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Cuidado integral aos pacientes nas doenças infecto-parasitarias AULA 2 – FEBRE AMARELA Histórico Foi responsável por aumento das mortes -século XVIII e XX -> repetidas epidemias (regiões tropicais da américa do sul e África) – surtos locais distantes (américa do Norte, caribe e Europa) 1900: Aedes aegypti identificado como transmissor do vírus -> de controle do vetor -> significativo declínio da doença fora das áreas tropicais endêmicas. 1903: início da campanha de controle (Oswaldo Cruz) 1937: introdução da vacina contra a febre amarela no país + intenso combate ao vetor, imunização em massa na década seguinte levaram à eliminação da doença nas áreas urbanas no Brasil. Os registros dos últimos casos de febre amarela urbana -> 1942 (AC) -> febre amarela urbana não foi mais registrada Ciclo de transmissão silvestre passou a predominar com registros de epidemias. Os maiores surtos da história da febre amarela silvestre (FA) no Brasil – desde que esse ciclo de transmissão foi descrito na década de 1980 –, ocorreram nos anos de monitoramentos 2016/2017 e 2017/2018, quando foram registrados cerca de 2,1 mil casos e mais de 700 óbitos pela doença. No período de monitoramento (2019/2020), iniciado em julho/2019, foram notificados 1.087 eventos envolvendo a morte de macacos com suspeita de FA, das quais 38 epizootias foram confirmadas por critério laboratorial. As detecções do vírus amarílico em primatas não humanos (PNH) foram registradas em São Paulo (3), Paraná (34) e Santa Catarina (1), sinalizando a circulação ativa do vírus nesses estados e o aumento do risco de transmissão às populações humanas. A despeito da ausência de casos confirmados até então, a ocorrência de epizootias em PNH por FA em diversos estados da região extra-Amazônica indica risco de transmissão para as populações humanas durante o período sazonal. Assim, os serviços de vigilância devem atuar de modo a ampliar a capacidade de detecção precoce do vírus, preferencialmente em PNH. A busca ativa e a vacinação de indivíduos não vacinados nas áreas com registros de mortes de PNH devem ser intensificadas, sobretudo nas áreas com evidências de presença do vírus (em humanos, PNH ou mosquitos). Atualmente, o Brasil tem registros apenas de febre amarela silvestre, ou seja, transmitida por mosquitos que vivem no campo e florestas. Os últimos casos de febre amarela urbana (transmitida pelo Aedes aegypti) foram registrados em 1942, no Acre. Febre amarela silvestre (FA) é uma doença endêmica no Brasil (amazônia) • Todos os anos acontece dentro do esperado. Período epidêmico são registrados ocasionalmente, caracterizando a reemergência do vírus no país (extra-amazônica) O padrão temporal de ocorrência é sazonal -> maior parte dos casos incide entre dezembro e maio. Surtos -> periodicidade irregular, quando o vírus encontra condições favoráveis para a transmissão. 1. Doença infecciosa febril aguda • Síndrome ictérica febril 2. Artrópodes -> vírus (arbovírus) -> gênero flavivírus, família flaviviridae 3. Incubação -> 3 e 6 dias (até 10 a 15 dias) 4. Transmissibilidade -> 24/48 horas antes – 3/5 dias início dos sintomas. 5. Mosquito infectado -> transmite por seis a oito semanas TRANSMISSÃO O vírus é mantido na natureza por transmissão entre primatas não humanos (PNH) e mosquitos silvestres arbóreos. • Gênero haemagogus • Gênero sabethes o Epizootia Número alto de PNH adoece e morre • Evento sentinela (morte dos macacos) A febre amarela silvestre uma zoonose, sua transmissão não é passível de eliminação necessitando de vigilância e manutenção das ações de controle. Mosquito (fêmeas) se infectam -> sangue de primata ou do homem infectado com o vírus. Depois de infectado -> pica uma pessoa saudável (não vacinada contra a febre amarela) e transmite a doença Não existe transmissão de uma pessoa para outra diretamente. ESPECTRO CLÍNICO o