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PROBLEMA 2- INTERMEDIÁRIA ANIMAIS PEÇONHENTOS SERPENTES - No Brasil, a fauna ofídica de interesse médico está representada pelos gêneros Bothrops, Crotalus, Lachesis, Micrurus e alguns da Família Colubridae. Fosseta loreal - A fosseta loreal, órgão sensorial termorreceptor, é um orifício situado entre o olho e a narina, daí a denominação popular de “serpente de quatro ventas”. A presença dessa fosseta indica que a serpente é peçonhenta e é encontrada nos gêneros Bothrops, Crotalus e Lachesis. Todas as serpentes destes gêneros são providas de dentes inoculadores bem desenvolvidos e móveis situados na porção anterior do maxilar. - Para diferenciar se uma cobra é peçonhenta ou não, pode-se usar o seguinte fluxograma: FAMÍLIA VIPERIDAE Gênero Bothrops (jararacas): Habitam zonas rurais e periferias de grandes cidades, preferindo ambientes úmidos como matas e áreas cultivadas e locais onde haja facilidade para proliferação de roedores. Possuem hábitos predominantemente noturnos ou crepusculares, apresentam comportamento agressivo quando ameaçadas e deferem botes sem produzir ruídos. B. erythomelas B. jararaca B. leucurus >> é a mais importante em SSA B.jaracuçi B. Neuwiedi Gênero Crotalus (cascavel-quatro-ventas): Encontradas em campos abertos, áreas secas, arenosas e pedregosas, e raramente na faixa litorânea (não encontradas nas florestas e Pantanal). Não possuem o hábito de atacar, porém sua presença é percebida por um som que se assemelha com o chocalho. Gênero Lachesis (sururucu): é a maior das serpentes peçonhentas das Américas; habitam áreas florestais e algumas matas úmidas no Nordeste. FAMÍLIA ELAPIDAE Gênero Micrurus (coral verdadeira): existem 18 espécies em todo o Brasil; apresentam anéis vermelhos, pretos e brancos, não importando a ordem das cores. Existem serpentes não peçonhentas que têm o mesmo padrão de coloração, mas não possuem os dentes inoculadores, além dos anéis não envolverem o corpo todo -> falsas-corais. FAMÍLIA COLUBRIDAE Gênero Philodryas (cobra- cipó ou cobra- verde): Não apresentam a fosseta loreal, e para injetar veneno, mordem e se prendem ao local. ESCORPIÕES - De forma geral, os escorpiões ou lacraus apresentam o corpo formado pelo tronco e pela cauda, que é formada por 5 segmentos e no final situa-se o telso, composto pela vesícula, que contém duas glândulas de veneno, e ferrão (aguilhão), que inocula o veneno produzido. Eles são animais carnívoros, alimentando- se principalmente de insetos, apresentam hábitos noturnos, escondendo-se durante o dia sob pedras, troncos, telhas ou tijolos. Os escorpiões de importância médica no Brasil pertencem ao gênero Tityus, que é o mais rico em espécies. Tityus serrulatus: conhecido como escorpião amarelo e é a principal espécie que causa acidentes graves, com registro de óbitos, principalmente em crianças. Apresenta o tronco marrom-escuro e a cauda, que é amarelada, apresenta uma serrilha dorsal nos dois últimos segmentos (daí o nome). Está presente na Bahia, Minas Gerais, RJ, entre outros estados. Tityus bahiensis: Conhecido por escorpião marrom ou preto, tem o tronco escuro e é a espécie que causa mais acidentes em São Paulo, sendo encontrado ainda em Minas Gerais, Goiás, Bahia, entre outros. Tityus stigmurus: tronco amarelo-escuro, apresentando um triângulo negro no cefalotórax. Está presente nos estados da região Nordeste do Brasil, como Bahia, Alagoas, Sergipe, e por isso é conhecido como escorpião amarelo do Nordeste. - Do ponto de vista de saúde pública, tem sido preocupante o aumento da dispersão do Tityus serrulatus, que tem sido encontrada, por exemplo, no Recôncavo Baiano. Esta dispersão tem sido explicada em parte pelo fato dessa espécie se reproduzir por partenogênese (só existem fêmeas e todo indivíduo adulto pode parir sem a necessidade de acasalamento). ARANHAS - São animais carnívoros, que se alimentam principalmente de insetos, como grilos e baratas. Muitas têm hábitos domiciliares e peridomiciliares; apresentam o corpo dividido em: Cefalotórax: articulam-se os 4 pares de pernas, um par de pedipalpos e um par de quelíceras. Nas quelíceras estão os ferrões utilizados para inoculação do veneno Abdome PHONEUTRIA (ARANHAS ARMADEIRAS) - São chamadas de armadeiras pois assumem comportamento de defesa: se apoiam nas pernas traseiras, erguem as dianteiras, abrem as quelíceras, tomando bem visíveis os ferrões, e procuram picar. Não constroem teia geométrica, sendo animais errantes que caçam principalmente à noite. Os acidentes ocorrem dentro das residências, ao se manusearem material de construção, entulhos, lenha ou calçando sapatos. As espécies descritas para o Brasil são: P. fera P. keyserfingi P. nigriventer -> encontrada na região metropolitana, mas sua maior presença é em áreas de Chapadas, como