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UNIDADE I CRIMES CONTRA O SENTIMENTO RELIGIOSO E CONTRA OS MORTOS

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08/08/2021
1
UNIDADE I – DOS CRIMES CONTRA O SENTIMENTO 
RELIGIOSO E CONTRA O RESPEITO AOS MORTOS
PROF. FRANCISCO GERALDO MATOS SANTOS
DOUTORANDO EM DIREITO - UFPA
SUMÁRIOS DOS CRIMES QUE IREMOS 
ESTUDAR
Crimes contra o 
sentimento 
religioso e respeito 
aos mortos
Respeito aos 
mortos
Destruição, 
subtração ou 
ocultação de 
cadáver
Vilipêndio a 
cadáver
Sentimento 
religioso
Ultraje a culto e 
impedimento ou 
perturbação de 
ato a ele relativo
Violação de 
Sepultura
Impedimento ou
perturbação de 
cerimônia 
funerária 
08/08/2021
2
1.1. DOS CRIMES CONTRA O SENTIMENTO 
RELIGIOSO
❑Bem jurídico: Sentimento religioso?
❑Dever Político – Estado – Dever Estatal / Crime contra o Estado
❑Liberdade de culto veio com a República (Ruy Barbosa)
❑Art. 19, I, da CF/88: “vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios estabelecer
cultos religiosos ou igrejas, subvenciona-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles
ou seus representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a
colaboração de interesse público”
Art. 5º, VI da CF/88: “É inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o
livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de
culto e a suas liturgias”
Relativização / vedação aos excessos
08/08/2021
3
1) ULTRAJE A CULTO E IMPEDIMENTO OU
PERTURBAÇÃO DE ATO A ELE RELATIVO:ART. 208
Art. 208
Escarnecer de alguém publicamente, por
motivo de crença ou função religiosa;
impedir ou perturbar cerimônia ou prática
de culto religioso; vilipendiar publicamente
ato ou objeto de culto religioso;
Pena: Detenção, de um mês a um ano, ou
multa.
Infração de menor potencial ofensivo
Parágrafo único – Se há emprego de violência, a
pena é aumentada de um terço, sem prejuízo da
correspondente à violência.
1.1. CLASSIFICAÇÃO
❑Crime comum
❑Crime formal
❑Crime de forma livre
❑Crime unissubjetivo (regra)
❑Crime unissubisistente ou plurissubsistente
❑Crime instantâneo 
08/08/2021
4
1.2. OBJETIVIDADE JURÍDICA E OBJETO MATERIAL
a) Objetividade: Liberdade de crença e o livre exercício dos
cultos religiosos, desde que não ofendam a ordem pública
e os bons costumes.
b) Objeto Material: Pessoa ou objeto
1.3. NÚCLEOS DO TIPO
O art. 208 contém três núcleos diversos:
Escarnecer de alguém publicamente, por 
motivo de crença ou função religiosa
Impedir ou perturbar cerimonia ou 
prática de culto religioso; e
Vilipendiar publicamente ato ou objeto 
de culto religioso
T
ip
o
 m
is
to
 c
u
m
u
la
ti
vo
08/08/2021
5
A) ESCARNECER DE ALGUÉM PUBLICAMENTE,
POR MOTIVO DE CRENÇA OU FUNÇÃO
RELIGIOSA
❑O que é escarnecer?
❑O que é crença religiosa?
❑O que é função religiosa?
❑É necessário que o exercente de função religiosa seja atingido no ofício?
❑É o crime de forma livre
❑Elemento essencial: publicidade do escárnio
❑Se o escárnio é praticado por meio da imprensa ou radiofusão, presume-se a 
publicidade.
ATENÇÃO
E SE O ESCÁRNIO ALÉM DE OFENSIVO AO 
SENTIMENTO RELIGIOSO, CONTÉM TAMBÉM 
LESÃO À HONRA INDIVIDUAL?
CONSUNÇÃO: O CRIME CONTRA A HONRA É ABSORVIDO!
08/08/2021
6
B) IMPEDIR OU PERTURBAR CERIMÔNIA OU
PRÁTICA DE CULTO RELIGIOSO
❑O que é culto religioso?
❑O que é cerimônia?
❑O que se entende por prática?
