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material-didatico-4-13-935-identidadecultural-06062018152800

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Inclusão Social e 
Diversidade 
Disciplina: Identidade Cultural 
Pedagógico do Instituto Souza 
atendimento@institutosouza.com.br 
Modalidade de Curso 
Curso livre de Capacitação profissional 
 
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IDENTIDADE CULTURAL 
 
 
"Identidade" é algo único, distinto e completo. "Cultural" é um adjetivo que se refere 
a "saber". Logo, a junção das duas palavras produz o sentido de "saber se 
reconhecer". Muitas questões contemporâneas sobre cultura se relacionam com 
questões sobre identidade. A discussão sobre a identidade cultural acaba 
influenciada por questões sobre: 
lugar, gênero, raça, história, nacionalidade, idioma, orientação sexual, crença 
religiosa e etnia. 
Na percepção individual ou coletiva da identidade, a cultura exerce um papel 
principal para delimitar as diversas personalidades, os padrões de conduta e ainda 
as características próprias de cada grupo humano. A influência do meio 
constantemente modifica um ser já que nosso mundo é repleto de inovações e 
características temporárias, os chamados "modismos". No passado, as identidades 
eram mais conservadas devido à falta de contato entre culturas diferentes; porém, 
com a globalização, isso mudou, fazendo com que as pessoas interagissem mais 
entre si e com o mundo ao seu redor. Uma pessoa que nasce em um lugar absorve 
todas as características desteː entretanto, se ela for submetida a uma cultura 
diferente por muito tempo, ela adquirirá características do novo local onde está 
agregada. 
Para o teórico Milton Santos, o conhecimento e o saber se renovam do choque de 
culturas, sendo a produção de novos conhecimentos e técnicas, produto direto da 
interposição de culturas diferenciadas - com o somatório daquilo que anteriormente 
existia. Para ele, a globalização que se verificava já em fins do século XX tenderia a 
uniformizar os grupos culturais, e logicamente uma das consequências seria o fim da 
produção cultural, enquanto gerador de novas técnicas e sua geração original. Isto 
refletiria, ainda, na perda de identidade, primeiro das coletividades, podendo ir até 
ao plano individual. 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Adjetivo
https://pt.wikipedia.org/wiki/G%C3%A9nero_(sociedade)
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ra%C3%A7a
https://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria
https://pt.wikipedia.org/wiki/Nacionalidade
https://pt.wikipedia.org/wiki/Idioma
https://pt.wikipedia.org/wiki/Orienta%C3%A7%C3%A3o_sexual
https://pt.wikipedia.org/wiki/Cren%C3%A7a_religiosa
https://pt.wikipedia.org/wiki/Cren%C3%A7a_religiosa
https://pt.wikipedia.org/wiki/Etnia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Identidade
https://pt.wikipedia.org/wiki/Personalidade
https://pt.wikipedia.org/wiki/Modismo
https://pt.wikipedia.org/wiki/Globaliza%C3%A7%C3%A3o
https://pt.wikipedia.org/wiki/Local
https://pt.wikipedia.org/wiki/Milton_Santos
https://pt.wikipedia.org/wiki/Globaliza%C3%A7%C3%A3o
https://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_XX
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Celebração apache contemporânea. Os apaches são um exemplo de povo ameríndio que procura 
preservar sua identidade cultural. 
 
Segundo Stuart Hall (1999), uma identidade cultural enfatiza aspectos relacionados 
a nossa pertença a culturas étnicas, raciais, linguísticas, religiosas, regionais e/ou 
nacionais. Ao analisar a questão, este autor focaliza particularmente as identidades 
culturais referenciadas às culturas nacionais. Para ele, a nação é além de uma 
entidade política – o Estado –, ela é um "sistema de representação cultural" (grifos 
do autor). Noutros termos, a nação é composta de representações e símbolos que 
fundamentam a constituição de uma dada identidade nacional. Segundo Hall (1999), 
as culturas nacionais produzem sentidos com os quais podemos nos "identificar" 
(grifo do autor) e constroem, assim, suas identidades. Esses sentidos estão contidos 
em histórias, memórias e imagens que servem de referências, de nexos para a 
constituição de uma identidade da nação. 
Entretanto, segundo Hall (1999), vivemos atualmente numa "crise de identidade" que 
é decorrente do amplo processo de mudanças ocorridas nas sociedades modernas. 
Tais mudanças se caracterizam pelo deslocamento das estruturas e processos 
centrais dessas sociedades, abalando os antigos quadros de referência que 
proporcionavam aos indivíduos uma estabilidade no mundo social. A modernidade 
propicia a fragmentação da identidade. Conforme ele, as paisagens culturais de 
classe, gênero, sexualidade, etnia, raça e nacionalidade não mais fornecem "sólidas 
localizações" para os indivíduos. O que existe agora é descentramento, 
deslocamentos e ausência de referentes fixos ou sólidos para as identidades, 
inclusive as que se baseiam numa ideia de nação. 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Apaches
https://pt.wikipedia.org/wiki/Povos_amer%C3%ADndios
https://pt.wikipedia.org/wiki/Stuart_Hall
https://pt.wikipedia.org/wiki/Na%C3%A7%C3%A3o
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Grand_Canyon_Native_American_Heritage_Day_0277DSC.jpg
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ETNICIDADE 
 