a Diamantina. P. reidyi. LOXOSCELES (ARANHAS-MARRONS) - Constroem teias irregulares sob cascas de árvores, telhas e tijolos empilhados, atrás de móveis, cantos de parede, em vestimentas, sempre ao abrigo da luz direta. Não são aranhas agressivas, picando apenas quando comprimidas contra o corpo; as principais espécies causadoras de acidentes no Brasil são: L. intermedia L. laeta L. gaúcho -> foi encontrada em regiões de Chapada Diamantina, no município de Abaíra. LATRODECTUS (VIÚVAS-NEGRAS) - As fêmeas são pequenas e de abdome globular, apresentando no ventre um desenho característico em forma de ampulheta; constroem teias irregulares entre vegetações arbustivas e gramíneas, e causam acidentes quando são comprimidas contra o corpo. As principais espécies são: L. curacaviensis: encontrada na Bahia, Ceará, SP, etc. L. geometricus: encontrada praticamente em todo o país. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS OFIDISMO ACIDENTE BOTRÓPICO - É responsável por 90% dos envenenamentos correspondentes ao acidente ofídico. As ações do veneno são as seguintes: Proteolítica: atividade inflamatória aguda, responsável pelas alterações que ocorrem no local da picada e proximidade, como lesões locais, edema, bolhas e necroses. Coagulante: a maioria dos venenos botrópicos ativa o fator X e a protrombina; possui também ação semelhante à trombina, convertendo o fibrinogênio em fibrina. O consumo de fibrinogênio e formação de fibrina intravascular, pode tornar o sangue incoagulável. Hemorrágica: ação atribuída às hemorraginas do veneno, que, rompendo a integridade do endotélio vascular, podem ocasionar hemorragias em diversos locais. Manifestações clínicas Em relação às manifestações locais, os pacientes apresentam dor e edema endurado no local da picada, de intensidade variável e, em geral, de instalação precoce. Equimoses e sangramentos no ponto da picada são frequentes. Já as manifestações sistêmicas incluem sangramento pré-existente no local da picada, gengivorragias, hematúria, e no caso de gestantes, ainda se tem o risco de hemorragia uterina. Podem ocorrer náuseas, vômitos, sudorese, hipotensão arterial e, mais raramente, choque. ACIDENTE CROTÁLICO - É responsável por cerca de 7,7% dos acidentes ofídicos registrados no Brasil e apresenta o maior coeficiente de letalidade devido à frequência com que evolui para insuficiência renal aguda (IRA). Possui 3 ações principais: Neurotóxica: essa ação é causada pela fração crotoxina, que é uma neurotoxina de ação pré-sináptica que atua nas terminações nervosas inibindo a liberação de acetilcolina. Consequentemente, ocorre o bloqueio neuromuscular do qual decorrem as paralisias motoras apresentadas pelos pacientes. Miotóxica: Não está identificada a fração do veneno que produz esse efeito miotóxico, apenas sabe-se que ocorre lesão das fibras musculares esqueléticas com a liberação de enzimas e mioglobina para o soro que posteriormente são excretadas na urina Coagulante: derivada da fração do veneno do tipo trombina, que ocasiona distúrbios na coagulação sanguínea. Manifestações clínicas Em relação às manifestações locais, a dor e o edema estão ausentes ou são discretos; parestesia local. As manifestações sistêmicas vão variar: Gerais: mal estar, sudorese, náuseas, vômitos, sonolência ou inquietação e secura da boca. Neurológicos: dentro das primeiras 6 horas, evidenciam-se dificuldade de acomodação (visão turva) ou diplopia (visão dupla), derivadas da paralisia da musculatura extrínseca e intrínseca do globo ocular; fácies miastênicas, alteração do diâmetro pupilar. Musculares: dores musculares generalizadas; mioglobinúria (mioglobina na urina). Distúrbios de coagulação: incoagulabilidade sanguínea ou aumento do Tempo de Coagulação (TC). ACIDENTE LAQUÉTICO - São os casos de acidentes com serpentes encontradas em áreas florestais. Possui ações do veneno agrupadas em 4 ações principais: Proteolítica: mesmo mecanismo botrópico Coagulante: fração do veneno com atividade tipo trombina Hemorrágica: intensa atividade hemorrágica do veneno de Lachesis muta muta, relacionada à presença de hemorraginas Neurotóxica: ação do tipo estimulação vagal, porém ainda não foi caracterizada a fração específica responsável por essa atividade. Manifestações clínicas Em relação às manifestações locais, predominam dor e edema, que podem progredir para todo o membro; vesículas e bolhas de conteúdo seroso ou sero- hemorrágico. No caso das sistêmicas, são relatados hipotensão arterial, tonturas, escurecimento da visão, bradicardia, cólicas abdominais e diarréia (síndrome vagal). ACIDENTE ELAPÍDICO - As estatísticas nacionais revelam a baixa incidência de acidentes por corais verdadeiras (menos de 0,5%), porém são acidentes sempre potencialmente graves, devido à incidência de paralisia respiratória, de evolução