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Nova síntese sp 1 4

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Nova síntese sp 1.4
SP4 – Vacinação ou imunização? Túlio tem 13 meses de idade. Há dois dias, segundo a mãe, começou a apresentar secreção nasal hialina (coriza) e febre baixa não medida. Como não encontrou alterações além das decorrentes de uma rinite não complicada, a enfermeira que atendeu a criança na sala de acolhimento da UBS orientou apenas o uso de sintomáticos e limpeza das narinas com soro fisiológico. 
Avaliando o cartão de vacinações do menino, lembrou à sua mãe que era necessário trazê-lo à UBS para vacinação, tão logo melhorasse do acometimento das vias aéreas e que sempre que suspeitasse, medisse a temperatura axilar para ver se era febre mesmo. Entretanto, Cleide, a mãe, como Túlio melhorou, esqueceu-se da recomendação sobre as vacinas. Seis meses mais tarde, Túlio começou a apresentar prostração, febre, tosse e manchas avermelhadas na pele, iniciando-se na cabeça e caminhando em direção aos pés.
 Cleide voltou com Túlio a UBS e quando a médica examinou a boca da criança, encontrou pequenas lesões: pontos brancos, com halo eritematoso difuso. Ficou mais tranquila quando não evidenciou ruídos adventícios pulmonares e nem rigidez de nuca. Recomendou repouso, hidratação, Vitamina A e sintomáticos como Paracetamol e pedindo o seu retorno para reavaliação em dois dias. Diante do diagnóstico, a enfermeira perguntou a médica se deveria fazer a notificação da doença no SINAN. A médica respondeu que sim, era necessário. 
Quando interrogada, a mãe relatou não ter trazido a criança para vacinação quando a enfermeira recomendou. Perguntou por que não aplicavam todas as vacinas logo depois do nascimento, ou mesmo nela durante a gestação... A médica explicou pacientemente o desenvolvimento “das defesas” do bebê durante a gestação, e as formas pelas quais o bebê recebia os nutrientes e também os anticorpos da mãe através da placenta e que com isso ficava protegido contra certas doenças por algum tempo, explicou também que o calendário vacinal era organizado criteriosamente para que a proteção da criança se fizesse da melhor forma possível. Cleide voltou para casa jurando para si mesma que nunca mais ia esquecer-se de vacinar os filhos nas datas marcadas nos cartões, reconhecendo que o pior poderia ter acontecido. Logo depois da recuperação de Túlio e seguindo instruções da enfermeira, retornou para vacinação do filho.
Objetivos de aprendizagem:
1. Compreender a organização do calendário vacinal de acordo com a PNI. (Data das vacinas) ok
2. Diferenciar imunização e vacinação. ok
3. Elencar quais as formas e tipos de imunização disponíveis ok
4. Entender como ocorre a resposta imunológica do indivíduo aos diferentes tipos de imunização disponíveis; 
5. Analisar o transporte por via placentária dos anticorpos ao feto; ok
6. Conhecer o processo de desenvolvimento da imunidade fetal até a infância. (Por que não dar as vacinas na mãe ainda enquanto gestante) ok
7. Identificar quais os impactos para a sociedade do ressurgimento de uma doença erradicada por meio da vacinação; (Sarampo) 
8. Discutir as atribuições relacionadas ao SINAN, e quais doenças devem ser notificadas a esse sistema; ok
1) Compreender a organização do calendário vacinal de acordo com a PNI. (Data das vacinas)
 
O PNI define os calendários de vacinação considerando a situação epidemiológica, o risco, a vulnerabilidade e as especificidades sociais, com orientações específicas para crianças, adolescentes, adultos, gestantes, idosos e povos indígenas. E, para que o programa continue representando um sucesso na saúde pública, cada vez mais esforços devem ser despendidos. Todas as doenças prevenidas pelas vacinas que constam no calendário de vacinação, se não forem alvo de ações prioritárias, podem voltar a se tornar recorrentes.
O Programa Nacional de Imunização foi criado no ano de 1973 e tinha a finalidade de coordenar ações que eram desenvolvidas, até aquele momento, sem continuidade, em pelo caráter esporádico e com uma pequena área de cobertura.
Essas ações eram conduzidas dentro de programas especiais, como por exemplo, o programa de erradicação da varíola ou o programa de controle da tuberculose, e como atividades desenvolvidas por iniciativa dos governos estaduais, que necessitavam de uma coordenação central que lhes proporcionassem sincronia e racionalização.
A Coordenação do Programa Nacional de Imunização tem como objetivo principal contribuir para o controle, eliminação e/ou erradicação das doenças imunopreveníveis, utilizando estratégias básicas de vacinação de rotina e campanhas anuais desenvolvidas de forma hierarquizada e descentralizada.
https://www.saude.go.gov.br/files/imunizacao/calendario/Calendario.Nacional.Vacinacao.2020.atualizado.pdf 
https://siteantigo.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/enfermagem/programa-nacional-de-imunizacoes-pni/27734 
https://drive.google.com/file/d/12MRTMQD0TaXC6zEfg7JUhMiYnHf9J-D5/view 
https://drive.google.com/file/d/1lkRVoFpZgyWYjpGNsmgfb3p7FBegOPEy/view 
https://sbim.org.br/images/calendarios/calend-sbim-gestante.pdf 
2) Diferenciar imunização e vacinação. 
3) Elencar quais as formas e tipos de imunização disponíveis
Vacinação se refere ao ato de inocular a vacina, enquanto que imunização diz respeito à indução de proteção adquirida contra determinada doença.