❑É fundamental que se trate de religião admitida pelo Estado. Mas depois de
admitida, não pode o Estado, ilegitimamente, obstar.
❑Prescinde-se da interrupção da cerimônia ou da prática de culto religioso. A
mera abreviação do ato caracteriza o delito.
Hipóteses
a) Entrar embriagado no recinto;
b) Altos brados durante a cerimônia;
c) Palavrões durante a missa ou culto;
d) Explodir fogos de artifícios na frente do estabelecimento
religioso para perturbar o orador, as orações e os cânticos.
08/08/2021
7
O disparo de arma de fogo na frente do 
estabelecimento religioso caracteriza o 
que?
Art. 208 do CP em concurso formal com o art. 15 da Lei 10.826/2003
C) VILIPENDIAR PUBLICAMENTE ATO OU
OBJETO DE CULTO RELIGIOSO
❑Vilipendiar é considerar vil, desprezar ou ultrajar injuriamente.
É mais do que ofender, mais do que ultrajar, mas do que injuriar
ou difamar.
❑É de forma livre;
❑Exige-se publicidade;
❑O vilipêndio deve recair sobre ato ou objeto de culto religioso.
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8
1.4. SUJEITOS
a) Ativo: comum
b) Passivo
I) Imediato ou principal: Estado
II) Mediato ou secundário: pessoa que suporta diretamente
a conduta criminosa;
1.5. ELEMENTO SUBJETIVO
❑Dolo. Não se admite a modalidade culposa.
Na primeira hipótese (escarnecer): exige-se ainda um especial fim de agir: “por motivo de 
crença ou função religiosa”
Na segunda hipótese basta o dolo eventual quando o sujeito assume o risco de impedir ou 
perturbar cerimônia ou prática de culto religioso
Na terceira conduta (vilipendiar) também se reclama um especial fim de agir. É necessário o 
propósito de vilipendiar, é dizer, de ofender o sentimento religioso, ultrajando-o.
08/08/2021
9
1.6. CONSUMAÇÃO E TENTATIVA
1) Escarnecer ➔ com o escárnio (tentativa apenas na modalidade 
escrita);
2) Impedir ou Perturbar ➔ quando há o impedimento ou perturbação 
(é cabível a tentativa);
3) Vilipendiar ➔ com o efetivo vilipêndio (tentativa apenas na 
modalidade escrita)
1.7. CAUSA DE AUMENTO DE PENA
❑Se há emprego de violência, a pena é aumentada de um
terço, sem prejuízo da correspondente à violência
(concurso material obrigatório);
❑Aplica-se às três modalidades de condutas criminosas;
❑Trata-se de violência física, tanto contra a pessoa quanto
contra a coisa.
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10
1.8. AÇÃO PENAL / LEI 9.099/95
❑Ação penal Pública Incondicionada
❑Por ser crime de menor potencial ofensivo, é compatível
com a transação penal, se presente os requisitos legais, e
obedece ao procedimento sumaríssimo (Lei 9.099/95).
1.2. DOS CRIMES CONTRA O RESPEITO AOS
MORTOS
❑O CP/1940 traz a novidade de tutelar o respeito aos mortos (Código do
Império de 1830, Código Penal Republicano de 1890 não tutelava o crime
em si);
❑O respeito aos mortos reveste-se de cunho religioso;
❑O que o Código protege não é a paz dos mortos, mas o sentimento de
reverência dos vivos para com os mortos.
❑O respeito aos mortos é um relevante valor ético-social e, como tal, um
interesse jurídico digno.
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1. IMPEDIMENTO OU PERTURBAÇÃO DE
CERIMÔNIA FUNERÁRIA –ART. 209
Art. 209 -
Impedir ou perturbar
enterro ou cerimonia
funerária:
Pena: Detenção, de um
mês a um ano, ou multa.
Parágrafo único – Se há emprego de violência, a
pena é aumentada de um terço, sem prejuízo da
correspondente à violência.