rápida. O veneno possui como constituinte tóxico as neurotoxinas (NTX) e elas atuam da seguinte forma: NTX de ação pré-sináptica: inibem a liberação da acetilcolina, impedindo a deflagração do potencial de ação. NTX de ação pós-sináptica: combinam-se com os receptores da placa terminal, competindo com a Ach pelos impulsos nervosos, o que também impede a deflagração. Manifestações clínicas Em relação à local, o paciente apresenta discreta dor local, geralmente acompanhada de parestesia. Já as sistêmicas são caracterizadas por vômitos, fraqueza muscular progressiva, ptose palpebral (pálpebra caída), presença de fácies miastênica ou “neurotóxica”. A paralisia da musculatura respiratória compromete a ventilação, podendo haver evolução para insuficiência respiratória aguda e apnéia. ACIDENTE POR COLUBRÍDEOS - A maioria dos acidentes por Colubrídeos são destituídos de importância por causarem apenas ferimentos superficiais da pele, não havendo inoculação de peçonha. A maioria dos acidentes por Colubrídeos são destituídos de importância por causarem apenas ferimentos superficiais da pele, não havendo inoculação de peçonha. Em relação ao quadro clínico, acidentes por colubrídeos podem ocasionar edema local, equimose e dor. ESCORPIONISMO - A toxina escorpiônica é uma mistura complexa de proteínas de baixo peso molecular, associada a pequenas quantidades de aminoácidos, sem atividade proteolítica e que não consome fibrinogênio. Atua em sítios específicos dos canais de sódio, produzindo despolarização das terminações nervosas pós- ganglionares dos sistemas simpático, parassimpático e da medula da supra-renal. Isso vai desencadear a liberação de catecolaminas (adrenalina e noradrenalina) e acetilcolina, que são responsáveis pela maior parte dos sintomas e sinais clínicos. O quadro clínico estabelecido vai depender da predominância dos efeitos simpáticos ou parassimpáticos. Manifestações clínicas - Em relação às manifestações locais, a dor local, que ocorre praticamente em todos os pacientes, é de intensidade variável, sendo o motivo maior da busca rápida de atendimento médico. A dor aumenta de intensidade com a palpação e pode irradiar-se para a raiz do membro acometido, sendo que, frequentemente, há parestesias (formigamento). O ponto de inoculação do veneno pode não ser visível, entretanto podem ser encontrados edema discretos e sudorese. - Já quando se trata das manifestações sistêmicas, devemos levar em consideração a liberação dos 2 diferentes tipos de neurotransmissor: A liberação de acetilcolina causa aumento das secreções das glândulas lacrimais, nasais, sudoríparas, da mucosa gástrica e do pâncreas, provocando lacrimejamento, rinorréia, sudorese e vômitos. Podem ser observados tremores, miose, bradicardia, hipotensão... Como consequência da liberação de catecolaminas, pode haver midríase, taquicardia, hipertensão arterial, podendo evoluir para falência cardiocirculatória e edema agudo. ARANEÍSMO ACIDENTES POR PHONEUTRIA - O veneno causa a ativação e retardo da inativação dos canais de sódio, o que induz a despolarização das fibras musculares e de terminações nervosas do sistema nervoso autônomo, ocasionando liberação de catecolaminas e acetilcolina. Os peptídeos do veneno de P. nigriventer podem induzir tanto a contração da musculatura lisa vascular quanto o aumento da permeabilidade vascular. - Em relação ao quadro clínico predomina-se as manifestações locais, sendo que a dor ocorre de forma imediata após a picada e pode variar de intensidade. No local da picada, pode-se observar edema, eritema e sudorese ao redor dos dois pontos de inoculação. ACIDENTES POR LOXOSCELES - O veneno possui atividades hemolítica e dermonecrótica, que parecem ser causadas pela enzima fosfolipase D que atua sobre os constituintes das membranas das células, principalmente do endotélio vascular ou hemácias. Por conta disso, são ativadas as cascatas do sistema complemento, da coagulação e das plaquetas, desencadeando intenso processo inflamatório no local da picada, acompanhado de obstrução de pequenos vasos, edema, hemorragia e necrose local. - Em relação ao quadro clínico, a picada é quase sempre imperceptível e os sintomas locais evoluem lentamente (nas primeiras horas, lembram picada de inseto). A picada pode evoluir para duas formas clínicas: 1. Forma Cutânea: sinais e sintomas são restritos ao local acometido; logo após a picada, o paciente se refere a dor como sendo parecida com a sensação de queimadura com cigarro; algumas horas depois (2 a 8 horas) a dor se intensifica sendo relacionada à isquemia e vasoespasmo, podendo aparecer prurido, formigamento, eritema e edema. A lesão cutânea pode evoluir para necrose seca (escara), em cerca de 7 a 12 dias, que, ao se destacar em 3 a 4 semanas, deixa uma úlcera de difícil cicatrização 2. Forma cutâneo-visceral (hemolítica): é bem menos frequente e ocorre dentro das primeiras 24 a 48 h após a picada; é acompanhada de sintomas como febre, calafrios, mal-estar, fraqueza, náuseas, vômitos, mialgia. Os casos graves podem evoluir para insuficiência renal aguda. ACIDENTES POR LATRODECTUS - A alpha-latrotoxina é o principal componente tóxico e atua sobre terminações nervosas sensitivas provocando quadro doloroso no local da picada. Possui ação no SNA, levando à liberação de neurotransmissores adrenérgicos e colinérgicos e, na junção neuromuscular pré-sináptica, altera a permeabilidade aos íons sódio e potássio. Manifestações clínicas Em relação às locais, o paciente sente dor ocal de pequena intensidade que evolui para a sensação de queimaduras 15 a 60 minutos após a picada. As manifestações sistêmicas se dividem em: Gerais: Tremores, ansiedade, excitabilidade, insônia, eritema da face e pescoço. Motoras: Dor irradiada para MMII, contraturas musculares periódicas; dor abdominal intensa acompanhada de rigidez. Cardiovasculares: sensação de morte iminente, taquicardia inicial e hipertensão seguidas de bradicardia Digestivas: Náuseas e vômitos, anorexia e constipação Geniturinárias: Retenção urinária, dor testicular e ejaculação Oculares: Ptose e edema bipalpebral, midríase. CLASSIFICAÇÃO DE RISCO E CONDUTAS OFIDISMO - O fluxograma de atendimento é o seguinte: 1. Estabilização do paciente> Elevação do membro, avaliar sinais vitais e balanço hídrico 2. História clínica: local do acidente, tempo decorrido, garrote ou outras substâncias com a identificação do animal se possível 3. Avaliar as manifestações clínicas 4. Tratamento Higienizar o local da picada sem curativo oclusivo; Analgesia e tranquilização do paciente; Coleta de exames. Medicação pré-soro: drogas anti-histamínicas, hidrocortisona. Soroterapia específica com dose conforme a gravidade: administrado via endovenosa; infusão em 20 a 60 minutos com supervisão médica ou enfermeira; dose para adultos é igual para crianças. -> objetivo de neutralizar a maior quantidade possível de veneno circulante. 5. Monitorizar o paciente: reavaliação laboratorial em 6 horas, avaliar nova dose se TC alterado, reavaliação laboratorial em 12h. 6. Avaliação de complicações 7. Vacinação para tétano conforme estado vacinal ACIDENTE BOTRÓPICO ACIDENTE CROTÁLICO ACIDENTE LAQUÉTICO ACIDENTE ELAPÍDICO ESCORPIONISMO - Em relação à conduta relacionada ao acidente escorpiônico, existe um fluxograma trazido pelas diretrizes: 1. Identificação do agente: Manter paciente em observação de 12-24h se não for possível identificar agente 2. Suporte clínico e analgesia - A analgesia local é feita pela lidocaína a 2% no local da picada em intervalos de 30 a 60min ou uso de dipirona na dose de 10 mg/kg de peso a cada seis horas. - Em relação ao suporte clínico, é necessário fazer a correção de distúrbios hidroeletrolíticos; monitorização especialmente em crianças; nos casos de vômitos profusos, realizar a hidratação parenteral, etc. 3. Avaliar gravidade do acidente -> leve, moderada ou grave 4. Realizar exames complementares: coleta de hemograma, função renal, ECG, ELISA (detecta a quantidade de veneno circulante) 5. Soroterapia específica conforme a gravidade: Administrando em 15-30 minutos com melhora de sintomas em 1 hora - O escorpionismo pode ser classificado em 3 diferentes tipos de acidentes: 1. Leves: presente somente a sintomatologia local, como a dor e a parestesia. 2. Moderados: além da dor intensa no local, presentes também algumas manifestações sistêmicas não muito intensas, como sudorese, náuseas, vômitos, hipertensão arterial, taquicardia, taquipnéia e agitação 3. Graves: manifestações sistêmicas são bastante evidentes e intensas, vômitos frequentes (a intensidade e a frequência dos vômitos são um sinal sensível da gravidade do envenenamento), sudorese generalizada e abundante, sensação de frio, tremores e espasmos musculares. ARANEÍSMO - O fluxograma de atendimento é o seguinte: 1) Identificar o agente 2) Avaliação da gravidade e suporte clínico Casos leves: Tratamento sintomático inespecífico >> Analgesia, sedativos e anti-histamínico Casos moderados e graves: Tratamento sintomático inespecífico >> Analgesia, sedativos e antihistamínico; Tratamento sintomático específico >> Administrar soro específico conforme gravidade (Melhora 3h-6h); Exames complementares - Tratamento sintomático para manifestações locais: Analgésicos, como a dipirona; compressas frias aliviam a dor local; antisséptico local e limpeza periódica da ferida 5-6x por dia com sabão neutro. Se tiver infecção secundária: utilizar um antibiótico sistêmico Remover a escara após a delimitação de área de necrose (1 semana depois) Tratamento cirúrgico pode ser necessário no manejo das úlceras e correção de cicatrizes FONEUTRISMO LOXOSCELISMO