Quanto maior a circulação, maior a probabilidade de mutações ocorrerem. Presa em vacinar as pessoas
Período de latência 
Tipos de imunidade adaptativa: 
A imunidade pode ser adquirida ativa ou passivamente. A imunidade é adquirida ativamente quando uma pessoa é exposta a
microrganismos ou substâncias estranhas e seu sistema imune responde a isso. A imunidade é adquirida passivamente quando
anticorpos são transferidos de uma pessoa para outra. A imunidade passiva no recipiente (na pessoa que recebe) dura apenas
enquanto os anticorpos estiverem presentes – em muitos casos, algumas poucas semanas. Tanto a imunidade adquirida ativamente quanto as adquiridas passivamente podem ser obtidas por meios naturais ou artificiais (Figura 17.18). Os quatro tipos de imunidade adaptativa podem ser resumidos como a seguir:
A imunidade ativa adquirida naturalmente desenvolve- -se quando uma pessoa é exposta a antígenos ao longo da vida cotidiana, torna-se doente e, então, se recupera. Uma vez adquirida, a imunidade permanece por toda a
vida para algumas doenças, como o sarampo. Para outras, principalmente as doenças intestinais, a imunidade pode
durar apenas alguns anos. Infecções subclínicas ou infecções inaparentes (aquelas que não produzem sintomas notáveis ou sinais de enfermidade) também podem conferir imunidade.
A imunidade passiva adquirida naturalmente envolve a transferência natural de anticorpos de uma mãe para o seu
recém-nascido. Anticorpos de uma mulher grávida cruzam a placenta em direção ao feto – transferência transplacentária. Se a mãe é imune a difteria, rubéola ou pólio, por exemplo, o recém-nascido estará temporariamente imune a essas doenças. Certos anticorpos também são transferidos pelo leite da mãe para o bebê durante a amamentação, principalmente nas primeiras secreções, chamadas de colostro. No bebê, essa imunidade passiva dura apenas enquanto os anticorpos transmitidos persistirem – geralmente algumas semanas ou meses. Esses anticorpos maternos são essenciais para fornecer imunidade ao bebê.
A imunidade ativa adquirida artificialmente é o resultado da vacinação. A vacinação, também chamada de imunização, introduz vacinas no organismo. Esses antígenos incluem microrganismos mortos ou vivos ou toxinas bacterianas inativas. 
A imunidade passiva adquirida artificialmente envolve a introdução de anticorpos (em vez de antígenos) por injeção no organismo. Esses anticorpos são oriundos de um animal ou de um ser humano que já são imunes à doença em questão
De acordo com o Ministério da Saúde uma pessoa imunizada é aquela que possui anticorpos contra um agente infeccioso. Essa pessoa pode ter adquirido os anticorpos artificialmente por meio da vacinação, ou naturalmente após a pessoa ter adquirido a doença e o corpodesenvolver os anticorpos necessários pra combatê-la.
Uma pessoa vacinada não é uma pessoa imunizada. Se a pessoa imunizada tem os anticorpos necessários para que o corpo consiga de defender de algum agente infeccioso, a pessoa vacinada é apenas aquela que recebeu uma dose da vacina. Na definição do ministério da saúde, a vacina é um mecanismo para controlar algumas doenças infectocontagiosas.
As vacinas são agentes imunizadores usados na prevenção de uma série de doenças. São produzidas utilizando-se o próprio organismo causador da doença ou seus derivados, que serão responsáveis por desencadear em nosso corpo uma resposta imunológica. Ao receber a vacina, nosso corpo inicia a produção de anticorpos, e, graças à nossa memória imunológica, quando tivermos contato novamente com o agente causador da doença, nossos anticorpos serão produzidos rapidamente, evitando, desse modo, que fiquemos doentes.
Vacinas são produtos capazes de estimular nosso sistema imunológico e garantir a imunização contra alguma doença.
https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/estetica/o-que-e-a-imunizacao/48340# 
https://mundoeducacao.uol.com.br/biologia/vacinas.htm 
5) Analisar o transporte por via placentária dos anticorpos ao feto
Transferência Placentária 
O transporte de substâncias, em ambas as direções, entre o sangue fetal e o materno é facilitado pela grande área de superfície da membrana placentária. Quase todos os materiais são transportados através dessa membrana por um dos quatro principais mecanismos de transportes que seguem: difusão simples, difusão facilitada, transporte ativo e pinocitose. 
O transporte passivo por difusão simples é geralmente característico de substâncias que se movem de áreas
de maior concentração para as de menor concentração até o equilíbrio ser estabelecido. Na difusão facilitada, há
transporte através de gradientes elétricos. A difusão facilitada requer um transportador, mas não energia. Tais
sistemas podem envolver moléculas carreadoras que temporariamente se combinam com as substâncias a serem
transportadas. O transporte ativo é a passagem de íons ou moléculas através de uma membrana celular. A
pinocitose é uma forma de endocitose (leva moléculas e outras substâncias para as células) na qual o material que
está sendo engolfado é uma pequena quantidade de líquido extracelular. Esse método de transporte está normalmente restrito às grandes moléculas. Algumas proteínas são transferidas muito lentamente através da
placenta por pinocitose.