1.1. CLASSIFICAÇÃO
❑Crime comum
❑Crime vago
❑Crime formal
❑Crime de forma livre
❑Crime unissubjetivo (regra)
❑Crime unissubsistente ou plurissubsistente
❑Crime instantâneo
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1.2. OBJETIVIDADE JURÍDICA E OBJETO MATERIAL
a) Objetividade jurídica: tutela-se o sentimento de respeito aos mortos;
b) Objeto material: é o Enterro (trasladação do cadáver) ou a cerimônia
funerária (embalsamento, o velório, as honras fúnebres junto à sepultura
e inclusive, a cremação autorizada)
Obs. Cerimônia secular ou civil, pois que, se tem caráter religioso,
o crime será o do art. 208
1.3. NÚCLEO DO TIPO
❑Contém dois núcleos: impedir ou perturbar (tipo misto
alternativo). Ambos se referem ao enterro ou à cerimônia
funerária.
❑Pode ser praticado também por omissão.
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1.4. SUJEITOS
a) Ativo: crime comum
b) Passivo:
1) Imediato: Coletividade (crime vago, pois destituído de
personalidade jurídica)
2) Mediatos: pessoas presentes no enterro ou na cerimonia
funerária;
1.5. ELEMENTOS SUBJETIVO
❑É o dolo, consistente na vontade livre e consciente de
impedir ou perturbar enterro ou cerimonia funerária. Não
se admite modalidade culposa
❑Exige-se um especial fim de agir: violar o sentimento de
respeito devido aos mortos.
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QUEM CHORA DESESPERADAMENTE NO 
VELÓRIO COMETE CRIME?
1.6. CONSUMAÇÃO E TENTATIVA
❑Dá-se com o efetivoimpedimento ou perturbação do
enterro ou da cerimônia fúnebre, independentemente da
ofensa ao sentimento de respeito aos mortos (crime
formal, de resultado cortado ou de consumação
antecipada).
❑É possível a tentativa.
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1.7. CAUSA DE AUMENTO DE PENA
❑Se há emprego de violência, a pena é aumentada de um
terço, sem prejuízo da correspondente à violência
(concurso material obrigatório);
❑Trata-se de violência física, tanto contra a pessoa quanto
contra a coisa.
1.8. AÇÃO PENAL E LEI 9.099/95
❑Ação Penal Pública Incondicionada
❑Infração de menor potencial ofensivo: é compatível com a
transação penal, se presentes os requisito legais, e obedece
ao procedimento sumaríssimo disciplinado pelos arts. 77 e
ss. Da lei 9.099/95.
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2. VIOLAÇÃO DE SEPULTURA –ART. 210
Art. 210
Violar ou profanar sepultura
ou urna funerária.
Pena: Reclusão, de um a três
anos, e multa.
2.1. CLASSIFICAÇÃO
❑Crime comum
❑Crime vago
❑Crime formal
❑Crime de forma livre
❑Crime unissubjetivo (regra)
❑Crime plurissubsistente (regra)
❑Crime instantâneo
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2.2. OBJETIVIDADE JURÍDICA E OBJETO
MATERIAL
a) Objetividade jurídica: sentimento de respeito aos mortos;
b) Objeto material: sepultura (sentido amplo c/c objetos
definitivos) ou a urna funerária;
Urna funerária engloba também a urna cinerária e a urna
ossuária.
Crime impossível: ausência de cadáver ou dos restos mortais.
2.3. NÚCLEOS DO TIPO
a) Violar: invadir, devassar, abrir sepultura ou urna funerária 
(não importa se são retirados do local);
b) Profanar: macular, tratar com desprezo;
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2.4. SUJEITOS DO CRIME
a) Ativo: crime comum
b) Passivo: 
I) Principal: coletividade (crime vago)
II) Secundário: família do morto
2.5. ELEMENTOS SUBJETIVO
❑É o dolo, vontade livre e consciente de violar ou profanar
sepultura ou urna funerária. É irrelevante o motivo
ideológico. Ex de Nelson Hungria sobre o pai que tem
saudade do filho e pratica o delito.
❑Não admite modalidade culposa;
❑Na modalidade profanar exige-se um especial fim de agir:
propósito de ultrajar a sepultura ou urna funerária.
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SE O AGENTE TEM A INTENÇÃO DE SUBTRAIR 
ALGUM OBJETO DENTRO DA URNA FUNERÁRIA 
OU SEPULTURA, PRATICA O QUE?
• Pratica o crime de violação de sepultura em concurso 
material com o crime de furto.
