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Nome: Brenda Machado Curso: Ciências Sociais RA: 120.566 Comente a frase “Um dos elementos componentes do espírito capitalista [moderno], e não só deste, mas da própria cultura moderna: a conduta de vida racional fundada na ideia de profissão como vocação, nasceu – como queria demonstrar essa exposição – do espírito da ascese cristã” (p. 164 – itálicos do autor) Max Weber foi um grande sociólogo alemão. Considerado um dos pais da sociologia, nos deixou um trabalho muito importante mostrando a influencia da religião no desenvolvimento do capitalismo e da modernidade. Este trabalho em especifico iniciou-se ao analisar as sociedades capitalistas e perceber que existiam valores e comportamentos comuns entre os donos das indústrias e empresas e os trabalhadores qualificados, eles buscavam técnica, trabalho e lucro. Essas pessoas eram disciplinadas, prezavam pela poupança e valorizam em demasia o trabalho. Weber direciona o seu olhar para essas pessoas e começa a considerar que isso não é mera coincidência: essas pessoas tem em comum uma mesma religião, são protestantes. Assim, sua teoria vai demonstrando que os valores do protestantismo foram primordiais pra o desenvolvimento do capitalismo. O trabalho é posto como um dever religioso, como um fim em si mesmo e o cristão o vê como bom. Logo, acumular capital é bom. Então, pode-se concluir que em sua obra “A ética protestante e o espírito do capitalismo”, Weber faz a sua analise , utilizando também olhares de religiosos para estabelecer uma relação entre os valores dos protestantes, desenvolvimento do capitalismo moderno e a rapidez e força que esse capitalismo tem em uma nação quando sua maioria é protestante, alem de atribuído um novo significado ao trabalho. Isto se inicia quando o autor observa que o protestantismo é a primeira religião moderna e que apresenta racionalidade. Esse grupo de religiosos acredita que eles eram os predestinados. Um breve resumo sobre predestinação: surge com Santo Agostinho que acredita que apesar de tudo, o que leva o individuo ao céu é o livre arbítrio. Este conceito sofre alterações com Lutero que radicaliza e o reinventa trazendo uma ideia que o livre arbítrio não existe mais; Deus sendo onipotente, onipresente e oniciente já escolheu e decidiu o destino de cada um. Agora então, a pessoa não tem mais o controle sobre isso. Calvino é quem flexibiliza este conceito dizendo que o homem pode não saber o seu destino final, mas pode tentar colher indícios durante a sua vida e tentar garantir a sua salvação. Segundo Weber, isso culmina na ascensão do capitalismo. Essa técnica utilizada no calvinismo exige uma vida com racionalidade e metódica, uma negação de suas paixões carnais em busca dessa virtude racional, ou seja, isso se dá através de uma ética de vida baseada em um trabalho que seja metódico. Essa seria a ética do trabalho. Outro olhar utilizado para entender esse capitalismo nascido em meio à religião, é o olhar de Baxter, um conhecido líder do puritanismo. Para ele a acumulação de riqueza só afasta o homem de Deus, e que pra combater essa riqueza e a ambição, é necessária a ascese: o trabalho realizado de forma metódica e sistemática em uma profissão. Isso significa que quando se trabalha utilizando esse método, se ganha e se produz mais de quem não trabalha dessa maneira. O trabalho também não é feito para o gasto; o trabalho é fim, é um valor. O que é produzido e ganhado a mais dentro dessa concepção não é considerado pecaminoso, o que advém do trabalho não te afasta de Deus. O trabalho realizado dentro de uma profissão quando dá lucro é porque assim Deus desejou. É assim que é lido o trabalho. Como uma vocação. Entende-se que essa visão favorece o capitalismo moderno, pois o trabalho é posto como algo de valor. Entender o que é ascese e ter noção da sua importância é ponto chave para compreendermos como o trabalho e, respectivamente, a profissão se tornou uma vocação dentro dessa nova perspectiva. Se Deus deve ser adorado e uma das maneiras de realizar tal feito é através da vocação. Nota-se principalmente no calvinismo que o trabalho de forma racional e metódica é compartilhado e aceito por todo grupo e é visto como uma vocação. Em Lutero essa vocação é visto como destino, já Calvino a traduz como mandamento. A profissão é algo que vem dos céus, é uma ordem divina e é uma forma de estar sempre próximo de Deus. Essa percepção religiosa que se caiu sobre o trabalho e a profissão foi o que o capitalismo precisava para se estabelecer e permanecer. A profissão não é algo necessário para sobreviver, é um dever e uma obrigação moral de todos, é uma forma de obter a salvação.
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