É o conjunto de características comuns a um grupo de pessoas, que as diferenciem 
de outro grupo. Normalmente essas características incluem a língua, a cultura e 
também a noção de uma origem comum. Segundo Riesman, etnicidade é a 
autoconsciência da especificidade cultural e social de um grupo particular, ou seja, o 
fato de se pertencer a um grupo culturalmente ligado. Essa definição, segundo ele, 
nos remota as principais considerações sobre etnicidade que seriam, portanto, a 
definição da natureza das relações étnicas, a percepção do papel social dos 
indivíduos no seu próprio grupo e fora dele. 
O conceito de “etnicidade” tem um significado puramente social, está mais ligado a 
cultura do que um conceito de raça, pessoas com hábitos culturais diferentes 
consideram-se culturalmente distintos de outro grupo cultural da sociedade, e são 
vistos como diferentes por estes outros grupos, diferentes características podem 
distinguir um grupo étnico de outro, mas a principal é a língua, estilos de roupas, 
religiões ou adornos, tais características étnicas são totalmente aprendidas, mas 
como é comum certo grupo pode ser tachado” de preguiçoso ou até mesmo 
ignorantes, não há nada de nato na etnicidade é um fenômeno puramente social, 
produzido e reproduzido ao longo do tempo. Na verdade, a etnicidade é um atributo 
que todos os membros de uma população possuem, e não apenas determinados 
segmentos desta, entretanto, a etnicidade está, com maior frequência, associada a 
grupos minoritários dentro de uma população. 
Grupos minoritários - o termo grupos minoritários é amplamente utilizada na 
sociologia, sendo mais que uma distinção numérica, existem muitas minorias. 
Ex.:pessoas altas, magras, baixas, porém estas não são minorias segundo o 
conceito sociológico, minorias são um grupo inferior numericamente e estão em 
desvantagens sociais se comparados com a grande parte da população majoritária, 
sendo objeto de preconceito de tal grupo dominante, tal comportamento reforça a 
ideia de lealdade e de interesses comuns. Por isso quando a expressão “minoria” é 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Grupo
https://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADngua
https://pt.wikipedia.org/wiki/Cultura
https://pt.wikipedia.org/wiki/Minoria
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usada pelos sociólogos não é em caráter numérico e sim a posição subordinada do 
grupo dentro da sociedade, pois o termo minoria expressa a situação de desamparo, 
os membros deste grupo estão normalmente isolados física e socialmente, 
costumam se concentrar em certos bairros, cidades ou regiões. Esses grupos 
costumam casar entre si para manter viva sua distinção cultural. 
Diferenças físicas, como a cor da pele, são, com frequência, o fator decisivo para 
designar uma minoria étnica, as diferenças étnicas são comuns em associações de 
desigualdades em relação à riqueza e ao poder. 
 
RETORNO À IDENTIDADE 
 
 
 
Dança dos Espíritos(Ghost Dance) 
 
Movimentos indígenas como os denominados Pow-wow (Dream Dance de 1879) 
e Dança dos Espíritos (Ghost Dance) of 1890 que reuniram dezenas de distintas 
etnias em torno de líderes religiosos como Alce Negro, o famoso curandeiro -
 vidente (Wičháša) Oglala -Sioux e/ou John Wilson índio Cado-Delaware e Quanah 
Parker (Comanche) iniciadores da Igreja Nativa Americana resultante do movimento 
social ocorrido no final do século XIX denominado Peiotismo, têm como premissa, 
segundo Lanternari,[3] uma defesa contra os efeitos desmoralizadores do impacto da 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Dan%C3%A7a_dos_Fantasmas
https://pt.wikipedia.org/wiki/Pow-wow
https://pt.wikipedia.org/wiki/Dan%C3%A7a_dos_Fantasmas
https://pt.wikipedia.org/wiki/Alce_Negro
https://pt.wikipedia.org/wiki/Curandeiro
https://pt.wikipedia.org/wiki/Vidente
https://pt.wikipedia.org/wiki/Sioux
http://en.wikipedia.org/wiki/John_Wilson_(Caddo)
http://en.wikipedia.org/wiki/Quanah_Parker
http://en.wikipedia.org/wiki/Quanah_Parker
http://en.wikipedia.org/wiki/Native_American_Church
https://pt.wikipedia.org/wiki/Peiote
https://pt.wikipedia.org/wiki/Etnicidade#cite_note-3
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Ghost_dance.jpg
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colonização europeia exploradora de suas terras e conquista de sua autonomia 
(independência). 
Fenômenos semelhantes, também conhecidos como movimentos messiânicos ou 
nativistas já se registraram do Brasil, descritos como "Santidades indígenas" dos 
índios tupis guaranis, sendo uma das mais famosas a conhecida como "Santidade 
do Jaguaribe" nos finais do séc. XVI. Risério, observa que a guerra não representou 
um recurso exclusivo dos tupinambás à implantação dos europeus na Capitania da 
Baía de Todos os Santos durante a colonização do Brasil, as referidas "santidades" 
se caracterizam como uma forma de resistência cultural indígena, assinalando 
porém a comum associação destas à conflitos armados. O nome "santidade" 
possuía diversos significados nos textos jesuíticos, o profeta - feiticeiro (caraíba), os 
ritos que eles oficiavam (com transes, bailes e cantos), o conjunto das crenças que 
cultivavam e os movimentos messiânicos que deflagravam. 
Apesar de combatidos, sobretudo enquanto grupos organizados e ameaças às 
autoridades estabelecidas, sobreviveram como religiões, conhecidas no Brasil desde 
o século XVI como pajelança ou catimbó, proibidas por lei assim como 
o candomblé dos afrodescendentes, e sujeita aos reveses da discriminação social. 
Nascimento analisando o retorno à utilização do ritual de uso da jurema (uma planta 
medicinal com propriedades psicoativas), entre os índios Kiriris do nordeste do 
Brasil, denominado "Toré", ocorrido simultaneamente ao processo de reorganização 
social e de legalização de suas terras, nos coloca que a "eficácia étnica" da 
reutilização desse ritual decorreu não apenas do reconhecimento externo, da 
população de "brancos" que passara a saber de sua existência, mas igualmente e 
talvez em maio medida, de seu reconhecimento interno, ou seja, pela adesão dos 
agentes às crenças mágico - religiosas envolvidas no ritual. Sua hipótese é que 
sobre essa base é que se articularam os significados que o "Toré" teve para 
reafirmação étnica do grupo. Sendo a reafirmação étnica apenas a face simbólica de 
um processo de reorganização concreta do grupo. (Nascimento, o.c. p. 37). 
 
