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Cuidado Integral à Saúde do Adulto 1 AULA 12 – ALTERAÇÕES DERMATOLOGICAS ANATOMIA DA PELE Dermatose é um conjunto de doenças da pele, caracterizada por manifestações alérgicas persistentes, cujos sintomas de uma forma geral são formação de bolhas, coceira, inflamações e escamação da pele Etiologia: fúngica, viral e bacteriana PIODERMITES BACTERIANAS São infecções bacterianas da pele formadoras de pus Podem ser primárias ou secundárias • Primárias: originam-se na pele com aparência prévia normal e são habitualmente causadas por um único microrganismo. • Secundárias: originam-se de um distúrbio cutâneo preexistente ou da ruptura da integridade da pele em consequência de lesão ou cirurgia. Em ambos os casos, vários microrganismos podem ser implicados (p.ex., Staphylococcus aureus, estreptococos do grupo A). FOLICULITE É uma infecção dos folículos pilosos causadas por bactérias, predominantemente do tipo estafilococos e pode ser desencadeada por certos fungos como o Tinea barbae (foliculite na barba) e por vírus herpes simplex (foliculite herpética) • Pápulas ou pústulas isoladas ou múltiplas aparecem próximo aos folículos pilosos. São habitualmente causados por estafilococos, embora os agentes etiológicos possam ser bacilos gram-negativos se houver comprometimento do sistema imune Costuma afetar a área: - barba dos homens que se barbeiam - pernas das mulheres quando elas se depilam - outras áreas incluem as axilas, o tronco e as nádegas. A pseudofoliculite da barba (Barba encravada) ocorre predominantemente na face de homens afro descendentes e de homens com cabelos encaracolados, em consequência do ato de se barbear. Os pelos encravados apresentam uma raiz encurvada, que cresce em um ângulo mais agudo e que perfura a pele, provocando uma reação irritativa. Tratamento: • Evitar se barbear. • Uso de loções especiais ou antibióticos ou o emprego de uma escova de mão para desalojar mecanicamente os pelos. x FURÚNCULO Furúnculo é uma infecção de pele, em geral causada pela bactéria Staphylococcus aureus, que acomete o folículo piloso, a glândula sebácea e o tecido subcutâneo ao redor; • Sua principal característica é a formação de um abscesso; • Constitui uma forma profunda de foliculite; • A furunculose refere-se a lesões recorrentes. A lesão surge especialmente nas regiões com pelos e mais expostas à umidade, pressão e atrito, ou a substâncias gordurosas que facilitam a obstrução dos folículos pilosos. Face, pescoço, axilas, coxas e nádegas são as áreas mais vulneráveis. • Furúnculo • Pequena espinha dolorosa, elevada e avermelhada. • Com frequência, a infecção progride e acomete a pele e o tecido adiposo subjacente, causando hipersensibilidade, dor e celulite circundante • A área de rubor e induração representa um esforço do organismo para manter a infecção localizada • As bactérias (habitualmente estafilococos) produzem necrose do tecido invadido. • A ponta característica de um furúnculo ocorre em poucos dias. • Quando isso acontece, • o centro torna-se amarelado ou negro • Furúnculo “amadureceu”. CARBÚNCULO Carbúnculo ou antraz é uma doença infecciosa aguda provocada pela bactéria Bacillus anthracis Considerada uma zoonose Aparecem mais em áreas onde a pele é espessa e inelástica, como a nuca e as nádegas • É caracterizada por formar uma bolha indolor, que se torna uma úlcera negra uma semana ou duas após a exposição. • Apenas quando afeta os gânglios linfáticos causa dor. • A infecção cutânea é a menos mortal de todas, mas se não for tratada, a infecção pode entrar na corrente sanguínea e causar morte em 20% dos casos • febre alta, dor, leucocitose Os furúnculos e os carbúnculos têm mais tendência a ocorrer em pacientes com doenças sistêmicas subjacentes, como DM ou neoplasias hematológicas malignas, bem como naqueles que recebem terapia imunossupressora para outras doenças. São mais prevalentes em climas quentes, particularmente na pele sob roupas aderentes. ERISIPELA É uma infecção cutânea aguda de etiologia essencialmente estreptocócica (Streptococcus Pyogenes) por vezes recidivante. Fatores de