LATRODECTISMO CIATOX - No Brasil, tanto as intoxicações exógenas como os acidentes por animais peçonhentos são considerados agravos de notificação compulsória e devem ser registrados no Sinan por meio do preenchimento de Ficha de Notificação e Investigação específica para cada caso. No período de 2010 a 2017, o Sinan registrou 703.928 casos de intoxicações, com 7.840 óbitos e 1.077.399 acidentes por animais peçonhentos, com 1.752 óbitos. Pórem, a morbimortalidade por intoxicações e envenenamentos pode ser muito maior, uma vez que foram constatadas subnotificações dos casos nesse sistema de informação. - Os Centros de Informação e Assistência Toxicológica (CIATox), que estão inseridos na Rede de Atenção as Urgências e Emergências (RUE) do SUS, possuem como objetivo oferecer informações, assessorar a prevenção, diagnóstico, prognóstico e tratamento das intoxicações. - Esses serviços foram criados no Brasil a partir da década de 1970, todavia, somente em 2015 o Ministério da Saúde instituiu 31 desses serviços como estabelecimentos de saúde integrantes da Linha de Cuidado ao Trauma (LCT), da RUE, sob a denominação de CIATox, definidos como: “Unidades de saúde, de referência em Toxicologia Clínica no SUS, com atendimento em regime de plantão permanente por teleconsultoria e/ou presencial, com o objetivo de prover informação toxicológica aos profissionais de saúde e às instituições e prestar assistências às pessoas expostas e/ou intoxicadas, visando à redução de morbimortalidade”. - O MS estabeleceu, ainda, atividades opcionais, e institui um incentivo financeiro para esses serviços. ATRIBUTOS FUNCIONAIS DO CIATOX - Foi feita uma pesquisa para entender a organização e o funcionamento dos CIATox brasileiros, sendo que dos 31 existentes, 19 aceitaram participar do estudo. Atendimentos - A maioria dos CIATox oferecem atendimento de forma ininterrupta durante 24 horas/dia, 7 dias/semana e 365 dias/ano. Em relação aos meios de acesso ao atendimento ofertado pelos CIATox 5 realizam atendimentos exclusivamente por telefone; 4, atendimento telefônico e presencial, em unidades de saúde nas quais o CIATox é vinculado (interconsulta), e 3 oferecem atendimento telefônico e atendimento presencial, tanto em unidades de saúde de vinculação como em sede própria. Existem ainda 8 CIATox que contam com serviço de laboratório para análises toxicológicas e 2 para análises clínicas. - Em relação a quais instituições ou serviços de saúde são atendidos pelos CIATox, 16 referiram como mais frequentes as UBS, consultórios, unidades de pronto atendimento ou pronto- -socorro e os hospitais públicos municipais e estaduais. Atividades ofertadas - Ao todo, os CIATox relataram oferecer 39 diferentes atividades, incluindo: Fornecer informação por meio de chamadas telefônicas Ensino para graduação Notificação de eventos toxicológico Suporte clínico remoto e suporte clínico presencial a profissionais de saúde Registro dos atendimentos em banco de dados de acesso restrito - As atividades referidas como menos realizadas foram: ouvidoria, visita domiciliar e consultoria para instituições ou organizações internacionais. ATRIBUTOS ORGANIZACIONAIS Vinculação institucional e gestão - Todos os CIATox são vinculados a alguma instituição gestora, dos quais 12 possuem vinculação a uma única instituição; n=6, a duas instituições; e 1, a três instituições. Em relação às instituições de vinculação, nove tipos diferentes foram referidos: Secretaria de Saúde Estadual Secretaria de Saúde Municipal Hospital Universitário Estadual Universidade Estadual Universidade Federal Hospital Universitário Federal Hospital Federal Hospital Universitário de Fundação Privada, sem fins lucrativos e de caráter filantrópico - Embora um pouco mais da metade dos CIATox participantes tenha referido mudança em suas funções nos últimos 10 anos, a estrutura organizacional não sofreu alterações no mesmo período. Recursos Humanos - A composição de recursos humanos varia conforme o CIATox, porém, o quadro de trabalho é composto basicamente por: Médicos, enfermeiros, farmacêuticos Psicólogos, assistentes sociais, agentes de saúde, auxiliares e técnicos de laboratório Veterinários e biomédicos, biólogos, administradores e técnicos em informática - Do total de CIATox participantes, 13 possuem programa de estágio profissional para o exercício dos plantões diários, direcionado para estudantes de graduação e pós-graduação, de formação multiprofissional que inclui os cursos de medicina, enfermagem, farmácia, biomedicina e biologia. - Para 17 CIATox, há dificuldades na composição de recursos humanos decorrente da falta de recursos financeiros e da falta de reposição de profissionais aposentados. Recursos materiais e infraestrutura - 14 CIATox dispõem de área física própria; destas, 12 são localizadas dentro de um serviço