 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Tupinamb%C3%A1s
https://pt.wikipedia.org/wiki/Capitania_da_Ba%C3%ADa_de_Todos_os_Santos
https://pt.wikipedia.org/wiki/Capitania_da_Ba%C3%ADa_de_Todos_os_Santos
https://pt.wikipedia.org/wiki/Transe_medi%C3%BAnico
https://pt.wikipedia.org/wiki/Pajelan%C3%A7a
https://pt.wikipedia.org/wiki/Catimb%C3%B3
https://pt.wikipedia.org/wiki/Candombl%C3%A9
https://pt.wikipedia.org/wiki/Exclus%C3%A3o_social
https://pt.wikipedia.org/wiki/Jurema_(%C3%A1rvore)
https://pt.wikipedia.org/wiki/Medicina_ind%C3%ADgena
https://pt.wikipedia.org/wiki/Medicina_ind%C3%ADgena
https://pt.wikipedia.org/wiki/Droga_alucin%C3%B3gena
https://pt.wikipedia.org/wiki/Cariris
https://pt.wikipedia.org/wiki/Tor%C3%A9
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PERSONALIDADE 
 
Personalidade é o conjunto de características psicológicas que determinam os 
padrões de pensar, sentir e agir, ou seja, a individualidade pessoal e social de 
alguém. A formação da personalidade é processo gradual, complexo e único a cada 
indivíduo. O termo é usado em linguagem comum com o sentido de "conjunto das 
características marcantes de uma pessoa", de forma que se pode dizer que uma 
pessoa "não tem personalidade"; esse uso no entanto leva em conta um conceito 
do senso comum e não o conceito científico aqui tratado. 
O presente artigo descreve uma série de características que foram tratadas como 
componentes da personalidade. Para uma introdução às diferentes teorias que 
procuram explicar o desenvolvimento e a estrutura da personalidade, ver o 
artigo Teoria da personalidade. 
 
DEFINIÇÃO 
 
Encontrar uma exata definição para termo personalidade não é uma tarefa simples. 
O termo é usado na linguagem comum - isto é, como parte da psicologia do senso 
comum - com diferentes significados, e esses significados costumam influenciar as 
definições científicas do termo. Assim, na literatura psicológica 
alemã persönlichkeit costuma ser usado de maneira ampla, incluindo temas 
como inteligência; o conceito anglófono de personality costuma ser aplicado de 
maneira mais restrita, referindo-se mais aos aspectos sociais e emocionais do 
conceito alemão. 
Carver e Scheier dão a seguinte definição: "Personalidade é uma organização 
interna e dinâmica dos sistemas psicofísicos que criam os padrões de comportar-se, 
de pensar e de sentir característicos de uma pessoa". Esta definição de trabalho 
salienta que personalidade: 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Psicologia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Psicologia_do_senso_comum
https://pt.wikipedia.org/wiki/Teoria_da_personalidade
https://pt.wikipedia.org/wiki/Psicologia_do_senso_comum
https://pt.wikipedia.org/wiki/Psicologia_do_senso_comum
https://pt.wikipedia.org/wiki/Intelig%C3%AAncia
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• é uma organização e não uma aglomerado de partes soltas; 
• é dinâmica e não estática, imutável; 
• é um conceito psicológico, mas intimamente relacionado com o corpo e seus 
processos; 
• é uma força ativa que ajuda a determinar o relacionamento da pessoa com o 
mundo que a cerca; 
• mostra-se em padrões, isto é, através de características recorrentes e 
consistentes 
• expressa-se de diferentes maneiras - comportamento, pensamento e emoções. 
Asendorpf complementa essa definição. Para ele personalidade são as 
particularidades pessoais duradouras, não patológicas e relevantes para o 
comportamento de um indivíduo em uma determinada população. Esta definição 
acrescenta àquela de Carver e Scheier alguns pontos importantes: 
• Os traços de personalidade são relativamente estáveis no tempo; 
• As diferenças interpessoais são variações frequentes e normais - o estudo das 
variações anormais é objeto da psicologia clínica (ver também transtorno 
mental e transtorno de personalidade) 
• A personalidade é influenciada culturalmente. As observações da psicologia da 
personalidade são assim ligadas apenas à população em que foram feitas; para 
uma generalização de tais observações para outras populações é necessária 
uma verificação empírica. 
 
