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ABERTURA PROBLEMA 2- MAD

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PROBLEMA 2- ABERTURA 
IMUNIDADE FETAL 
- A aceitação materna do feto resulta do isolamento 
do embrião num ambiente semipermeável. Deste 
modo, a resposta imunitária materna é modulada, 
permitindo esse reconhecimento, e tornando-se 
compatível com o desenvolvimento de uma gravidez 
bem sucedida. Os principais fatores para o 
desenvolvimento normal da gravides são: 
1. Separação anatómica entre o feto e a mãe; 
2. Imaturidade antigénica do feto 
3. Inexistência de resposta imunológica por 
parte da mãe 
- No passado, a placenta e o feto eram considerados 
órgãos imunológicos não ativos, que apenas 
dependiam da ação do sistema imunológico materno. 
Porém, agora sabemos que, durante a gravidez, não é 
apenas o sistema imunológico materno que responde, 
mas a unidade fetal/placentária. 
 Placenta + Feto juntos representam um 
órgão imunológico adicional, que afeta a 
resposta global da mãe as infecções 
microbianas. 
 Hipótese de Medawar 
- Há mais de 60 anos atrás, o imunologista Medawar, 
propôs uma teoria de que o feto não é rejeitado pelo 
sistema imunológico materno. 
 Comparou a placenta a um pedaço de pele 
com antígenos, que em condições normais 
devem ser rejeitados. Porém, o trofoblasto 
(camada mais externa do blastocisto) e o 
sistema imunológico materno podem 
trabalhar juntos para proteger o feto de 
infecções. 
 As células do trofoblasto têm características 
imunológicas específicas, expressando as 
proteínas HLA, e não as moléculas clássicas de 
histocompatibilidade, o que constitui uma 
potencial justificação para a não rejeição 
materno-fetal. 
CÉLULAS T E GESTAÇÃO 
- Durante a gestação, a resposta imune sofre uma 
transformação importante, reduzindo a atividade 
inflamatória, com alteração das células Th1 para Th2, 
por conta de uma diminuição da produção de 
citocinas, como IL-2 e interferon gama (INFγ) e pelo 
aumento de IL-4. 
 As citocinas do tipo Th2, que são secretadas 
por células da placenta, são as responsáveis 
pelo sucesso na manutenção da gravidez. 
TOLERÂNCIA IMUNOLÓGICA 
 
 
 
 
 
- A gravidez se associa ao estado de tolerância 
seletiva, transitória e específica para os aloantígenos 
paternos, prevenindo, assim, a rejeição do feto, 
através de alterações do sistema imune. Algumas 
mudanças importantes são: 
 A expressão de antígenos MHC classe I pelas 
células trofoblásticas está reduzida e os da classe 
II estão ausentes. O reconhecimento dos 
aloantígenos fetais pela mãe necessita da 
apresentação indireta pelas APC’s. 
 A mucosa uterina da gestante possui grande 
número de células NK, que produzem grande 
quantidade de citocinas imunorreguladoras, como 
IFN-gama. As proteínas HLA (Human Leukocyte 
Antigen) interagem para inibir a morte celular 
mediada por células NK e modulam a função das 
células dendríticas, tornando-as mais 
tolerogénicas. 
 O efeito protetor resulta da ligação de 
células do trofoblasto aos receptores 
inibitórios da morte (KIRs), que inibem a 
ativação de células NK. 
 O sinciciotrofoblasto expressa e segrega a enzima 
IDO (Indolamine 2,3-dioxygenase), que 
metaboliza o triptofano. 
- O feto constitui um semienxerto, pois metade dos 
seus antígenos são de origem paterna, além disso, 
durante a gravidez ocorre microquimerismo fetal, 
que é a migração de células fetais para a circulação 
materna através da placenta, incluindo células 
hematopoiéticas progenitoras, células trofoblásticas e 
leucócitos. 
 