Anticorpos Maternos e Proteínas 
O embrião/feto produz somente pequenas quantidades de anticorpos devido ao seu sistema imunológico
imaturo. Alguma imunidade passiva é conferida ao feto pela transferência placentária de anticorpos maternos. As
IgG gamaglobulinas são prontamente transportadas para o feto por transcitose. Anticorpos maternos conferem
imunidade fetal a algumas doenças tais como difteria, varíola e sarampo; contudo, nenhuma imunidade é adquirida
para coqueluche (tosse convulsiva) ou varicela (catapora). Uma proteína materna, a transferrina, atravessa a
membrana placentária e carreia ferro para o embrião/feto. A superfície placentária contém receptores especiais para
essa proteína.
Transferência transplantaria das imunoglobulinas: garante imunidade temporária contra antígenos que a mãe foi exposta. O RN passa a desenvolver seus próprios anticorpos ao mesmo tempo que vai acontecendo a queda de imunoglobulinas adquiridas da mãe.
· A IgG materna (porém não a IgM ou IgA) é transportada através da placenta a partir da 16ª semana. Isto reflete o transporte passivo, o qual aumenta progressivamente com a gestação e é proporcional a concentração de IgG materna. 
· Também reflete o transporte ativo, o qual tende a normalizar a concentração IgG neonatal, sugerindo que valores maternos baixos estimulam e que altos valores maternos inibem o transporte. 
· Em termos completos, os níveis de IgG no cordão umbilical podem ser iguais, ou mesmo mais altos que os níveis maternos. 
· Os recém-nascidos prematuros têm níveis de IgG mais baixos que os à termo. 
· Os anticorpos IgG passivamente adquiridos são responsáveis pela proteção dos recém-nascidos e crianças menores contra doenças virais e bacterianas. A transferência de anticorpos IgG da mãe para o feto através da placenta fornece uma porção da experiência imunológica materna para o recém-nascido. Esta experiência é diferentes em áreas onde os agentes infecciosos circulam em níveis altos na população e os adultos são imunes naturalmente, comparada com áreas onde a circulação de agentes infecciosos é limitada e os adultos têm baixos níveis de imunidade.
· Em países em desenvolvimento, a transferência passiva ocorre para anticorpos para a difteria, sarampo, pólio e rubéola. Também os anticorpos para o tétano induzidos através da imunização materna pelo toxóide tetânico atravessa facilmente a barreira placentária, promovendo proteção contra o tétano para o recém-nascido.
· Nos países desenvolvidos, onde as mulheres em idade fértil podem ter baixos níveis de anticorpos para pólio e difteria, a transferência desses anticorpos não são do tipo IgG, como é normalmente o caso de patógenos gram-negativos, como a Escherichia coli e Salmonella, o feto não recebe anticorpos da mãe e o neonato não é passivamente protegido contra essas infecções.
Complementar: Os anticorpos passivamente transferidos, especialmente em altos níveis, podem suprimir temporariamente a resposta do lactente a antígenos específicos. Este fenômeno tem influenciado o calendário para algumas imunizações. A imunização contra o sarampo, por exemplo, é adiada até 9 meses de idade quando os anticorpos transferidos através da placenta têm caído a baixas concentrações. Um alto nível de anticorpos para a difteria, tétano e coqueluche, passivamente adquiridos, podem inibir a resposta a todos os componentes da vacina DTP durante as primeiras semanas de vida. Esta é a razão para o retardo da administração da primeira dose da vacina DTP até a 6ª semana de idade. Este efeito inibitório é transiente e diminui seguinte as doses subsequentes de vacina DTP.
https://www.passeidireto.com/arquivo/3775248/imunologia-geral 
O trofoblasto é o conjunto de células que envolvem o embrião, na fase de blástula, responsável por erodir o endométrio do útero na implantação e originar a placenta. No início da implantação e formação da placenta, fornece rota para a nutrição entre o endométrio materno e o embrião. Quando a placenta está completamente formada, ele cobre a superfície das vilosidades coriônicas e forma a porção fetal da placenta.
Células do Trofoblasto
A estrutura celular do trofoblasto é composta de três tipos de células: o citotrofoblasto, sinciciotrofoblasto, e trofoblasto intermediário ou extraviloso.
O citotrofoblasto possui alta atividade mitótica, mas não apresenta a síntese de hormônios. Ele dá origem às outras células do trofoblasto, como o sinciciotrofoblasto.
O sinciciotrofoblasto é o principal componente da placenta humana, é central para transporte de nutrientes, tem baixa atividade mitótica e sintetiza o hormônio Gonadotrófico Coriônico Humano (HCG). Esse hormônio é uma proteína composta pelas subunidades α e β-hCG, que é utilizada para detecção sorológica da gestação, por ser produzido pelo embrião. É também um marcador tumoral de Neoplasias Trofoblásticas Gestacionais.
https://teses.usp.br/teses/disponiveis/42/42135/tde-16072009-152507/publico/AnaLuciaSilveiraLessaMarques_Mestrado.pdf 
6) Conhecer o processo de desenvolvimento da imunidade fetal até a infância. (Por que não dar as vacinas na mãe ainda enquanto gestante.
Entender como se dá o desenvolvimento das defesas do bebê durante a gestação e maturação do sistema imune da criança.
Imunidade neonatal 
Neonatos são protegidos contra a infecção por anticorpos produzidos pela mãe que atravessam a placenta, sendo transportados para a circulação fetal, e pelos anticorpos ingeridos no leite e transportados através do epitélio intestinal de recém-nascidos por um processo especializadoconhecido como transcitose. 
Os recém-nascidos não têm a capacidade de montar respostas imunes eficazes contra microrganismos e, durante vários meses após o nascimento, sua principal defesa contra a infecção é a imunidade passiva fornecida pelos anticorpos maternos. 