ETMOLOGIA 
Latim personare, persona = ressoar, máscara. 
 
ASPECTOS DA PERSONALIDADE 
 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Psicologia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Psicologia_cl%C3%ADnica
https://pt.wikipedia.org/wiki/Transtorno_mental
https://pt.wikipedia.org/wiki/Transtorno_mental
https://pt.wikipedia.org/wiki/Transtorno_de_personalidade
https://pt.wikipedia.org/wiki/Psicologia_da_personalidade
https://pt.wikipedia.org/wiki/Psicologia_da_personalidade
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Personalidade é, como se viu, um conceito complexo, com váriasfacetas. A seguir 
serão apresentados alguns aspectos que costumam ser considerados como partes 
da personalidade ou que a influenciam de maneira especial. Os parágrafos 
individuais são apenas introduções mínimas aos assuntos relacionados e links são 
oferecidos para artigos onde cada um dos temas é tratado com mais profundidade. 
 
FORMA FÍSICA E PERSONALIDADE 
 
A relação entre forma física e personalidade estimula a imaginação de filósofos e 
pensadores desde a antiguidade. Kretschmer propôs nos anos 20 do século XX uma 
classificação dos tipos físicos que, supunha ele, estavam relacionados com 
diferentes transtornos mentais, posteriormente com diferentes temperamentos. Ele 
classifica três tipos físicos: 
1- Tipo longilíneo ou leptossômico, de corpos delgados, ombros estreitos, peito 
aplainado, rosto alargado e estreito, membros longos e delgados. Teria uma maior 
tendência para a esquizofrenia e um temperamento mais sensível; 
2- Tipo atlético ou muscular, de sistema ósseo e muscular desenvolvidos, ombros 
largos, cadeiras estreitas e pescoço grosso. Teria tendência para a epilepsia e um 
temperamento intermediário entre os outros dois; 
3- Tipo brevelíneo ou pícnico, de rosto arredondado, abdome saliente, membros 
curtos. Tenderia à ciclotimia e a um temperamento mais tranquilo. 
A relação correlativa entre essas características foi inicialmente empiricamente 
comprovada. Análises posteriores mais exatas, que levavam em conta outras 
variáveis - como a idade - e usavam métodos mais objetivos, acabaram por derrubar 
a teoria de Kretschmer. 
No entanto a possibilidade de haver uma real relação entre forma física e 
características psicológicas não é improvável, mas não de maneira direta, como 
pensava Kretschmer. A forma física pode, através de um processo de 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Esquizofrenia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Epilepsia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ciclotimia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Correla%C3%A7%C3%A3o
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autopercepção, ser considerada positiva ou negativa e, assim, influenciar 
a autoestima, influenciando assim os traços de comportamento; pode ainda ser 
influenciada pela percepção que a pessoa tem de si, influenciar os motivos e 
interesses da pessoa, influenciando assim também as tendências de comportamento 
da pessoa. No entanto não apenas a autopercepção pode influenciar a autoestima e 
os interesses de alguém; o juízo de outras pessoas e a reação destas 
desempenham também um importante papel nesse processo, de forma que as 
características de comportamento estáveis (assim a personalidade) são 
influenciadas indiretamente e de quatro maneiras diferentes pela forma física: 
• Forma física → autopercepção → autoestima → comportamento 
• Forma física → autopercepção → interesses e motivos → comportamento 
• Forma física → juízo alheio (reação dos outros ao indivíduo) → autoestima → 
comportamento 
• Forma física → juízo alheio → interesses e motivos → comportamento 
 
TEMPERAMENTO 
 
Temperamento designa as disposições do indivíduo ligadas à forma do 
comportamento, principalmente as ligadas aos "três As da personalidade": 
afetividade, ativação (excitação) e atenção. 
 
COMPETÊNCIAS OU HABILIDADES 
 
Competências ou habilidades são traços da personalidade que exprimem a 
capacidade de alguém de alcançar determinada realização ou desempenho. 
 
Inteligência é um construto complexo que descreve a capacidade intelectual do 
indivíduo. 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Autoestima
https://pt.wikipedia.org/wiki/Motivo_(psicologia)
https://pt.wikipedia.org/wiki/Disposi%C3%A7%C3%A3o
https://pt.wikipedia.org/wiki/Compet%C3%AAncia_(psicologia)
https://pt.wikipedia.org/wiki/Construto
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Criatividade, apesar ser um termo muito difundido e discutido, é um construto de 
difícil definição, porque cada autor parece defini-lo de uma maneira diferente. Alguns 
autores chegam mesmo a se perguntar se criatividade não seria um conjunto de 
traços de personalidade ao invés de um só. Guilford (1950) define criatividade como 
a capacidade de pensar divergentemente, ou seja, de encontrar soluções diferentes 
e novas para um problema, em oposição ao pensamento convergente que encontra 
soluções para problemas para os quais há apenas uma resposta correta. Já Russ 
(1993) trabalha com um conceito mais amplo, que inclui traços afetivos do indivíduo, 
como a tolerância de ambiguidade, a abertura diante de novas experiências, grande 
números de interesses e baixa tendência para o uso de mecanismos de defesa. 
 