hospitalar. Quanto à disponibilidade de antídotos e soros, 13 CIATox não dispõem de estoque de antídotos, e 8 não dispõem de estoque de soros antiveneno. Em relação as fontes de recurso financeiro para a aquisição desses insumos, 6 são recursos provenientes exclusivamente da instituição de vinculação; e 3 do governo estadual. Para os respondentes, os CIATox não possuem autonomia financeira, enfrentam limite de cotas mensais das instituições de vinculação e não recebem o incentivo financeiro estabelecido pelo MS. - Para 13 CIATox, há dificuldade na composição de recursos materiais e infraestrutura, entre as quais: Aquisição de materiais permanentes Aquisição de insumos para laboratório, soros e antídotos de alto custo e para a manutenção corretiva e preventiva do espaço físico ANÁLISE CRÍTICA - No Brasil, atualmente, existe uma disparidade na cobertura: enquanto 7 estados não dispõem de nenhum CIATox (Acre, Roraima, Rondônia, Amapá, Maranhão, Alagoas e Tocantins), um único estado (São Paulo) tem 9 CIATox e mais dois serviços públicos que prestam informação toxicológica, mas que não foram incluídos na RUE do SUS: Instituto Butantã, na cidade de São Paulo, e o Centro de Assistência Toxicológica de Presidente Prudente. - No histórico de criação dos CIATox até a sua inclusão na RUE do SUS, duas iniciativas de origem federal contribuíram para a sua organização: O Sistema Nacional de Informação Tóxico- farmacológicas, criado em 1980 pelo MS, sob coordenação da Fundação Oswaldo Cruz: tinha como um dos objetivos ampliar o número de Centros no País por meio de convênios e repasses financeiros entre o MS e as Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde. A Gerência Geral de Toxicologia da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, uma iniciativa que ocorreu entre 2011 e 2005, com o objetivo de promover encontros nacionais com os Centros existentes à época, para incrementar a captação dos dados epidemiológicos provenientes dos atendimentos, o que culminou com a criação de uma Rede Nacional de Centros de Informação e Assistência Toxicológica (Renaciat), que estabeleceu critérios e parâmetros para a instalação de novos Centros no País. - Após a inserção dos CIATox na RUE do SUS, passaram a existir funções essenciais desses serviços, como: Produção e disseminação de informações Notificação dos eventos de interesse em saúde pública Prevenção de doenças e agravos e promoção da saúde, todos sobre a ocorrência de exposições e intoxicações que interferem no perfil de morbimortalidade da população - Em relação às funções opcionais dos CIATox, estão inclusas: Busca ativa de casos e investigação de eventos de saúde pública com destaque para exposição e intoxicação; Suporte e análise laboratorial toxicológica Assistência direta à saúde da população nos casos das exposições e intoxicações agudas e crônicas - Os atendimentos oferecidos pelos CIATox brasileiros diferenciam-se dos atendimentos realizados pelos Centros estadunidenses, nos quais prevalecem as ligações realizadas pelos usuários a partir de suas residências, que recorrem às ligações gratuitas antes de buscarem o atendimento nos serviços pagos de saúde. Nos centros brasileiros, há uma maior demanda de atendimentos originados de serviços de saúde. CIATOX-BAHIA - O antigo Centro de Informações Antiveneno (CIAVE) da Bahia, atual Ciatox, é considerado pela OMS como modelo para os países em desenvolvimento e referência nacional na área de Toxicologia. Ele foi criado em 1980 e foi o segundo dos 37 centros implantados pelo SINITOX, sendo o único na Bahia (localizado em Salvador). Ele atende cerca de 7.500 ocorrências tóxicas e registra, através do SINAN, uma média de 10.000 notificações de acidentes por animais peçonhentos, ocorridos em todos os municípios do Estado. Já realizou 29 cursos anuais de Toxicologia Básica para estudantes e profissionais, capacitando cerca de 3.500 pessoas. Além disso, através de estágios com duração de 1 ano, treinou e capacitou cerca de 1.000 estudantes das áreas de Medicina, Medicina Veterinária, Farmácia, entre outras. - O CIAVE-Bahia atua na orientação, diagnóstico, e assistência presencial de pacientes intoxicados, além de realizar análises toxicológicas de urgência, identificação de animais peçonhentos e plantas venenosas, manutenção e distribuição de antídotos e de soros antipeçonhentos para a rede pública estadual. Estrutura organizacional - O CIAVE Conta com equipe de médicos toxicologistas que atuam em sistema de plantões permanentes de 24 horas, todos os dias de semanas, além de orientações através de telefone para toda a rede de saúde do Estado, seja pública ou privada. O CIAVE atende 4 tipos de clientela: 1. Pacientes intoxicados que procuram espontaneamente assistência especializada ou que são referenciados por Hospitais e Serviços de Saúde da Capital e Interior, sendo atendidos presencialmente pela equipe do CIAVE nas dependências do HGRS. 2. Profissionais de saúde da Rede Pública e Privada Estadual que necessitam de orientação diagnóstica e terapêutica especializada. 