· A IgG materna é transportada através da placenta, 
· e a IgA e IgG presentes no leite materno são ingeridas pelo lactente. 
O transporte transepitelial de IgA materna para o leite depende do receptor de poli-Ig descrito no Capítulo 14. As moléculas de IgA e IgG ingeridas podem neutralizar organismos patogênicos que tentam colonizar o intestino do bebê, e os anticorpos IgG ingeridos também são transportados através do epitélio intestinal para a circulação do neonato. Assim, um recém-nascido possui, essencialmente, os mesmos anticorpos IgG que sua mãe.
· O transporte da IgG materna através da placenta e do epitélio intestinal neonatal é mediado por um receptor de Fc específico para IgG denominado receptor de Fc neonatal (FcRn).
· O FcRn é único entre os receptores de Fc em que se assemelha a uma molécula do complexo de histocompatibilidade principal de classe I (MHC) contendo uma cadeia pesada transmembrânica que é não covalentemente associada a β2-microglobulina. 
· No entanto, a interação de IgG com o FcRn não envolve a porção da molécula que é análoga à fenda de ligação do peptídio usado pela moléculas de MHC de classe I para apresentar os peptídios para o reconhecimento pelas células T. Os adultos também expressam o FcRn no endotélio, em macrófagos e em muitos outros tipos celulares. Esse receptor tem como função proteger os anticorpos IgG plasmáticos do catabolismo. Descrevemos esse processo no Capítulo 5.
Abbas 
SISTEMA IMUNOLÓGICO 
A resposta imunológica fetal tem sido reportada a partir de cerca de 13 semanas de gestação. A transferência de anticorpos maternos da classe imunoglobulina G (IgG) através da placenta tem início com 16 semanas e aumenta substancialmente no final da gestação. Esse fato explica a imaturidade imunológica dos recém-nascidos prematuros. Anticorpos da classe imunoglobulina M (IgM) não atravessam a placenta e são produzidos em pequenas quantidade pelo feto, de maneira que altos níveis desses anticorpos são indicativos de infecções congênitas como
rubéola, toxoplasmose ou por citomegalovírus. Linfócitos do tipo B já podem ser encontrados no fígado e no baço com 9 semanas, e linfócitos T são liberados pelo timo a partir de 14 semanas, embora a resposta imune celular do recém-nascido seja pobre provavelmente em razão da imaturidade dessas células.
Observação: Os linfócitos B e células pré-T surgem de células-tronco pluripotentes na medula óssea. Os linfócitos B e os linfócitos T se desenvolvem nos tecidos linfoides primários (medula óssea e timo) e são ativados nos órgãos e tecidos linfáticos secundários (linfonodos, baço e nódulos linfáticos). Uma vez ativados, cada tipo de linfócito constitui um clone de células que é capaz de reconhecer um antígeno específico.
Zugaib
O sistema imunológico do recém-nascido
Os recém-nascidos e lactentes jovens apresentam seu sistema imunológico imaturo, o que os torna mais suscetíveis aos agentes infecciosos presentes nesse período. Sabe-se que os neonatos são mais vulneráveis às infecções que as crianças e os adultos.
 Os defeitos da imunidade adaptativa requerem o contato prévio com antígenos, enquanto o sistema inato não necessita de experiência imunológica prévia. A imunidade inata é a primeira linha de defesa contra os patógenos e é composta pela resposta de granulócitos, monócitos, macrófagos, células dendríticas e natural killer. Alguns patógenos responsáveis pelas infecções intraútero, intraparto e pós-parto estimulam a resposta imune fetal e neonatal. Esse agentes incluem o estreptococo do grupo B, a Escherichia coli, a Listeria monocytogenes, o herpes simples, o citomegalovírus, o vírus Epstein-Barr, o vírus varicella-zoster, o vírus respiratório sincicial, o Toxoplasma gondii e a Candida albicans.
 O melhor entendimento do funcionamento do sistema imunológico no período neonatal é capaz de tornar o médico apto a desempenhar medidas preventivas e terapêuticas que melhorem os cuidados das infecções durante esse período.
· O sistema imunológico do recém-nascido apresenta habilidade limitada em montar uma resposta efetiva do ponto de vista quantitativo e qualitativo contra patógenos invasivos, implicando mais suscetibilidade a infecções. Sabe-se que quanto menor o período gestacional, menos desenvolvido será o sistema imunológico ao nascimento, de forma que recém-nascidos prematuros extremos (<28 semanas) apresentam risco 5-10 vezes mais alto de infecção que o recém-nascido a termo.
· O neonato é altamente dependente da transferência materna passiva de anticorpos no início da vida fetal e neonatal. O desenvolvimento imunológico somente estará completo na infância tardia. O leite materno é um exemplo importante de transferência de imunidade passiva no período pós-natal. Ele possui funções antimicrobianas, anti-inflamatórias e imunorreguladoras. Contém a IgA secretora, que coloniza o trato gastrintestinal e respiratório do neonato, células ativas (fagócitos, células natural killer e linfócitos), citocinas (IL-4, IL-6, IL-8, IL-10) além de lisozima, lactoferrina, peroxidase e lípides antimicrobianos.
