitos Humanos e nos princípios e diretrizes do SUS. - Visão Contribuir para e excelência do Sistema Único de Saúde respondendo de forma ousada, inovadora e com forte articulação política às necessidades da população em relação às IST, HIV/aids e hepatites virais. - Uma das portarias que regulamentam a aplicação da Política Nacional de IST/aids é a Nº 1 de 16 de janeiro de 2013 que traz em seu texto a Tabela de Serviços Especializados no Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde e a Regulamentação de tais Serviços de Atenção às IST. São eles: -Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA): realiza ações de testagem e prevenção das IST; -Serviço de Atendimento Especializado (SAE): unidade ambulatorial; http://portal.saude.gov.br/portal/saude/Gestor/area.cfm?id_area=1498 http://portal.saude.gov.br/portal/saude/Gestor/area.cfm?id_area=1498 http://www.saude.gov.br/ -Centro de Referência e Treinamento: multiplicação dos conhecimentos, informações técnicas, capacitação das equipes de saúde e assistência em diversas subespecialidades; -Assistência Domiciliar Terapêutica em aids: assistência multiprofissional prestada às pessoas com HIV/aids, em nível domiciliar; -Unidade Dispensadora de Medicamentos (UDM): responsável pela dispensa de medicamentos. - Ao falarmos de Políticas Públicas de IST não podemos deixar de lado o papel de ONG’s organizadas que lutaram para que as pessoas vivendo com HIV/aids tivessem seus direitos reconhecidos pelo Estado. Essas importantes organizações não-governamentais começaram a surgir entre 1985 e 1991. - A primeira foi o Grupo de Apoio à Prevenção à aids (GAPA), segundo Galvão (2000) teve sua fundação em 1985. Como o próprio nome diz, o GAPA era um grupo de apoio que buscava informações sobre o tratamento e transmissão do HIV. Segundo Ramos (2004) sua fundação contou com diversos autores sociais “militantes de esquerda, pessoas ligadas ao movimento homossexual, advogados, intelectuais e médicos que atuavam no programa estadual de atenção à aids”. Essa diversificação de autores fez com que o GAPA agisse de maneira forte e organizada, buscando ações do Estado nas áreas de pesquisa sobre o tema e tratamento garantido para as pessoas vivendo com HIV/aids. O GAPA possui sedes espalhadas por todo o Brasil e continua lutando contra o preconceito que envolve as pessoas vivendo com aids. - Esses movimentos sociais foram diferenciais na vida dos soropositivos quando se tinha pouca informação. Os grupos de apoio foram responsáveis por abrigar pessoas que, por causa de sua soropositividade, foram expulsas de casa. 2) Elucidar as principais ISTs (agentes etiológicos, vias de transmissão e importância de medidas para a sua prevenção) - As Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST), que anteriormente eram conhecidas por DST's, como a gonorreia ou a AIDS, podem surgir quando se tem relações sexuais sem camisinha, seja através do contato íntimo vaginal, anal ou oral. Porém, as chances de contágio aumentam quando se tem vários parceiros no mesmo período de tempo, e estas doenças afetam igualmente homens e mulheres de todas as idades. - Geralmente, essas infecções causam sintomas que afetam os órgãos genitais, como dor, vermelhidão, pequenas feridas, corrimento, inchaço, dificuldade para urinar ou dor durante o contato íntimo e, para identificar a doença correta, é necessário ir no ginecologista ou urologista, para fazer exames específicos. - Para o tratamento, normalmente, o médico indica o uso de antibióticos ou antifúngicos em forma de comprimido ou pomadas, pois a maior parte das IST têm cura, à exceção da AIDS e da herpes. A seguir estão indicados os sintomas e formas de tratamentos de todas as IST's, também chamadas de infecções sexualmente transmissíveis e doenças venéreas. Clamídia - A clamídia pode causar sintomas como corrimento amarelado e espesso, vermelhidão nos órgãos genitais, dor na pélvis e durante o contato íntimo, porém em muitos casos a doença não causa sintomas e a infecção passa despercebida. - A doença, que é causada por uma bactéria, pode ser causada por contato íntimo desprotegido ou através