 A depleção deste aminoácido previne a 
proliferação de células T1,2 
 Os produtos do catabolismo previnem a 
ativação e proliferação de células B e 
células T. 
 A IDO inibe dano mediado pelo sistema 
complemento -> destruição das proteínas 
 A modulação imune conduzida pela placenta 
promove a supressão de uma resposta imune TH1 
e um predomínio relativo de respostas imunes 
Th2. 
 O TGFβ1 (Transforming Growth Factor β) 
é uma citocina imunossupressora que 
promove a diferenciação TH2, além de 
inibir a proliferação de células B e T, a 
atividade citotóxica das células NK e a 
citotoxicidade das células T. 
 
 
 
 
 A progesterona sintetizada pela placenta 
pode atuar desviando a resposta das 
células TH para a produção de citocinas 
TH2. 
 As altas concentrações de estrogénios contribuem 
para a diminuição da produção de 
autoanticorpos pelas células B. 
- A perda gestacional é uma das complicações mais 
frequentes da gestação, e ocorre principalmente 
durante o primeiro trimestre. 
 Uma das causas é a produção de auto 
anticorpos, produzidos por uma falha na 
tolerância imunológica aos antígenos 
próprios (principalmente maternos), 
alterando a relação materno-fetal. 
MATURAÇÃO DAS CÉLULAS DE 
DEFESA 
- Os progenitores linfoide e mieloide, que estão no 
saco vitelino desde a 4ª semana de gestação, migram 
para o fígado, principal órgão hematopoiético durante 
esse período, e se proliferam sofrendo uma discreta 
diferenciação. Depois, são encontrados no baço, timo 
e medula óssea. 
LINFÓCITOS B 
Os linfócitos pré-B são encontrados inicialmente no 
fígado fetal humano na 8ª semana de gestação e na 
medula óssea a partir da 12ª semana. 
 Células B expressando IgM de superfície 
podem ser detectadas na 10ª semana de 
gestação, e expressando outras 
imunoglobulinas a partir da 15ª semana 
 Os linfócitos B, no início da gestação, 
expressam só IgM. A coexpressão IgM/IgD 
surge em fases mais tardias da gravidez. 
 Os linfócitos sem expressão de IgD podem 
determinar a tolerização a antígenos aos quais 
o feto é exposto in-utero. 
- O repertório para reconhecimento antigênico 
específico, que é regido pela região variável da Ig de 
superfície dos linfócitos B, é limitado nos fetos e 
neonatos. 
1. No início da gestação, os diferentes 
segmentos genéticos geradores de regiões 
variáveis e de potencial diversidade das Igs 
encontra-se reduzido. 
2. O repertório de células B aumenta na 
segunda metade da gestação. Essas 
diferenças funcionais e repertoriais podem 
acarretar em incapacidade do feto e neonato 
em produzir anticorpos específicos contra 
determinados antígenos. 
 
 
 
 
 
 A IgM não atravessa a placenta, mas é 
detectável no sangue do cordão devido à 
produção intrauterina. Após uma semana do 
parto, a síntese de IgM acelera-se e esta 
torna-se a principal Ig do recém-nascido. 
 IgA, IgD e IgE nem atravessam a barreira 
placentária, nem são sintetizados em 
O neonato produz pequena quantidade de Igs, 
porém apresenta altas concentrações de IgG 
resultante do transporte ativo transplacentário 
que se inicia por volta do 3º mês de gestação. Ao 
nascimento, os níveis de IgG são mais elevados 
que os maternos, mas caem rapidamente devido 
ao catabolismo das Igs de origem materna e atraso 
no início da síntese das próprias. 
 