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SE O AGENTE APENAS SUBTRAI OBJETOS QUE 
ESTEJAM SOB A SEPULTURA OU URNA, SEM 
QUE OCORRA SUA VIOLAÇÃO OU 
PROFANAÇÃO?
• Pratica apenas o crime de furto.
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SE O AGENTE AO VIOLAR A SEPULTURA, ACABA 
POR DESTRUIR OU DANIFICAR O TÚMULO 
INTENCIONALMENTE?
❑Pratica o crime de violação de sepultura em concurso
formal com o crime de dano.
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SE O AGENTE SUBTRAI O CADÁVER?
ATENÇÃO!!!
❑Não se pode confundir o crime de violação de sepultura com a
contravenção penal de exumação de cadáver, definida pelo art. 67 do
Decreto-lei 3688/1941,na qual inexiste intenção de violar ou profanar
sepultura, mas apenas o voluntário descumprimento das formalidades
legais relativas à exumação de cadáver.
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2.6. CONSUMAÇÃO E TENTATIVA
❑Consuma-se com a efetiva violação ou profanação da
sepultura ou urna funerária, independentemente da efetiva
lesão ao sentimento de respeito aos mortos (crime formal,
de resultado cortado ou de consumação antecipada).
❑É irrelevante ser cemitério público ou local privado.
❑A tentativa é possível.
2.7. AÇÃO PENAL E LEI 9099/95
❑A Ação Penal é Pública Incondicionada;
❑A pena mínima é de 1 ano, trata-se de crime de médio
potencial ofensivo, compatível com a suspensão condicional
do processo (Lei 9.099/95, art. 89).
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2.8. EXCLUSÃO DO CRIME
❑Estrito cumprimento do dever legal ou no exercício
regular de um direito.
3. DESTRUIÇÃO, SUBTRAÇÃO OU
OCULTAÇÃO DE CADÁVER –ART. 211
Art. 211
Destruir, subtrair ou ocultar
cadáver ou parte dele:
Pena – Reclusão, de um a
três anos, e multa.
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3.1. CLASSIFICAÇÃO
❑Crime comum
❑Crime doloso
❑Crime vago
❑Crime formal
❑Crime de forma livre
❑Crime ussubjetivo (regra)
❑Crime plurissubsistente (Regra)
❑Crime instantâneo ou permanente (“ocultar”)
3.2. OBJETIVIDADE JURÍDICA E OBJETO
MATERIAL
❑O bem jurídico tutelado pela lei penal o sentimento de respeito aos mortos.
❑O objeto material é o cadáver ou parte dele.
Expressão latina: caro data 
vermibus➔ carne dada aos 
vermes
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NELSON HUNGRIA ASSIM DEFINIU CADÁVER...
(...) cadáver propriamente dito é o corpo morto enquanto conserva a aparência humana.
Como ensina Von Liszt, “cadáver é o corpo humano inanimado, enquanto a conexão de suas
partes não cessou do todo”. A lei, porém, não se limita a proteger o cadáver como um
todo, senão também alguma parte dele, quer seja a de um cadáver despedaçado (de pessoa
vitimada num desastre ou por explosão), quer a que o agente separa de um cadáver íntegro.
Os restos de cadáver em completa decomposição, bem como suas cinzas, não são parte
dele. (...)
❑A múmia não ingressa no conceito de cadáver, ainda que
não transformada em peça de museu ou objeto com valor
comercial;
❑O feto pode funcionar como objeto material do crime,
desde que tenha atingido a maturidade necessária para sua
expulsão.
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3.3. NÚCLEOS DO TIPO
Destruir
Subtrair
Ocultar
3.4. SUJEITOS DO CRIME
a) Ativo: crime comum
b) Passivo:
1) Imediato: crime vago
2) Mediato: familiares do morto.
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3.5. ELEMENTO SUBJETIVO
❑É o dolo. Não se admite a modalidade culposa.
❑É indiferente a finalidade específica do agente.
3.6. CONSUMAÇÃO E TENTATIVA
Dá-se:
1) Com a destruição do cadáver, total ou parcial;
2) Com a subtração, isto é, com a retirada do cadáver da 
esfera de vigilância ou proteção dos legítimos detentores;
3) Com o seu desaparecimento,ainda que temporário,na
hipótese de ocultação.