do compartilhamento de brinquedos sexuais, por exemplo. - Como tratar: normalmente, o tratamento é feito com antibióticos como Azitromicina ou Doxiciclina - A clamídia é a infecção sexualmente transmissível mais comum no mundo. É causada por uma bactéria chamada Chlamydia trachomatis e pode ou não gerar sintomas. O motivo de tantos casos da doença pelo mundo é que pessoas com clamídia assintomática se tornam agentes propagadores da doença sem saber. - A transmissão da clamídiaacontece por meio de relações sexuais desprotegidas e também pode ocorrer a transmissão da mãe para o filho na hora do parto normal. - Cerca de 80% das mulheres não apresentam sintomas, no entanto, estes podem ser: corrimento vaginal amarelo e espesso, dor abdominal, queimação ao urinar, dor durante o contato íntimo e perda de sangue entre os períodos menstruais. Para o homem: coceiras na abertura do pênis, dor e inchaço nos testículos e proctite (inflamação no ânus). - Nas grávidas, infecções por clamídia podem levar ao parto prematuro. Os bebês infectados podem desenvolver algumas complicações, como pneumonia e conjuntivite. E em casos mais graves e raros, pode causar a morte da criança. - A clamídia tem cura e o tratamento é simples, feito com a administração de antibióticos. É altamente recomendável que os parceiros sexuais também façam todos os exames para não correrem riscos futuros. Gonorreia - A gonorreia é uma doença causada por bactérias, também conhecida como esquentamento, que pode surgir em homens e mulheres e, é transmitida por contato íntimo desprotegido ou através do compartilhamento de brinquedos sexuais. A bactéria, pode causar dor ao urinar, corrimento amarelado semelhante a pus, hemorragia vaginal fora da menstruação, dor abdominal, bolinhas vermelhas na boca ou dor durante o contato íntimo, por exemplo. Como tratar: o tratamento deve ser feito com o uso de Ceftriaxona e Azitromicina, de acordo com a recomendação do médico, e, caso não seja feito pode afetar as articulações e o sangue, podendo pôr em risco a vida. A gonorreia também é uma infecção sexualmente transmissível muito comum, muitas vezes confundida com a clamídia por terem sintomas muito parecidos. Também é uma infecção bacteriana, mas causada pela Neisseria gonorrhoeae também conhecida como gonococo. A gonorreia tem cura e o tratamento é feito com a administração de antibióticos. Apesar de popularmente ser considerada uma doença masculina, já que 90% dos homens apresentam sintomas, as mulheres podem ser contaminadas também. Porém, 50% das mulheres infectadas não apresentam sintomas, se tornando agentes propagadoras da doença sem saber. É comum que a bactéria se prolifere em ambientes úmidos e quentes, o que acaba facilitando o seu crescimento em locais como os órgãos genitais, a garganta e os olhos. As infeções quando não tratadas, podem ter implicações graves como a infertilidade, dor durante as relações sexuais, gravidez ectópica (quando o embrião se desenvolve nas trompas de Falópio) e doença inflamatória pélvica (DIP). A gonorreia pode passar da mãe para o bebê durante a gravidez ou na hora do parto normal. Nesses casos, a infecção atinge principalmente os olhos do recém-nascido, em uma forma grave de conjuntivite. HPV Esta infecção é causada pelo vírus do papiloma humano (HPV), que leva ao crescimento de lesões na pele dos órgãos genitais de homens ou mulheres que podem ter textura suave ou rugosa, cor que varia com o tom de pele e não causam dor mas são contagiosas. Como tratar: as verrugas genitais não têm cura, pois o vírus do HPV permanece adormecido no corpo, porém existe tratamento com a aplicação de pomadas como Aldara ou Wartec sobre as verrugas. As crises podem surgir devido ao consumo excessivo de álcool, cansaço elevado e estresse, por exemplo. Herpes genital O herpes genital é uma doença facilmente transmissível, causada pelo vírus do herpes genital e provoca pequenas bolinhas vermelhas na pele muito próximas umas das outras, contendo um líquido rico em vírus, de cor amarelada e com vermelhidão ao redor que causa coceira, afetando principalmente as coxas, anus e órgãos genitais. Além