A liberação de citocinas imunossupressoras, como 
IL (Interleucina)-10 e TGFβ, é de grande 
importância na prevenção da rejeição do feto e 
manutenção da tolerância. Estas estão 
aumentadas principalmente na decídua. 
quantidades significativas pelo neonato. Suas 
concentrações no sangue do cordão são 
muito baixas e aumentam lentamente 
durante o 1o ano, atingindo, então, 10% a 
25% dos níveis adultos. 
- Os neutrófilos são as últimas células a aparecerem 
no feto e somente são produzidos em grande número 
após o nascimento. 
LINFÓCITOS T 
- O fígado fetal identifica os precursores das células T 
na 7ª semana de gravidez, porém ainda não 
expressam CD3 em sua superfície (complexo proteico 
que sinaliza a ligação com o antígeno). 
- As células T, derivadas de precursores 
hematopoiéticos, começam a colonizar o timo fetal a 
partir da 8ª semana de gestação, onde têm início os 
processos de diferenciação, com a expressão de 
antígenos de superfície (receptores de células T ou 
TCR, CD4 e CD8). Entre 18 e 24 semanas os linfócitos 
T já se encontraram em número semelhante ao de um 
adulto. Esses receptores conferem aos linfócitos a 
capacidade de reconhecimento antigênico 
específico. 
 Nos estágios iniciais do desenvolvimento 
intratímico, os timócitos expressam tanto 
moléculas CD4 quanto CD8 em suas 
superfícies. 
- Posteriormente, vão haver dois processos de 
seleção, os quais determinam a diversidade d 
repertório das células T: 
 Seleção negativa: aquelas que respondem 
fortemente a autoantígenos são eliminadas 
 Seleção positiva: aquelas que respondem 
bem contra antígenos em associação ao 
complexo principal de histocompatibilidade 
(MHC) são mantidos. 
- Durante o processo de seleção positiva são mantidos 
os receptores TCR e CD3 em todos os linfócitos, CD4 
naqueles que reconhecem antígenos ligados ao MHC 
de classe II, e CD8 naqueles que reconhecem 
antígenos ligados ao MHC de classe I. 
 Linfócitos T maduros são facilmente 
identificados no sangue do cordão a partir da 
20ª semana. 
- A cooperação entre linfócitos T CD4+ e linfócitos B 
para a síntese de imunoglobulinas encontra-se em 
cerca de 50% da produção dos adultos. Isto se deve, 
em parte, a uma diminuição na secreção de linfocinas, 
principalmente IL4 e IFN-γ. 
CÉLULAS NATURAL KILLER (NK) 
- As células NK são responsáveis pela citotoxicidade 
inespecífica e não restrita ao MHC, além de ser 
dirigida contra células infectadas ou células tumorais. 
 A regulação do sistema NK do neonato 
normal difere da do adulto por ser mais 
dependente de IL-2, e menos responsivo a 
IFN-γ. 
 O número de células NK aumenta 
significativamente nos primeiros meses de 
vida, sugerindo que este seja um mecanismo 
de defesa importante antes do 
desenvolvimento completo da resposta imune 
específica. 
IMUNIDADE NEONATAL 
- O neonato é protegido contra a infecção por 
anticorpos produzidos pela mãe, os quais atravessam 
a placenta, sendo transportados para a circulação 
fetal; além disso são protegidos pelos anticorpos 
ingeridos no leite e transportados através do epitélio 
intestinal do recém-nascido por um processo 
especializado que denominamos de transcitose. 
Durante vários meses após o nascimento, a principal 
defesa contra infecções é a imunidade passiva 
fornecida pelos anticorpos maternos. 
 IgG: anticorpo materno transportado através 
da placenta 
 IgA e IgG: presentes no leite materno e 
ingeridas pelo lactente 
- O transporte de IgG materna pela placenta e epitélio 
intestinal neonato é mediado por um receptor Fc 
específico para o IgG, o receptor de Fc neonatal 
(FcRn). -> é o único dos receptores que assemelha a 
uma molécula do MHC classe I. 
- Essa imunidade é a primeira linha de defesa, sendo 
ativada independente de contato prévio com os 
antígenos. É composta por barreiras epiteliais, 
citocinas, proteínas do sistema complemento e 
células circulantes. 
 As proteínas do sistema complemento 
ativam-se em cascata e tem como função 
opsonizar os antígenos e a lise celular a partir 
da formação de ataque à membrana que se 
encontram reduzidas nos recém nascidos. 
 As células NK destroem células infectadas por 
vírus, microrganismo intracelulares e células 
neoplásicas por meio da produção de 
interferon γ -> nos recém nascidos, essas 
células se apresentam com função reduzida. 
 Apresentam função reduzida dos monócitos e 
macrófagos, com prejuízos na fagocitose. 
 Os neutrófilos são as últimas células a 
aparecerem no feto e só são produzidos em 
grande número após o nascimento. 
 