3. Estudantes e profissionais de saúde que buscam informações toxicológicas e realizam estágios e pesquisas em Toxicologia nas suas diversas áreas. 4. População em geral que solicita orientação para situações de emergências tóxicas e medidas preventivas contra envenenamentos. - Existem alguns serviços importantes que compõem o CIAVE, como: Laboratório de Toxicologia (LABTOX): realiza análises toxicológicas visando diagnóstico e monitoramento dos pacientes atendidos pela rede pública de saúde. Serviço de Farmácia: desenvolve o acompanhamento terapêutico e disponibiliza antídotos e soros antiveneno para as unidades de saúde pública do Estado. Setor de Biologia: realiza identificação de animais, peçonhentos ou não, assim como de plantas venenosas, para auxilio diagnóstico e atividades preventivas. Comissão de Ensino e Pesquisa (COEPE): busca organizar as atividades relacionadas às práticas de ensino e pesquisa desenvolvidas no âmbito do CIAVE. Núcleo de Estudo e Prevenção do Suicídio (NEPS): tem como finalidade além do atendimento e acompanhamento dos pacientes que tentam o suicídio, a prevenção e o tratamento dos casos de depressão, como suporte à rede pública de saúde estadual. Programas e ações - Existe um programa do MS, de abrangência nacional, que é coordenado na Bahia pelo CIAVE, o qual é chamado de Programa de Controle de Acidentes por Animais Peçonhentos (PNCAAP), que tem como objetivo diminuir a letalidade dos acidentes por este grupo de animais, através do uso adequado da soroterapia, e de diminuir o número de casos através da educação em saúde. O grupo dos animais peçonhentos é responsável pela maioria dos envenenamentos registrados na Bahia, com cerca de 25.000 casos anuais, sendo os escorpiões, as serpentes, as aranhas e as abelhas os principais agentes causadores desses agravos. - Todo acidente por animal peçonhento atendido em unidade de saúde deve ser notificado através do SINAN, independentemente do paciente ter sido ou não submetido à soroterapia. Existe uma ficha específica (Ficha de Investigação), que se encontra disponível nas unidades de saúde, e que deve ser corretamente preenchida por se constituir em instrumento fundamental para o conhecimento da abrangência desse tipo de agravo em nível local/regional. - Além desse programa, uma das ações do CIAVE é estimular a cultura de toxicovigilância no Estado, que são ações que buscam eliminar ou minimizar as situações capazes de afetar a integridade física, mental e social dos indivíduos pela exposição às substâncias químicas. A coleta, análise e o gerenciamento adequado das informações possibilitam nortear a adoção de políticas públicas adequadas de controle. Atualmente, existem 3 sistemas de informação utilizados na toxicovigilância: o Sistema Nacional de Informações Tóxico-farmacológicas (SINITOX), o Sistema Nacional de Notificações para a Vigilância Sanitária (NOTIVISA) e o SINAN. EPIDEMIOLOGIA - Em 2018 foram notificados 26.681 ocorrências de AAP na Bahia (60,6% acima da média), o que representa um coeficiente de incidência de 180 casos/100 mil habitantes. Em 2019, foram notificados 10.540 casos. Em 2018, dentre os casos registradas no Sinan, 20.480 foram causados por escorpiões e 2.444 por serpentes, correspondendo a 86% do total de acidentes por animais peçonhentos. ACIDENTES POR SERPENTES - Quando se especifica os acidentes apenas por serpentes em 2018 na Bahia, a população masculina concentrou 76,2% do total de casos, uma proporção 3,2 vezes maior que a do sexo feminino (23,8%). Vale ressaltar que 78,7% dos acidentes por serpentes registrados em 2018 ocorreram na zona rural e dentre estes, 30% foram relacionados aos acidentes de trabalho. Em 59,1% das notificações a idade dos acidentados variou de 15 a 49 anos, que corresponde ao grupo etário onde se concentra a força de trabalho. - Dentre os grupos de serpentes envolvidos nos acidentes por animais peçonhentos no estado da Bahia em 2018, as do gênero Bothrops (jararacas) concentraram 67,3% dos acidentes e as do gênero Crotalus (cascavéis) “contribuíram” com 5,5% dos casos. A maioria das notificações dos acidentes por serpentes originaram-se das regiões litorâneas, que são as mais populosas e as que apresentam cobertura vegetal predominantemente de Floresta Ombrófila (úmida). - Em 2019, apenas janeiro apresentou um número de notificações de acidentes por serpentes superior à média mensal dos últimos dez anos. Porém, essa variação manteve-se dentro do limite estatisticamente esperado. Número de casos na Bahia em 2020 - É perceptível que a maioria dos casos foi ignorado