COMPETÊNCIA SOCIAL E INTELIGÊNCIA EMOCIONAL 
 
O termo competência social, na psicologia do senso comum normalmente 
entendido como a capacidade de lidar com outras pessoas, é de difícil definição, por 
conter dois componentes distintos, que têm entre si uma correlação muito pequena: 
a capacidade de defender e/ou de impor os próprios interesses e a capacidade 
de construir relacionamentos. 
Inteligência emocional é um termo problemático. Ele foi definido de diferentes 
formas por diferentes autores (Salovey & Mayer, 1990; Mayer et al. 2000; Van der 
Zee et al., 2002) e em todas as suas definições não representa uma atividade 
intelectual - ou seja, não corresponde à ideia de inteligência (ver acima). O termo 
"inteligência emocional" refere-se sobretudo a determinadas competências no lidar 
com emoções que, apesar de serem estáveis na personalidade do indivíduo, 
costumam variar de acordo com as emoções envolvidas - ou seja a pessoa pode 
saber lidar bem com a emoção medo, mas não com a raiva. 
 
DISPOSIÇÕES LIGADAS À AÇÃO 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Construto
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mecanismos_de_defesa
https://pt.wikipedia.org/wiki/Psicologia_do_senso_comum
https://pt.wikipedia.org/wiki/Correla%C3%A7%C3%A3o
https://pt.wikipedia.org/wiki/A%C3%A7%C3%A3o_(psicologia)
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Necessidades, motivos e interesses 
 
Enquanto "temperamento" refere-se à forma do comportamento ou da ação, 
necessidades, motivos e interesses dizem respeito à direção da ação, ou seja, aos 
seus objetivos - estando assim intimamente ligados à motivação. As pessoas variam 
com relação ao significado pessoal de diferentes necessidades, que determinam, 
por sua vez, suas ações e seu comportamento. Motivos são disposições ligadas ao 
valor atribuído às consequências dos atos - como por exemplo a "busca de sucesso" 
ou a "evitação de fracassos" podem ser fins mais ou menos desejáveis - e são fruto 
de uma interação entre necessidades e pressões externas. Interesses também 
incluem uma valoração, mas direcionadas para a ação em si, independente do 
resultado - por exemplo jogar xadrez ou escrever na Wikipédia podem ser 
consideradas ações mais ou menos agradáveis, independentemente do sucesso 
atingido. 
 
CONVICÇÕES LIGADAS À AÇÃO 
 
Os motivos são, como visto, disposições ligadas ao valor dado às consequências de 
uma ação. Eles estão assim intimamente ligados às expectativas do indivíduo com 
relação a suas ações. Há diferentes estilos de expectativas (al. Erwartungsstile), 
como por exemplo é o caso de a pessoa ser mais ou menos pessimista ou otimista. 
Durante a realização de uma atividade agem os chamados mecanismos de controle 
da ação (al. Handlungskontrolle), que têm por objetivo, por assim dizer, proteger a 
ação contra intenções concorrentes. Aqui podem manifestar-se diferentes estilos de 
controle da ação. Por exemplo, pessoas perseverantes são capazes de "desligar" 
por algum tempo outras atividades a fim de alcançar um determinado resultado 
enquanto pessoas menos perseverantes distraem-se mais facilmente. Quando a 
ação atinge o seu resultado surgem juízos relacionados a sua causa: por que 
determinada coisa aconteceu? A esse tipo de juízo dá-se o nome de atribuição. 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Motiva%C3%A7%C3%A3o
https://pt.wikipedia.org/wiki/A%C3%A7%C3%A3o_(psicologia)
https://pt.wikipedia.org/wiki/Comportamentohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Atribui%C3%A7%C3%A3o_(psicologia)
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Também quanto à atribuição há diferentes estilos - por exemplo algumas pessoas 
tendem a colocar a culpa sempre nos outros ou a se sentir sempre responsáveis. 
Esses três grupos de características da personalidade (estilos de expectativas, de 
controle da ação e de atribuição) foram chamados por Asendorpf convicções 
ligadas à ação (Handlungsüberzeugungen). Um tipo especial de expectativas são 
as chamadas expectativas de autoeficácia, autoeficácia percebida ou 
ainda expectativas subjetivas de competência. Estes termos designam a 
expectativa que uma pessoa tem de ser capaz de realizar determinada tarefa. Esta 
característica da personalidade está intimamente ligada aos diferentes estilos de 
atribuição: uma pessoa que tende a se considerar incapaz de realizar um tarefa (ex. 
ser aprovado em um exame) irá, com maior probabilidade, considerar um sucesso 
(passar no vestibular) como obra do acaso do que uma realização pessoal. 
 