 
 
 
 
- O sistema imune inato é a maneira imediata de 
defesa pulmonar: com a respiração, a área superficial 
do pulmão do recém-nascido é exposta a partículas 
desconhecidas, sendo que partículas que apresentam 
diâmetro inferior a 5 micrometro podem acessar os 
alvéolos, onde há uma variedade de moléculas 
antimicrobianas. 
 Em neonatos a cinética da fagocitose é mais 
lenta do que a dos adultos, isso explica 
porque os recém-nascidos são mais 
propensos a apresentar infecções bacterianas 
mais graves do que crianças mais velhas. 
IMUNIDADE ADAPTATIVA 
- O déficit na imunidade inata influencia na redução 
da ativação do sistema adaptativo, pois esses dois são 
interligados. 
 Imunidade celular 
- É realizada pelos linfócitos T, com seus subtipos T 
helper e T citotóxico. Ao nascimento, há um maior 
número de células T na circulação do que há nos 
adultos, porém, são imaturas e possuem poucas 
células de memória -> baixa exposição intrauterina a 
antígenos. 
- A menor produção de citocinas (IL-2, IL-4, IL-6 e 
IL10) em resposta a antígenos ocorre, em parte, 
devido à baixa exposição intrauterina. 
 Imunidade humoral 
- Por volta das oito semanas de gestação, os 
precursores dos linfócitos B estão no fígado e na 
iniciam a sua diferenciação; após o nascimento, a 
maturação das células B ocorrem na medula óssea. 
 A produção de imunoglobulinas fetais se 
iniciam já em cerca da 10º semana de 
gestação e atinge seu pico na 26º semana, 
porém, a partir desse período, a produção cai 
drasticamente até o nascimento > A principal 
causa para isso é devido a baixa exposição 
intrauterina a antígenos e aos altos níveis de 
imunoglobulinas maternas transferidas 
passivamente ao feto 
- Ao nascer, o recém-nascido possui baixos níveis de 
imunoglobulinas (IgA, IgM e IgE), sendo que a 
maioria, é a IgG que é de origem materna. O neonato 
passa a produzir imunoglobulinas em resposta a 
antígenos alimentares e ambientais. 
 Hipogamaglobulinemia transitória ou 
fisiológica: é o período compreendido entre a 
queda dos anticorpos maternos e a produção 
sustentada de anticorpos próprios do feto. 
Ocorre entre o terceiro e o quinto meses de 
vida, tendo sua resolução completa entre 02 a 
05 anos de idade. 
- Para que linfócito B apresente outras classes de 
imunoglobulinas em sua superfície, é necessária a 
interação com linfócitos T CD4. Na interação entre o 
linfócito T CD4 Th2 e o linfócito B, ocorre produção de 
citocinas e, de acordo com o predomínio de algumas 
delas, o linfócito B produz uma ou outra classe de 
imunoglobulina. No recém-nascido essa interação 
está prejudicada. 
O Vérnix Caseoso está presente ao nascimento e 
é secretado pelas glândulas sebáceas fetais, é 
uma substância branca e oleosa que protege sua 
pele sensível de microrganismos contidos no 
líquido amniótico. Nas primeiras horas após o 
parto ele mantém sua função de proteger o 
bebê por possuir ação antibacteriana, além de 
auxiliar na termorregulação 
ANTÍGENOS NO RECÉM NASCIDO 
- As infecções hospitalares são mais frequentes e, 
geralmente, mais graves em recém-nascidos do que 
em crianças maiores e em adultos. Essa maior 
suscetibilidade à infecção durante o período neonatal 
possui algumas explicações: 
 A produção e a função diminuídas dos 
componentes dos sistemas de defesa inata e 
específica. 
 A imaturidade da resposta inata 
neonatal é parcialmente compensada 
pela transferência transplacentária de 
IgG da mãe -> podem promover 
opsonização e fagocitose mais 
eficientes. 
 A pele é imatura e tem permeabilidade 
aumentada. 
 A cordão umbilical pode ser fonte de 
infecção, devido à sua proximidade do 
sistema circulatório, aumento da 
permeabilidade e colonização potencial com 
patógenos. 
 Produção de IgA secretora ausente nos 
primeiros dias de vida, tornando o epitélio 
respiratório e gastrointestinal vulneráveis. 
 Capacidade restrita de acelerar a produção de 
neutrófilos em resposta à infecção. 
 Apresentação antigênica pelas células 
dendríticas é menos eficiente, dessa forma, 
possuem maior dependência das células T 
neonatais. 
PATOGÊNICOS 
- Durante o período neonatal, o recém nascido possui 
uma resposta específica para os patógenos, os quais 
invadem o organismo através da conjuntiva, dos 
tratos respiratório e gastrintestinal ou da pele. 
- Os principais patógenos que podem infectar os 
recém nascidos serão descritos a seguir. 
 Estreptococodo grupo B (EGB) 
- É importante causa de infecção bacteriana nesse 
período, sendo que sua colonização é facilitada pela 
grande capacidade de adesão às células da mucosa 
epitelial de neonatos e pela ausência de IgA secretora 
na primeira semana de vida. 
 Além disso, existe um fator contribuinte para 
a alta mortalidade: falta de anticorpos 
maternos específicos contra os 
polissacarídeos presentes na cápsula 
bacteriana associada à falha na síntese 
neonatal desses anticorpos específicos. 
- A limitada fabricação de fatores quimiotáticos pode 
retardar o recrutamento de neutrófilos, os quais 
contribuem para a morte dos EGBS de forma 
significativa. 
 A deficiência na produção de interleucina-12 
pelos fagócitos também um mecanismo 
associado à má-resposta imune ao EGB. 
 
