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CONTESTAÇÃO - AÇÃO ANULATÓRIA DE NEGÓCIO JURÍDICO

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA 2ª VARA CÍVEL COMARCA DE CAMPINAS/SP
Autos do Processo nº 904
FLORISVILMA, brasileira, solteira, empresária, portadora da cédula de identidade nº, e do CPF/MF nº, residente e domiciliada na Rua Tulipa, 333, bairro, Campinas/SP, por meio de seu advogado que esta subscreve (procuração em anexo), com endereço profissional na Rua, bairro, Campinas/SP, e-mail: advogado@email.com, onde receberá intimação, sendo citado para se defender na AÇÃO DE ANULAÇÃO DE NEGÓCIO JURÍDICO, movida perante este juízo pela sra. SUZANA, já devidamente qualificada nos autos em epígrafe, vem, no prazo legal e com os inclusos documentos, oferecer à Vossa Excelência sua CONTESTAÇÃO, expondo e requerendo o que segue:
1. DAS PRELIMINARES
1.1 DA COISA JULGADA
Inicialmente, cumpre esclarecer que a presente ação se trata fundamentalmente de ação semelhante à outra anteriormente ingressada pela autora em face da requerida, tendo o mesmo objeto do mérito e mesmas alegações e pedidos, sendo que a primeira, proposta em 10 de abril de 2019, tramitou perante o juízo da 5ª Vara Cível da Comarca de Campinas/SP, sendo julgada improcedente e não sendo cabível mais quaisquer recursos.
Com fulcro no art. 337, VII, do Código de Processo Civil, a Contestante vem alegar preliminarmente a carência da presente ação de anulação de ato jurídico, que deverá ser decretada a extinção da presente ação sem resolução do mérito, na forma do art. 485, V, do Código de Processo Civil.
Código de Processo Civil.
Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando: 
(...)
V - reconhecer a existência de perempção, de litispendência ou de coisa julgada;
1.2 DA ILEGITIMIDADE PASSIVA
A ilegitimidade passiva da ré se dá em razão de o negócio jurídico ter sido celebrado entre a autora e o Orfanato Crianças, da qual a requerida desempenhava a função de diretora até o ano de 2020, não sendo realizado diretamente entre a autora e a ré. 
Dessa forma, a Contestante vem alegar sua ilegitimidade, na forma do art. 337, XI, do Código de Processo Civil, visto que o polo passivo da presente ação deveria ser ocupado por quem figurou na relação material com a autora.
2. DO MÉRITO
A autora propõe ação de anulação de negócio jurídico em face da contestante com a intenção de desfazer a doação de um imóvel caracterizado como um Sítio situado na Rua Melão,121, Ribeirão Preto/SP, avaliado em R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais), realizada para o Orfanato Crianças.
Conforme a peça exordial, tal doação teria ocorrido por temor reverencial face a coação exercida pela requerida sobre seus funcionários. Entretanto, a Contestante nunca exerceu coação a quem quer que fosse, como pode ser constatado por seus funcionários que adotam religião diversa e que jamais realizaram qualquer doação ao orfanato que era dirigido pela ré.
Muito embora a ré sugerisse que seus funcionários praticassem atos de caridade, jamais coagiu ou ameaçou a autora à realizar qualquer doação, sendo esta realizada por livre e espontânea vontade pela mesma, já que pertencia à mesma religião da requerida.
A autora alega que realizou a doação por estar receosa de ser demitida da empresa QQW, da qual a requerente é sócia majoritária e presidente, já que trabalhava como gerente de recursos humanos, percebendo um excelente salário mensal. Nesse sentido, cumpre salientar que a autora recebia mensalmente o salário de R$ 15.000,00 (quinze mil reais) e no mês seguinte da doação a mesma pediu demissão por ter aceitado proposta de emprego feita por empresa concorrente, em razão do melhor salário.