ESTILOS DE SUPERAÇÃO (COPING) 
 
O termo coping foi gerado no contexto da pesquisa sobre o estresse e designa os 
mecanismos que auxiliam o indivíduo a superar uma situação estressante. Lazarus 
(1966) ]diferencia entre dois tipos de coping: coping orientado para o problema, 
que é a busca de uma modificação da situação que causa o estresse, 
e coping intrapsíquico, que é praticamente uma mudança na maneira da pessoa 
lidar com a situação - quer por uma mudança na maneira de lidar com a situação ou 
com as emoções provocadas pela situação (ex. técnicas de relaxamento, tentativa 
de ver o lado positivo da situação, etc.). Por exemplo uma pessoa estressada por 
morar em más condições, em uma rua barulhenta e não conseguir dormir pode 
tentar resolver esse problema mudando de casa (coping orientado para o problema) 
ou, por exemplo, tentar aprender alguma forma de relaxar apesar do barulho ou 
começar a direcionar sua atenção para os bons amigos que moram no bairro e os 
bons momentos vividos na casa (coping intrapsíquico). Posteriormente um terceiro 
tipo de coping, o "coping por expressão emocional" foi acrescentado, que é uma 
mudança na forma da reação emocional ao estresse - ex. sorrir quando se está 
triste. 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Autoefic%C3%A1cia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Compet%C3%AAncia_(psicologia)
https://pt.wikipedia.org/wiki/Vestibular
https://pt.wikipedia.org/wiki/Estresse
https://pt.wikipedia.org/wiki/Personalidade#cite_note-10
https://pt.wikipedia.org/wiki/T%C3%A9cnica_de_relaxamento
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Essas três categorias de coping reúnem uma série de diferentes formas de lidar com 
uma situação de estresse. Dentre essas inúmeras formas o indivíduo tende a 
escolher e dar preferência a algumas - a esse traço da personalidade se dá o nome 
de "estilo de coping". 
 
DISPOSIÇÕES LIGADAS À VALORAÇÃO (OU AO JUÍZO DE VALOR) 
 
Temperamento, competências e as disposições ligadas à ação são traços de 
personalidade ligados ao comportamento. Um outro grupo de traços está ligado às 
particularidades da valoração ou do juízo de valor. Valorar um objeto da percepção 
ou imaginário é dar-lhe um valor e esse valor gera preferências - e estas podem 
tornar-se relevantes para o comportamento. 
 
POSTURA 
 
Por postura de valores (Werthaltungen) entende-se a tendência individual de se 
julgarem determinados objetivos (ex. liberdade, igualdade) ou disposições de ação 
(ex. honestidade, prestatibilidade) como desejáveis ou indesejáveis. Entre os 
diferentes tipos de postura e as disposições de comportamento correspondentes há 
uma relação de correlação - ou seja, pessoas que valorizam novidades (postura) 
tendem a ser curiosas (disposição de comportamento); pessoas ansiosas 
(disposição de comportamento) costumam valorizar a segurança (postura). 
 
ATITUDE 
 
Atitude designa as particularidades individuais na valoração de objetos específicos, 
quer da percepção, quer da imaginação. As atitudes influenciam não o 
comportamento diretamente em uma dada situação, mas o comportamento em uma 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Correla%C3%A7%C3%A3o
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série de situações diferentes. Assim uma pessoa com uma atitude positiva com 
relação a uma alimentação saudável pode gostar de comer frituras (comportamento 
isolado), mas pode cozinhar ela própria, comprar alimentos naturais e integrais e 
fazer cursos sobre a alimentação (série de situações). Atitudes coletadas através de 
perguntas não influenciam o comportamento real quando tal comportamento é 
socialmente desejável ou indesejável. Assim, pessoas com atitudes preconceituosas 
contra um determinado grupo de pessoas talvez não se comporte de acordo com 
essa atitude por ser um tal comportamento socialmente condenado. 
Como se vê, a principal diferença entre postura e atitude é o grau de abstração dos 
objetivos a que se referem, referindo-se a atitude a elementos mais concretos. No 
entanto a diferença entre "mais" e "menos" concreto é uma diferença quantitativa e 
assim a distinção entre as duas disposições nem sempre é clara. 
 
DISPOSIÇÕES LIGADAS À PRÓPRIA PESSOA 
 
Disposições ligadas à própria pessoa referem-se à tendência de a pessoa ver e 
julgar a si mesma em determinadas situações. Tais disposições usam os conceitos 
de si-mesmo na primeira pessoa (Eu) e na terceira pessoa (Mim). 
Eu designa a instância interna da pessoa que é responsável pela ação e pelo 
conhecimento; mim (inglês me) (ou si-mesmo quando dito na terceira pessoa) 
designa a parte interna da pessoa que é objeto do conhecimento, ou seja, aquilo que 
eu sei sobre mim. 
Esse autoconhecimento tem, por sua vez, duas parte: uma descritiva, 
a autoimagem, e outra valorativa, a autoestima (veja ambas abaixo). 
"eu", "mim" e "autoimagem" 
 
A autoimagem, essa descrição de si mesmo que cada um faz, é também 
disposicional, ou seja, é uma tendência relativamente estável que a pessoa tem de 
se ver de uma determinada maneira em determinadas situações. Ela é composta 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Si-mesmo
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tanto de conhecimento universal, que diz respeito a todas as pessoas que são como 
eu (estudantes são críticos, brasileiros são simpáticos, etc.), como de conhecimento 
individual, ou seja, relativo somente a mim (eu tenho medo de altura, sou bom 
esportista, etc.). Como se vê esse conhecimento também é influenciado 
por preconceitos e ideias preconcebidas. 
 