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❑Na modalidade “ocultar” ➔ Crime permanente, assim já
decidiu o STF (HC 76.678/RJ, 29.06.1998).
❑O STJ já decidiu que “se encontrado o cadáver após
atingida a maioridade, o agente deve ser considerado
imputável para todos os efeitos penais, ainda que a ação de
ocultar tenha sido cometida quando era menor de 18 anos
(Resp 900.509/PR,26.06.2007)
3.7. AÇÃO PENAL E LEI 9.099/95
❑Ação Penal Pública Incondicionada;
❑Crime de médio potencial ofensivo, compatível com o
benefício da suspensão condicional do processo.
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3.8. DISTINÇÕES IMPORTANTES
I) Subtração de cadáver versus furto
II) Destruição, subtração ou destruição de cadáver e Lei 9.434/97
a) Crime de remover tecidos, órgãos ou partes de cadáver, em desacordo com as
disposições da Lei 9434/97 (Art. 14): pena de 2 a 6 anos de reclusão e 100 a 3600 dias-
multa;
b) Crime de deixar de recompor cadáver, devolvendo-lhe aspecto condigno para
sepultamento, ou deixar de entregar ou retardar sua entrega aos familiares ou
interessados (Art. 19), punido com detenção de 6 meses a 2 anos.
III. Ocultação de cadáver versus fraude processual
(consunção em relação a este);
Obs. Incabível a tese de “autodefesa” como excludente pela
prática deste crime.
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4. VILIPÊNDIO A CADÁVER –ART. 212
Art. 212
Vilipendiar cadáver ou
suas cinzas:
Pena: Detenção, de um
a três anos, e multa.
4.1. CLASSIFICAÇÃO
❑Crime comum
❑Crime vago
❑Crime formal
❑Crime de forma livre
❑Crime unissubjetivo (regra)
❑Crime unissubsistente ou plurissubsistente
❑Crime instantâneo
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4.2. OBJETIVIDADE JURÍDICA E OBJETO
MATERIAL
a) Objetividade jurídica: é o sentimento de respeito aos
mortos;
b) Objeto Material: pode ser o cadáver ou suas cinzas.
Obs. Os esqueletos e cadáveres destinados a pesquisas e
estudos científicos também são tutelados pela lei penal, e
não podem ser vilipendiados.
4.3. NÚCLEO DO TIPO
VILIPENDIAR
Aviltar
Desprezar
Ultrajar
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33
❑Se as palavras vilipendiosas caracterizam calúnia contra o
morto, haverá concurso formal impróprio ou imperfeito
entre o crime do art. 212 eo do art. 138, §2º (calúnia
contra os mortos).
EXEMPLOS
❑Cortar algum membro do cadáver, com o fim de ultrajá-lo;
❑Tirar as vestes;
❑Escarrar sobre o morto
❑Necrofilia
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4.4. SUJEITOS
a) Ativo: crime comum
b) Passivo
1) Imediato: crime vago
2) Mediato: familiares do morto
4.5. ELEMENTO SUBJETIVO
❑É o dolo. Não se admite a modalidade culposa.
❑Como o núcleo do tipo é vilipendiar, exige-se um especial
fim de agir: o propósito de ultrajar ou profanar o cadáver
ou suas cinzas. Consequentemente, o fato é atípico quando
a conduta é praticada com fins didáticos ou científicos.
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4.6. CONSUMAÇÃO E TENTATIVA
❑Consuma-se com o efetivo vilipêndio ao cadáver ou suas
cinzas, independentemente da efetiva lesão ao sentimento
de respeito aos mortos;
❑É possível a tentativa, exceto quando praticado de forma
verbal.
4.7. AÇÃO PENAL E LEI 9.099/95
❑Ação Penal Pública Incondicionada.
❑É crime de médio potencial ofensivo, logo, compatível com
a suspensão condicional do processo.
08/08/2021
36
ATENÇÃO!!!
E SE EM TESTAMENTO, O FALECIDO DEIXOU 
AUTORIZADO, EM ÚLTIMA VONTADE, O 
VILIPÊNDIO AO SEU CADÁVER, HÁ CRIME?

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