· Os progenitores linfoide e mieloide, que estão no saco vitelino desde a quarta semana de gestação, migram para o fígado, principal órgão hematopoiético durante esse período, no qual proliferam sofrendo somente discreta diferenciação. Posteriormente, são encontrados no baço, timo e medula óssea.1 
· A imunidade pode ser classificada em inata (inespecífica) ou adquirida (específica), que, por sua vez, é dividida em imunidade humoral e celular. As vacinas atuam estimulando a imunidade específica, que é exercida por meio de anticorpos (imunidade humoral) e de linfócitos com função efetora (imunidade celular). Os anticorpos podem ser séricos, atuando na corrente sanguínea ou secretórios, bloqueando e impedindo a penetração de microrganismos através das mucosas. A defesa contra invasões microbianas inclui o desenvolvimento rápido e antígeno independente da imunidade inata e o desenvolvimento mais lento e específico da imunidade adaptativa.1,3,4
A imunologia do feto e do recém-nascido
Imunidade inata
A imunidade inata é a primeira linha de defesa na exposição a um agente infeccioso e é ativada independente do contato prévio com antígenos. Ela é composta de barreiras epiteliais (pele e mucosas), citocinas, proteínas do sistema complemento e das células circulantes (fagócitos e células natural killer)5
A pele do recém-nascido é imatura e tem mais permeabilidade, possivelmente em consequência à produção inadequada de ácidos-graxos livres e pH alcalino. A produção de IgA secretória está ausente nos primeiros dias de vida, levando a maior vulnerabilidade das mucosas dos tratos respiratório e gastrintestinal a invasões por microrganismos patogênicos.3,4
As citocinas são proteínas de baixo peso molecular, secretadas em resposta a um antígeno, que modulam a intensidade e a duração da resposta imune e inflamatória. São produzidas pelos fagócitos (macrófagos e neutrófilos), células natural killer (NK) e linfócitos T helper. As principais citocinas da imunidade inata são interferon α, β e γ, fator de necrose tumoral (TNF) e interleucinas (1, 6, 10, 12, 15, 18).4
As proteínas do sistema complemento ativam-se em cascata e têm como função a opsonização de antígenos e a lise celular a partir de formação do complexo de ataque à membrana. Elas se encontram reduzidas nos recém-nascidos. Durante a gravidez, há pouca transferência materna de proteínas do complemento. Ao nascimento alcançam níveis próximos de 60-90% dos valores do adulto em recém-nascidos a termo e 47-70% em recém-nascidos pré-termo.4 Níveis semelhantes aos dos adultos somente são atingidos após um ano de idade.6
A célula NK é um tipo de linfócito que destrói células infectadas por vírus, microrganismos intracelulares e célulasneoplásicas com base na produção do interferon γ (INF γ). As células NK dos recém-nascidos apresentam função reduzida com menos ação citotóxica contra vírus, embora sejam equivalentes em números às dos adultos.4
As células mononucleares inflamatórias, especialmente mastócitos e macrófagos, são as sentinelas do sistema de defesa contra os patógenos que vencem a barreira epitelial. Elas produzem fator de necrose tumoral α (TNF α) que recruta células do sistema inato (neutrófilos, monócitos e células dendríticas) e modula a apresentação de antígenos aos linfócitos T.3,5 O recém-nascido apresenta função reduzida de monócitos e macrófagos, com prejuízo na fagocitose.5
Os neutrófilos são as últimas células a aparecerem no feto e somente são produzidos em grande número após o nascimento. No recém-nascido estão reduzidos em número e efetividade. Sua concentração aumenta dramaticamente entre 12 e 24 horas após o nascimento.1 
Observa-se nos recém-nascidos prejuízo na quimiotaxia, rolamento, adesão e migração até o sítio de infecção e também redução de sua atividade oxidativa, que é o seu mecanismo de citotoxicidade.7 O recém-nascido está menos capacitado a elevar o número de neutrófilos circulantes em resposta a um estímulo. Dessa forma, acredita-se que a incapacidade em mobilizar o pool medular durante um estresse associa-se a quadros sépticos nessa idade. 1,3
Outros mediadores inflamatórios importantes como fibronectina, fatores da coagulação e sistema cinina também se encontram reduzidos ao nascimento. Todos esses déficits são parcialmente responsáveis pela reduzida capacidade de opsonização, reduzida capacidade em lisar bactérias Gram-negativas e alguns vírus, pouca geração de processo inflamatório, assim como reduzida quimiotaxia de polimorfonucleares e monócitos.
Imunidade adaptativa
O déficit na imunidade inata acarreta redução da ativação do sistema adaptativo, já que esses dois componentes estão interligados. A resposta imune adaptativa divide-se em resposta mediada por células e resposta mediada por anticorpos. Os linfócitos são suas células efetoras.
Imunidade celular
Em torno da oitava semana de vida intra-uterina, células primitivas “totipotentes” migram em direção ao timo fetal, onde, sob a ação de hormônio(s) produzido(s) pelas células epiteliais, sofrem intensa proliferação e maturação, transformando-se em linfócitos T. Estes, ao saírem do timo, vão colonizar os órgãos linfóides periféricos e, na decima segunda semana, já podem ser encontrados no sangue periférico.