AUTOESTIMA 
 
A autoestima, como parte valorativa do conhecimento de si mesmo, ou seja, o juízo 
que eu faço sobre mim mesmo, pode ser concebida como a atitude de uma pessoa 
sobre si mesma e assim também é uma característica da personalidade, se bem que 
menos estável do que a autoimagem por ser sensível a variações do humor. A 
autoestima é uma característica situação-específica, ou seja, ela varia de acordo 
com a situação: eu posso estar satisfeito comigo mesmo quando estou na 
universidade, mas insatisfeito quando estou na quadra de esportes. 
 
ASPECTOS DISPOSICIONAIS DA DINÂMICA DA AUTOESTIMA 
 
Outros aspectos disposicionais ligados à autoestima são as chamadas cognições 
ligadas a si mesmo: autopercepção, a percepção do próprio corpo e do próprio 
comportamento; a memória de si, as recordações ligadas à própria pessoa e às 
experiências feitas no passado; o reflexo social, ou seja, a opinião que nós 
pensamos que outras pessoas têm a nosso respeito, e a comparação social, ou 
seja, a autoestima não é apenas baseada na nossa percepção de nós mesmo, mas 
também na percepção que nós fazemos dos outros a nosso redor. Um dos motivos 
mais descritos na literatura psicológica é o motivo de aumento da autoestima: 
todas as pessoas desejam ter uma autoestima positiva e têm assim uma tendência a 
se supervalorizar. Essa tendência é normal e saudável até um determinado ponto, 
em que passa a ser socialmente condenada. Nessemomento, caracterizado pela 
falta de empatia, hipersensibilidade com relação a críticas e variações do humor, 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Preconceito
https://pt.wikipedia.org/wiki/Humor
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essa tendência recebe o nome de narcisismo - mas não se trata ainda do 
transtorno de personalidade narcísico, mas ainda de uma variação normal da 
personalidade. 
Um outro processo importante ligado ao conceito de si mesmo é a autor 
representação. O sociólogo E. Goffman comparou o comportamento social a um 
teatro público, em que nós nos representamos a nós próprios. Essa representação 
tem um determinado fim: a administração da própria imagem, ou seja, cada um 
procura controlar a impressão que ele provoca sobre os outros. 
Momentos há em que temos a nossa atenção voltada para nós mesmo. A esse 
estado normalmente curto dá-se o nome 
de autorreflexão (al. Selbstaufmerksamkeit). Alguns autores puseram-se a questão, 
se há uma disposição em direção a uma autorreflexão mais ou menos forte. A essa 
disposição Asendorpf deu o nome de autoconsciência (al. Selbstbewusstheit). Esta 
é por sua vez composta de três fatores (Feingstein et al., 1975): (i) autoconsciência 
privada, ou seja, a tendência de pensar muito sobre si mesmo; (ii) autoconsciência 
pública, em outras palavras, a tendência de se preocupar sobre a impressão que se 
causa sobre outros, e (iii) ansiedade social, que é a tendência a ter medo em 
situações sociais. 
 
BEM-ESTAR 
 
O bem-estar designa a parte subjetiva da saúde mental. Apesar de ser também 
influenciado por fatores externos ao indivíduo e de suas capacidades, o bem-estar 
representa também um determinado traço da personalidade relativamente 
independente de tais fatores. 
 
DESENVOLVIMENTO DA PERSONALIDADE 
 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Sociologia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Aten%C3%A7%C3%A3o
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A ESTABILIDADE DA PERSONALIDADE 
 
A pesquisa empírica conseguiu determinar quatro princípios para descrever a 
estabilidade dos traços de personalidade: 
Quanto maior o intervalo entre a primeira e a segunda medição, maior a mudança - 
ou seja, os traços da personalidade se modificam com o passar do tempo; 
Em diferentes áreas da personalidade a estabilidade também é diferente - por 
exemplo: durante a vida, a inteligência tem uma estabilidade muito alta; já o 
temperamento tem uma estabilidade mediana, enquanto a autoestima pode variar 
muito. 
Muitos traços da personalidade são tanto mais instáveis quanto mais instável é o 
ambiente social - assim mudanças bruscas no ambiente podem trazer consigo 
mudanças na personalidade da pessoa; 
Na infância, quanto mais cedo é feita a primeira medição, mais instáveis são os 
traços da personalidade - isto é, com o aumento da idade há uma tendência de 
estabilização das características da personalidade, se bem que na puberdade possa 
haver alguns momentos passageiros de instabilidade. Duas razões são 
apresentadas para esse aumento na estabilidade da personalidade: 
No decorrer do desenvolvimento a autoimagem torna-se cada vez mais estável - o 
conhecimento que a criança tem de si mesma cresce com o tempo e, se o ambiente 
for relativamente estável, também a estabilidade nas formas de reação a ele cresce; 
Com o aumento da idade aumenta também a possibilidade de a criança modificar o 
seu ambiente a fim de que ele se adeque à própria personalidade - a criança pode 
escolher as atividades que lhe agradam, os amigos, etc.. 
Não apenas os traços individuais tendem a se tornar cada vez mais estáveis - o 
perfil geral da personalidade também tende a uma crescente estabilidade. 
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ESTIGMA SOCIAL 
 