Diante do exposto, resta evidenciado que não houve qualquer mácula ao negócio jurídico celebrado devendo, portanto, serem os pedidos realizados pela autora agasalhados pela improcedência por ser medida da mais imperiosa justiça.
3. DOS FUNDAMENTOS
A presente demanda versa sobre a coação na tentativa de anular a doação realizada pela autora ao Orfanato Crianças. A coação alegada pela autora, segundo sua narrativa, era realizada pela ré sobre os funcionários, tendo como base o temor reverencial, que é rechaçado pelo ordenamento jurídico civil, conforme seu art. 153 nos esclarece. Vejamos:
Código Civil
Art. 153. Não se considera coação a ameaça do exercício normal de um direito, nem o simples temor reverencial.
Além disso, a autora não juntou aos autos nenhuma comprovação do alegado vício do ato jurídico. Nesse sentido, destacamos o seguinte julgado:
APELAÇÃO CÍVEL – AÇÃO DE ANULAÇÃO DE PROCURAÇÃO E DE ESCRITURA PÚBLICA DE DOAÇÃO – PRELIMINAR DE JULGAMENTO “ULTRA PETITA” – REJEIÇÃO – IMÓVEL VENDIDO E DEPOIS DOADO À TERCEIRO – VENDA REALIZADA SOB A ALEGAÇÃO DE COAÇÃO - VÍCIO DE CONSENTIMENTO NÃO COMPROVADO – SENTENÇA MANTIDA – RECURSO DESPROVIDO. 1. Não há falar em decisão ultra petita quando o julgador ao decidir a questão posta ao debate não extrapola os limites da lide, mas apenas dá uma interpretação lógico-sistemática à petição inicial, levando em conta os requerimentos feitos em seu corpo e não somente aqueles constantes de tópico sob a rubrica “dos pedidos”. 2. A anulação de ato jurídico por coação exige prova inequívoca e o ônus incumbe a quem alega. (Ap 29450/2014, DES. JOÃO FERREIRA FILHO, PRIMEIRA CÂMARA CÍVEL, Julgado em 11/11/2014, Publicado no DJE 17/11/2014). (TJ-MT - APL: 00111844720008110041 29450/2014, Relator: DES. JOÃO FERREIRA FILHO, Data de Julgamento: 11/11/2014, PRIMEIRA CÂMARA CÍVEL, Data de Publicação: 17/11/2014). (grifo nosso).
Conforme art. 538 do Código Civil, a doação é o contrato em que uma pessoa, por liberalidade, transfere do seu patrimônio bens ou vantagens para o de outra. No caso em tela, ao não comprovar nos autos suas alegações, demonstra que o motivo pelo qual busca a anulação do referido negócio jurídico seria seu arrependimento, pela mera diminuição patrimonial, o que não justificaria a nulidade do ato.
Cumpre esclarecer que o negócio jurídico realizado é valido, tendo sido observado o que determina o Código Civil em seu art. 104, que nos elucida:
Art. 104. A validade do negócio jurídico requer:
I - agente capaz;
II - objeto lícito, possível, determinado ou determinável;
III - forma prescrita ou não defesa em lei.
Pelas razões apresentadas, requer-se a improcedência de todos os pedidos feitos pela autora.
4. DOS PEDIDOS
Por todo o exposto, requer:
a) O recebimento da presente contestação, considerando que é tempestiva;
b) Sejam acolhidas as preliminares, extinguindo-se o processo sem resolução do mérito, na forma do art. 485, V e VI, do CPC;
c) Sejam julgados improcedentes todos os pedidos formulados pela autora;
d) A condenação da requente ao pagamento de custas e honorários advocatícios e demais custas processuais.
A ré manifesta que não tem interesse em participar de audiência de audiência de mediação e conciliação.
Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos, em especial o depoimento pessoal das partes, prova testemunhal, documental, pericial e todas as que se fizerem necessários ao deslinde do feito.
Nestes termos,
Pede deferimento.
Belém (PA), 25 de junho de 2021.
Advogada
OAB nº

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