Os precursores das células T são identificados no fígado fetal na sétima semana de gravidez, mas ainda não expressam CD3 em sua superfície. Migram para o timo, onde completam sua proliferação. Entre 18 e 24 semanas, os linfócitos T já se encontram em número semelhante ao do adulto. É no timo que ocorre a formação do receptor de célula T, conferindo a essas células especificidade e capacidade de reconhecimento do que lhes é próprio (self)1
Embora apresente número maior de células T na circulação ao nascimento que os adultos, a maioria são células imaturas e poucas são células de memória, fato explicado pela pequena exposição intraútero a antígenos.1,4
A imunidade celular é exercida pelos linfócitos T com seus subtipos T helper (CD3+ e CD4+) e T citotóxicos (CD3+ e CD8+). Os linfócitos T helper apresentam ainda dois subtipos, conforme seu padrão de produção de citocinas: Th1, que modula a imunidade celular, e Th2, que estimula a imunidade humoral.1
Enquanto os linfócitos B podem reconhecer antígenos diretamente com seus anticorpos, os linfócitos T somente reconhecem antígenos que lhe são apresentados pelas células apresentadoras de antígenos por meio dos antígenos maiores de histocompatibilidade de classe I e II.4
As propriedades fundamentais da imunidade celular são a produção de citocinas e a atividade citotóxica. As citocinas mais importantes da imunidade adaptativa são IL-2, 4, 5, 10 e 13 e INF γ β e TGF β.4
A produção das citocinas está desviada para o perfil de resposta Th2 até um ano de idade. A produção de IL-12 que ativa linfócitos T CD4 para o perfil Th1 está atrasada no recém-nascido.6 O déficit na resposta Th1 visto no neonato confere prejuízo na função de citotoxicidade.7 As citocinas criam um contexto imunoinflamatório que gera amplificação de resposta e recrutamento de células capazes de interferir em toda a resposta imune. Sendo assim, sua deficiência acarreta problemas em toda a imunidade. A menor produção de citocinas (IL-2, IL-4, IL-6 e IL-10) em resposta a antígenos ocorre, em parte, devido à baixa exposição intraútero, mas também devido à função secretória e inibitória da placenta.4,7,8
Os linfócitos T CD4+, de acordo com o padrão de citocinas que produzem, são subdivididos em duas subpopulações: células TH1 que caracteristicamente produzem INF-g e IL-2, e células TH2, que secretam IL-4, IL-5 e IL-10(23). Linfócitos T inflamatórios CD4+ (padrão TH1) e linfócitos T auxiliadores CD4+ (TH2), ambos, expressam o co-receptor CD4 e reconhecem fragmentos de antígenos degradados dentro de vesículas intracelulares, apresentados na superfície da célula através da molécula de classe II do MHC. Os linfócitos TH1 ativam macrófagos que liberam INF-g, permitindo a destruição do microorganismo intracelular mais eficientemente. As células CD4+ (TH2) ativam linfócitos B através da secreção das IL-4, IL-5 e IL-6, que vão se diferenciar em plasmócitos e produzir imunoglobulinas, moléculas efetoras da resposta imune humoral. Linfócitos T citotóxicos, quando ativados, liberam perforinas e proteases assim como o INF-g, dessa maneira matam células-alvo que liberam fragmentos antigênicos de patógenos citosólicos, principalmente vírus, ligados à molécula de classe I do MHC da superfície celular(10,18) (Figura 1).
Os linfócitos T helper apresentam ainda dois subtipos, conforme seu padrão de produção de citocinas: Th1, que modula a imunidade celular, e Th2, que estimula a imunidade humoral.1
Citotoxicidade é a capacidade intrínseca de um material em promover alteração metabólica nas células em cultura, podendo culminar ou não em morte celular.
Imunidade humoral
A imunidade humoral é exercida por linfócitos B, os quais, estimulados por antígenos, diferenciam-se em plasmócitos produtores de anticorpos. Eles são reconhecidos por apresentarem em sua superfície os marcadores CD19 e CD20.4
Os precursores dos linfócitos B estão no fígado com oito semanas, onde já iniciam sua diferenciação. Após o nascimento, a maturação das células B se verifica na medula óssea. A produção de imunoglobulinas fetais já se inicia desde a 10ª semana de gestação, atingindo pico com 26 semanas. A partir de então, cai drasticamente até o nascimento. Isso ocorre devido à baixa exposição intrauterina a antígenos e aos altos níveis de imunoglobulinas maternas transferidas passivamente ao feto. Dessa forma, ao nascimento a criança apresenta baixos níveis de imunoglobulinas (IgM, IgA e IgE), sendo a grande maioria da IgG de origem materna.1
Após o nascimento, inicia-se a produção própria de imunoglobulinas em resposta a antígenos alimentares e ambientais. 
O período compreendido entre a queda dos anticorpos maternos e a produção sustentada de anticorpos próprios é chamado hipogamaglobulinemia transitória ou fisiológica. Ocorre entre o terceiro e o quinto meses de vida, com resolução completa entre dois e cinco anos.4
Embora as células préB já possam ser identificadas em fígado fetal humano por volta da 7a ou 8a semanas de gestação, em condições de normalidade, o feto não produz anticorpos e os plasmócitos são raros(25).
Após contato com o antígeno, os linfócitos B diferenciam-se em plasmócitos, células envolvidas na síntese e excreção das imunoglobulinas (Ig) circulantes, que exercem função de anticorpo. 