Estigma social é uma forte desaprovação de características ou crenças pessoais, 
que vão contra normas culturais. Estigmas sociais frequentemente levam 
à marginalização. Para a Sociologia, num sentido contemporâneo, o estigma 
também pode ser conceituado como uma marca objetiva que recebe uma valoração 
social negativa. São exemplos de estigmas, sob o aspecto sociológico: pobreza, 
mulher (estigma de gênero), religião e raça, deficiências, físicas ou comportamentos 
não convencionais. Os estigmas não possuem base racional e foram desenvolvidos 
a partir de questões aleatórias, conforme mencionou Carlos Roberto Bacila em seus 
estudos sobre a origem histórica dos preconceitos. Bacila equipara os estigmas, no 
aspecto subjetivo, às metarregras (regras práticas de rua) às quais o autor denomina 
de "metarregras negativas", porque não possuem fundamento racional. 
O estigma causa desagregação social e prejuízos para as pessoas e comunidades. 
 
CARACTERIZAÇÃO 
 
Exemplos de estigmas sociais históricos ou existentes podem ser deficiências 
físicas ou mentais, ilegitimidade, homossexualidade, filiação a 
uma nacionalidade, religião (ou falta de religião) ou etnicidade específicas, tais como 
ser judeu, negro ou cigano. Outrossim, a criminalidade carrega um forte estigma 
social. 
O estigma pode se apresentar em três formas, segundo Erving Goffman:[4] as 
deformações físicas (deficiências motoras, auditivas, visuais, desfigurações do rosto 
etc.); características e alguns desvios de comportamento (distúrbios mentais, vícios, 
toxicodependências, sexualidade, reclusão prisional etc.); e estigmas tribais 
(relacionados com a pertença a uma raça, nação ou religião). 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Cren%C3%A7a
https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Norma_(sociologia)&action=edit&redlink=1
https://pt.wikipedia.org/wiki/Marginaliza%C3%A7%C3%A3o
https://pt.wikipedia.org/wiki/Estigma
https://pt.wikipedia.org/wiki/Defici%C3%AAncia_f%C3%ADsica
https://pt.wikipedia.org/wiki/Defici%C3%AAncia_f%C3%ADsica
https://pt.wikipedia.org/wiki/Doen%C3%A7a_mental
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ilegitimidade
https://pt.wikipedia.org/wiki/Homossexualidade
https://pt.wikipedia.org/wiki/Nacionalidade
https://pt.wikipedia.org/wiki/Religi%C3%A3o
https://pt.wikipedia.org/wiki/Etnicidade
https://pt.wikipedia.org/wiki/Judeu
https://pt.wikipedia.org/wiki/Negros
https://pt.wikipedia.org/wiki/Cigano
https://pt.wikipedia.org/wiki/Crime
https://pt.wikipedia.org/wiki/Erving_Goffman
https://pt.wikipedia.org/wiki/Estigma_social#cite_note-4
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Embora as características sociais específicas que se tornaram estigmatizadas 
possam variar através do tempo e espaço, as três formas básicas de estigma 
(deformidade física, características pessoais e status tribal desviante) são 
encontrados na maioria das culturas e épocas, levando alguns psicólogos a teorizar 
que a tendência para estigmatizar possa ter raízes evolucionárias. 
Há também, estigmas de comportamento que definem e limitam aspectos da vida 
cotidiana. Por exemplo: a cor rosa no vestuário apenas para mulheres e 
o futebol como esporte de homens. Esses estigmas são associados a outros, como 
por exemplo: roupas largas são para homens e justas são para mulheres - pessoas 
que desobedecem esta norma são consideradas homossexuais. Apesar de esses 
estigmas enfraquecerem com o tempo, eles permanecem ativos até que um grande 
choque cultural os derrube. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Status_social
https://pt.wikipedia.org/wiki/Rosa
https://pt.wikipedia.org/wiki/Futebol
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Referências 
 
 Athias, Renato A noção de Identidade Étnica na Antropologia Brasileira, Editora da 
UFPE, Recife, 2007 
 Identidade Cultural. Mundo Educação. Consultado em 2 de novembro de 2013 
 Lanternari, Vittorio. As religiões do oprimidos. SP, Perspectiva, 1974 
 Nascimento, Marco Tromboni de S. O tronco da Jurema, ritual e etnicidade entre os 
povos indígenas do nordeste, o caso Kiriri. Savador, Ba, Dissert. de Mestrado em 
Sociologia, Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal da 
Bahia, 1994 
 Riesman, David. The Lonely Crown. 1951 apud:Mesquita, Caroline Rosa. A 
construçãoda identidade étnica e as representações sociais. Web Artigos Jun. 2011 
 Risério, Antônio. Uma história da Bahia. RJ, Versal, 2004 
https://docs.google.com/Doc?docid=df475jnz_81hdt4qc&hl=pt_BR
http://www.mundoeducacao.com/sociologia/identidade-cultural.htm
http://www.webartigos.com/articles/30808/1/A-Construcao-da-Identidade-Etnica-e-as-representacoes-Sociais/pagina1.html#ixzz1Pdu4S0ak

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