risco: • Linfedema crônico (retenção de líquido pelo bloqueio de vasos linfáticos); • Úlcera crônica ou lesão traumática; • Imunossupressão; • Obesidade. Quadro clínico: Início súbito, com febre (38,5-40ºc) e arrepios; • 12-24 horas, o aparecimento de placa eritematosa (vermelha viva), edematosa, quente e dolorosa, de limites bem definidos e geralmente localizada a um membro inferior. Tratamento: • Antibioterapia (Penicilina ); Repouso com elevação do membro; Utilização de antimicrobianos tópicos. CELULITE Infecção em geral estafilocócica da derma profunda e hipoderme; Quadro semelhante ao da erisipela, porém, de localização mais profunda, com limites imprecisos. TRATAMENTO CLÍNICO Ao tratar as infecções estafilocócicas, é importante não romper nem destruir a parede protetora de induração que localiza a infecção; • O furúnculo ou a espinha nunca devem ser espremidos; • A antibioticoterapia sistêmica, selecionada pela cultura e antibiograma, é geralmente indicada; (cloxacilina e a dicloxacilina /cefalosporinas e a eritromicina também são efetivas). Para promover conforto, aconselha-se o repouso no leito para pacientes com furúnculos no períneo ou na região anal, e indica-se um ciclo de antibioticoterapia sistêmica para evitar a disseminação da infecção; Quando o pus é localizado e flutuante, uma pequena incisão com bisturi pode acelerar a resolução, aliviando a tensão e garantindo a evacuação direta do pus e dos resíduos (manter a lesão em drenagem coberta com um curativo). CUIDADOS DE ENFERMAGEM Os líquidos intravenosos (IV), a redução da febre e outros tratamentos de suporte estão indicados para pacientes com infecção aguda; As compressas quentes e úmidas aceleram a resolução do furúnculo ou do Carbúnculo; A pele adjacente pode ser limpa delicadamente com sabão antibacteriano, e pode-se aplicar uma pomada antibacteriana; Os profissionais de enfermagem devem seguir rigorosamente as precauções padrão para evitar transformar-se em portadores de estafilococos. AUTOCUIDADO AOS PACIENTES • Aumentar a resistência do paciente e fornecer um ambiente higiênico. • Quando as lesões estão drenando ativamente, o colchão e o travesseiro devem ser cobertos com material plástico e limpos diariamente com desinfetante; as roupas de cama, as toalhas e as roupas de uso pessoal devem ser lavadas depois de cada uso, e o paciente deve usar um sabonete e xampu antibacterianos por um período indefinido, • A infecção recorrente é evitada com o uso de antibioticoterapia a • longo prazo (mais de cerca de 3 meses). • O exsudato purulento constitui a fonte de reinfecção ou de transmissão da infecção para os cuidadores. DERMATOSES INFLAMATÓRIAS NÃO INFECCIOSAS PSORÍASE Doença de pele mais comum Não existe nenhuma cura conhecida. Acreditar-se que resulte de um defeito hereditário que leva à produção excessiva de queratina. O início pode ser observado em qualquer idade, porem é mais comum entre 15 e 35 anos. Tem tendência a melhorar e, em seguida, a sofrer recidiva periodicamente durante toda a vida. • Psoríase Influência imunológica • Estresse e ansiedade agravam a condição • Traumatismo, as infecções e alterações sazonais e hormonais também constituem fatores deflagradores. • As cél. da camada basal dapele dividem- se com rapidez, • Cél. recentemente formadas movem-se com rapidez para a superfície da pele que se tornam como escamas profusas ou placas de tecido epidérmico. • Em consequência do número aumentado de células basais e da rápida passagem das células • Os eventos normais da maturação e crescimento celulares não podem ocorrer • Impedindo a formação das camadas protetoras normais da pele • Pode variar, em gravidade – distúrbio fisicamente incapacitante e desfigurante; Lesões: placas de pele avermelhadas e elevadas, cobertas com escamas prateadas (acúmulo de pele viva e morta); quando se desprendem as escamas, produzem múltiplos pontos hemorrágicos; As placas não são úmidas e podem ser pruriginosas. As unhas também são afetadas. CARACTERÍSTICAS: • A simetria bilateral; • Os locais particulares do corpo mais afetados por essa condição incluem o couro cabeludo, a superfície