sinal de Faget (bradicardia acompanhando febre alta) 60% assintomático QUADRO CLÍNICO – EVOLUÇÃO PRA FORMA GRAVE Surgimento súbito de febre alta, contínua, cefaleia intensa e duradoura, inapetência, náuseas e mialgia. Cefaleia e mialgia em maior intensidade, náuseas e vômitos frequentes, icterícia e pelo menos oligúria ou manifestações hemorrágicas (epistaxe, hematêmese e metrorragia) Período de remissão (6 a 48 horas entre o 3° e 5° dia) -> agravamento da icterícia, insuficiência renal e fenômenos hemorrágicos de grande monta. DIAGNÓSTICO CLÍNICO E EPIDEMIOLÓGICO – CASO SUSPEITO Individuo com exposição em área afetada recentemente (em surto) ou em ambientes rurais e/ou silvestres Até 7 dias de quadro febril agudo (aferido ou relatado) + 2 ou + sinais e sintomas: cefaleia, mialgia, lombalgia, mal-estar, calafrios, náuseas, icterícia e/ou manifestações hemorrágicas. Residente ou procedente de área de risco para FA, nos 15 dias anteriores, que não tenha comprovante de vacinação ou com a primeira dose há menos de 30 dias. Diagnóstico específico: sorologia IgM (ELISA), isolamento viral, RT-PCR, bilirrubina, AST-ALT, ureia e creatinina. A doença é de notificação compulsória e imediata, portanto todo caso suspeito deve ser prontamente comunicado por telefone, fax ou e-mail às autoridades (centros de vigilância epidemiológica das secretarias de saúde dos estados e municípios), por se tratar de doença grave com risco de dispersão para outras áreas do território nacional e mesmo internacional. A notificação deve ser registrada por meio do preenchimento da Ficha de Investigação de Febre Amarela, do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan). ATENÇÃO! Caso o profissional de saúde receba ou fique sabendo de algum macaco morto encontrado pela população, orientar que todo macaco morto deve ser capturado e encaminhado (com urgência) para realização de exames. O serviço de captura é realizado gratuitamente por profissionais dos órgãos competentes definidos pelas secretarias de saúde locais. TRATAMENTO 1. Não existe um tratamento especifico 2. Tratamento de apoio -> iniciado em caso de suspeita clínica -> exames diagnósticos que demoram em média até uma semana 3. Tratamento apenas sintomático -> pacientes que hospitalizado deve permanecer em repouso, com reposição de líquidos. 4. Pacientes que apresentam quadros clínicos clássicos e/ou fulminantes -> atendimento em unidade de terapia intensiva. VACINA – PREVENÇÃO Esquema de vacinação • 9 meses e 4 anos: 9 meses 1° dose – 4 anos reforço. • 10 anos a 59 anos (verificar situação vacinal anterior): DOSE ÚNICA. • ≥60 anos: vacinar apenas se residir/deslocar -> transmissão ativa da FA (observar contraindicações) • Gestantes e mulheres amamentando (>6 meses): vacinar apenas se residir em local próximo de confirmação de circulação do vírus (se não tiver nenhuma contraindicação) • Pessoas vivendo com HIV/AIDS: desde que não apresentem imunodeficiência grave. Em 2017, o Ministério da Saúde seguiu as orientações da OMS de ofertar apenas uma dose da vacina de febre amarela durante toda a vida. Porém, estudos científicos recentes demonstraram uma diminuição na resposta imunológica da criança que é vacinada muito cedo, aos 9 meses, como prevê o Calendário Nacional de Vacinação da criança. Por isso, a pasta passará a ofertar, em 2020, uma dose de reforço para as crianças aos quatro anos de idade. Contraindicação: • Para crianças menores de 6 meses de idade • Para o imunodeprimido grave, independentemente do risco de exposição • Portadores de doenças autoimunes (consultaro manual de EAPV) • Imunossupressão secundária à doença ou terapias • Em uso de imunossupressores. • Em uso de medicações anti-metabólicas • Transplantados e em quimioterapia • Hipersensibilidade grave ou doença neurológica após dose prévia da vacina • Reação alérgica grave ao ovo.
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