o tipo de serpente que causou o acidente, mas nos casos onde foi especificado o tipo, a maior parte foi causa pelo gênero Bothrops, como a jararaca (1.736 casos de Botrópico). ACIDENTES POR ESCORPIÕES - Em relação aos acidentes por escorpiões, diferente do que ocorreu com os acidentes por serpentes, praticamente não houve diferença na distribuição das frequências de notificações por sexo em 2018. Quanto à zona de ocorrência, 56,5% dos acidentes aconteceram na zona rural, 40,7% na zona urbana e 2,8% na zona periurbana ou ignorada. - A maioria das notificações originam-se das regiões Sudoeste, Oeste e Centro-Leste, nas quais predominam o bioma Caatinga. Número de casos no Extremo Sul da Bahia entre 2010 e 2017 - O Extremo Sul da Bahia é composto por 13 municípios com dois tipos de clima, úmido na faixa leste e subúmido-seco na faixa oeste. No período de 2010 a 2017, foram notificados 3.055 casos de acidentes com escorpiões nos 13 municípios, sendo que o menor número de casos notificados (197) correspondeu ao ano de 2010 e o maior (606), a 2017. Foram notificados dez óbitos, sendo que o munícipio com maior número de óbitos foi Nova Viçosa (5). Teixeira de Freitas foi o único município do Extremo Sul da Bahia onde a frequência de acidentes na área urbana (64,2%) foi superior à de sua área rural (23,2%). Isso provavelmente se relaciona com uma maior taxa de urbanização. - No período de 2010 a 2017, constatou-se um crescimento na taxa de incidência dos acidentes escorpiônicos notificados nessa região. Esse crescimento segue a mesma tendência de muitos municípios no Brasil, onde o escorpionismo tem aumentado e atingindo proporções epidêmicas. O aumento no número de casos notificados pode ser reflexo não apenas do crescimento de acidentes, em si, senão também de uma melhora no processo de notificação dos casos pela rede de atendimento. - De acordo com o Ministério da Saúde, devido às alterações climáticas globais, em algumas regiões, os escorpiões têm se apresentado ativos durante todo o ano. Segundo estudo do ministério, os acidentes com escorpiões não apresentaram ocorrência sazonal, revelando certa uniformidade na ocorrência do agravo no decorrer dos meses e estações. - Grande parte dos acidentes-alvo desta pesquisa foram classificados clinicamente como leves. A ocorrência dos casos graves e óbitos pode estar relacionada ao tempo de atendimento das vítimas, sendo que os óbitos ficaram praticamente restritos aos casos classificados como graves, em sua maioria causados pelo T. serrulatus, espécie amplamente encontrada na Bahia. - A região do Extremo Sul da Bahia apresenta, como principais atividades econômicas, a produção de cana- de-açúcar e café, plantação de florestas de eucalipto e pecuária. Estas atividades levam ao desmatamento e à ocupação humana, alterando o habitat natural dos escorpiões e favorecendo o contato do homem com o escorpião. Número de casos na Bahia em 2020 ACIDENTES POR ARANHAS - No Estado da Bahia, as aranhas causadoras de acidentes pertencem aos três gêneros considerados de interesse médico no Brasil (Phoneutria, Loxosceles e Latrodectus), tendo sido registradas sete espécies. Phouneutria - Os acidentes por Phoneutria (aranha-armadeira) correspondem a uma das mais importantes formas de araneísmo no Brasil, tendo sido responsáveis, até o início da década de 1990, pela maioria dos registros no país. Das oito espécies que ocorrem no Brasil, duas foram registradas para o Estado da Bahia e apenas uma delas com notificação de acidentes em seres humanos: Phouneutria bahiensis: endêmica na Bahia e é considerada como ameaçada de extinção. Foi observada em Salvador no ambiente de restinga (Lagoa do Abaeté) e em fragmento de Mata atlântica em área urbana (Parque Zoobotânico de Salvador). Loxosceles - O loxoscelismo é considerado a forma de araneísmo mais importante na América do Sul com relatos de acidentes no Brasil, Peru, Chile, Argentina e Estados Unidos. Das sete espécies que ocorrem no Brasil, três estão registradas para o Estado da Bahia. Loxosceles amazonica Loxosceles similis Loxosceles sp Latrodectus - As espécies deste gênero demonstram hábitos domiciliares e peridomiciliares, o que favorece a ocorrência de acidentes. No Estado da Bahia, são comuns na Região Metropolitana de Salvador. Latrodectus sp grupo mactans: todos os casos de latrodectismo na Bahia têm sido causados por esta espécie. Ela ocorre nos municiípios de Camaçari, Paulo Afonso, Vitória da Conquista, em vários bairros da cidade de Salvador, entre outros. Número de casos na Bahia em 2020 - É perceptível que a maioria dos casos foi ignorado o tipo de aranha que causou o acidente, mas nos casos onde foi especificado o tipo, a maior parte foi causa pelo gênero Loxosceles (55 casos de Loxoscelismo).
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