extensora dos cotovelos e joelhos, a parte inferior das costas e a genitália, bem como as unhas. Psoríase Eritrodérmica: estado psoriático esfoliativo, envolve a progressão da doença que acomete toda a superfície corporal. • O paciente fica agudamente doente • Aparece em indivíduos com psoríase crônica após infecções, após exposição a determinados medicamentos de corticosteróides sistêmicos. TRATAMENTO CLÍNICO As metas do tratamento: renovação da epiderme, promover a resolução das lesões e controlar os ciclos naturais da doença; • Remoção delicada das escamas (banhos com óleos e uma escova macia); • Após o banho aplicação de cremes emolientes contendo alfa-hidroxiácidos ou ácido salicílico continua a amolecer as escamas espessas. • Avaliação do estilo de vida: afetada significativamente pelo estresse. • Corticosteróides: efeito anti-inflamatório: Podem ser aplicados curativos oclusivos para aumentar a eficácia do corticosteróides e não devem permanecer no local por mais de 8 h. • A pele deve ser cuidadosamente inspecionada quanto ao aparecimento de hipopigmentação. Estrias que são efeitos colaterais dos corticosteróides. • Quando acomete grandes áreas do corpo, o tratamento tópico com corticosteroides pode ser dispendioso e envolver algum risco sistêmico. Nessa situação, outras modalidades de tratamento (Ex: medicamentos tópicos não esteroides, luz ultravioleta) CUIDADOS DE ENFERMAGEM Avaliação: • É importante examinar as áreas propensas à psoríase: cotovelos, joelhos, couro cabeludo, fenda glútea e todas as unhas; • Avaliação emocional (impacto da doença/ resposta física e psicossocial ). Aumento da Integridade da Pele • Para evitar lesionar a pele, o paciente é aconselhado a não arranhar as áreas Afetadas; • Medidas para evitar o ressecamento da pele (a pele seca agrava a psoríase). A lavagem muito frequente produz mais dor e descamação. • A água deve estar morna, não quente, e a pele deve ser seca suavemente com toques da toalha, em lugar de esfregá-la. • Os emolientes produzem um efeito hidratante, proporcionando uma película oclusiva sobre a superfície cutânea. • Um óleo de banho ou um agente de limpeza emoliente podem aliviar a dor e a descamação da pele. O amolecimento da pele pode evitar as fissuras. LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO O LES é o resultado de um distúrbio da regulação imune, que determina uma produção exagerada de autoanticorpos (distúrbio imunorregulador); • Doença sistêmica autoimune; • Início pode ser insidioso ou agudo. LES • É produzido por alguma combinação de fatores genéticos, fatores hormonais e fatores ambientais (p. Ex., Luz solar, queimaduras térmicas). • Induzido por substâncias químicas ou fármacos : como a hidralazina, aprocainamida , a isoniazida, a clorpromazina e alguns anticonvulsivantes, • As células B e T contribuem para a resposta imune no LES MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS • Febre, fadiga, perda de peso, pleurite, pericardite; • Comprometimento do sistema musculoesquelético, com artralgias e artrite (sinovite); • O edema articular, a hipersensibilidade e a dor com o movimento da articulação (acompanhados de rigidez matinal); • Vários tipos diferentes de manifestações cutâneas A manifestação cutânea mais comum: uma lesão aguda- exantema em forma de borboleta estendendo-se pelo nariz e pelas bochechas (agravam durante as exacerbações da doença sistêmica e são provocadas pela luz solar ou pela luz ultravioleta artificial). • As úlceras orais ( mucosa bucal ou o palato duro) • Lesões papulares, eritematosas e purpúricas que surgem nas pontas dos dedos das mãos, cotovelos, dedos dos pés e superfícies extensoras dos antebraços ou laterais da mão, que podem sofrer necrose. Manifestação cardíaca: pericardite constitui a mais comum; As mulheres: risco de aterosclerose precoce; • Comprometimento renal (nefrite lúpica): os níveis séricos de creatinina e o exame de urina são usados na triagem para detecção precoce; • O comprometimento renal pode levar à hipertensão; • O comprometimento do sistema nervoso central doença neurológica (alterações sutis nos padrões de comportamento