disso, podem causar febre e dor ao urinar e corrimento no caso da mulher. Como tratar: o tratamento deve ser feito com remédios como Aciclovir, Valaciclovir ou Famciclovir, ajudando a diminuir o desconforto causado pelos sintomas, pois a infecção não tem cura e os sintomas podem demorar até 20 dias a desaparecer. Tricomoníase A tricomoníase é causada por um parasita que causa sintomas como corrimento acinzentado ou verde-amarelado e espumoso com mau cheiro forte e desagradável, além de que poder causar vermelhidão, coceira intensa e inchaço dos órgãos genitais. A infecção é pouco comum e também pode ser transmitida pelo compartilhamento de toalhas úmidas, banho ou uso de jacuzzi e o tratamento é feito com a toma de Metronidazol. Como tratar: geralmente o tratamento desta infecção é feito com o uso de antibióticos, como Metronidazol ou Tioconazol, por 5 a 7 dias. Caso o tratamento não seja feito, há maiores chances de desenvolver outras infecções, ter um parto prematuro ou desenvolver prostatite. AIDS A AIDS provoca sintomas como febre, suores, dor de cabeça, sensibilidade à luz, dor de garganta, vômitos e diarreia e a doença não tem cura, apenas tratamento para diminuir os sintomas e aumentar o tempo e qualidade de vida. Como tratar: o tratamento é feito com medicamentos antirretrovirais, como Zidovudina ou Lamivudina, por exemplo, que são fornecidos gratuitamente pelo SUS. Estes medicamentos combatem o vírus e fortalecem o sistema imune, mas não curam a doença. Cancro mole Causado pela bactéria Haemophilus ducreyi, transmite-se pela relação sexual com uma pessoa infectada sem o uso da camisinha masculina ou feminina. Provoca feridas múltiplas e dolorosas de tamanho pequeno com presença de pus, que aparecem com frequência nos órgãos genitais. Podem aparecer nódulos (caroços ou ínguas) na virilha. Ao se observar qualquer sinal e sintoma de cancro mole, a recomendação é procurar um serviço de saúde. O tratamento deverá ser prescrito pelo profissional de saúde. Hepatite B - Causada pelo vírus HBV, a hepatite do tipo B é uma doença infecciosa. Como o vírus está presente no sangue, no esperma e no leite materno, a hepatite B é considerada uma doença sexualmente transmissível. O principal órgão afetado pela doença é o fígado que pode desenvolver cirrose hepática ou câncer. - As hepatites viraissão silenciosas, às vezes a pessoa pode portar o vírus sem saber. O vírus da Hepatite B só pode ser detectado 60 dias após a infecção, pois os anticorpos demoram a reconhecê-lo. E os sintomas podem demorar até seis meses para se manifestar, o que prejudica o diagnóstico precoce da doença. - A hepatite B também pode ser transmitida da mãe para o bebê. Ou na gestação ou na amamentação. A melhor e mais eficaz maneira de prevenir a Hepatite B é tomando a vacina. Não compartilhe objetos cortantes e perfurantes e sempre use preservativo nas relações sexuais. 3) Compreender a sífilis (tipos, complicações, sintomas, exames para diagnóstico, tratamentos…) - A sífilis é uma infecção causada pela bactéria Treponema pallidum que, na maior parte dos casos, é transmitida através da relação sexual sem proteção. Os primeiros sintomas são feridas indolores no pênis, no ânus ou na vulva que, se não forem tratadas, desaparecem espontaneamente e retornam depois de semanas, meses ou anos nas suas formas secundária ou terciária, que são mais graves. A sífilis tem cura e o seu tratamento é feito através de injeções de penicilina, orientadas pelo médico de acordo com a fase da doença em que o paciente se encontra. 1. Sífilis primária A sífilis primária é o estágio inicial da doença, que surge cerca de 3 semanas após o contato com a bactéria responsável pela doença, o Treponema pallidum . Essa fase é caracterizada pelo aparecimento do cancro duro, que corresponde a uma pequena ferida ou caroço que não dói ou causa desconforto, e que desaparece após cerca de 4 a 5 semanas, sem deixar cicatrizes. Nos homens, essas feridas geralmente aparecem em volta do prepúcio, enquanto nas mulheres elas surgem nos pequenos lábios e na parede vaginal. Também é comum o aparecimento dessa ferida no ânus, na boca, na língua, nas mamas e nos dedos das mãos. Neste período, também podem surgir ínguas na virilha ou próximo à região afetada. 