 Escherichia coli (E. coli) 
- É uma das principais bactérias Gram-negativas 
causadoras de meningite e sepse no período 
neonatal, sendo que a sobrevivência dessa bactéria 
dentro das células do hospedeiro representa um 
mecanismo patogênico importante. 
 Podem sobreviver inclusive dentro dos 
macrófagos. 
 A IgG não consegue se ligar de forma 
eficiente à superfície da E. coli, o que permite 
que ela escape do mecanismo de 
reconhecimento do sistema imune. 
 
 Lysteria monocytogenes 
- A infecção pela Lysteria em humanos é mais comum 
em recém-nascidos e crianças ou em adultos 
imunodeprimidos. A infecção perinatal é causada 
pela colonização ou infecção proveniente da mãe. 
 Geralmente causa infecção fulminante 
quando adquirida intraútero ou no período 
neonatal precoce. 
- Para a defesa, são envolvidas elevado número de 
respostas integradas e influenciadas pela imunidade 
adaptativa, com linfócitos T, anticorpos e 
reconhecimento do que não é próprio. 
 Essa bactéria inicialmente induz a resposta 
imune humoral, na qual os anticorpos 
neutralizam as exotoxinas da bactéria e 
favorecem sua fagocitose. 
 Em seguida, ocorre a resposta celular 
(importante pois é uma bactéria de 
multiplicação intracelular), onde há ativação 
de macrófagos e de IFN-gama. 
 Herpes- vírus 
- É um patógeno capaz de causar uma infecção 
sistêmica disseminada ou doença do SNC com altas 
taxas de mortalidade nas primeiras semanas de vida. 
 A infecção é causada pelo herpes-vírus tipo 2 
presente no canal de parto. Anticorpos 
maternos específicos no recém nascido 
exercem papel na proteção contra o 
desenvolvimento da doença após a exposição. 
Dessa forma, as taxas de infecção em recém 
nascidos de mães com infecções recorrentes 
são menores. 
- Estão envolvidas no controle da infecção pelo herpes 
a resposta celular e a humoral. 
 A rápida progressão da doença em recém-
nascidos pode ser causada pela resposta 
celular dos linfócitos T comprometida nessa 
faixa etária. 
 O atraso na resposta das células Th1 e na 
secreção de INF-gama e do TNF permite uma 
infecção disseminada -> causa danos a todos 
os órgãos. 
- Estudos mostram que há expressiva produção de IL-
6 e IL-8 nos recém-nascidos em resposta à infecção 
pelo herpes-vírus, porém, essa produção exagerada 
de citocinas inflamatórias se associa à maior 
intensidade das manifestações clínicas da doença. 
 Citomegalovírus (CMV) 
- Principal causa de infecção intraútero, causando 
deficiência auditiva, visual ou paralisia cerebral no 
recém-nascido. 
 O vírus pode ser transmitido para o feto 
durante a infecção primária da mãe, ou anos 
após a mãe ter se infectado. 
 Anticorpos maternos não impedem a 
transmissão viral, mas parece reduzir a 
intensidade dos sintomas no feto. 
- Grande suscetibilidade do feto à infecção por CMV: 
se deve aos problemas na imunidade inata (células 
NK) e adaptativa (linfócitos T). 
 A resposta específica das células TCD4 e TCD8 
à infecção primária pelo CMV parece estar 
reduzida nos recém nascidos. 
 Têm sido descritos linfócitos TCD8 em recém-
nascidos infectados, o que sugere uma 
estimulação intrauterina antigênica com 
potencial para estimular a resposta 
imunológica protetora do feto. 
 