ou na capacidade cognitiva) DIAGNÓSTICO • História completa, exame físico e exames de sangue. • Inspeção da pele: observadas placas eritematosas cutâneas com uma escama aderente no couro cabeludo, face ou pescoço; • Podem-se observar áreas de hiperpigmentação ou de despigmentação. O paciente deve ser questionado acerca de alterações cutâneas (visto que elas podem ser transitórias) e, de modo específico, quanto à sensibilidade à luz solar ou luz ultravioleta artificial; • O couro cabeludo deve ser inspecionado quanto à alopecia, enquanto a boca e a garganta são examinadas à procura de ulcerações orais refletindo o comprometimento gastrintestinal. • Avaliação Cardiovascular e Pulmonar: ausculta para detecção de átrio pericárdico, possivelmente associado a miocardite e acompanhando os derrames pleurais. Os derrames pleurais e as infiltrações, que refletem a presença de insuficiência respiratória (sons pulmonares anormais); • O exame físico pode revelar edema, hipersensibilidade, calor, dor ao movimento, rigidez e edema articulares; • O exame neurológico: o paciente e os familiares são questionados acerca de qualquer alteração comportamental, incluindo manifestações de neurose ou psicose. São observados sinais de depressão, assim como relatos de convulsões, ou outras manifestações; • Nenhum exame laboratorial isolado confirma o LES. Com efeito, o exame de sangue revela a presença de anemia moderada a grave, trombocitopenia, leucocitose ou leucopenia. Outros exames imunológicos diagnósticos sustentam o diagnóstico, mas não o confirmam. TRATAMENTO CLÍNICO • O tratamento do LES inclui o tratamento da doença aguda e crônica; • Monitoramento periódico e o reconhecimento das alterações clínicas significativas que exigem ajustes na terapia; • As metas do tratamento: evitar a perda progressiva da função orgânica, reduzir a probabilidade de doença aguda, reduzir as incapacidades relacionadas com a doença e evitar as complicações decorrentes da terapia. Terapia Farmacológica: Os corticosteróides constituem a única medicação mais importante disponível para o tratamento. São utilizados topicamente para as manifestações cutâneas, em doses orais baixas para a atividade menor da doença e em altas doses para a atividade maior da doença. A administração intravenosa (IV) de corticosteroides constitui uma alternativa para o seu uso tradicional oral em doses altas. Os AINE utilizados para as manifestações clínicas menores são frequentemente administrados em conjunto com oscorticosteróides, em um esforço para reduzir as necessidades de corticosteróides. Os agentes imunossupressores são usados em virtude de seus efeitos sobre a função imune. Em geral, esses medicamentos são reservados para pacientes que apresentam formas graves de LES, que não responderam às terapias conservadoras. CUIDADOS DE ENFERMAGEM Podem produzir alterações notáveis na aparência e sofrimento considerável para o paciente; A exposição ao sol e à luz ultravioleta pode aumentar a atividade da doença ou provocar uma exacerbação, os pacientes devem ser ensinados a evitar a exposição ou a proteger-se com filtro solar e roupas; • Necessidade de avaliações periódicas (evitar complicações), bem como de atividades de promoção da saúde; • Adesão ao tratamento medicamentoso prescrito DE Resultados Esperados Intervenções de Enfermagem Integridade da pele comprometida Integridade da pele melhorada Examinar a pele diariamente; Ensinar quanto a limpeza das lesões com sabonete antibacteriano; Orientar quanto ao uso de sabonete alcalino sobre a pele; Orientar quanto ao uso de emolientes na área afetada; Orientar quanto ao uso de proteção durante exposição solar. Retenção de fluidos Retenção de fluidos reduzida Observar sinais de edema nos membros inferiores e na face; Verificar os sinais vitais 3x/dia; Fazer controle de ingestão de líquidos; Explicar as reações adversas da corticoterapia; Ansiedade moderada Ansiedade reduzida Oferecer informações sobre a doença e tratamento; Encorajar a verbalização de sentimentos, percepções e medo; Ouvir atentamente o paciente.
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