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Racismo estrutural
Giulianna L. P
  O Naturalismo foi um movimento literário simultâneo a outras tendências contemporâneas, durante meados do século XIX no Brasil cujo objetivo era comprovar teorias e extensão de ideias científicas por meio da literatura, assim, uma das correntes seguidas era o Determinismo, a qual explica que o comportamento humano depende de raça, meio e contexto. Essa influência pode ser percebida no livro “Cortiço” do Aluísio Azevedo, ao descrever Bertoleza, uma mulher negra e ex-escrava, utiliza palavras pejorativas para justificar o interesse desta na união com o João Romão, homem branco. Nesse contexto, o enraizamento do racismo no Brasil está evidente, posteriormente, a reflexão da história e literatura deve ser feita para traçar a conjuntura do racismo estrutural.
   Em primeiro plano, cabe dizer sobre a Lei Áurea assinada em 1888 pela Princesa Isabel que definia a abolição a escravidão no Brasil, desse modo, o panorama escravista do país é mudado apenas no final do século XIX. Além disso, a lei considerava a abolição, mas não dava qualquer aparato social para os negros que eram escravos, colaborando para uma marginalização destes diante da sociedade. Para exemplificar o que foi mencionado, cita-se dados do IBGE de 2016, sendo 63,8% das crianças de 5 a 7 anos que trabalhavam eram negras, evidenciando tanto o trabalho infantil como a evasão escolar.
     Em segundo plano, comenta-se acerca do escritor pré modernista brasileiro Monteiro Lobato, reconhecido pela obra “Sítio do Pica Pau Amarelo”, a qual apesar de ser uma literatura infantil, muito se discute-se sobre o racismo presente. A polêmica se dá em torno do uso palavras difamatórias para o tratamento depersonagens negros como a Tia Anastácia. Por conseguinte, pode-se afirmar que as obras literárias descritas anteriormente, podem colaborar para a perpetuação do racismo da época.
      Infere-se, portanto que a releitura crítica da história e literatura é fundamental para o entendimento do racismo estrutural, sendo uma articulação de áreas do conhecimento. Para tanto a mídia, como difusora de informações e conhecimentos, deve utilizar de seu poder de influência por intermédio de campanhas publicitárias sobre o racismo estrutural e como este ainda está presente, bem como abordar a valorização a cultura negra com o intuito desenvolver cidadãos críticos brasileiros.

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