2. Sífilis secundária Após o desaparecimento das lesões do cancro duro, que é um período de inatividade pode durar de seis a oito semanas, a doença poderá entrar novamente em atividade caso não seja identificada e tratada. Desta vez, o comprometimento ocorrerá na pele e nos órgãos internos, já a bactéria foi capaz de multiplicar e se espalhar para outros locais do corpo por meio da corrente sanguínea. As novas lesões são caracterizadas como manchas rosadas ou pequenos caroços acastanhados que surgem na pele, na boca, no nariz, nas palmas das mãos e nas plantas dos pés, podendo haver algumas vezes também descamação intensa da pele. Outros sintomas que podem surgir são: ● Manchas vermelhas na pele, na boca, no nariz, nas palmas das mãos e nas plantas dos pés; ● Descamação da pele; ● Ínguas em todo o corpo, mas principalmente na região genital; ● Dor de cabeça; ● Dor muscular; ● Dor de garganta; ● Mal estar; ● Febre leve, geralmente abaixo de 38ºC; ● Falta de apetite; ● Perda de peso. Essa fase continua durante os dois primeiros anos da doença, e surge em forma de surtos que regridem espontaneamente, mas que passam a ser cada vez mais duradouros. 3. Sífilis terciária A sífilis terciária aparece em pessoas que não conseguiram combater espontaneamente a doença na sua fase secundária ou que não fizeram o tratamento adequado. Neste estágio, a sífilis é caracterizada por: ● Lesões maiores na pele, boca e nariz; ● Problemas em órgãos internos: coração, nervos, ossos, músculos, fígado e vasos sanguíneos; ● Dor de cabeça constante; ● Náuseas e vômitos frequentes; ● Rigidez do pescoço, com dificuldade para movimentar a cabeça; ● Convulsões; ● Perda auditiva; ● Vertigem, insônia e AVC; ● Reflexos exagerados e pupilas dilatadas; ● Delírios, alucinações, diminuição da memória recente, da capacidade de orientação, de realizar cálculos matemáticos simples e de falar quando há paresia geral. Esse sintomas costumam surgir depois de 10 a 30 anos da infecção inicial, e quando o indivíduo não é tratado. Por isso, para evitar complicações em outros órgãos do corpo, deve-se fazer o tratamento logo após o surgimento dos primeiros sintomas da sífilis. A sífilis congênita acontece quando o bebê adquire sífilis durante a gestação ou no momento do parto, sendo normalmente devido à mulher que possui sífilis não fazer o tratamento correto para doença. A sífilis durante a gravidez pode causar aborto, mal formações ou morte do bebê ao nascer. Em bebês vivos, os sintomas podem surgir desde as primeiras semanas de vida até mais de 2 anos após o nascimento, e incluem: ● Manchas arredondadas de cor vermelho pálido ou cor de rosa na pele, incluindo a palma das mãos e a sola dos pés; ● Irritabilidade fácil; ● Perda de apetite e da energia para brincar; ● Pneumonia; ● Anemia ● Problemas nos ossos e nos dentes; ● Perda da audição; ● Deficiência mental. O tratamento para sífilis congênita costuma ser feito com o uso de 2 injeções de penicilina por 10 dias ou 2 injeções de penicilina por 14 dias, dependendo da idade da criança. Sífilis tem cura? A sífilis tem cura e pode ser facilmente tratada com injeções de penicilina, mas seu tratamento deve ser iniciado o mais rapidamente possível para evitar o surgimento de complicações graves em outros órgãos como o cérebro, o coração e os olhos, por exemplo. Como diagnosticar a sífilis Para confirmar que se trata de sífilis o médico deve observar a região íntima da pessoa e investigar se ela teve contato íntimo sem camisinha. Mesmo se não houver nenhuma ferida da região genital, nem outras partes do copo o médico pode solicitar um exame chamado VDRL que identifica o Treponema pallidum no organismo. Esse exame normalmente é realizado em cada trimestre de gestação em todas as grávidas porque a sífilis é uma doença grave que a mãe pode passar para o bebê, mas que é facilmente curada com antibióticos prescritos pelo médico. ** VDRL= Estudo Laboratorial de Doenças Venéreas
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