Durante a gestação existe uma passagem transplacentária, de anticorpos da classe IgG, da mãe para o feto. Esse transporte ocorre pela presença de receptores para IgG materna presentes no trofoblasto. A transferência ocorre de modo mais acentuado à medida quea gestação se aproxima do termo, de modo que recém-nascidos prematuros apresentam, ao nascimento, níveis de IgG inferiores aos recém-nascidos a termo
A resposta neonatal é atrasada, os anticorpos atingem menores picos séricos e têm curta duração. A produção reduzida de anticorpos pelas células B nesse momento deve-se parcialmente a: anticorpos maternos, imaturidade das células B e imaturidade das células T helper, seu estimulante.8
Para que ocorra o "switch" de classe, ou seja, que o linfócito B apresente outras classes de imunoglobulinas em sua superfície, é necessária a interação com linfócitos T CD4. Na interação entre o linfócito T CD4 padrão Th2 e o linfócito B, ocorre produção de citocinas e, de acordo com o predomínio de algumas delas, o linfócito B produz uma ou outra classe de imunoglobulina. No recém-nascido essa interação está prejudicada.1
O desenvolvimento completo da microarquitetura do tecido linfoide acontece após o nascimento, de maneira que os centros germinativos se tornam aparentes por volta do quarto mês de vida. É provável que esse processo de desenvolvimento possa limitar a resposta de anticorpos no período neonatal.8
CONCLUSÃO
O recém-nascido tem capacidade de defesa limitada contra agressões de seu meio, decorrente das características de seu sistema imunológico ao nascimento. Esse conhecimento sustenta a prevenção de agravos infecciosos, seja a partir do reconhecimento precoce e tratamento adequado das doenças já instaladas e especialmente da restrição à exposição a antígenos das crianças durante esse período de fragilidade imunológica.
http://rmmg.org/artigo/detalhes/1604#:~:text=Artigo%20de%20Revis%C3%A3o&text=Os%20rec%C3%A9m%2Dnascidos%20e%20lactentes,as%20crian%C3%A7as%20e%20os%20adultos. 
7) Identificar quais os impactos para a sociedade do ressurgimento de uma doença erradicada por meio da vacinação; (Sarampo) 
· Sarampo é uma doença viral aguda similar a uma infecção do trato respiratório superior. É uma doença potencialmente grave, principalmente em crianças menores de cinco anos de idade, desnutridos e imunodeprimidos. A transmissão do vírus ocorre a partir de gotículas de pessoas doentes ao espirrar, tossir, falar ou respirar próximo de pessoas sem imunidade contra o vírus sarampo.
O sarampo é uma doença humana grave, altamente contagiosa e de disseminação viral que normalmente é transmitida por contato direto e pelo ar. 
O sarampo é uma doença infectocontagiosa que está entre as principais causas de morbimortalidade entre crianças menores de 5 anos. Isso pode ser evitado pelas vacinas tríplice viral e tetraviral, que se iniciaram em 1967 e mostraram eficiência na diminuição dos casos. Contudo, após ser controlado, o sarampo voltou a ser uma preocupação no Brasil ao iniciar surtos, o que refletiu uma situação mundial, que vem ocorrendo em países da Europa e da América, intensificada desde 2016. O surto brasileiro é devido à diminuição da cobertura de imunização, por dificuldade em vacinar grupos marginalizados como povos indígenas, e por ter pais que hesitam a vacinação devido a questões religiosas, pessoais ou falta de informação.
Atualmente, a imigração de venezuelanos se intensificou devido à crise política no país, e recentemente foi encontrado genótipos D8 de sarampo circulantes na população brasileira, que pode estar intensificando o aumento dos casos de sarampo no Brasil.
Observa-se o aumento do número de casos de sarampo no Brasil, cujas principais causas são a baixa cobertura vacinal e o êxodo dos venezuelanos
Dessa forma, o estudo se faz necessário para delinear a mudança epidemiológica do sarampo, levando em consideração que o sarampo estava em níveis controlados e partir de algumas mudanças sociodemográficas observa-se um aumento dos índices de contaminação.
O Brasil está enfrentando um surto de sarampo do genótipo D8, que é característico da Venezuela, e que contabilizou até o início de julho de 2018 mais de três mil casos suspeitos e 527 casos confirmados da doença. Com isso surge a necessidade de aumento da produção científica e conhecimento desses dados, esclarecendo as causas e propondo medidas para aumento da cobertura vacinal.
O sarampo é uma doença infecciosa grave, de etiologia viral, extremamente contagiosa, aguda e auto-limitada, transmitida através de secreções nasofaríngeas, expelidas no ato de tossir, espirrar, falar ou respirar (RIBEIRO, Camila; MENEZES, Cecília; LAMAS, Cristiane, 2015). É causada por um RNA vírus, que por ser um microorganismo frágil, sua sobrevida fora do hospedeiro é restrita. Quando a infecção se instala, há um estímulo de anticorpos, cuja função é neutralizar a infectividade do agente agressor. Este processo acarreta sintomas como febre, exantema máculo-papular generalizado, tosse, coriza, conjuntivite e manchas de Koplik (pequenos pontos brancos na mucosa bucal) e pode complicar com infecções respiratórias, otites, doenças diarreicas, neurológicas e inclusive óbito.
A vacinação é um importante meio para se precaver da infecção por sarampo, visto que é o único método eficaz de prevenção, não somente do sarampo, mas também da caxumba e da rubéola. A vacina é composta de vírus vivos atenuados e é fornecida na rede pública pelo Programa Nacional de Imunização, estando presente no calendário vacinal básico da criança, sendo administrada aos 12 e 15 meses. Os adolescentes e adultos não vacinados recebem a tríplice viral. Sendo assim, uma boa cobertura vacinal para população é essencial na diminuição do número de casos e até mesmo da erradicação da doença.
Dados epidemiológicos: 
Em 2020, foram notificados 15.335 casos suspeitos de sarampo, desses, foram confirmados 7.718 (50,3%) casos, sendo 5.043 (65,3%) por critério laboratorial e 2.675 (34,7%) por critério clínico epidemiológico. 