 Ebstein- Barr vírus (EBV) 
- A infecção pelo EBV na adolescência ou em adultos 
provoca o quadro clínico de mononucleose, isso 
porque ocorre estímulo exagerado das células TCD8+ 
pelos linfócitos B infectados. 
 A infecção parece ser mais controla em 
recém nascidos e lactantes, devido à resposta 
dos linfócitos TCD8 ser reduzida nesses 
grupos, não ocorrendo manifestações clínicas 
da doença. 
 
 Vírus varicela-zoster 
- A síndrome da varicela fetal acomete cerca de 2% 
dos pacientes cujas mães se infectaram nas primeiras 
20 semanas de gestação. 
 Varicela no recém-nascido adquirida no 
período perinatal (5 dias antes a 2 dias 
após o parto): provém da presença do vírus 
no sangue materno, havendo transmissão 
sem que haja tempo de transmitir os 
anticorpos maternos. Assim, a imunidade 
inata é essencial para o controle da infecção. 
 Em caso de infecção materna até 6 dias 
antes do parto, anticorpos maternos serão 
transmitidos via transplacentária à criança. 
- Acredita-se que a resposta dos linfócitos Th 1 é 
importante como primeiro mecanismo de defesa da 
infecção. 
 Vírus respiratório sincicial (VRS) 
- Estima-se que toda criança esteja infectada até o 3º 
ano de vida; é um vírus que infecta de forma restrita a 
mucosa respiratória, variando de uma leve infecção 
do trato respiratório à pneumonia grave. 
- Apesar do desenvolvimento da resposta inata, se faz 
necessária a resposta adaptativa para o controle da 
infecção por VRS. 
 O receptor toll-like 4 (TLR4) reconhece o VSR 
na imunidade inata, sendo que os recém 
nascidos prematuros apresentam pouca 
quantidade de TLR4 -> aumenta a 
suscetibilidade à infecção por VSR. 
 A resposta adaptativa eficiente é mediada 
pelas citocinas produzidas pelas células Th1. 
 
 Toxoplasma gondii 
- É um patógeno intracelular obrigatório que acomete 
o feto e o recém-nascido. A doença pode resultar em 
lesões cerebrais ou oculares. 
 Acredita-se que as diferentes taxas de 
transmissão dependem do fluxo sanguíneo 
placentário (a placenta pode agir como 
barreira, separando a resposta humoral 
materna e fetal), da virulência, da 
suscetibilidade genética do paciente e do 
número de parasitas. 
 A gravidade da infecção adquirida na gestação 
se relaciona com a capacidade dos parasitas 
lesarem órgãos do feto em formação. 
- A parasitemia estimula, primeiramente, uma 
resposta humoral, e, após alguns dias, uma resposta 
celular no hospedeiro. 
 Ativação dos linfócitos: produz alto número 
de interleucinas e reduz parasitemia. 
 INF-gama: ativa os macrófagos infectados, 
limitando o crescimento intracelular dos 
parasitas -> neonatos possuem produção de 
INF-gama prejudicada, o que aumenta a 
suscetibilidade. 
 
 Candidíase 
- A Candida albicans é a principal causadora de 
infecção fúngica em recém-nascidos. 
 A pele é colonizada ao nascimento por 
espécies de Candida que residem no canal do 
parto e a proliferação do fungo leva à doença 
mucosa ou mucocutânea. 
- Nessa faixa etária há uma certa deficiência dos 
mecanismos de defesa específicos e inespecíficos aos 
fungos, o que ocasiona na incapacidade em localizar, 
controlar e erradicar infecções pela Candida. 
 A imaturidade da resposta dos linfócitos 
TCD4 no neonato aumenta a suscetibilidade à 
infecção, em especial da cavidade oral. 
 
 Mycobacterium tuberculosis 
- A infecção tuberculosa em neonatos se manifesta de 
forma disseminada e resulta em quadros graves. A 
imunidade celular tem sido a principal responsável 
pela resposta ao bacilo, além de citocinas produzidas 
que direcionam os macrófagos a destruir os bacilos 
infectantes. 
 Vacina BCG: capacita o recém nascido a 
desenvolver INF-gama em resposta ao bacilo 
vivo atenuado presente na vacina. 
NÃO PATOGÊNICOS 
- A colonização normal do recém-nascido inicia-se 
durante o processode nascimento e após a ruptura 
das membranas amnióticas, continuando por meio 
do contato com a mãe e com os ambientes inanimado 
e animado, até que seja estabelecida a flora normal 
endógena neonatal. Os principais fatores que 
influenciam na aquisição dessa flora são: 
 Flora genital materna 
 Tipo de alimentação do recém-nascido 
 O contato direto com as pessoas 
 O ambiente em que a criança nasce e 
permanece -> inclui a flora de objetos e de 
outros recém-nascidos desde ambiente 
- O recém-nascido que permanece em contato com a 
mãe e recebe aleitamento natural é colonizado após 
vários dias do nascimento na pele e superfícies 
mucosas (nasofaringe, orofaringe, conjuntivas, cordão 
umbilical e genitália externa) principalmente por: 
 Streptococcus: 
 Staphylococcus conagulase-negativo 
 Lactobacilos 
 E.coli -> presente no TGI 
 Candida Albicans -> TGI, vagina e área 
perineal 
 Staphylococcus aureus -> pele e mucosas 
- A presença de microrganismos pouco virulentos 
protege o recém-nascido, isso porque esses 
organismos proliferam nos diferentes sítios, 
competindo com os organismos patogênicos e 
raramente causando doença. 
- As primeiras bactérias a colonizarem o TGI do recém-
nascido são anaeróbias facultativas, como a E. 
faecium, E. faecalis e E. coli, que se fazem presentes 
nas primeiras horas após o parto. Os microrganismos 
comensais do intestino, induzem a manutenção de 
células importantes para a imunidade da mucosa. 
 Bebês nascidos de parto normal apresentam 
um microbioma mais diverso, principalmente 
na associação com o microbioma vaginal 
materno, como os Lactobacillus. 
 Bebês nascidos de parto cesáreo apresentam 
um microbioma predominantemente 
relacionado ao ambiente, com bactérias 
encontradas na pele, como Staphylococcus. 
Assim, eles estão mais suscetíveis a 
interferências do ambiente hospitalar. 
- Outro fator importante é o aleitamento materno, 
que além de fornecer os nutrientes para o bebê, 
também protege o lactente de doenças nos primeiros 
meses de vida, pois é rico em compostos 
imunológicos. 
 A IgA está no colostro e no leite materno 
maduro, conferindo proteção ao recém-
nascido por meio da transferência de IgA 
materna. 
 Os prebióticos presentes no leite materno 
estimulam a colonização microbiana ao longo 
da vida. 
 Após o desmame, ocorre modificações na 
microbiota intestinal pós-natal do bebê, 
caracterizada por uma fase de transição para 
alimentos sólidos. Através da alimentação, 
novos microrganismos são introduzidos para 
formar uma microbiota intestinal madura.

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