No ano de 2020, 21 estados apresentaram casos de sarampo no País, e 5 destes estão com circulação ativa do vírus, destacando-se o Estado do Pará que concentra 5.025 (65,1%) casos confirmados de sarampo e a maior incidência (91,15 casos por 100.000 habitantes), dentre as unidades da federação. Os estados de Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pernambuco, Rio Grande do Sul, Rondônia, Santa Catarina, Sergipe, Tocantins e o Distrito Federal estão com um período de 12 semanas (90 dias) ou mais da data de confirmação do último caso, no entanto este cenário está sujeito a alterações, uma vez que ainda existem casos em investigação nesses locais.
Em 2020, até o momento, foram registrados cinco óbitos por sarampo, sendo um no Estado de São Paulo, residente na capital, um no Rio de Janeiro, residente no município de Nova Iguaçu, três no Pará, um residente no município de Belém e dois em Novo Repartimento.
para diminuir o risco da ocorrência de casos graves e óbitos, o Ministério da Saúde, desde agosto de 2019 adotou a estratégia da Dose Zero da vacina tríplice viral para crianças de 6 a 11 meses de idade, portanto, é recomendado que todas as crianças, a partir dos 6 meses de idade sejam vacinadas contra o sarampo.
Além disso, recomenda-se seguir as orientações do Calendário Nacional de Vacinação, o qual apresenta indicações de vacinação contra o sarampo para pessoas de 12 meses a 59 anos de idade.
Estratégias de vacinação para 2020 Em 2020, o Ministério da Saúde vem ampliando os esforços contra o sarampo, com a meta para o Brasil livre do sarampo no contexto do Movimento Vacina Brasil, e juntamente com os estados e os municípios, realizou uma estratégia de vacinação contra a doença no período de 10/02/2020 a 13/03/2020 para o públicoalvo de pessoas na faixa etária de 5 a 19 anos de idade. Mesmo em meio a situação epidemiológica provocada pela pandemia do coronavírus, muitos estados estão com circulação do vírus do sarampo. Por este motivo o Ministério da Saúde recomenda que a estratégia de vacinação contra o sarampo seja mantida, e que os processos de trabalho das equipes sejam planejados, de acordo com as orientações amplamente divulgadas por este Ministério, de vacinar o maior númerode pessoas contra o sarampo e, ao mesmo tempo, evitar aglomerações, visando diminuir o risco de contágio pela COVID-19. Nesse sentido, a Secretaria Municipal de Saúde de cada município e a rede de serviços de Atenção Primária à Saúde / Estratégia Saúde da Família devem estabelecer parcerias locais com instituições públicas e privadas, a fim de descentralizar o máximo possível a vacinação para além das unidades básicas de saúde. A estratégia de vacinação indiscriminada para pessoas na faixa etária de 20 a 49 anos, iniciada em março deste ano, cujo encerramento estava programado para o dia 30 de junho foi prorrogada até o dia 31 de agosto de 2020 para todo o País, conforme Ofício Circular Nº 115/2020/SVS/MS de 22 de junho de 2020.
A prorrogação da estratégia ocorreu em razão das baixas coberturas vacinais, e o elevado quantitativo de pessoas suscetíveis ao adoecimento em todo o País. Com isso, todas as pessoas de 20 a 49 anos de idade devem receber uma dose da vacina tríplice viral, independentemente da situação vacinal apresentada no cartão de vacinação. A realização desta ação e a adesão do público-alvo é imprescindível para garantir a devida proteção da população contra o sarampo, e possibilitar a interrupção da circulação do vírus no País, sendo este um passo importante para o Brasil reconquistar certificação da eliminação da doença no país.
https://antigo.saude.gov.br/images/pdf/2020/August/31/Boletim-epidemiologico-SVS-34.pdf
https://www.brazilianjournals.com/index.php/BJHR/article/view/11258 
1. 
9) Entender o SINAN e sua atuação e como e quando deve-se notificar (Como é feita a notificação e qual a importância).
O Sinan
O Sistema de Informação de Agravos de Notificação - Sinan é alimentado, principalmente, pela notificação e investigação de casos de doenças e agravos que constam da lista nacional de doenças de notificação compulsória (Portaria de Consolidação nº 4, de 28 de Setembro de 2017, anexo V - Capítulo I), mas é facultado a estados e municípios incluir outros problemas de saúde importantes em sua região, como varicela no estado de Minas Gerais ou difilobotríase no município de São Paulo. Sua utilização efetiva permite a realização do diagnóstico dinâmico da ocorrência de um evento na população, podendo fornecer subsídios para explicações causais dos agravos de notificação compulsória, além de vir a indicar riscos aos quais as pessoas estão sujeitas, contribuindo assim, para a identificação da realidade epidemiológica de determinada área geográfica. O seu uso sistemático, de forma descentralizada, contribui para a democratização da informação, permitindo que todos os profissionais de saúde tenham acesso à informação e as tornem disponíveis para a comunidade. É, portanto, um instrumento relevante para auxiliar o planejamento da saúde, definir prioridades de intervenção, além de permitir que seja avaliado o impacto das intervenções.
LISTA NACIONAL DE NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA DE DOENÇAS, AGRAVOS E EVENTOS DE SAÚDE PÚBLICA
Legenda: MS (Ministério da Saúde), SES (Secretaria Estadual de Saúde) ou SMS (Secretaria Municipal de Saúde
* Informação adicional: Notificação imediata ou semanal seguirá o fluxo de compartilhamento entre as esferas de gestão do SUS estabelecido pela SVS/MS;
https://portalsinan.saude.gov.br/

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